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Biologia I

Aula 2 – Metabolismo Energético

1. RESPIRAÇÃO CELULAR

O processo de respiração aeróbica (produção de energia na


forma de ATP) se desenvolve em três etapas:

1. Glicólise - ocorre no hialoplasma da célula. O ácido pirúvico (piruvato) continuará a ser degradado, porém
2. Ciclo de Krebs - no interior das mitocôndrias (matriz). no interior da mitocôndria.
3. Cadeia respiratória - interior das mitocôndrias (cristas).
Os NADH2, resultantes da glicólise, poderão entrar na
mitocôndria (havendo O2 disponível ) e ceder seus
hidrogênios ao oxigênio (O2), na cadeia respiratória.

• Ciclo de Krebs

Na matriz mitocondrial, o ácido pirúvico proveniente da


glicólise perde hidrogênios, CO2 (descarboxilação), e o radical
acetil (com 2C) resultante irá combinar-se com a coenzima A,
formando o composto acetil-coenzima A (acetil CoA). Esta
substância vai para o ciclo de Krebs, onde liberta o radical
acetil e desliga a coenzima A.
• Glicólise

As enzimas de todas as etapas da glicólise se encontram no


hialoplasma. Nas muitas etapas, são "gastas" duas moléculas
de ATP para ativar a glicose, porém, são reconstituídas quatro
delas, o que significa um "lucro" de 2 ATP para a célula, ou
seja, 4 ATP produzidos, menos 2 ATP gastos na ativação.
Ocorrem, além disso, por duas vezes, remoção de hidrogênios
(H+) pelo NAD.

Observe o esquema glicolítico a seguir:

A combinação do acetil (2C) com uma substância já presente


na mitocôndria, o ácido oxaloacético (4C), resulta na formação
do ácido cítrico (6C).

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Continuarão ocorrendo diversas reações: em algumas etapas O NADH2 inicia a cadeia respiratória; os dois hidrogênios (2H+)
NAD ou FAD captam hidrogênios, e, em dois momentos, são cedidos ("jogados para baixo") ao FAD, que se reduz a
ocorre saída de CO2 (descarboxilação). FADH2. De FADH2 em diante, apenas os dois elétrons dos
hidrogênios são entregues de citocromo em citocromo,
Ao fechar o ciclo, o ácido oxaloacético (4C) será regenerado. sobrando, portanto, dois prótons (2 H+). Ao passarem de um
Pode-se, então, considerar o ciclo de Krebs como um citocromo ao outro, os elétrons perdem energia, que é
mecanismo bioquímico de "moagem" do ácido acético (acetil utilizada na produção de ATP. No final os elétrons são
- 2C) proveniente da degradação da glicose, com liberação de captados por ½ O2, que se reduz a O-2. Os 2 H+ se combinam
2 CO2. Em cada volta do ciclo, 3 NAD se reduzem a 3 NADH2; com O-2, formando uma molécula de água (H2O).
1 FAD se reduz a FADH2; e, além disso, numa das etapas, há
liberação de energia suficiente para "recarregar" (produzir) 1 A produção de ATP na cadeia respiratória é chamada
ATP. Os NADH2 e FADH2 transportarão seus hidrogênios à de fosforilação oxidativa. Note que o ATP é produzido
cadeia respiratória (cristas mitocondriais), cedendo-os ao somente em três pontos da cadeia. Isto não quer dizer que os
oxigênio (O2 ). outros "degraus" não liberem energia; ocorre apenas que esta
energia, não sendo suficiente para a produção de ATP, se
• Cadeia respiratória - energia liberada aos poucos dissipa sob a forma de calor.

É nesse processo que os hidrogênios removidos do substrato A participação do oxigênio (O2) é fundamental, já que funciona
pelo NAD ou FAD são transferidos ao oxigênio: como o "último aceptor de hidrogênios (H+) e elétrons",
aparecendo no "último degrau" da cadeia respiratória.
NADH2 + ½ O2 NAD + H2O + energia (ATP)
Se faltar O2 ao tecido, as moléculas de citocromos aa 3 ficam
No entanto, nas cristas mitocondriais, o NADH2 nunca se reduzidas (saturadas de elétrons), por falta do aceptor final
combina diretamente com o oxigênio. Se a reação fosse direta, (O2).
a energia desprendida seria muito grande, e possivelmente,
prejudicial à célula. Em consequência, o citocromo aa3 não pode retirar os elétrons
do citocromo c, que não os retira do citocromo b, e assim por
• Componentes da cadeia respiratória diante. Então, todas as substâncias ficam sob sua forma
reduzida, não havendo quem as oxide. As cadeias respiratórias
Nas cristas mitocondriais, várias substâncias participam da ficam bloqueadas, parando a síntese de ATP. Algumas
cadeia: NAD e FAD são transportadores de hidrogênios e os substâncias, como o cianeto (HCN), bloqueiam a enzima
citocromos são transportadores de elétrons. Na estrutura dos citocromo-oxidase na última passagem dos elétrons
citocromos, semelhantemente à hemoglobina, aparecem os (citocromo aa3 para o O2). Esta é uma das razões pelas quais
íons de ferro. o cianeto atua como veneno enzimático de ação tão rápida
(morte, por asfixia, na "câmara de gás"!).
A cadeia respiratória apresenta-se como "uma escada com
degraus energéticos", onde cada nível é ocupado por Essa mesma inibição enzimática, bloqueando o transporte de
substância específica. No nível mais alto entra o NADH2, elétrons, também é provocada por outras substâncias:
enquanto no "degrau mais baixo" estará o O 2, como último monóxido de carbono (CO), gás sulfídrico (H2S), gás sulfuroso
aceptor de H+ e elétrons (formação de H2O). (SO2 ), bissulfeto de carbono (CS 2).

• Fermentação

A fermentação é a degradação parcial da glicose, na


ausência de oxigênio. Na fermentação, o aceptor final desses
hidrogênios (H+) é a própria substância orgânica (ácido
pirúvico), enquanto na respiração aeróbica, o aceptor final dos
hidrogênios é o gás oxigênio (O2), que se encontra na cadeia
respiratória (interior das mitocôndrias) e irá formar água.

O ácido lático é o produto da fermentação que pode ser


realizada por nossas células musculares.

Havendo oxigênio em quantidade adequada, as células


musculares respiram aerobicamente, deixando como resíduos
finais CO2 e H2O.

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Biologia I
Porém, em condições de atividade intensa, o suprimento de
O2 torna-se insuficiente para oxidar a quantidade de glicose
necessária.

As células musculares usam, então, como recurso adicional, a


fermentação lática que permite produção de ATP na ausência
de O2. Parte da glicose é, pois, transformada em ácido lático,
que, ao se acumular no tecido, provoca o que chamamos de
"fadiga muscular", levando à dor muscular e até cãibra.

A amônia proveniente da degradação de aminoácidos e o gás


carbônico do ciclo de Krebs são produtos de excreção e
acabam por ser eliminados da célula. Passarão pelo fígado,
onde serão metabolizados, formando ureia. A ureia volta à
circulação e após ser filtrada pelos rins, será eliminada sob a
forma de urina.

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Biologia II
deve, em grande parte, à retirada de sais de nitrogênio do
Aula 2 - Ciclos biogeoquímicos
solo pelas plantas, sem haver a necessária reposição.

1. O CICLO DO NITROGÊNIO No entanto, o cultivo de plantas como feijão, alfafa, trevo,


ervilhas, tremoço, etc., aumenta novamente a quantidade de
Ao contrário da energia, que flui num só sentido e se degrada nitrogênio existente no solo.
ao passar pelos vários elos das cadeias alimentares, muitos
nutrientes circulam no ecossistema de forma cíclica. Isso ocorre porque essas leguminosas possuem em suas
raízes inchaços, chamados nódulos, nos quais ocorre
Entre esses nutrientes incluem-se a água, o carbono, o associação entre bactérias do gênero Rhizobium e as células
nitrogênio, o cálcio, o potássio, o enxofre e alguns outros das raízes.
minerais requeridos em quantidade pequena, como o cobalto,
o zinco, etc. As bactérias transformam o nitrogênio do ar em amônia, que
pode ser utilizada pela planta. Parte da amônia que fica no
Esses ciclos são chamados também biogeoquímicos, porque solo pode ser transformada em nitritos, e em seguida nitratos,
incluem componentes biológicos (produtores, consumidores e que podem ser absorvidos pelas plantas.
decompositores) e componentes geológicos (atmosfera,
litosfera e hidrosfera). Assim, o vegetal incorpora o nitrogênio aos aminoácidos que
produz. O material orgânico produzido pela planta, por sua
É fundamental a atividade dos decompositores nestes ciclos, vez, beneficia as bactérias.
já que, ao degradarem os restos orgânicos de animais e
vegetais, devolvem à água, e à atmosfera, os materiais - sais Nos ecossistemas aquáticos e nos locais onde podem
minerais - que constituem estes restos e que entrarão sobreviver, são as algas verde-azuladas (cianobactérias) as
novamente nos corpos de animais e plantas reiniciando os responsáveis pela fixação do nitrogênio.
ciclos - reciclagem.

• O ciclo do nitrogênio

• Nitrificação

• Microrganismos do ciclo do nitrogênio – fixação As bactérias nitrificantes têm importante papel no ciclo do
nitrogênio: permitem que a amônia (NH3), proveniente da
O nitrogênio atmosférico (N2) é fixado industrialmente produção por bactérias fixadoras, da excreção de animais e
para a produção de fertilizantes. A maior parte do nitrogênio putrefação de matéria orgânica, seja convertida em nitratos (
retirado do ar é fixado biologicamente por certas bactérias NO3-) diretamente absorvidos pelas plantas.
(aproximadamente 150 milhões de toneladas por ano).
A produção de nitratos ocorre em duas etapas; cada uma é
Estas tanto podem ter vida livre no solo (Azotobacter), quanto realizada por bactérias quimiossintetizantes altamente
viver em associação mutualística com células de raízes de especializadas: as Nitrosomonas e as Nitrobacter.
leguminosas, como o feijão (bactérias do gênero Rhizobium).
As Nitrosomonas transformam amônia em nitritos.
Sabe-se há muito tempo que o cultivo contínuo de certas Simplificadamente:
plantas esgota a fertilidade do solo. Esse esgotamento se

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moléculas vegetais é utilizado para a constituição das
moléculas animais (anabolismo). O mesmo ocorre nos níveis
tróficos superiores das cadeias alimentares. Nos níveis dos
consumidores, as proteínas e ácidos nucleicos assimilados são
degradados, produzindo resíduos nitrogenados, tais como
Os nitritos são tóxicos às plantas; raramente, porém, se
amônia, ureia e ácido úrico, que são eliminados por meio da
acumulam no solo.
excreção.

As Nitrobacter transformam nitritos em nitratos.


2. O CICLO DA ÁGUA E DO CARBONO

De maneira simplificada:
O Ciclo da Água

Os fatores climáticos (vegetação, relevo, temperatura,


umidade, ventos, etc.) mantêm um dinâmico processo
de evaporação e condensação da água dos rios, lagos,
mares e oceanos.
Os nitratos assim formados podem ser absorvidos pelas
plantas verdes. Na realidade, no interior da célula vegetal, os Os animais eliminam, através de variadas formas excretórias,
nitratos são reconvertidos a amônia, que é utilizada para a parte da água que ingerem como componente vital. O mesmo
produção de aminoácidos. ocorre com as plantas através da transpiração, principalmente
foliar. Apresenta-se numa reciclagem vital para os seres
Um fato importante e que precisa ser frisado: as bactérias vivos do planeta.
nitrificantes são autótrofas quimiossintetizantes. Como as
plantas verdes, elas podem fabricar substâncias orgânicas a A água absorvida ou ingerida pelos seres vivos participa do
partir da matéria-prima simples; contrariamente às plantas, seu metabolismo e depois acaba retornando para o ambiente
porém, não utilizam luz. Para produzir matéria orgânica, usam - grande ciclo. Como solvente universal ela é veículo
a energia liberada na oxidação da amônia ou do nitrito. líquido que garante a solubilidade para absorção de sais pelas
raízes das plantas, transporte das seivas, sangue e linfa e é,
• Desnitrificação ainda, garantia para que as reações metabólicas ocorram -
sempre em solução - dentro dos seres vivos. A água recolhe
O papel das bactérias desnitrificantes é vital, já que ao os excretas celulares (catabólitos) e elimina-os através de
contrário das fixadoras de N2, elas partem de compostos órgãos específicos - pulmões, brânquias etc.
nitrogenados como nitratos e nitritos e matéria orgânica
nitrogenada, extraindo delas o N2 que é devolvido à Por apresentar alto calor específico, contribui para o equilíbrio
atmosfera, fechando-se assim o ciclo. termorregulador dos seres vivos - circulação, suor etc. -
impedindo variações danosas da temperatura corporal.
No solo, há várias espécies de bactérias desnitrificantes,
como Pseudomonas denitrificans, que quando obrigadas a
viver em ausência de oxigênio, utilizam o nitrato ou o nitrito
como aceptor de elétrons, podendo oxidar seus compostos
orgânicos. Assim a desnitrificação é basicamente um processo
de respiração anaeróbica.

Veja a reação simplificada:

Já que as bactérias desnitrificantes também podem usar


o O2 quando disponível, para sua respiração, fica fácil
entender que a desnitrificação não ocorre em grande escala
em condições aeróbicas. Áreas típicas onde ocorre
desnitrificação são, por exemplo, os pântanos, onde o fluxo
de O2 é limitado. No pequeno ciclo, a água de rios, lagos, oceanos, geleiras e
até a contida no solo sofre evaporação devido ao calor
Na forma de nitrato (NO3-), o nitrogênio é incorporado pelas ambiental e passa para a forma gasosa, originando as nuvens.
plantas, passando a fazer parte de suas moléculas orgânicas
principalmente proteínas e ácidos nucleicos. Quando os
vegetais são comidos pelos herbívoros, o nitrogênio das

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Em consequência dessa condensação que o vapor sofre nas a) pelas oxidações que se processam durante a respiração
camadas mais altas e frias da atmosfera, sob forma líquida - celular.
chuvas - a água voltará à crosta terrestre. b) pela putrefação (decomposição) da matéria orgânica
Rios, lagos e oceanos não são os únicos mananciais de água. morta, promovida principalmente por bactérias e fungos
Ela embebe-se no solo, forma lençóis subterrâneos e constitui saprófitos, que têm enzimas capazes de realizar a sua
mais da metade do peso do corpo dos seres vivos. reciclagem.
c) pela queima dos combustíveis orgânicos, como lenha,
• O Ciclo do Carbono carvão e derivados do petróleo. As indústrias e os veículos
automotivos também eliminam o CO2 resultante da queima do
Todos os compostos orgânicos metabolizados (anabolizados) carbono combustível fóssil (carvão e petróleo).
pelos seres vivos autótrofos e heterótrofos dependem do
carbono presente na atmosfera sob a forma de CO2.

Os produtores (fotossintetizadores) terrestres ou aquáticos


utilizam o CO2 para a produção da matéria orgânica alimentar
onde estará armazenada a energia solar. Os consumidores
herbívoros ao adquirir essa matéria orgânica vão digeri-la para
retirar a energia necessária às atividades metabólicas vitais.

O carbono é eliminado pelos seres vivos como produto da


respiração ou fermentação celular. A matéria orgânica
ingerida, mas não absorvida é eliminada como fezes e
juntamente com a matéria orgânica morta será
enzimaticamente reciclada pelos decompositores (bactérias e
fungos).

Após a morte dos organismos, a matéria que os compõe é


degradada, e os elementos químicos que dela fazem parte
retornam ao ambiente, onde serão reaproveitados por outros
seres vivos. Fala-se, assim, em ciclos biogeoquímicos,
ressaltando o fato de que os elementos químicos circulam Como as reações de fotossíntese são mais intensas do que as
entre os seres vivos e a Terra. de respiração, as plantas são produtoras de oxigênio,
enquanto os animais fornecem maciçamente dióxido de
Se não houvesse essa reciclagem - reaproveitamento de carbono (CO2).
materiais de geração em geração - em breve seriam esgotados
os elementos disponíveis para constituir novos seres vivos. Os dois processos mantêm esses gases em equilíbrio
ecológico na atmosfera, mas o rápido desmatamento e
Os fungos e bactérias decompositores desempenham papel a queima de combustíveis fósseis, típicos da época atual, já
fundamental no processo de reciclagem dos elementos produziram um aumento perceptível do teor do dióxido de
químicos na natureza. carbono na atmosfera.

Há boa quantidade de carbono que permanece, por longo


tempo, à margem do ciclo de transformações. As plantas
mortas que caem dentro dos pântanos, misturadas com
detritos minerais resultantes de erosão, ficam em grande
parte preservadas da oxidação total por escassez de oxigênio.
Sua decomposição é lenta, e grande parte do carbono, em vez
de oxidar-se totalmente, dando CO2, fica soterrada, sob forma
de carvão (carbono impuro).

O carvão oriundo de florestas que foram cobertas por mares


rasos, no período Carbonífero, livrou-se da oxidação total e,
portanto, permaneceu fora do ciclo de transformações, por
cerca de 300 milhões de anos, até que o homem começou a
arrancá-lo da terra e queimá-lo em máquinas e fornalhas.
Sob três formas o carbono sai da matéria orgânica e volta
a fazer parte do ambiente abiótico:

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Também o petróleo se originou, há milhões de anos, pela
decomposição parcial de seres vivos que habitaram os mares
antigos.

Os combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral,


puderam se formar e chegar até nossos dias em virtude
de falhas na ação dos decompositores.

Ficaram submetidos a condições especiais, isto é, estiveram


protegidos entre sedimentos isentos de microrganismos. A
energia que eles contêm foi originalmente captada da luz solar
através da fotossíntese, milhões de anos atrás.

O oxigênio acompanha o carbono em quase todas as


passagens do ciclo. Na atmosfera, o carbono está sempre
combinado com o oxigênio, no CO2. No corpo dos seres vivos,
o oxigênio está integrado às moléculas orgânicas. É com
o hidrogênio, no entanto, que o oxigênio estará em maior
associação, formando a água (H2O).

O oxigênio realiza ciclo complexo, uma vez que esse elemento


é utilizado e liberado pelos seres vivos em diferentes formas
de combinação química. O principal reservatório de oxigênio
para os seres vivos é a atmosfera, onde ele se encontra sob
forma de gás oxigênio (O 2) e de gás carbônico (CO 2).

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Física I
2. CÁLCULO DO CALOR
Aula 2 - Calorimetria
• Calor Sensível
1. CALOR (Q)
Verifica-se experimentalmente que o valor do calor sensível
Quando dois corpos, em temperaturas diferentes, são postos depende da substância utilizada, e da variação de temperatura
em contato, observa-se que a temperatura do corpo mais sofrida por ela. Esse valor é obtido pela relação abaixo
quente diminui, enquanto que a temperatura do corpo mais
frio aumenta. Essas variações de temperatura cessam quando ,

as temperaturas de ambos se igualam (equilíbrio térmico).


onde c é um coeficiente de proporcionalidade chamado calor
Portanto, durante esse processo, o nível energético (grau de específico sensível de uma substância.
agitação molecular) do corpo mais quente diminui, enquanto
que o do corpo mais frio aumenta. Como a energia térmica de Esse coeficiente depende da natureza da substância, da sua
um corpo depende, além da sua massa e da substância que a temperatura e da fase em que se encontra.
constitui, da sua temperatura, conclui-se que as variações de
temperatura estão associadas às variações de energia A influência da temperatura não será considerada, pois utiliza-
térmica. se um valor médio para o calor específico sensível.

Concluindo, a diferença de temperatura entre dois corpos Observações:


provoca uma transferência espontânea de energia térmica do
corpo de maior temperatura para o corpo de menor 1ª - A unidade de c no S.I. é dada por J/kg .K, mas
temperatura. Essa quantidade de energia térmica que se usualmente utiliza-se cal/goC, pois:
transferiu é chamada de calor.
𝑄
𝑐 = 𝑚∆𝜃
2ª - O produto (m . c) é chamado capacidade térmica C de
um corpo, ou seja:
Calor é energia térmica em trânsito entre corpos a diferentes
temperaturas.

Unidades
Desta relação conclui-se que a capacidade térmica é medida
No S.I. o calor é medido em J (joule). Usualmente utiliza-se a em J/K no S.I. e em cal/ ºC no sistema usual.
cal (caloria), tal que:
3ª - Das relações anteriormente definidas, concluiu-se que,
1 cal = 4,186 J tanto a capacidade térmica como o calor específico sensível,
são grandezas positivas, pois:
Sinal do Calor

O calor (quantidade de energia térmica) é positivo (Q > 0)


quando um corpo recebe energia térmica e negativo (Q < 0) .
quando perde.
• Calor Latente
Calor "perdido": Q < 0
Calor "recebido": Q > 0 Verifica-se experimentalmente que o valor do calor latente
depende apenas da substância utilizada e é obtido pela
Formas de Calor relação a seguir:

A quantidade de energia térmica recebida ou perdida por um Q = m. L,


corpo pode provocar uma variação de temperatura ou uma
mudança de fase (estado de agregação molecular). onde L é um coeficiente de proporcionalidade chamado calor
específico latente de uma substância.
Se ocorrer variação de temperatura, o calor responsável por
isso chamar-se-á calor sensível. Se ocorrer mudança de Esse coeficiente depende da natureza da substância e da fase
fase, o calor chamar-se-á calor latente. em que a mesma se encontra.

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Física I
Observações Observação

1ª - A unidade de L é dada no S.I. por J/kg, mas usualmente | Lf | = | Ls | e | Lv | = | Lc |


utiliza-se cal/g, pois:
Curvas de Mudança de Fase

São curvas obtidas, construindo, num diagrama cartesiano, o


gráfico da temperatura de um corpo em função do calor
2ª - Desta última relação conclui-se que o valor do calor trocado por ele.
específico latente pode ser positivo ou negativo, pois:

Durante a mudança de fase de uma substância pura,


submetida à uma pressão constante, a temperatura não varia.
Por esse motivo, o calor latente não depende da temperatura.

3. MUDANÇA DE FASE

A matéria pode apresentar-se em três fases ou estados de


agregação molecular: sólido, líquido e vapor. Os sólidos têm
forma própria, volume bem definido e suas moléculas têm
pouca liberdade pois as forças de coesão entre elas são muito
intensas. Os líquidos não têm forma própria, mas têm volume Este gráfico será chamado de curva de aquecimento, se o
definido. Suas moléculas possuem liberdade maior do que nos corpo estiver recebendo energia térmica, ou curva de
sólidos, pois as forças de coesão são menores. Os vapores não resfriamento, se o corpo estiver cedendo energia térmica.
possuem nem forma nem volume definidos. Devido a fracas
forças de coesão suas moléculas têm grande liberdade. • POTÊNCIA TÉRMICA

Processos de Mudança de Fase A rapidez com que uma fonte fornece ou retira uma certa
quantidade de energia térmica ( calor ) de um corpo é
- Fusão: passagem de sólido para líquido; determinada por uma grandeza chamada potência térmica,
- Solidificação: passagem de líquido para sólido; ou seja:
- Vaporização: passagem de líquido para vapor;
- Condensação: passagem de vapor para líquido
- Sublimação: passagem de sólido para vapor ou vapor para
sólido, também conhecido como cristalização.
a unidade da potência térmica é o W (watt), onde
A mudança de fase pode ser uma transformação endotérmica
(Q > 0) ou exotérmica (Q < 0).

A fusão, a vaporização e a sublimação são transformações


endotérmicas. A solidificação, a condensação e a cristalização é usual adotar-se cal/s ou cal/min como unidade de potência
são transformações exotérmicas. térmica.

• TROCAS DE CALOR

Quando corpos, que estão a temperaturas diferentes, são


colocados em contato, ocorrem trocas de calor entre eles, que
cessam ao ser atingido o equilíbrio térmico.

Para que não haja influência do meio externo nas trocas de


calor, é necessário colocá-los em um recipiente isolante
térmico chamado calorímetro.

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Física I
Através do balanço energético, conclui-se que, em módulo,
a somatória dos calores cedidos é igual à somatória dos
calores recebidos.

Se os sinais são levados em conta, tem-se:

Ou

Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn = 0

• COMPLEMENTOS

Equivalente em Água

Chama-se equivalente em água de um sistema a massa de


água cuja capacidade térmica é igual à do sistema
considerado.

Calorímetro Ideal

É o calorímetro que é isolante térmico (adiabático) e possui


capacidade térmica nula (não participa das trocas de calor).

Tipos de Vaporização

Conforme a maneira de se processar, a vaporização pode ser


classificada como evaporação, ebulição ou calefação.

Na evaporação, a mudança de fase ocorre apenas na


superfície do líquido, mediante um processo lento, podendo
ocorrer a qualquer temperatura.

Na ebulição, a mudança de fase ocorre numa temperatura


fixa, para uma dada pressão chamada de temperatura de
ebulição. Esse processo ocorre em todo o líquido.

Já na calefação, a mudança de fase ocorre após um


aquecimento muito brusco como, por exemplo, uma porção
de água que cai numa panela vazia e muito quente.

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Física II
Quando não há deslizamento entre as superfícies, a força de
Aula 2 – Força de Atrito atrito chama-se estática.

Imaginemos um bloco deslizando sobre uma superfície S, Quando existe deslizamento entre as superfícies, como no
caso da Fig. 1, a força de atrito chama-se cinética (ou
puxado por uma força , como ilustra a Fig. 1 dinâmica) .

É importante também ressaltar que nem sempre a força de


atrito é oposta ao movimento. Por exemplo no caso da Fig. 3,
a força de atrito sobre a caixa tem o mesmo sentido do
movimento. Porém, em qualquer caso, a força de atrito opõe-
se à tendência de deslizamento.

1. ATRITO CINÉTICO
Em geral observamos a existência de uma força que se
opõe ao deslizamento. Essa força é exercida pela superfície S A experiência mostra que o módulo da força de atrito
sobre o bloco e é chamado de força de atrito.
cinético é dada por:
A principal causa da força de atrito é o fato de as superfícies
apresentarem irregularidades, são ásperas (Fig. 2) FA = c . FN

onde FN é a intensidade da força normal atuante no corpo e


c é um número chamado coeficiente de atrito cinético, o qual
depende dos materiais do corpo e da superfícies de contato;
esse coeficiente depende também do estado de polimento das
superfícies em contato.

No entanto devemos considerar também as forças de atração Exemplo 1


entre as moléculas do bloco e moléculas da superfície.
Um bloco de massa m = 2,0 kg está inicialmente em repouso
Na Fig. 3 representamos um caminhão que move-se para a sobre uma superfície horizontal S.
direita em movimento acelerado, transportando uma caixa
apoiada sobre sua carroceria, sem deslizar. A partir de certo instante aplicamos ao corpo uma força
horizontal de intensidade F = 16 N. Sabe-se que g = 10 m/s2 e
que o coeficiente de atrito cinético entre bloco e a superfície
é c = 0,30.

Calcule:

a) A intensidade da força de atrito que atua sobre o bloco


b) A aceleração do bloco
c) A intensidade da força exercida pela superfície S sobre o
Neste caso, a carroceria aplica sobre a caixa uma força de bloco.
atrito ao mesmo tempo em que a caixa aplica sobre a
Resolução
carroceria a força (lei da Ação e Reação).
a) Na figura abaixo marcamos todas as forças que atuam
É importante ressaltar que neste caso, embora a caixa esteja
sobre o bloco: a força , a força de atrito , o peso ea
em movimento em relação ao solo ela não desliza sobre a
carroceria. força normal .

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Física II
Sabendo que o coeficiente de atrito entre o bloco e a superfície
é c = 0,50, calcule a aceleração adquirida pelo bloco.

Resolução

Na Fig. I desenhamos as forças que atuam no bloco e na Fig


II fazemos a decomposição do peso.

P = mg = (2,0 kg) (10 m/s2) = 20 N


Neste caso a força normal tem a mesma intensidade que o
peso;
FN = P = 20 N
A intensidade da força de atrito é dada por:
FA = c.FN = (0,30) (20) = 6,0 N
FA = 6,0 N

b) A força resultante tem módulo dado por


FR = F - FA
Assim, pela segunda lei de Newton:
F - FA = m . a
16 - 6,0 = (2,0). a
a = 5,0 m/s2

c) Tanto como são forças exercidas pela superfície


sobre o bloco. Portanto, a força total exercida pela superfície
sobre o bloco é a força , resultante de e . O módulo
de pode ser calculado pelo teorema de Pitágoras:

P = mg = (4,0 kg) (10 m/s2) = 40 N


PX = P . sen = (40 N) (0,80) = 32 N
PY = P . cos = (40 N) (0,60) = 24 N
FT2 = FN2 + FA2 FN = Py = 24 N
FT2 = 202 + 62
FT2 = 400 + 36 = 436 A intensidade da força de atrito é dada por:

FA = c . FN
FT = FA = (0,50) (24)
FA = 12 N
Exemplo 2
Um bloco de massa m = 4,0 kg é abandonado em repouso Aplicando a segunda lei de Newton temos:
sobre uma superfície plana S a qual tem inclinação q com a
horizontal. São dados: PX - FA = m .a
32 - 12 = (4,0) . a
a = 5,0 m/s2

2. ATRITO ESTÁTICO

Vimos que a força de atrito pode existir mesmo que não haja
deslizamento entre as superfícies. Essa força de atrito é
chamada de estática e vamos agora passar a estudá-la.

g = 10 m/s2; sen = 0,80; cos = 0,60

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Física II
Na fig. 1 representamos uma situação em que um indivíduo
Suponhamos que o indivíduo aplique uma força (Fig. 3)
aplica uma força horizontal sobre um bloco apoiado sobre mas o bloco não se move. Isto significa que a força de atrito
uma mesa. é possível que o indivíduo não consiga mover o
cancela o efeito da força , isto é,
bloco, devido à força de atrito que se opõe à tendência
de deslizamento. Neste caso a força de atrito é estática pois FA = F1
não há deslizamento. Vamos analisar essa situação com mais
detalhes. Suponhamos agora que o indivíduo aumente a intensidade da
força , passando para o valor F2 (Fig. 4). Pode acontecer que
apesar disso, o bloco ainda não se mova. Isto significa que a
intensidade da força de atrito também, aumentou para o
valor de modo que a força de atrito continua cancelando

o efeito da força aplicada pelo indivíduo:

Percebemos então uma característica importante da força de


atrito estática: ela tem intensidade variável.

Porém, a experiência mostra que a força de atrito não


aumenta indefinidamente, isto é, se o indivíduo aplicar uma
força suficientemente intensa, conseguirá tirar o bloco do
Imaginemos inicialmente o bloco sobre a mesa, em repouso,
repouso. Portanto, existe um valor máximo para a força de
antes de o indivíduo aplicar a ele a força (Fig. 2) . Nesse
caso não há ainda força de atrito. atrito, chamada de força máxima de atrito .

Experimentalmente, verifica-se que a força máxima de atrito


é dada por:

FAm = e . FN

onde FN é a intensidade da força normal e e é um coeficiente


chamado coeficiente de atrito estático o qual depende dos
materiais em contato (e do estado de polimento).

Na maioria dos casos, para um mesmo par de materiais em


contato, o coeficiente de atrito estático é maior do que o
cinético ( e > c). No entanto, às vezes pode acontecer que
sejam iguais. Assim, em geral, temos

𝝁𝒆 ≥ 𝝁𝒄
Exemplo 3

Um bloco de massa m = 6,0 kg está inicialmente em repouso


sobre uma superfície horizontal S, sob a ação de apenas duas

forças (Fig. 5): o peso e a força normal. A partir de certo


instante aplicamos ao bloco uma força horizontal e ao

mesmo tempo aparece uma força de atrito (Fig. 6). Os


coeficientes de atrito para este caso são:

e = 0,30 e c = 0,20

57
Prof. Daniel Matos
Física II
em repouso e a força de atrito está com seu valor máximo
(Fig. 9). Dizemos que o bloco está na iminência de
movimento.

Sabendo que g = 10 m/s2, calcule a intensidade da força de


atrito, nos seguintes casos:
a) F = 6 N
b) F = 12 N
d) Neste caso, a força aplicada ( ) tem intensidade maior que
c) F = 18 N
a máxima força de atrito estático (20 > 18). Portanto o bloco
d) F = 20 N
entra em movimento. Porém, assim que isso acontecer, a
força de atrito deve ser calculada usando o coeficiente
Resolução
cinético:

a) Neste caso temos:

P = mg = (6,0kg) (10 m/s2) = 60 N

FN = P = 60 N

O valor máximo da força de atrito estático é dado por:

FA = c . FN = (0,20) (60 N) = 12 N
FAm = e. FN = (0,30) (60 N) = 18 N

FA = 12 N
Isto significa que a intensidade da força de atrito pode crescer
até o valor 18 N. Porém, se aplicamos uma força F de
Para a situação deste exemplo podemos fazer um gráfico da
intensidade 6 N, a força de atrito também tem intensidade 6
intensidade da força de atrito (FA) em função da intensidade
N (o bloco continua em repouso):
da força aplicada pelo indivíduo. O gráfico está na figura a
seguir.

FA = 6 N

b) A intensidade F = 12 N ainda é menor do que 18 N.


Portanto, o bloco continua em repouso e, assim, a força de
atrito tem a mesma intensidade que a força aplicada F (Fig.
8):

FA = 12 N
c) Neste caso a força aplicada ( ) tem a mesma intensidade
que a força de atrito máxima (18 N). Assim, o bloco continua

58
Prof. Daniel Matos
Física II
Exemplos
AULA 1 – Matrizes e Determinantes

I2 =
1. MATRIZES

Matriz é uma tabela constituída por números ou letras


dispostos em “m” linhas por “n” colunas.

Exemplo I3 =

Matriz transposta: Dada uma matriz A = (aji)mxn,


chama-se transposta de A a matriz At = (aji)mxn, tal que
aji = aij , para todo i e todo j, ou seja, as colunas de
A matriz acima tem 2 linhas por 3 colunas. At são ordenadamente iguais às linhas de A.

A representação genérica da matriz M é M = Exemplo


(aij)nxp onde aij é o elemento que ocupa a linha “i” e a
coluna “j”.

Para a matriz acima, temos, por exemplo, a23 = p e a12 =


5.
• Matriz Simétrica
• Classificação de matrizes
É toda matriz quadrada A tal que At = A.
Matrizes Nula: é a matriz que tem todos os seus
elementos iguais a zero. Exemplo

Matriz quadrada: é a matriz que tem o número m de


linhas igual ao número n de colunas.
A= é simétrica pois At = A
Obs.: A matriz nxné denominada matriz quadrada de
ordem n. • Matriz Antissimétrica

• Diagonal principal e diagonal secundária: é toda matriz quadrada A tal que At = -A

A= é antissimétrica pois At = -A
Seja A=
• Operações com Matrizes
Os elementos a11 = 1, a22 = 5 e a33 = 9 formam a
diagonal principal e os elementos a13 = 3, a22 = 5 e a) Adição e Subtração
a31 = 7 formam a diagonal secundária.
A e B sendo matrizes do mesmo tipo, tem por adição à
Matriz diagonal: é a matriz que apresenta todos os matriz onde cij = aij bij
elementos que não pertencem à diagonal principal
iguais a zero. b) Multiplicação por um nº real

Exemplo Sendo h = ( aij ) e

. h = ( aij)nxp

Exemplo
Matriz Identidade ou Unidade: é toda matriz
quadrada onde os elementos da diagonal principal são
iguais a um e os demais elementos são iguais a zero.

59
Prof. Lucas Leite
Física II
c ) Multiplicação entre matrizes • Matriz Inversa

Para ser possível efetuar o produto entre duas matrizes, Chama-se matriz inversa da matriz quadrada A e indica-
o número de colunas da primeira matriz deve ser igual se por A-1, à matriz também quadrada, que, se existir,
ao número de linhas da segunda matriz. satisfaz a condição:

A . A-1 = A-1 . A = In

Onde In é a matriz unidade ou identidade.


Somam-se os produtos dos elementos das linhas da
primeira matriz pelos elementos correspondentes das
colunas da 2º matriz.

Disposição prática para o cálculo do Exemplo


produto: Considerando as matrizes A e B e dispondo
conforme esquema abaixo, cada elemento cij é obtido a
partir da linha de A e coluna de B que nela se
Dada a Matriz A = sua inversa é: , pois:
“cruzam”. Assim, por exemplo: c12= 1 . 7 + 3 . 9 = 34.

2. DETERMINANTES

Determinante é um número associado à matriz


quadrada de ordem “n”.

Obs. Exemplo
somente existe o produto de uma matriz A por outra B
se o número de colunas de A é igual ao número de
linhas de B. Se existe um produto de A por B, o tipo da
matriz produto é dado pelo número de linhas de A e
pelo número de colunas de B. Pode existir o produto de 16 é o valor do determinante associado na matriz de
A por B, mas não existir o produto de B por A. ordem 2 dada.

• Equações Matriciais • Cálculos

Veja o modelo: sendo A e B matrizes de mesmas ordem, Determinante de 2ª Ordem


calcular x em função de A e B.

2x - A = 3 B

Adicionando-se a matriz A pela direita nos 2


membros: Determinante de 3ª Ordem (Regra de Sarrus)
2x - A + A = 3 B + A
2x = 3 B + A

Multiplicando-se os dois membros por 1/2:

+ (a11 . a22 . a33) + (a12 . a23 . a31)+ (a13 . a21 . a32)


- (a31 . a22 . a13) + (a32 . a23 . a11)+ (a33 . a21 . a12)

60
Prof. Lucas Leite
Física II
• um determinante não se altera quando se trocam
ordenadamente as linhas pelas colunas.
• um determinante não se altera quando se somam aos
elementos de uma os correspondentes elementos de fila
paralela multiplicados por uma constante.

- Transformações que alteram determinantes

• um determinante muda de sinal quando se trocam as


posições de duas filas paralelas.
• quando se multiplica (ou divide) uma fila, o
D = 1 + 0 + 8 - 6 - 0 - 8 = -5 determinante fica multiplicado (ou dividido) por esse
número.
• TEOREMA DE LAPLACE
- Propriedades complementares
O determinante de ordem “n” é igual à soma dos
produtos dos elementos de uma fila qualquer pelos • Se numa matriz quadrada forem nulos todos
respectivos cofatores. elementos situados de um mesmo lado da diagonal
principal, o determinante da matriz será igual ao
Chama-se cofator ou complemento algébrico do produto dos elementos da diagonal principal.
elemento aij e indica-se por Cij ao produto (-1)i+j. • det (A . B) = det A . det B (Teorema de Binet).
Dij onde Dij é o determinante obtido suprimindo-se a • det A = det At.
linha -i e a coluna -j. • determinante de uma matriz de Vandermonde:

• REGRA DE CHIÓ

Desde que a matriz M tenha a11 = 1, suprimimos a 1ª


linha e a 1ª coluna de M.

De cada elemento restante na matriz, subtraímos o


produto dos elementos que se encontram nas
“extremidades das perpendiculares”, traçadas do - Cálculo da Matriz Inversa através de
elemento considerado à 1ª linha e à 1ª coluna. Determinantes

Com as diferenças obtidas, construímos uma matriz de


ordem (n - 1), cujo determinante é igual ao de M. A-1 =
Obs.
Exemplo:
se det A 0 então A-1 e a matriz A é dita inversível.
se det A = 0, então não existe A-1, isto é, a matriz A
não é inversível.

“Neste caso matriz A é dita matriz singular.”

Exemplo
• Propriedades dos determinantes

- Casos em que o determinante é igual a zero Dada a matriz A = calcular sua inversa:

• quando todos os elementos de uma fila são nulos. Det A = 4 - 6 = -2


• quando possui duas filas paralelas proporcionais ou
iguais. Matriz dos cofatores de A =
• quando uma de suas filas é combinação linear de
outras filas paralelas. Matriz dos cofatores de A transposta

- Transformações que não alteram um


determinante
=

61
Prof. Lucas Leite
Matemática II
Temos que pode ocorrer 3 posições da reta em relação
AULA 2 – Analitica à circunferência.

1. CIRCUNFERÊNCIA 1o. Tangente

Equação da circunferência

- Equação reduzida da circunferência

T: Ponto de tangência. Seja d a distância entre o centro


C e a reta M. Neste caso: d = R

2o. Secante

ou ainda

- Equação normal da circunferência

- Coordenadas do centro
Neste caso d < R.

O segmento é denominada corda.


- Raio
3o.Exterior

- Condição de existência

- Posição relativa entre uma reta e uma


circunferência

Dados uma circunferência de equação

Neste caso d > R. No caso de conhecermos as equações


da reta e da circunferência, para se saber qual caso
temos, vamos resolver o sistema formado por suas
equações e descobrir o número de soluções:

E uma reta m de equação: d x + e y + f = 0.

72
Prof. Natã Gama
Matemática II

Este sistema pode ter 0, 1 ou 2 soluções, dependendo


do discriminante da equação do 2o. Grau associado:
Se:
> 0 2 soluções: A reta e a circunferência são
secantes

= 0 1 solução: tangentes
< 0 solução: exteriores

Exemplo

Qual a posição relativa da reta de equação x + y - 1 =


0 com a circunferência

Temos.

y = 1 - x e substituindo na equação da circunferência


ficamos com:

Logo a reta é secante à circunferência nos pontos (0; 1)


e (2; -1).

73
Prof. Natã Gama
Química I
Aula 2 – Teoria da Colisões

1. CINÉTICA QUÍMICA

Cinética Química estuda a velocidade das reações químicas.


Para se estudar a Cinética Química, é antes necessário que se
entenda como ocorre uma reação química.

• Teoria das colisões


Os gráficos que representam quantidades de substâncias
Uma reação química ocorre através das colisões entre as numa reação química mostram uma curva descendente,
substâncias reagentes. Mas essa colisão não pode ser um representando os reagentes, que vão sendo consumidos e,
simples resvalo entre as moléculas: é necessário que ocorra portanto, desaparecendo. Nos mesmos gráficos, a curva
num ângulo perfeito (de forma geometricamente favorável), ascendente indica os produtos que vão sendo formados. Isso
para garantir a ocorrência da reação. Para ocorrer uma ocorre com o decorrer do tempo na reação química.
reação, é necessário que haja uma colisão eficaz ou efetiva
entre as substâncias reagentes. • Fatores que alteram a velocidade das reações

Estudaremos agora os fatores que influenciam a velocidade


Colisão eficaz ou efetiva é a colisão que garante a
das reações químicas. Comecemos com um exemplo:
ocorrência de uma reação.

Há dois sistemas, A e B, onde ocorre a mesma reação química:


gás está sendo produzido.

Observe o esquema abaixo:

Em qual dos sistemas ocorrerá a reação mais rápida?

A reação que ocorre com mais rapidez é aquela que mais


produz a substância desejada. Portanto, o Sistema B
representa a reação mais rápida.
No estudo da Cinética Química, estuda-se a reação química
desde seu início. O instante inicial da reação (tempo=0) ocorre A quantidade de substância produzida depende de colisões
no momento em que são misturados os reagentes para que a efetivas. Portanto, quanto maior for o número destas, maior
reação venha a ocorrer. será a velocidade da reação.

Para a reação representada pela equação: H2 + I2 2HI Se um cientista quiser aumentar a velocidade de uma reação,
ele terá que criar condições para aumentar o número de
colisões. Por outro lado, se o cientista quiser diminuir a
velocidade de uma reação, ele terá que criar condições para
diminuir o número de colisões.

1 – TEMPERATURA

Voltando à reação: H2 + I2 2HI

No início de qualquer reação química, há apenas reagentes.


Com o passar do tempo, as colisões ocorrem e os reagentes
são consumidos (a quantidade diminui) enquanto os produtos
vão sendo formados.

76
Prof. Sóstenes Cruz
Química I
Ao aumentar a temperatura, é aumentado o estado de O prazo de validade dos alimentos está diretamente ligado à
agitação das moléculas, pois é aumentado o número de temperatura do ambiente em que estão armazenados.
choques (colisões) efetivos. Com o aumento da temperatura,
há mais substâncias reagindo e mais substâncias sendo
produzidas, resultando no acréscimo de velocidade das
reações.

O aumento da temperatura aumenta a velocidade de


qualquer reação.

Temperatura número de colisões efetivas


velocidade da reação 2 - CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES

Quanto maior a concentração de reagentes, maior é a


Se o cientista quiser que uma reação química ocorra com mais quantidade de reagentes por unidade de volume.
velocidade, ele precisa aumentar a temperatura. Por outro Observe o seguinte desenho:
lado, se ele quiser que a reação química ocorra com menos
velocidade, ele diminuirá a temperatura.

Surge a pergunta: o que é preferível? Uma reação mais rápida


ou mais lenta?

Alguns exemplos ajudarão a responder essa pergunta:


Você está na cozinha e pretende cozinhar carne. Decide usar
uma panela de pressão. Mas por quê? Porque na panela de
Imagine que as moléculas nos dois sistemas estão se
pressão, a água ferve a 110°C, ou seja, numa temperatura
agitando. Agora responda: em qual dos dois sistemas ocorre
mais alta que em outras panelas. É por esse motivo que os
o maior número de colisões (choques)?
alimentos cozinham mais depressa numa panela de pressão.

É importante saber que no sistema de maior concentração, há


mais moléculas. Portanto, maior é o número de colisões.
Quanto maior for o número de colisões, maior é a velocidade
da reação. Se um cientista desejar que uma reação química
ocorra com maior velocidade, ele trabalhará com uma maior
concentração. Se, por outro lado, desejar que a reação
demore mais para ocorrer (que ocorra com menor
velocidade), ele trabalhará com uma menor concentração.

Quanto maior a concentração dos reagentes, maior a


Numa outra instância, você decide não cozinhar toda a carne. velocidade da reação.
Onde você guardará o pedaço de carne restante? No
congelador. Mas por quê? Porque você deseja fazer com que
Na combustão (queima), os reagentes são o combustível e
as reações químicas que deterioram (apodrecem) a carne
o oxigênio (O 2). Se quisermos que a combustão ocorra com
demorem mais para ocorrer. Ao guardar a carne em
maior velocidade, basta aumentar a concentração de oxigênio.
temperatura mais baixa, você a está preservando.
É possível que você já tenha presenciado o seguinte
fenômeno: ao fazer um churrasco, o carvão da churrasqueira
demorou a pegar fogo (a sofrer combustão). Quando isso
ocorre, o que se costuma fazer? Abanar – ou seja, jogar mais
ar (O2) na brasa, aumentando assim a concentração dos
reagentes.

Isso faz com que o carvão queime mais rapidamente – a


reação química ocorre com mais velocidade. Da próxima vez
que você participar de um churrasco, note que a brasa fica
mais incandescente assim que alguém começar a abanar.

77
Prof. Sóstenes Cruz
Química I

É por esse mesmo motivo que um cigarro queima mais


rapidamente no momento da tragada.

A troca de calor ocorre inicialmente com as moléculas de água


que estão na parte periférica do cubo de gelo. Só depois que
estas derretem é que o mesmo processo ocorrerá com as
moléculas mais internas do cubo. Em outras palavras, as
moléculas de água que se localizam no meio do cubo só
derreterão depois que todas as moléculas mais externas já
tiverem derretido.

Quando picamos gelo, estamos fazendo com que as moléculas


E é por isso também que quando há fogo na mata, e está mais internas – que iriam começar a derreter apenas mais
ventando, o fogo se alastra mais rapidamente. Ou seja, a tarde – comecem a participar do derretimento desde já.
maior concentração de oxigênio (reagente) provocada pelo Estamos, portanto, aumentado a quantidade de substância em
vento, faz com que a queima ocorra com maior velocidade. contato com esse processo. Portanto, foi aumentada a
superfície de contato.

Gelo no cubo superfície de contato só a parte


periférica

Gelo picado superfície de contato além da parte


periférica, as partes mais internas.

Vamos imaginar uma reação com o sólido representado na


figura:

3 - SUPERFÍCIE DE CONTATO DOS REAGENTES Ao aumentar a superfície de contato, aumenta-se o


número de colisões; portanto, aumenta-se a velocidade
Imagine dois recipientes – A e B – cada qual contendo 100g das reações.
de gelo. No recipiente A, há um cubo de gelo de massa
pesando 100g. No recipiente B, há 100g de gelo picado. Em Existem algumas situações cotidianas que exemplificam o
qual dos dois recipientes o gelo derreterá mais rapidamente? fenômeno da superfície de contato:
Resposta: O gelo picado, pois apresenta maior superfície de
contato. Exemplos 1

Vamos entender o porquê: Medicamentos efervescentes são comercializados em


Cubo de gelo = 100g comprimido ou em pó. Qual dos dois efervesce mais rápido?

O medicamento em pó, pois apresenta maior superfície de


contato.

78
Prof. Sóstenes Cruz
Química I
4 – CATALISADOR

Para entender como funciona o catalisador numa reação, é


necessário saber o caminho energético percorrido.

Para a reação ocorrer, é necessário fornecer energia ao


sistema, para quebrar as ligações dos reagentes. Estes
absorvem o calor fornecido até que alcancem o complexo
ativado, que é o estado intermediário entre os reagentes e
os produtos. A partir desse ponto é que se quebram
definitivamente as ligações dos reagentes, formando as
ligações do produto. Ao formar ligações, o sistema libera calor
para o meio.
Exemplos 2
A energia que o sistema tem de absorver para alcançar o
Quando o conteúdo de um saco de carvão é despejado na complexo ativado é denominada de energia de ativação.
churrasqueira, nota-se pedaços de carvão de todos os
tamanhos, inclusive em pó. H2 + I2 2HI

Quando se coloca fogo (combustão) na churrasqueira, quais O caminho energético da reação pode ser representado
pedaços de carvão queimam mais rapidamente? graficamente.

A resposta é o pó de carvão, que apresenta maior superfície


de contato.

Exemplos 3

Tanto o prego, quanto o Bombril, são feitos de ferro. Qual dos


dois enferruja mais rápido?

A resposta é o Bombril, que tem maior superfície de contato.

Tendo o caminho energético da reação representado


graficamente, podemos calcular o saldo energético ( ).

Lembre-se: como o é negativo ( < 0), a reação


é exotérmica.
Exemplos 4

Para a reação:
Há poças d’água no quintal que estão demorando para secar.
2NH3 N2 + 3H2
Você pega um rodo e espalha a água com ele pelo chão. A
secagem ocorre agora mais rapidamente. O que ocorreu é que
você, ao utilizar o rodo, aumentou a superfície de contato.

Exemplos 5

Para se fazer uma boa digestão de alimentos, é necessário


mastigá-los bem. Ao mastigar os alimentos, aumenta-se a
superfície de contato deles.

79
Prof. Sóstenes Cruz
Química I
Vejamos alguns exemplos:

i. Na combustão (queima), a energia de ativação é a faísca.


Há uma energia de ativação pequena; portanto, a reação é
muito rápida.
ii. Para se fazer um bolo, ele é aquecido no forno por alguns
minutos até que asse. O calor fornecido durante esses minutos
é a energia de ativação. Nesse exemplo há uma energia de
ativação maior do que no exemplo anterior; portanto, a reação
é mais demorada.

Agora que aprendemos sobre o caminho energético da reação,


podemos estudar o catalisador.

O catalisador é uma substância que aumenta a velocidade das


reações, mas que no final do processo, apresenta
sua estrutura química inalterada. Em outras palavras, a
substância não é consumida. O catalisador aumenta a
velocidade da reação, pois diminui a energia de ativação.

O catalisador (C) faz a reação percorrer um caminho


energético mais curto; portanto, chega-se mais rápido no
produto: reação com maior velocidade. Observe que o
catalisador está no reagente e no produto, ou seja, ele
participa da reação, mas não é consumido.

Para que não seja necessário identificar o catalisador nos


reagentes e, novamente, no produto, o representamos em
cima da seta:

Qual a influência exercida pela energia de ativação na Observe:


velocidade de uma reação química?

Energia de ativação (Eat) é a energia necessária para que


seja alcançado o complexo ativado, isto é, para que a
reação aconteça. Observe a sequência:

Quanto maior for a energia de ativação, mais demorado será


o processo para que se alcance o complexo ativado; portanto,
menor é a velocidade da reação.

Por outro lado, quanto menor for a energia de ativação, mais


rapidamente será alcançado o complexo ativado; portanto,
maior é a velocidade da reação.

Conclusão QUANTO MENOR A Eat, MAIOR A


importante: VELOCIDADE DA REAÇÃO.

80
Prof. Sóstenes Cruz
Química I
O aumento na velocidade dessa reação ocorre também A presença do catalisador é obrigatória, pois:
quando se aplica água oxigenada a um ferimento. No sangue,
há uma enzima chamada de catalase. Esta acelera a reação, - aumenta a velocidade das reações (maior produção no
provocando a fervura fria (efervescência). O oxigênio (O 2) mesmo tempo).
produzido pela reação desinfecta o ferimento ao matar os - não é consumido; portanto, reaproveitado.
micro-organismos presentes nele. - diminui a energia necessária para a reação acontecer (E at).
Portanto, diminui o gasto de energia, aumentando ainda mais
o lucro.

Curiosidade: E o catalisador dos carros, como funciona?


Esse aparelho é chamado de conversor catalítico. Dentro
dele ocorrem reações (conversões) na presença de um
catalisador (catalítico). Portanto, as reações químicas são mais
rápidas.

A reação representada pela equação:

Graficamente teríamos a representação:


Dentro do motor do carro, onde ocorre a explosão
(combustão), há produção de várias substâncias: CO2, H2O, C,
CO, NO e também SO2 e SO3. Um carro que não tenha
conversor catalítico e que utiliza combustível derivado de
petróleo acaba emitindo todas essas substâncias no ar.

CO2 é o principal responsável pelo efeito estufa e sua


intensificação. Para diminuir a quantidade de gás carbônico na
atmosfera, deve-se plantar árvores.
C(s) é a única substância sólida e é produto da
combustão. É chamada de fuligem e é a principal
responsável por causar ou agravar problemas respiratórios
como asma, bronquite etc.

Para diminuir a emissão de fuligem no ar, é necessário que os


carros sejam sempre devidamente regulados (regulagem
Hoje em dia, se ouve muito sobre produtividade – aumentar
eletrônica de carburador).
o lucro, ou seja, produzir a maior quantidade possível com
menores custos.
SO2 e SO3 Produzidos apenas quando o
Uma maneira de se aumentar a produtividade de uma (dióxido (trióxido combustível é derivado de
indústria, cuja produção depende da ocorrência de certas de de petróleo (gasolina, diesel etc).
reações químicas, é fazer com que estas ocorram com a maior enxofre) enxofre) São responsáveis pela formação
velocidade possível. de ácido sulfúrico (H2SO4)
quando chove (chuva ácida em
As reações químicas nessas indústrias precisam ocorrer em ambientes poluídos).
condições de temperatura adequada. É necessário que haja a
maior concentração possível de reagentes, sempre com uma
grande superfície de contato.

81
Prof. Sóstenes Cruz
Química I
Os cientistas tentam diminuir, cada vez mais, os compostos
com enxofre presentes nos derivados de petróleo,
minimizando, assim, a produção de SO2 e SO3.

O conversor catalítico foi idealizado para que o monóxido de


carbono (CO) e o monóxido de nitrogênio (NO), produzidos no
motor do carro, reajam.

CO gás altamente tóxico, responsável por aquela placa


no interior dos túneis que ordena: “em caso de
congestionamento, desligue o motor”.

Se inalado, o monóxido de carbono inicialmente provoca


náuseas. Se continuar a ser inalado, pode provocar o desmaio
e até a morte. Por este motivo, não se deve deixar o motor do
carro ligado quando estamos dentro de um ambiente fechado,
como numa garagem.

NO gás tóxico, destrói a camada de ozônio quando a


alcança. É responsável pela ocorrência de reações que poluem
o ar atmosférico com ozônio, que é altamente reativo. O
ozônio é importante na estratosfera, pois filtra os raios solares.
No ar atmosférico, porém, pode causar sérios problemas.

O conversor catalítico tem a aparência de uma colmeia de


abelhas – cheio de pequenos buracos. Seu objetivo é o de
reter as substâncias produzidas dentro do motor do carro para
que ocorram reações químicas. Para carros à gasolina, são
utilizados os catalisadores paládio e ródio, que fazem com que
as reações químicas ocorram mais rapidamente. Com o
mesmo propósito, carros a álcool utilizam os catalisadores
paládio e molibdênio.

Percebe-se que carros que contêm um conversor catalítico


poluem muito menos.

Se a população, o governo e a indústria cooperarem para


minimizar o lançamento de substâncias nocivas no ar e na
atmosfera, será possível melhorar a qualidade de vida de
todos.

82
Prof. Sóstenes Cruz
Química II
(famílias A da Tabela Periódica). Os elementos de transição
Aula 2 – Ligações Químicas
(famílias B), na maioria dos casos, não obedecem à Teoria do
Octeto.
• TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
1. LIGAÇÃO IÔNICA
A ideia de ligação entre os átomos é tão antiga como a própria
ideia de átomo. O filósofo da antiga Grécia, Epicuro, já A ligação iônica ocorre entre átomos que apresentam baixa
imaginava os átomos ligando-se através de ganchos e outros energia de ionização e alta eletropositividade, ou seja, que
artifícios mecânicos. Só no século passado é que a ideia de apresentam grande tendência em perder elétrons (metais) e
ligação química foi associada à capacidade de ligação de um átomos de alta eletronegatividade e alta afinidade eletrônica,
átomo, principalmente por Couper (1864) e Kekulé (1865). ou seja, que apresentam grande tendência de receber elétrons
Mas afinal, por que os átomos se ligam? (não metais e hidrogênio).

A primeira explicação para isso foi formulada, É a ligação que ocorre quando se ligam:
independentemente, por Lewis e Kössel.
Metal + Não Metal
Em suma propunham a Teoria do Octeto. Basearam-se nas Ou
configurações eletrônicas dos gases nobres. Os gases nobres Metal + Hidrogênio
são muito pouco reativos, pois se encontram naturalmente
estáveis. Isto porque os gases nobres apresentam: O átomo do metal possui, geralmente, 1, 2 ou 3 e na
camada de valência e doa-os ao não metal (ou H), obtendo,
- Alta energia de ionização com isso, 8e- na camada de valência.
- Baixa eletropositividade
o ceder esses elétrons, transforma-se em cátion com carga
O que lhes confere baixa tendência de perder elétrons. +1, +2 ou +3, respectivamente.

- Nenhuma eletronegatividade O não metal possui 5, 6 ou 7 na camada de valência e


- Nenhuma afinidade eletrônica recebe 3, 2, ou 1 do metal, respectivamente, obtendo 8e - na
última camada. Com isto, sua carga vai a -3, -2 ou -1,
O que garante ser nula a “vontade” de ganhar elétrons. respectivamente.

• Teoria do Octeto Para alcançar a estabilidade, o átomo


de hidrogênio (1H 1s1)
precisa receber um elétron,
Um átomo, para alcançar a estabilidade, adquire a adquirindo a distribuição eletrônica semelhante à do Hélio
configuração eletrônica igual à de um gás nobre, ou seja, com (1s2).
8 elétrons na camada de valência, ou igual à do He, com
distribuição igual a 1s2 (2 elétrons na camada K). Exemplo

Os átomos ligam-se para obterem 8 elétrons na camada de Ligação entre o sódio (Z = 11) e o cloro (Z = 17):
valência (ou completarem a última camada).
11Na 1s2 2s2 2p6 (3s1 )
Valência - é o número de ligações químicas feitas para
alcançar a estabilidade.
metal 1 elétron na camada de valência (3s1 )
Portanto, um átomo para ficar estável (alcançar a
O Na perde 1 elétron, formando cátion monovalente:
estabilidade) ganha, perde ou compartilha elétrons. Nesse
processo, surgem as ligações químicas.
Na + 1s2 2s2 2p6
Classificamos as ligações em três tipos:
O átomo de Na, perdendo o elétron da camada de valência,
• ligação iônica transforma-se no cátion Na+, com 8 elétrons nessa camada,
• ligação covalente portanto estável.
• ligação metálica
17Cl 1s2 2s2 2p6 (3s2 3p5 )
Observação:
ametal 7 elétrons na camada d valência (3s2 3p5 )
A Teoria do Octeto explica a formação de várias substâncias,
mas apenas quando envolvem os elementos representativos

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Química II
O Cl ganha 1 elétron, formando ânion monovalente: 2. LIGAÇÃO COVALENTE NORMAL

Cl- 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 É a ligação que ocorre quando se unem:

O átomo de Cl, recebendo 1 elétron na camada de valência, NÃO METAL + NÃO METAL
forma o ânion Cl- , estável, com 8 elétrons nessa camada. NÃO METAL + HIDROGÊNIO
HIDROGÊNIO + HIDROGÊNIO
Fórmula do composto é Na+Cl- ou NaCl

O número de elétrons perdidos pelo metal sempre é igual ao Como todos os átomos dos elementos citados têm tendência
número de elétrons recebidos pelo não metal ou hidrogênio. a receber elétrons, o resultado que satisfaz a todos é o
compartilhamento de elétrons, que ocorre sempre aos pares.
Portanto, no exemplo abaixo, na fórmula do composto temos Representação do compartilhamento entre átomos A e B:
dois íons de sódio e um de oxigênio.

O objetivo do compartilhamento é completar o octeto da


camada de valência. Ou, no caso do hidrogênio, completar o
"dueto".

Cada ligação covalente normal é formada por um elétron


de cada átomo (compartilhamento de um par de elétrons);
como não há ganho nem perda de elétrons, os compostos
• Propriedades dos compostos iônicos formados são eletricamente neutros, e chamados
de moléculas, ou compostos moleculares.
Nas condições ambientais (T = 25oC, P = 1atm), os compostos
iônicos são sólidos devido à força de atração eletrostática Exemplos:
entre cátions e ânions ser muito intensa. São duros e
quebradiços. • Molécula de hidrogênio (H2)

Apresentam alto ponto de fusão, também devido à intensidade


1H 1s1 O hidrogênio, para ficar estável, precisa de 1
das forças de atração entre os íons. Para que um composto elétron, ou seja, ganha ou compartilha 1 elétron.
iônico passe para o estado líquido, as ligações iônicas devem
romper-se e os íons separar-se; para isso, deve-se fornecer • Fórmula de Lewis (eletrônica)
muita energia na forma de calor.

Exemplos de compostos iônicos:

NaCl ponto de fusão = 800oC


CaF2 ponto de fusão = 1600oC • Fórmula estrutural de Couper (plana)

Quando em solução aquosa (dissolvidos em água) ou fundidos Nesse tipo de fórmula representa-se cada compartilhamento
(no estado líquido), os compostos iônicos apresentam íons por um traço ( ).
livres e, por isso, conduzem corrente elétrica.

H H
• RESUMO

Veja a formação de algumas moléculas, a partir do número de


METAL: 1, 2 ou 3 e- na camada de valência: cede 1, 2 ou 3e-
e- da camada de valência:
CÁTION: +1, +2 ou +3
1H :1
8O : 2, 6
NÃO METAL: 5, 6 ou 7 e- na camada de valência: recebe 3,
6C : 2, 4
2 ou 1e-
17Cl: 2, 8, 7
7N : 2, 5
ÂNION: -3, -2 ou -1

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Química II
P : 2, 8, 5
6C : 2, 4

• Ligação Covalente Dativa ou Coordenada 3. LIGAÇÃO METÁLICA

Como as moléculas não podem ser construídas, apenas com É a ligação química entre os átomos de metais.
as regras dadas acima, desenvolveu-se o conceito da ligação
covalente coordenada, ou ligação covalente dativa. Os metais apresentam baixa energia de ionização e alta
eletropositividade, ou seja, grande facilidade em perder
Nela, os átomos que já possuem o octeto completo podem elétrons da camada de valência. Assim, na ligação metálica,
ligar-se “cedendo” dois elétrons não compartilhados. os átomos perdem elétrons dessa, formando cátions.

Representamos assim: Forma-se uma quantidade muito grande de cátions envolvidos


por uma quantidade enorme de elétrons livres. A ligação
metálica ocorre pela atração elétrica entre os cátions (íons
Exemplo positivos) e os elétrons livres. Esta atração é muito intensa, o
que garante o estado sólido dos metais nas condições
Ozônio (O3) ambiente, exceto no caso do mercúrio, o único metal líquido.

Fórmula Eletrônica Fórmula Estrutural O aglomerado organizado de cátions que se forma na ligação
metálica é chamado de retículo cristalino metálico.

A ligação metálica não é explicada pela teoria do octeto.

Note que a ligação covalente dativa é semelhante à ligação • Propriedades dos Metais
covalente normal, já que nos dois casos está envolvido um par
de elétrons. - São sólidos nas condições ambiente devido à grande força
de atração elétrica entre cátions e elétrons.
Na ligação covalente normal o compartilhamento acontece - São bons condutores de corrente elétrica. O "mar de
com um elétron de cada átomo; na dativa o compartilhamento elétrons" livres é o que garante a condutividade elétrica.
acontece com dois elétrons de um dos átomos. - São bons condutores de calor.
- São maleáveis.
Mais exemplos - São dúcteis, isto é, com eles pode-se produzir fios.
- Apresentam brilho metálico característico.
Veja a formação de algumas moléculas, a partir do número de
e- da camada de valência: • Ligas Metálicas

1H :1 São misturas de elementos onde pelo menos um deles é


Cl: 2, 8, 7 metal. Exemplos: aço, lata, bronze, ouro-18, solda, etc.
8O : 2, 6

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