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Projeto e Construção de Estradas

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás


Coordenação de Engenharia Civil
Curso Superior de Engenharia Civil
Disciplina: Projeto e Construção de Estradas
Prof. Me. Ricardo Alves Cardoso

CONCEITO, NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DE RODOVIAS

1 – CONCEITO DE TRANSPORTES

Os bens produzidos em uma determinada comunidade, após satisfazerem as necessidades


de seus habitantes têm seus saldos comercializados com outras comunidades situadas em
diferentes distâncias, e para isso devem ser transportados. Os próprios habitantes de uma
determinada comunidade se deslocam para outras para atenderem objetivos sociais, políticos ou
econômicos. Essa atividade, deslocamento de massas econômicas ou pessoas é o transporte.
O transporte sendo uma atividade meio não representa uma finalidade em si, mas afeta
todo o sistema produtivo devido ao seu maior ou menor custo e o tempo gasto no deslocamento.
A história da humanidade pode ser avaliada pela evolução dos meios de transporte, desde
o primitivo realizado nos ombros de pessoas ou no lombo de animais até os modernos aviões a
jato.
O transporte é geralmente mensurado em termos de quantidade de bens ou de passageiros
transportados em determinado período de tempo (toneladas e passageiros). Entretanto, como o
esforço despendido para o transporte de uma mesma carga é proporcional à distância a ser
transportada, adota-se para efeito de mensuração e comparação o momento de transporte ou
transporte quilométrico, obtido pelo produto da massa ou do número de passageiros pela
distância transportada. Por exemplo, o transporte de uma carga A tonelada a uma distância B
quilômetro é expresso em M=AxB toneladas x quilômetros ou AxB TxKm.
No caso de passageiros, o transporte de um número C de passageiros a uma distância de
D quilômetros será expresso em M=CxD passageiros x quilômetros ou CxD pss x Km.

2 – MODALIDADES DE TRANSPORTES

Dependendo do sistema e do meio a ser utilizado para se efetuar o transporte de


passageiros ou cargas, o transporte pode ser classificado em:
- Aéreo;

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- Dutoviário;
- Ferroviário;
- Hidroviário e
- Rodoviário.
Cada modalidade é mais adequada para o transporte de um determinado tipo de carga ou
passageiros em uma determinada faixa de distância, como se vê adiante.

2.1 – Aéreo
O transporte aéreo é o mais indicado para os seguintes casos:
- Passageiros a grande distância;
- Cargas de pequeno peso e volume e altos valores (ex.: jóias, medicamentos,
equipamentos eletrônicos, etc.);
- Cargas perecíveis;
- Situações de emergência (transporte de socorro, polícia, equipes médicas, tropas, etc.);
- Acesso a regiões inóspitas e despovoadas não servidas por meio de transporte.

2.2 – Dutoviário
Até algum tempo, o transporte dutoviário era utilizado apenas para líquidos e gases
(oleodutos e gasodutos). Atualmente ele se presta também para o transporte de alguns minerais
(minerodutos) que são pulverizados na água para poderem ser bombeados. O transporte em dutos
é mais adequado nas seguintes condições:
- Transporte por dutos em geral;
- Origem e destino constantes;
- Um só sentido de transporte.

2.3 – Ferroviário
O transporte ferroviário é realizado por comboios de veículos articulados entre si
tracionados por uma ou mais locomotivas. As rodas dos veículos e da locomotiva são de aço,
lisas e se apóiam em trilhos de aço para reduzir o coeficiente de atrito proporcionando menor
esforço de tração.
O transporte ferroviário é mais eficiente nas seguintes circunstâncias:
- Transporte de grandes massas de baixo valor unitário;
- Elevada concentração na origem e destino;
- Grandes distâncias;

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- Granéis sólidos e líquidos.

2.4 – Hidroviário
O transporte hidroviário abrange a navegação de longo curso, (realizada por navios de
grande porte através dos oceanos), a cabotagem, (navegação ao longo da costa) e navegação
interior (rios navegáveis, canais e lagos). Depende da existência de uma via navegável com
profundidade e dimensões adequadas para comportar as embarcações e portos para acostamento
das mesmas para carga e descarga. Para eficiência do transporte hidroviário observam-se as
mesmas circunstâncias relativas ao transporte ferroviário.

2.5 – Rodoviário
O transporte rodoviário, efetuado por veículos automotores sobre pneumáticos em vias
pavimentadas ou em leito natural teve uma evolução espetacular em todo o mundo devido a sua
grande flexibilidade e devido ao fato de ser o único modo de transporte que atende de porta a
porta. (Todos os outros modos dependem de um transporte de ponta e um transbordo).
O transporte rodoviário é mais adequado nos seguintes casos:
- Cargas de baixo valor unitário a pequenas distâncias;
- Carga geral a pequenas e médias distâncias;
- Passageiros a pequenas, médias e mesmo grandes distâncias;
- Passageiros em áreas urbanas.

3 – MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL

A matriz de transporte é a distribuição percentual que ocorre do transporte de passageiros


ou cargas nos diversos modais operacionais.
No Brasil esta matriz está representada conforme o quadro e figuras abaixo:

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Quadro 3.1 – Matriz de transporte

Fonte: Manual de Conservação, DNIT,2005

A situação observada no Quadro 3.1, se estende, obviamente até a presente data: as


figuras que se seguem fornecem dados pertinentes aos anos 2001 e 2002.

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Outra informação importante quanto à matriz de transportes no Brasil, Fig. 3.1, é o que
projeta os estudos desenvolvidos pelo Centro de Excelência em Engenharia de Transportes
(CENTRAN) do Ministério dos Transportes, onde pela sistematização do Plano Nacional de
Logística de Transportes em 2007, projeta a seguinte alteração nesta matriz para o transporte de
carga nacional.

Gráfico 3.1 – Matriz de transportes atual e futura, PNLT(2007).

4 – NOÇÃO DE CUSTO DE TRANSPORTE NAS DIVERSAS MODALIDADES

Como foi visto cada modo de transporte apresenta eficiência máxima para determinados
tipos de cargas e em determinadas faixas de distâncias. A figura abaixo ilustra a relação de
custos de transporte para as modalidades rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias. Observa-se o
menor custo do transporte rodoviário para distâncias até 200 Km, daí até 1000 Km a modalidade
ferroviária oferece menor custo e a partir dessa distância prevalece a modalidade hidroviária.

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5 – INTERMODALIDADE OU MULTIMODALIDADE DOS TRANSPORTES

Consiste em utilizar dois ou mais modais para fazer o transporte, definindo rotas mais
econômicas.
A solução para contrapor aos altos custos do transporte agrícola passa pelo incentivo a
outros modais e pela interação entre eles, a multimodalidade. Será preciso vencer desafios para
que outras modalidades de transporte possam ser efetivamente utilizadas, melhorando a
eficiência da operação e diminuindo seus custos. Isto implica numa eficiente logística de
transporte.

6 – NOMENCLATURA DAS RODOVIAS FEDERAIS

A nomenclatura das rodovias é definida pela sigla BR, que significa que a rodovia é
federal, seguida por três algarismos. O primeiro algarismo indica a categoria da rodovia, de
acordo com as definições estabelecidas no Plano Nacional de Viação.
Os dois outros algarismos definem a posição, a partir da orientação geral da rodovia,
relativamente à Capital Federal e aos limites do País (Norte, Sul, Leste e Oeste).
Veja a seguir como são aplicadas essas definições:

6.1 - RODOVIAS RADIAIS


São as rodovias que partem da Capital Federal em direção aos extremos do país.

Nomenclatura: BR-0XX
Primeiro Algarismo: 0 (zero)
Algarismos restantes:A numeração dessas rodovias pode variar de 05 a 95, segundo razão
numérica 05 e no sentido horário. Exemplo: BR-040.

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6.2 - RODOVIAS LONGITUDINAIS

São as rodovias que cortam o país na direção Norte-Sul.

Nomenclatura: BR-1XX
Primeiro Algarismo: 1 (um)
Algarismos Restantes:A numeração varia de 00, no extremo leste do País, a 50, na Capital, e de
50 a 99, no extremo oeste. O número de uma rodovia longitudinal é obtido por interpolação entre
00 e 50, se a rodovia estiver a leste de Brasília, e entre 50 e 99, se estiver a oeste, em função da
distância da rodovia ao meridiano da Capital Federal. Exemplos: BR-101, BR-153, BR-174.

6.3 - RODOVIAS TRANSVERSAIS


São as rodovias que cortam o país na direção Leste-Oeste.

Nomenclatura: BR-2XX
Primeiro Algarismo:2 (dois)
Algarismos Restantes:A numeração varia de 00, no extremo norte do país, a 50, na Capital
Federal, e de 50 a 99 no extremo sul. O número de uma rodovia transversal é obtido por

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interpolação, entre 00 e 50, se a rodovia estiver ao norte da Capital, e entre 50 e 99, se estiver ao
sul, em função da distância da rodovia ao paralelo de Brasília. Exemplos: BR-230, BR-262, BR-
290.

6.4 - RODOVIAS DIAGONAIS


Estas rodovias podem apresentar dois modos de orientação: Noroeste-Sudeste ou
Nordeste-Sudoeste.

Nomenclatura: BR-3XX
Primeiro Algarismo: 3 (três)
Algarismos Restantes:A numeração dessas rodovias obedece ao critério especificado abaixo:

Diagonais orientadas na direção geral NO-SE: A numeração varia, segundo números pares, de
00, no extremo Nordeste do país, a 50, em Brasília, e de 50 a 98, no extremo Sudoeste. Obtém-se
o número da rodovia mediante interpolação entre os limites consignados, em função da distância
da rodovia a uma linha com a direção Noroeste-Sudeste, passando pela Capital Federal.
Exemplos: BR-304, BR-324, BR-364.

Diagonais orientadas na direção geral NE-SO: A numeração varia, segundo números ímpares,
de 01, no extremo Noroeste do país, a 51, em Brasília, e de 51 a 99, no extremo Sudeste. Obtém-
se o número aproximado da rodovia mediante interpolação entre os limites consignados, em
função da distância da rodovia a uma linha com a direção Nordeste-Sudoeste, passando pela
Capital Federal. Exemplos: BR-319, BR-365, BR-381.

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6.6 - RODOVIAS DE LIGAÇÃO


Estas rodovias apresentam-se em qualquer direção, geralmente ligando rodovias federais,
ou pelo menos uma rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou ainda a nossas fronteiras
internacionais.

Nomenclatura: BR-4XX
Primeiro Algarismo: 4 (quatro)
Algarismos Restantes:A numeração dessas rodovias varia entre 00 e 50, se a rodovia estiver ao
norte do paralelo da Capital Federal, e entre 50 e 99, se estiver ao sul desta referência. Exemplos:
BR-401 (Boa Vista/RR – Fronteira BRA/GUI), BR-407 (Piripiri/PI – BR-116/PI e Anagé/PI),
BR-470 (Navegantes/SC – Camaquã/RS), BR-488 (BR-116/SP – Santuário Nacional de
Aparecida/SP).

Nota: Superposição de Rodovias - existem alguns casos de superposições de duas ou mais


rodovias. Nestes casos usualmente é adotado o número da rodovia que tem maior importância
(normalmente a de maior volume de tráfego) porém, atualmente, já se adota como rodovia
representativa do trecho superposto a rodovia de menor número, tendo em vista a
operacionalidade dos sistemas computadorizados.

6.7 - QUILOMETRAGEM DAS RODOVIAS

A quilometragem das rodovias não é cumulativa de uma Unidade da Federação para a


outra. Logo, toda vez que uma rodovia inicia dentro de uma nova Unidade da Federação, sua
quilometragem começa novamente a ser contada a partir de zero. O sentido da quilometragem
segue sempre o sentido descrito na Divisão em Trechos do Plano Nacional de Viação e,
basicamente, pode ser resumido da forma abaixo:
Rododovias Radiais – o sentido de quilometragem vai do Anel Rodoviário de Brasília
em direção aos extremos do país, e tendo o quilometro zero de cada estado no ponto da rodovia
mais próximo à capital federal.
Rodovias Longitudinais – o sentido de quilometragem vai do norte para o sul. As únicas
exceções deste caso são as BR-163 e BR-174, que tem o sentido de quilometragem do sul para o
norte.
Rodovias Tranversais – o sentido de quilometragem vai do leste para o oeste.

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Rodovias Diagonais – a quilometragem se inicia no ponto mais ao norte da rodovia indo


em direção ao ponto mais ao sul. Como exceções podemos citar as BR-307, BR-364 e BR-392.
Rodovias de Ligação – geralmente a contagem da quilometragem segue do ponto mais
ao norte da rodovia para o ponto mais ao sul. No caso de ligação entre duas rodovias federais, a
quilometragem começa na rodovia de maior importância.

7 – NOMENCLATURA DAS RODOVIAS ESTADUAIS


A nomenclatura das rodovias estaduais obedece em linhas gerais os mesmos critérios das
federais, acrescentando-se mais duas categorias:
- RAMAIS – rodovias de curta extensão que ligam uma cidade a uma rodovia tronco.
- TRANSITÓRIAS – rodovias estaduais construídas sobre o traçado de um trecho de
rodovias federais planejadas.

8 – CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS


As rodovias são geralmente classificadas quanto aos seguintes aspectos:
- Jurisdição;
- Natureza do piso;
- Técnico;
- Funcional.

8.1 – Classificação quanto à Jurisdição


Quanto à Jurisdição, a rodovias são classificadas em federais, estaduais e municipais. As
rodovias federais são projetadas, construídas e conservadas pelo Governo Federal; as estaduais e
municipais pelos Governos Estaduais e Municipais respectivamente.

8.2 – Classificação quanto à natureza do piso


Quanto à natureza do piso as rodovias se classificam em pavimentadas, com
revestimentos primários e em leito natural.
As rodovias pavimentadas têm a sua superfície de rolamento revestida com material de
natureza superior (concreto asfáltico, concreto de cimento portland, tratamentos superficiais,
paralelepípedos ou pavimento de blocos de concreto articulados. Esse tipo de piso aumenta a
durabilidade da rodovia quanto ao desgaste do tráfego e a resistência às intempéries
proporcionando mais conforto e segurança aos usuários.

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As rodovias com revestimento primário são capeadas com uma camada de material
granular (cascalho) que as tornam mais resistentes ao tráfego e às intempéries.
Finalmente as rodovias em leito natural não recebem nenhuma camada protetora
tornando-se facilmente intransitáveis em épocas de chuvas.

8.3 – Classificação técnica


A classificação técnica se refere às principais características de projeto de maneira a
atender adequadamente o tráfego da rodovia até o 10º ano após a sua abertura. Como seria muito
difícil e oneroso manter as mesmas características técnicas em qualquer tipo de terreno a ser
atravessado, as normas de projeto variam segundo o relevo para a mesma classe de rodovia. De
fato, o relevo do terreno é um dos fatores que mais afetam o custo de construção e conservação
das rodovias; para fins de normas de projetos se classificam em plano, quando a linha de maior
inclinação do terreno tem declividade menor que 6%, ondulado, quando a declividade transversal
do terreno se situa entre 6% e 25% e montanhoso, quando a declividade transversal do terreno
excede 25%.
As classes de projetos adotadas encontram-se resumidas a seguir:
Quadro 8.3.1 - Classificação Técnica das Rodovias Federais

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Fonte: Manual de Projeto Geométrico, DNER, 1999.

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Classe 0
Via expressa: rodovias do mais elevado padrão técnico, com controle total de acesso. O
critério de seleção dessas rodovias é de decisão administrativa dos órgãos competentes.

Classe I (A e B)
Classe IA – Pista dupla – rodovia com controle parcial de acesso. Sua necessidade
decorrerá quando o volume de tráfego causar níveis de serviço inferior a C numa pista simples.
O total de faixas de tráfego será função do volume de tráfego previsto para o horizonte de
projeto.
Classe IB – Pista simples – rodovia de elevado padrão suportando volume de tráfego
conforme o projetado para o 10º ano após a sua abertura, compreendido entre os seguintes
limites:
-limite inferior – 200 veículos horários bidirecionais ou volume médio diário
bidirecional de 1400 veículos mistos;
-limite superior – volume horário tal que o nível de serviço seja igual ou superior
ao nível C, vide Quadro 8.3.1.

Classe II
Rodovia de pista simples, suportando volume de tráfego conforme o projetado para o 10º
ano após a sua abertura, compreendido entre os seguintes limites:
- limite inferior – volume médio bidirecional de 700 veículos mistos;
- limite superior – volume médio bidirecional de 1400 veículos mistos.

Classe III
Rodovia de pista simples, suportando volume de tráfego conforme o projetado para o 10º
ano após a sua abertura, compreendido entre os seguintes limites:
- limite inferior – volume médio diário bidirecional de 300 veículos mistos;
- limite superior – volume meio diário bidirecional de 700 veículos mistos.

Classe IV (A e B)
Rodovia de pista simples, com características técnicas suficientes para atendimento a
custo mínimo de tráfego previsto no seu ano de abertura. Geralmente não pavimentada e faz
parte do sistema local, compreendendo as estradas vicinais e eventualmente rodovias pioneiras.

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Dependendo do comportamento dos volumes de tráfego a rodovia poderá ser enquadrada em


uma das classes convencionais.
Classe IV-A – Tráfego médio diário de 50 a 200 veículos no ano de abertura;
Classe IV-B – Tráfego médio diário inferior a 50 veículos no ano de abertura;

Nessas rodovias os níveis de serviço correspondentes podem variar muito, já que as


condições de manutenção da superfície de rolamento serão os fatores predominantes para o
conforto e velocidade, em face aos baixos volumes de tráfego.

Nível de Serviço – é definido como uma medida qualitativa das condições de operação –
conforto e conveniência de motoristas, e depende de fatores como: liberdade na escolha da
velocidade, finalidade para mudar de faixas nas ultrapassagens e saídas e entradas na via e
proximidade dos outros veículos.

Seis níveis de serviço são definidos: A, B, C, D, E e F. O nível A corresponde às melhores


condições de operação e o nível de serviço F às piores. A seguir são descritas as condições de
operações correspondentes a cada nível de serviço.

NÍVEL A – FLUXO LIVRE. Concentração bastante reduzida. Total liberdade na escolha da


velocidade e total facilidade de ultrapassagens. Conforto e conveniência: ÓTIMO

NÍVEL B – FLUXO ESTÁVEL. Concentração reduzida. A liberdade na escolha da velocidade


e a facilidade de ultrapassagens não é total embora ainda em nível muito bom. Conforto e
conveniência: BOM

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NÍVEL C – FLUXO ESTÁVEL. Concentração média. A liberdade na escolha da velocidade e


a facilidade de ultrapassagens é relativamente prejudicada pela presença dos outros veículos.
Conforto e conveniência : REGULAR.

NÍVEL D – PRÓXIMO DO FLUXO INSTÁVEL. Concentração alta. Reduzida liberdade na


escolha da velocidade e grande dificuldade de ultrapassagens. Conforto e conveniência: RUIM

NÍVEL E – FLUXO INSTÁVEL. Concentração extremamente alta. Nenhuma liberdade a


escolha da velocidade e as manobras para mudanças de faixas somente são possíveis se forçadas.
Conforto e conveniência: PÉSSIMO

NÍVEL F – FLUXO FORÇADO. Concentração altíssima. Velocidades bastante reduzidas e


freqüentes paradas de longa duração. Manobras para mudança de faixas somente são possíveis se
forçadas e contando com a colaboração de outro motorista. Conforto e conveniência:
INACEITÁVEL

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Quadro 8.3.2 - Níveis de Serviços de Rodovias

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8.4 – Classificação funcional


A classificação funcional da rede rodoviária de determinada região é realizada através do
agrupamento das rodovias em sistemas e classes, de acordo com o tipo de serviço que as mesmas
proporcionam. A determinação desse serviço é baseada na relação entre as funções de
mobilidade de tráfego e de acesso oferecidas por determinada rodovia.
As funções básicas de mobilidade e acesso conduzem a classificação das rodovias em três
tipos distintos de sistemas funcionais:
- Sistema arterial – cuja função principal é dar mobilidade ao tráfego;
- Sistema coletor – que proporciona um misto de mobilidade e acesso;
- Sistema local – que permite basicamente acesso.
Na Figura 8.4.1 e o Quadro 8.4.1 a seguir podem-se observar a relação entre esses
sistemas, quanto à mobilidade e acesso.

Figura 8.4.1 – Relação entre nível de acesso e nível de mobilidade do sistema funcional as
diferentes classes de rodovias

Fonte: Manual de Projeto Geométrico, DNER, 1999.

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A metodologia de classificação funcional recomenda, para o sistema rodoviário


brasileiro, a subdivisão dos sistemas funcionais nas seguintes categorias:

Quadro 8.4.1 – Síntese das características dos sistemas funcionais das rodovias

Fonte: Manual de Projeto Geométrico, DNER, 1999.

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