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Comportamento

Organizacional
1. Comportamento Organizacional (CO) 4
Conceitos e Definições 4
Características 6
Níveis e Modelo 9
O Modelo de CO 10
Produtividade 11
Absenteísmo 12
Rotatividade 12
Satisfação no Trabalho 13
Cidadania Organizacional 14
Utilidade do CO 14
A Aprendizagem do Comportamento
Organizacional como Diferencial Competitivo 15

2. Fatores que Influenciam no Comportamento


Organizacional 19
A Cultura Organizacional 23
As Competências 24
A Aprendizagem Organizacional 25

3. Referências Bibliográficas 32

02
03
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

1. Comportamento Organizacional (CO)

Fonte: Retha Ferguson1

Conceitos e Definições ciprocamente. Constitui uma impor-


tante área de conhecimento para to-

O Comportamento Organizacional
(CO) refere-se ao estudo de indi-
da pessoa que necessite lidar com
organizações, seja para criar novas
víduos e grupos atuando em organi- organizações, mudar as já existen-
zações. tes, trabalhar nelas, investir nelas
Preocupa-se com a influência ou, mais importante ainda, dirigi-
das pessoas e grupos sobre as orga- las.
nizações e com a influência das orga- No fundo, o CO A denomina-
nizações sobre as pessoas e os gru- ção permaneceu, porém não são as
pos. Na realidade, o CO retrata a organizações que apresentam um
contínua interação entre pessoas e comportamento, mas sim as pessoas
organizações que se influenciam re- e os grupos que delas participam e

1 Retirado em https://www.pexels.com/

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
que nelas atuam (CHIAVENATO, safios para a compreensão do CO é
2004). que ele pode ser visível apenas par-
O CO está relacionado com as cialmente.
ações das pessoas no trabalho em Existem aspectos visíveis e su-
organizações. Baseado predominan- perficiais do CO, como as estratégias
temente na contribuição de psicólo- adotadas pela organização, a fixação
gos, o CO é uma área que trata do de objetivos globais a serem alcança-
comportamento individual, isto é, dos, as políticas e procedimentos
de tópicos como personalidade, ati- adotados, a estrutura organizacio-
tudes, percepção, aprendizado, mo- nal, a autoridade formal, a cadeia de
tivação. Além disso, o CO também comando e a tecnologia utilizada.
está relacionado com o comporta- Todos esses aspectos do CO são fa-
mento grupal, incluindo tópicos co- cilmente percebidos nas organiza-
mo normas, papéis, construção de ções.
equipes e conflito e, nesse sentido, Contudo, existem também as-
baseia-se na contribuição de soció- pectos invisíveis e profundos do CO,
logos e de psicólogos sociais. Toda- como percepções e atitudes indivi-
via, o comportamento de um grupo duais, normas grupais, interações
de pessoas não pode ser compreen- informais e conflitos interpessoais e
dido apenas pela soma das ações dos intergrupais que dificilmente são
indivíduos agindo sozinhos. O com- percebidos nas organizações, mas
portamento grupal é diferente do que dinamizam e influenciam o
comportamento individual. Essa ca- comportamento de pessoas e
racterística torna-se mais visível em grupos.
casos extremos, como quando uma São várias as definições para
gangue de rua ataca cidadãos ino- CO, abaixo temos algumas sintetiza-
centes, por exemplo. Quando agem das por Chiavenato:
sozinhos, os membros da gangue  CO pode ser definido como a
raramente se engajam em tal com- compreensão, predição e ges-
portamento. Nas organizações, as tão do comportamento huma-
pessoas agem não só como indiví- no nas organizações (LU-
THANS, 2002).
duos, mas também como membros
 O CO é um campo de estudo
de grupos. voltado para prever, explicar,
Assim, necessitamos estudar o compreender e modificar o
comportamento sob esses dois ân- comportamento humano no
gulos. Por outro lado, um dos de- contexto das empresas. O CO

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
enfoca comportamentos ob- questões práticas no sentido de aju-
serváveis (conversar, traba- dar pessoas e organizações a atingir
lhar), lida com ações internas níveis elevados de dessempenho
(pensar, perceber e decidir),
nunca antes alcançados. Sua aplica-
estuda o comportamento das
pessoas (como indivíduos ou bilidade está em simultâneamente
membros de unidades sociais buscar aumentar a satisfação das
maiores) e analisa o compor- pessoas no trabalho e elevar os pa-
tamento dessas unidades drões de competitividade e de suces-
maiores (grupos e organiza- so da organização.
ções) (WAGNER III; HOL- O CO adota uma abordagem
LENBECK, 1998).
contingencial. O CO procura iden-
 CO é o estudo dos indivíduos e
grupos nas organizações. tificar as diferentes situações orga-
 CO é o campo de estudos que nizacionais para que se possa lidar
investiga o impacto que indiví- com elas, extraindo o máximo pro-
duos, grupos e estrutura orga- veito. O CO utiliza a abordagem
nizacional têm sobre o com- situacional, já que não existe uma
portamento dentro das orga- maneira única e exclusiva de lidar
nizações, com o propósito de com as organizações e com as pes-
aplicar tais conhecimentos pa-
soas. Tudo depende das circunstân-
ra melhorar a eficácia orga-
nizacional (ROBBINS, 2001). cias, e nada é fixo ou imutável.
 O CO é o estudo e a aplicação O CO utiliza métodos científi-
do conhecimento sobre como cos. O CO desenvolve e testa empiri-
as pessoas atuam dentro das camente hipóteses e generalizações
organizações. Trata-se de uma sobre a dinâmica do comportamento
ferramenta humana para be- nas organizações. Os fundamentos
nefício humano (DAVIS,
científicos do CO se baseiam em
1981).
uma metodologia de pesquisa siste-
Características mática.
O CO ajuda a lidar com as pes-
O CO apresenta características soas nas organizações. O objeti-
próprias e marcantes. Trata-se de vo básico do CO é ajudar as pessoas
uma área do conhecimento humano e organizações a se entenderem cada
vital para a compreensão do funcio- vez mais. O CO é fundamental aos
namento das organizações. As prin- administradores que dirigem orga-
cipais características do CO são: nizações ou unidades delas, assim
O CO é uma disciplina científi- como é indispensável a toda pessoa
ca aplicada. O CO está ligado a que pretenda ser bem-sucedida na

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
sua atividade com as organizações, comportamento individual e grupal
dentro ou fora delas. nas organizações. Nesse sentido, o
O CO recebe contribuições de CO pode ser definido como a com-
várias ciências comportamen- preensão, predição e gestão do com-
tais. Como ciências políticas, antro- portamento humano nas organi-
pologia, psicologia, psicologia social, zações.
psicologia organizacional, sociolo- Chiavenato deixa bem claro
gia, sociologia organizacional etc. que o comportamento organizacio-
Na realidade, o CO é uma área inter- nal não se confunde com a adminis-
disciplinar que utiliza conceitos ofe- tração? Ele corresponde ao lado hu-
recidos por várias ciências sociais. mano da administração, mas não à
totalidade da administração. A ad-
ministração envolve abordagens de
processos, sistemas, gestão do co-
nhecimento, contingência etc. O
profissional de administração preci-
sa conhecer o CO em profundidade
para ser bem-sucedido em suas
atividades. O CO tampouco se con-
funde com a psicologia organizacio-
Fonte: nal. As ciências sociais (antropolo-
https://br.pinterest.com/ gia, sociologia e, especialmente, a
psicologia) fizeram uma contribui-
O CO está intimamente relacio- ção significativa aos fundamentos
nado com vários campos de teóricos e de pesquisa do CO. A
estudo. Como a teoria das organi- estrutura organizacional e os proce-
zações (TO), o desenvolvimento or- ssos administrativos (como decisão
ganizacional (DO) e a gestão de pes- e comunicação) assumem um papel
soas ou administração de recursos importante no CO, mas secundário
humanos (ARH). Em comparação na psicologia organizacional (PO).
com essas disciplinas, o CO tende a Nas duas ilustrações abaixo
ser teoricamente orientado para o temos as contribuições das ciências
nível micro de análise, na medida sociais ao CO e as relações entre este
em que utiliza as abordagens teóri- e outras disciplinas correlatas.
cas das ciências comportamentais As contribuições das ciências
para focalizar principalmente o sociais ao CO:

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Fonte: Adaptado de Robbins (2001)

As relações entre CO e outras disciplinas correlatas:

Fonte: Adaptado de Robbins (2001)

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Níveis e Modelo pal e intergrupal. Busca en-


contrar formas de socialização
O Comportamento Organiza- que incentivam a cooperação
cional aborda três diferentes níveis entre as pessoas, a melhoria da
de comportamento nas organiza- produtividade em grupo e as
ções: combinações de aptidões entre
1. Macroperspectiva do CO Trata membros de uma equipe que
do comportamento do sistema aumentam o desempenho do
organizacional como uma to- grupo.
talidade. É o que chamamos de 3. Microperspectiva do CO -Tra-
comportamento macro-orga- ta do comportamento do indi-
nizacional. Refere-se ao estu- víduo ao trabalhar sozinho na
do dos comportamentos de or- organização (WAGNER III,
ganizações inteiras. A aborda- HOLLENBECK, 1998). Rece-
gem macro do CO se baseia em be o nome de comportamento
como comunicar, liderar, pro- micro-organizacional. Em fu-
porcionar decisões, lidar com nção de suas origens, a micro-
estresse e conflito, proporcio- perspectiva do CO apresenta
nar negociação, tipos de poder uma orientação fortemente
e política e coordenar ativida- psicológica. Focaliza as dife-
des de trabalho (WAG-NER renças individuais e persona-
III, HOLLENBECK, 1998). lidade, percepção e atribuição,
2. Perspectiva intermediária do motivação e satisfação no tra-
CO - Trata do comportamento balho. As pesquisas nessa área
de grupos e de equipes na or- enfocam os efeitos das apti-
ganização. Recebe o nome de dões sobre a produtividade
comportamento meso organi- das pessoas, as motivações
zacional, pois funciona como pessoais para o desempenho
ligação entre as outras duas das tarefas, a satisfação no tra-
perspectivas do CO. Focaliza o balho e o modo como os indiví-
comportamento das pessoas duos sentem e percebem o seu
que trabalham em grupos ou local de trabalho.
em equipes. A perspectiva in- Ver a figura abaixo:
termediária do CO se baseia
em pesquisas sobre equipes e Os três níveis de abordagem
empower ment, dinâmica gru- do comportamento organizacional

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
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até o entendimento integral do com-
portamento dentro das organiza-
ções. Esses três níveis são análogos a
blocos de construção: cada nível é
construído sobre o anterior. O con-
ceito de grupo deriva do nível básico
do indivíduo, e o modelo vai se so-
Fonte: Chiavenato (2004, p. 10) brepondo às limitações estruturais
sobre os níveis do indivíduo e do
O Modelo de CO grupo para chegar ao nível do com-
portamento organizacional.
Toda ciência necessita de algu- Os três níveis caracterizam
ma forma para representar concei- três variáveis independentes que são
tos que ela tenta explicar. Para isso, as principais determinantes das va-
a ciência utiliza modelos. A adoção riáveis dependentes. Assim, as va-
de modelos facilita a explicação de riáveis independentes estão situadas
determinados fenômenos comple- nos níveis do sistema organizacio-
xos. Um modelo é uma abstração da nal, do grupo e do indivíduo. Antes
realidade ou uma representação si- de explicar cada um deles, observe a
mulada de um fenômeno real. Uma ilustração abaixo:
maquete de prédio é um modelo,
tanto quanto um organograma de
empresa. Um manequim em uma
vitrine de loja de roupas é um mode-
lo, tanto quanto a fórmula financeira
“ativos = passivo + patrimônio
líquido”.
O modelo permite representar
a realidade de uma maneira mais Variáveis no nível do sistema
simples e inteligível. Para compre- organizacional: O CO alcança seu
ender sistemicamente o CO, Chiave- nível mais elevado de sofisticação
nato utiliza um modelo constituído quando somamos a estrutura formal
de três níveis de análise: individual, ao conhecimento do comportamen-
grupal e organizacional. to dos indivíduos e dos grupos.
À medida que se caminha do Assim como os grupos são
nível individual para o nível organi- mais do que a soma dos seus mem-
zacional, vão-se somando os níveis bros individuais, a organização tam-

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
bém é mais do que a soma dos gru- cisão individual, a aprendizagem e a
pos ou unidades que a compõem. O motivação.
desenho organizacional, a cultura Além disso, o modelo envolve
organizacional, os processos de tra- variáveis dependentes que consti-
balho, as funções, políticas e práti- tuem os fatores fundamentais que se
cas de gestão de pessoas da organi- pretendem explicar ou medir e que
zação como o processo de recruta- são afetados pelas variáveis inde-
mento e seleção, programas de trei- pendentes. As variáveis dependen-
namento, métodos de avaliação do tes são cinco: produtividade, absen-
desempenho etc. têm um forte im- teísmo, rotatividade, satisfação com
pacto sobre as variáveis dependen- o trabalho e cidadania organizacio-
tes. nal. Vejamos cada uma delas:
Variáveis no nível do grupo: O
comportamento das pessoas é dife- Produtividade
rente quando elas trabalham sozi-
Uma das maiores preocupa-
nhas ou em grupos. O comporta-
ções no estudo do CO é a produti-
mento do grupo é mais do que a
vidade que a organização alcança
soma das ações dos indivíduos que
por meio de pessoas, de grupos e de
fazem parte dele. O passo seguinte
toda a instituição. As organizações
para a compreensão do CO é o estu-
estão sempre procurando descobrir
do do comportamento grupal.
os fatores que influenciam e melho-
Variáveis no nível do indiví-
ram a eficiência e a eficácia dos
duo: As organizações dependem de
indivíduos, dos grupos e da organi-
pessoas para poder funcionar. As
zação como um todo. Uma organiza-
pessoas ingressam na organização
ção é produtiva quando consegue
com determinadas características
atingir seus objetivos, transforman-
pessoais e individuais que vão in-
do seus insumos ou entradas em
fluenciar o seu comportamento no
resultados cada vez maiores e com o
trabalho: características biográficas,
mais baixo custo possível. A produti-
formação e capacitação, valores, ati-
vidade é uma medida de desempe-
tudes, personalidade e emoções. Es-
nho que inclui a eficiência e a eficá-
sas características pouco podem ser
cia. A eficiência significa o uso ade-
alteradas pelo esforço de gerencia-
quado dos recursos disponíveis - ou
mento. Além disso, existem outras
seja, a ênfase nos meios e processos.
características individuais que afe-
A eficácia significa o alcance de me-
tam o comportamento das pessoas,
tas e objetivos previamente defini-
como a percepção, a tomada de de-

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dos ou seja, a ênfase nos fins e re- Se uma organização tem 100
sultados. pessoas e seu absenteísmo é de 5%,
Assim, uma empresa é eficaz ela pode contar com apenas 95 pes-
quando consegue satisfazer com su- soas em seu cotidiano. Nas organiza-
cesso as necessidades de seus clien- ções industriais baseadas em linhas
tes e é eficiente quando o faz com de montagem na produção, o absen-
baixo custo. Se uma empresa conse- teísmo provoca interrupção do tra-
gue atender melhor seus clientes balho, uma enorme perda de quali-
aumentando os contatos diários ou dade e até mesmo a completa parali-
reduzindo seus preços, ela aumenta sação da fábrica ou da empresa. A
a sua eficiência. Se a empresa amplia organização não pode operar nor-
suas metas de vendas ou de partici- malmente e alcançar seus objetivos
pação no mercado, ela eleva a sua se as pessoas não comparecem para
eficácia. trabalhar.

Absenteísmo Rotatividade

Outra preocupação das orga- As organizações também se


nizações está na redução do absen- preocupam com a redução da rotati-
teísmo. O absenteísmo representa o vidade ou turnover. A rotatividade
não comparecimento das pessoas ao representa a constante entrada e
trabalho, seja por faltas voluntárias saída de pessoas da organização, se-
(por decisão pessoal) ou involuntá- ja voluntária (quando a demissão é
rias (por motivos de força maior). O fruto de decisão pessoal do funcio-
absenteísmo tem um custo elevadí- nário) ou involuntariamente (quan-
ssimo: seu valor anual foi estimado do o desligamento resulta de decisão
em mais de 40 bilhões de dólares da organização). Um índice elevado
nas empresas norte-americanas e 12 de rotatividade - ingressos e desliga-
bilhões de dólares nas empresas ca- mentos de pessoas provoca um au-
nadenses, enquanto na indústria mento de custos em recrutamento,
alemã representa mais de 60 bilhões seleção e treinamento. Esses custos
de marcos a cada ano. A ausência de em geral são elevadíssimos: uma
um dia de um funcionário adminis- média de 15.000 dólares por fun-
trativo pode custar 100 dólares à cionario nas empresas americanas.
organização em termos de redução Além disso, a rotatividade provoca
da eficiência e aumento da carga de ruptura na eficiência da organiza-
trabalho do supervisor. Isso signifi- ção, quando pessoas experientes e
ca perda de produção e prejuízos.

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
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treinadas deixam a empresa e fica Satisfação no Trabalho
difícil ou demorado encontrar subs-
titutos e treiná-Ios para assumir a Muitas organizações preten-
posição vaga. A cada pessoa que sai, dem construir um excelente lugar
torna-se necessária a sua substi- para trabalhar.
tuição. A satisfação no trabalho é mais
A rotatividade quase sempre uma atitude do que um comporta-
representa a perda de pessoas que a mento, mas nem por isso deixa de
organização não gostaria de perder. ser uma importante variável depen-
Quando ela se torna muito alta, isso dente por duas razões: ela reflete
pode significar que a organização uma relação com fatores de dessem-
está perdendo seu capital humano penho e com preferências de valores
para outras organizações, concor- defendidos por pesquisadores do
rentes ou não. Todavia, uma certa CO.
rotatividade pode ser positiva e até A satisfação no trabalho é a di-
criar condições para a organização ferença entre as recompensas rece-
substituir funcionários de fraco de- bidas pela pessoa e aquilo que ela
sempenho por outros mais compe- acredita merecer ou deseja receber.
tentes e motivados, aumentar as A convicção de que as pessoas satis-
oportunidades de promoções e feitas são mais produtivas do que
trazer ideias novas à organização. insatisfeitas com o trabalho sempre
Além disso, em um mundo mutável foi uma espécie de doutrina durante
e dinâmico, um pouco de rotativi- muitos anos, devido a certas evidên-
dade voluntária permite aumentar cias nessa relação causal. As organi-
a flexibilidade organizacional, redu- zações devem preocupar-se não ape-
zindo a necessidade de demissões nas com a quantidade
por parte da organização quando os Produtividade elevada e bens
negócios sofrem desaceleração. materiais, mas também com a quali-
Em certas ocasiões em que a dade de vida no trabalho. A satisfa-
empresa precisa cortar custos ou ção é um objetivo legítimo de uma
reduzir seu tamanho para adequar- organização, pois está relacionada
se ao mercado quando as vendas com o absenteísmo e a rotatividade.
estão baixas e consequentemente Além disso, pesquisadores com for-
cortar pessoas, são oferecidos pro- tes valores humanistas defendem
gramas de incentivo à demissão que a organização tem a responsa-
voluntária (CHIAVENATO, 2004). bilidade de oferecer empregos que

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
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sejam estimulantes e intrínseca- mônio da empresa, respeitando as
mente gratificantes às pessoas. leis e regulamentos, e sendo toleran-
tes com ocasionais aborrecimentos e
Cidadania Organizacional imposições decorrentes do trabalho.
É um comportamento discri-
cionário que não faz parte das exi- Utilidade do CO
gências funcionais de uma pessoa,
Toda organização envolve uma
mas que ajuda a promover o funcio-
infinidade de interações internas e
namento eficaz da organização. As
externas para realizar suas opera-
organizações estão procurando pes-
ções, agregar valor e alcançar seus
soas que façam coisas adicionais que
objetivos. Para ser bem- sucedida, a
não constem de suas tarefas formais.
organização precisa lidar com vários
A evidência mostra que as or-
parceiros do negócio.
ganizações que contam com indiví-
O campo de estudo do Com-
duos assim apresentam melhor de-
portamento Organizacional ajuda
sempenho em comparação com as
gerentes, dirigentes, consultores, fa-
outras. Por essa razão, o estudo do
cilitadores e pessoas que trabalham
CO preocupa-se com o comporta-
em organizações a lidar com assun-
mento de cidadania organizacional
tos organizacionais e a melhorar a
como uma variável dependente. As
eficácia das organizações. Um ge-
organizações bem-sucedidas preci-
rente que compreenda CO está mais
sam de pessoas que façam mais do
preparado para conhecer situações
que os seus deveres normais e apre-
de trabalho, lidar com problemas or-
sentem desempenho além das ex-
ganizacionais e ajudar pessoas e gru-
pectativas. Como nas organizações
pos a alcançar seus objetivos de ma-
bem-sucedidas as tarefas são cada
neira mais eficaz.
vez mais realizadas em equipe e a
Segundo Lorsch (1987 apud
flexibilidade é um fator importante,
Chiavenato, 2004, p. 18) a utilidade
elas necessitam de pessoas que ado-
do CO consiste em:
tem um comportamento de boa ci-
1. Permitir uma maneira de pen-
dadania, oferecendo-se voluntaria-
sar sistemicamente sobre o
mente para tarefas extraordinárias,
comportamento de pessoas e
ajudando os colegas em suas equi-
de grupos em trabalho organi-
pes, fazendo declarações positivas
zado e integrado.
sobre o trabalho de seu grupo e de
2. Oferecer um vocabulário de
sua organização, evitando conflitos
termos e conceitos que com-
desnecessários, cuidando do patri-

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
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partilhem, discutam e anali- indivíduos independentes do nível
sem claramente experiências hierárquicos no intuito de aplicação
do trabalho. de novas teorias, ferramentas e ade-
3. Propor um conjunto de técni- quação aos novos desafios tecnoló-
cas para lidar com problemas e gicos, estas podem ser denominadas
oportunidades que ocorrem de organizações de aprendizagem.
em situações de trabalho. Segundo Wagner III e Hollen-
4. Desenvolver estratégias ade- beck (2003 p. 432) as organizações
quadas para melhorar a quali- que aprendem recorrem ao pensa-
dade de vida no trabalho e nas mento crítico e à análise rigorosa
organizações. dos dados da realidade para garantir
5. Criar condições para tornar as uma margem competitiva sustenta-
organizações mais eficazes e vel em longo prazo em relação às de-
competitivas de maneira sus- mais organização do seu ramo. Ma-
tentável. riani e Silva (2004) ressaltam, en-
tretanto, que as organizações gera-
Sem dúvida, o conhecimento doras de conhecimento ainda são
do CO é de importância capital para raras.
quem deseja trabalhar em organiza- De acordo com Gomes (1994,
ções, administrá-Ias, invéstir nelas p. 15), a empresa moderna tem pro-
ou contatá-las. curado formas de possibilitar a força
humana através de projetos, que
A Aprendizagem do Compor- visam ao desenvolvimento de habili-
tamento Organizacional como dades duradouras, respeitando os
Diferencial Competitivo motivos individuais para alcança-
rem os motivos legítimos. E todo o
Segundo Mariani e Silva (200 segredo da gerência das pessoas es-
4) as organizações de aprendizagem tará na compreensão dos mecanis-
são aquelas organizações preocupa- mos que determinam seus compor-
das em construir um futuro de tamentos. Não é fácil, porém diag-
aprendizado para si mesmo e as pes- nosticar a causa ou as causas res-
soas que as compõe. As organiza- ponsáveis por determinado compor-
ções que conseguem resolver os pro- tamento, havendo, portanto, o peri-
blemas e conseguem acompanhar as go da psicologização amadora.
mudanças, aproveitando as oportu- Isso leva a entender que para
nidades futuras através da geração obter vantagem competitiva as em-
de novos conhecimentos a todos os presas devem antecipar o futuro,

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
estando à frente do seu tempo. Por tos e comportamentos, é maior do
isso é preciso que todas as pessoas que a nossa capacidade de interpre-
estejam abertas ao novo saber, bus- tar e avaliar os acontecimentos.
cando novas habilidades nessessá- Pode-se perceber que se faz
rias aos novos tempos. necessário cada vez mais a percep-
Sumatra e Bartlett (1998, p. ção por parte dos indivíduos que
216) observaram que os processos compõe a organização de um com-
de transformação corporativa bem portamento inovador e empreen-
sucedida dos processos fracassados dedor na busca de um aprofunda-
eram diferenciados por duas distin- mento e uma utilização mais eficaz
ções básicas. Sendo a primeira volta- das descobertas e dos conhecimen-
da a um bom planejamento e a se- tos científicos desenvolvidos nas or-
gunda que os gerentes das organiza- ganizações de aprendizagem, neces-
ções bem sucedidas reconheceram sárias à obtenção de vantagem com-
que a transformação está mais para petitiva.
uma função de comportamento in- Percebe-se também que atra-
dividual do para as estratégias, es- vés da evolução do conhecimento,
truturas e sistemas introduzidos muda-se o comportamento tanto
pela alta administração. dos responsáveis pela organização
Segundo Vergara (2000 p. 32) como dos colaboradores que fazem
em um ambiente no qual a adminis- parte dela.
tração da mudança inclui a necessi- O enfoque sistêmico na admi-
dade de administrar surpresas, as nistração quando trata dos seus re-
empresas, frequentemente, se veem cursos humanos poderá ser analisa-
diante da necessidade de aprender da ao nível do comportamento so-
com seus próprios erros. Essa capa- cial, sendo a sociedade vista como
cidade de aprender continuamente um macrossistema permitindo as-
tem identificado muitas empresas sim uma visualização de maior com-
como o que se convencionou chamar plexidade entre a sociedade e a or-
de learning organization, organiza- ganização a qual está inserida e suas
ções de aprendizagem. interações, visualizando-se assim
Fazendo uma breve análise é uma categoria ambiental no estudo
possível resumir que é necessário do comportamento organizacional e
um comportamento de contínuo individual.
aprendizado porque a velocidade No nível do comportamento
com que a tecnologia e o volume de organizacional poderá ser entendido
informações evolui e modifica hábi- como um sistema onde a organiza-

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
ção é vista na sua totalidade intera- O que se faz necessário é uma
gindo com o ambiente ao qual está maior integração entre os pesquisa-
inserida, sendo visualizada como dores e estudiosos do comporta-
uma categoria ambiental do com- mento organizacional como direto-
portamento individual. E no nível res, gerentes e colaboradores das or-
comportamental individual, o indi- ganizações para a melhor utilização
víduo é visto como um subsistema, desses conhecimentos, com maior
onde se permite fazer uma análise de profundidade científica, isto é,
vários conceitos sobre comporta- transformar a pesquisa teórica na
mento, motivação, aprendizagem prática, buscando a aproximação
com a finalidade de compreender das instituições voltadas ao ensino,
melhor a natureza do ser humano. pesquisa e extensão com as organi-
A Evolução do conhecimento zações denominadas produz-toras.
da administração procura eviden- As mudanças constantes exi-
ciar que o campo do comportamento gem de todos os indivíduos um com-
organizacional e individual evoluiu promisso com a melhoria contínua
de um conceito voltado nas estrutu- em busca de novas e melhores ma-
ras e processos de pequenos grupos, neiras de realizar o trabalho e as or-
para uma perspectiva de grandes ganizações devem estas em constan-
sistemas, organizações e seus am- te criação de novos produtos e ser-
bientes cada vez mais complexos, viços. Faz-se necessário no momen-
buscando contribuir para a compre- to atual investir em formação e re-
ensão e adaptação aos novos proble- ciclagem de competências, criando
mas relacionados com o trabalho assim um comportamento e uma re-
criando possibilidades diversas de lação de interdependência onde as
intervir na busca de solução dos organizações que dependem de
mesmos. profissionais altamente motivados e
A utilização eficiente e eficaz competentes, e estes precisam delas
do conhecimento proporcionado e para se realizarem (MARIANI; SIL-
disponibilizado através das diversas VA, 2004).
teorias desenvolvidas passa a consti-
tuir um recurso válido para as orga-
nizações e seus indivíduos, criando
assim vantagem competitiva para
aquelas que primeiro utilizarem este
conhecimento.

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2. Fatores que Influenciam no Comportamento Or-


ganizacional

Fonte: Pinterest2

E m outro momento do curso vi-


mos que o trabalho em equipe é
áreas, aproximando as pessoas
e contribuindo para o cresci-
mento;
de fundamental importância em al-
gumas organizações, já que essa po-  O conhecimento flui melhor
quando se trata de uma equi-
de ser uma forma de trabalho mais
pe, facilitando assim a inova-
participativa saudável e produtiva. ção;
Pode-se citar como caracteres-  Criar oportunidade para que o
ticas do trabalho em equipe: exercício de liderança seja des-
 A quebra da rigidez da hierar- pertado nos membros. Além
quia em empresas comparti- de contribuir para um com-
mentadas, o que facilita a co- prometimento, um espírito de
municação interna; cooperação, aprendizagem e
 A reunião da diversidade dos transformação.
conhecimentos em diferentes

2 Retirado em https://br.pinterest.com/

19
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Para que se configure como para a execução eficaz do trabalho


um trabalho em equipe, este deve realizado em equipe. Comunicação é
manter liderança compartilhada e os a transmissão de uma informação de
membros devem se integrar com o uma pessoa para a outra e compar-
objetivo de agregar conhecimento. O tilhada por ambas. Para a comuni-
trabalho é contínuo e a própria equi- cação efetiva, o receptor deve com-
pe impõe suas metas propostas pela preender e interpretar a informação
organização. Nas reuniões, valoriza- dada. Comunicar é, então, tornar co-
se o diálogo e a realização de dinâmi- mum a mais de uma pessoa a infor-
cas para solucionar problemas. Faz- mação, pois toda comunicação en-
se uma avaliação direta dos produ- volve, no mínimo, duas pessoas: a
tos, e as ações são decididas e imple- que transmite e a que recebe a
mentadas em conjunto. informação.
Pode-se dizer que uma equipe Bowditch (2004) diz que os
é formada considerando e comparti- significados da mensagem surgem a
lhando princípios ideias e ideais, partir da interação social, por isso o
não apenas pela execução das tare- significado da informação se altera
fas que envolvem o trabalho. Cons- de acordo com a própria informação
troem-se valores éticos que contri- e com seu contexto. Para melhor en-
buem para comportamentos de tender esse processo deve-se consi-
respeito e solidariedade para com as derar: quem está comunicando a
pessoas da equipe, dando qualidade quem, ou seja, quais são os papéis
aos relacionamentos. O diálogo é a dessas pessoas; a linguagem e os
principal ferramenta que a equipe símbolos utilizados na comunicação,
utiliza para uma interação entre as os quais permitem que a informação
pessoas com pensamentos diferen- passada seja compreendida; o canal
tes. Isso contribui para a aprendiza- de comunicação utilizado, e como a
gem coletiva, que possibilita o cres- informação é recebida através desse
cimento individual e permite ainda canal (escrita ou falada); o conteúdo
que o conhecimento produzido cir- da comunicação, ou seja, boas ou
cule dentro da organização (CHIA- más notícias, estranhas ou família-
VENATO, 2005). res; características interpessoais do
Ainda de acordo com Chiave- transmissor e se em sua relação com
nato (2005), a comunicação é tida o receptor existe confiança, influên-
como prioridade em empresas que cia entre outros e em qual contexto a
buscam o sucesso no mercado, sem- comunicação acontece, se é entre
do um fator de grande importância setores ou no mesmo setor.

20
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Existe ainda o que podemos se tem credibilidade em algumas


definir como as quatro funções bási- pessoas do que em outras, tende-se
cas da comunicação interpessoal: a a acreditar mais em informações
primeira é o controle, que esclarece vindas de quem conhecemos; a loca-
informações, implanta normas e lização física, que diz da proximi-
estabelece relações de autoridade e dade entre o transmissor e o recep-
responsabilidade. A segunda é a in- tor e o layout entre departamentos,
formação que serve como base para promovendo a distância entre as
tomadas de decisão. A terceira fun- pessoas também são fatores que difi-
ção é de motivação, que ajuda obter cultam a comunicação.
cooperação e compromisso para Para melhorar a eficácia da
com as metas e objetivos. Por últi- comunicação deve-se apoiar em du-
mo, a emoção para expressar senti- as habilidades básicas: a habilidade
mentos e emoções (BOWDIT-CH, de transmissão, que diz da capacida-
2004). de de se fazer compreender por ou-
De acordo com o mesmo au- tras pessoas, fazendo uso da língua-
tor, o objetivo de uma comunicação gem e de símbolos que sejam impor-
eficaz é o entendimento. Mas nem tantes para a comunicação e a habili-
sempre esse objetivo é alcançado. dade de escutar, que é a capacidade
Um exemplo é quando uma pessoa de entender os outros, prestando
está falando, passando informações atenção sendo empático e fazer uma
ou fazendo uma pergunta, a outra leitura da linguagem corporal e dos
pessoa que deveria estar escutando- sinais não verbais (BOWDITCH,
a não o faz e sim se prepara para 2004).
responder às perguntas. Com isso O feedback é um outro fator
não se escuta a mensagem como um que contribui de forma significativa
todo e falta uma comunicação efeti- para uma comunicação eficaz na or-
va entre elas. Existem barreiras físi- ganização. Feedback é o processo
cas, interpessoais e intrapessoais pelo qual o receptor da mensagem se
que atrapalham a comunicação efe- comunica de volta com o transmi-
tiva, tais como a sobrecarga de infor- ssor, e geralmente envolve uma ava-
mações, que ocorre quando temos liação (positiva ou negativa) do que
mais informações do que somos ca- foi dito ou feito. Dificuldades como
pazes de utilizar; o tipo de informa- fazer crítica no trabalho realizado
ção passada, que pode colocar em por um subordinado, dizer que não
conflito os valores e crenças da pes- alcançou o objetivo esperado impe-
soa; a fonte de informações, já que dem o processo do feedback. Porém,

21
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

julga-se fundamental a comunica- dade de interação e de convivência


ção através desse processo, pois ele com pessoas com comportamentos
auxilia o transmissor a avaliar se a diferentes dos seus. No ambiente
forma com que está se comunicando organizacional tende-se a pensar
e passando informações está ade- que as pessoas façam sempre o que é
quada, se precisa melhorar ou ainda esperado, mas nem sempre isso
quando o feedback for positivo ajuda ocorre, deixando-as confusas e sur-
ao transmissor perceber que a forma presas diante do acontecido. Isso
como as informações são transmiti- ocorre porque as pessoas não são
das estão adequadas (SCHERME- como máquinas que funcionam iso-
RHORN, 1999). ladas, pois a interação afeta o fun-
Fazendo-se uso da linguagem cionamento de cada um e de todos,
adequada, fornecendo informações alterando desta forma o desempe-
claras, utilizando diferentes canais nho esperado pela equipe ou por
que estimulem a percepção de re- cada membro dela.
ceptor e sempre que possível fazer De acordo com a mesma au-
comunicação face a face e dar feed- tora, nas organizações onde se tra-
back positivo ou negativo são fatores balha em equipe, a interação entre
fundamentais que contribuem para seus membros ocorrem em dois
a comunicação efetiva e eficaz do níveis: o primeiro é o nível da tarefa,
trabalho em equipe (BOW-DITCH, das atividades que são visíveis e
2004). observáveis que são acordadas com
Outro fator importante no o grupo e abrange os esforços feitos
bom desempenho do trabalho em para se atingir os objetivos definidos
equipe é a relação interpessoal e para a atividade. O segundo é o nível
interação dos componentes desta. O sócio-emocional que envolve as sen-
processo de interação está presente sações e sentimentos diversos que
em toda organização e interfere na surgem no grupo ou já existiram,
realização das atividades e com isso contribuindo para os processos in-
nos resultados esperados. terpessoais e manutenção do grupo.
Segundo Moscovici (1994) Na relação construída pelo
nesse processo aparecem surpresas, grupo surgem divergências por
frustrações, acontecimentos inespe- membros do grupo terem percep-
rados que causam desconforto e ções diferentes, pois, cada pessoa
insegurança, mesmo quando as ati- traz suas características, personali-
vidades são planejadas. Esses im- dade, crenças e valores e se compor-
previstos contribuem para a dificul- tam de acordo com eles, o que con-

22
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

tribui para que surjam conflitos na algumas empresas além de evitar


equipe, uma questão inerente ao conflitos, esse método reforça senti-
grupo já que não é possível satisfazer mentos de segurança entre os mem-
todas as necessidades e desejos de bros da equipe. Apesar da sua eficá-
cada integrante da equipe. Porém, o cia aparente, existe o risco de uma
conflito pode ser funcional ou dis- diminuição da criatividade e de
funcional de acordo com a intensi- novas ideias, já que nesse tipo de
dade, evolução, contexto e como é grupo a concordância entre os mem-
tratado. bros é alta e julga-se inapropriado
Sendo assim, um conflito pode discordar do mesmo (MOSCOVICI,
não causar danos ou prejuízos e ter 1998, p.148).
funções como estimular o interesse e
a curiosidade do grupo para oposi- A Cultura Organizacional
ções, tirando-o da posição estagnada
que o equilíbrio que a concordância Cada empresa ou organização
traz para o grupo e leva-o a mudan- estrutura-se socialmente, com seus
ças pessoais, sociais e grupais. Não sistemas de valores. Essa cultura or-
existe uma forma padronizada para ganizacional distribui-se em carac-
se resolver os conflitos. Deve-se terísticas básicas (ROBBINS, 2002,
compreender a dinamicidade do p. 498), e que se definem por: inova-
conflito e suas variáveis, pois é ne- ção e assunção de riscos, atenção aos
cessário antes de tudo tentar fazer detalhes, orientação para os resulta-
um diagnóstico da situação confli- dos, orientação para as pessoas,
tuosa para se fazer algum plano de orientação para a equipe, agressivi-
ação. Divergências interpessoais, dade e estabilidade. Cada empresa
natureza das diferenças e estágio de valorizará mais uma dessas carac-
evolução são variáveis que devem terísticas em detrimento a outra.
ser avaliadas para um diagnóstico Definirá com tais opções a cultura
mais preciso e uma melhor forma de dominante na empresa. Para este
lidar com o conflito (MOSCOVICI, mesmo autor, a cultura organizacio-
1998). nal também é a argamassa social que
Enfim, os conflitos estão sem- une a empresa por intermédio de va-
pre presentes dentro de um grupo. lores compartilhados, alinha as pes-
Porém, pode-se evitar alguns destes soas em um sistema de valores, essa
formando grupos com pessoas que cultura pode ser forte ou fraca, in-
tenham pontos de vistas, valores, fluindo diretamente na união entre
metas e métodos parecidos. Em seus membros e a empresa.

23
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Por outro lado, os valores soas, identificando três domínios:


compartilhados são mais marcantes autonomia, responsabilização e co-
quando os integrantes da organiza- municação. Nesta mesma linha de
ção possuem maior autonomia, re- raciocínio, Fleury e Fleury (2004)
sultado do empowerment. Significa apontam ainda a competência soci-
que os valores são presentes na vida al, a comunicação, a negociação e o
das pessoas da empresa por uma trabalho em equipe.
questão de opção. A cultura organi- Entretanto, Noer (1997) e
zacional dominante, quando contri- Covey (2005) apresentam a ideia do
bui para o crescimento da empresa é que mantém a empresa unida, em
sem dúvida um ativo intangível, termos de uma metáfora: a definem
difícil de mensurá-lo. Contudo esse como uma cola, essa cola, Fleury
ativo pode passar a passivo quando chama de sinergia, dentro do traba-
surgem as mudanças, sejam elas lho em equipe, então estaria associa-
ocasionadas pelas fusões ou inova- da a essa competência social. Ambos
ções tecnológicas. Podem se tornar também coincidem que a responsa-
barreiras, uma vez em que a máxima bilização em relação à organização
de trabalhar como antes já não ve- deve-se mais pela lealdade para com
nha a ser o suficiente para a empre- a equipe de trabalho do que a uma vã
sa. Logo, quanto mais forte uma expectativa de promoção ou desvios
cultura organizacional, poderá tor- de politicagem ou tentativas de en-
nar-se se uma grande barreira con- ganar o chefe que obstruem a força
tra as mudanças. de trabalho da equipe.
Covey (2005) salienta ainda
As Competências que o caráter dentro da organização
é que trará a confiança necessária e
Dentro da organização, Zafi- sine qua non para o crescimento da
rian (2001) diferencia cinco tipos de organização. Partindo- se do princí-
competências: competências sobre pio de Covey (2005) e Noer (1997),
processos, competências sobre téc- pode-se concluir que a competência
nicas, competências sobre a organi- social precede às demais competên-
zação, competências de serviço e cia, uma vez que está intimamente
competências sociais. Estas últimas ligada a autonomia do indivíduo, ao
são discutidas também por Noer seu caráter e vontade em desempe-
(1997) a qual se define como o saber nhar sua tarefa.
ser, incluindo atitudes que susten- De acordo com Covey (2005),
tam os comportamentos das pes- seriam as qualidades primárias hu-

24
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

manas: autoconsciência ou autoco- cional, e nesse processo em que as


nhecimento, imaginação e consciên- organizações propõem instaurar as
cia e volição ou força de vontade. modificações necessárias para ga-
Portanto, em um nível existen- rantir a vantagem competitiva, as
cial, há que se compreender que as pessoas se tornam predispostas a ex-
organizações são abstrações com- pandir continuamente sua capacida-
partilhadas uma vez que só há pes- de de criar o resultado, com pensa-
soas, compostas pela soma de seus mentos novos, e aspirações coletivas
comportamentos individuais, den- para aprenderem a aprender juntas.
tro de limites resolvidos em comum Assim, Fiol e Lyles (1985 apud
acordo. Pode-se, então visualizar as Franco e Santos, 2010) definem a
organizações atribuindo-lhes as aprendizagem como um processo de
qualidades humanas pertinentes em melhoria que permite o desenvolvi-
suas respectivas maneiras de agir. mento de ações organizacionais por
meio de novos conhecimentos e
A Aprendizagem Organiza- compreensões, no nível individual e
cional organizacional, ressaltando que o
aprender não consiste apenas na
Embora a aprendizagem orga- aquisição do conhecimento, mas em
nizacional já tenha sido apresentada como utilizá-lo.
no tópico sobre vantagem competiti- Baldwin e Foro (1987 apud
va, vale discutir um pouco mais so- Franco e Santos, 2010) apresentam
bre esse fator a partir da compre- a aprendizagem organizacional co-
ensão de outros autores. mo o processo que deve ser utiliza-
Segundo Franco e Santos (20 do, mantido e preservado ao longo
10), a concepção de aprendizagem do tempo para incrementar a trans-
organizacional emerge em decor- ferência e generalização do aprendi-
rência das constantes transforma- zado em todos os níveis da organiza-
ções do mundo contemporâneo, ção. Já Senge (1990) afirma que a
provocando uma necessidade de aprendizagem organizacional é su-
mudança permanente nas organiza- perior ao somatório de todo apren-
ções. Dessa forma, a aprendizagem dizado individual.
organizacional é concebida como Ainda nessa concepção, Na-
uma alternativa para enfrentar os dler, Gestein, Shaw et al (1993) defi-
desafios da mudança constante. nem a aprendizagem organizacional
A aprendizagem organizacio- como a capacidade que uma organi-
nal consiste na mudança organiza- zação possui para agregar conheci-

25
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

mentos a partir de sua experiência e terações sociais, em que o ambiente,


da experiência dos outros, e modifi- as tarefas e a cultura se transformam
car seu funcionamento conforme pela ação das pessoas. Conforme de-
seus conhecimentos Argyris e Schön fine Cardoso (2002), é a utilização
(1996 apud Franco e Santos, 2010) pelas organizações dos mecanismos
definem que a aprendizagem orga- que geram conhecimento para adap-
nizacional é um conjunto de práti- tar suas rotinas a novas culturas,
cas e comportamentos que ajuda a processos de memorização do co-
organização a superar o processo nhecimento e experiências. Para Ca-
básico e simples de manutenção do sey (2005), aprendizagem organiza-
conhecimento, focando para o ques- cional pode ser compreendida como
tionamento do aprendizado, revi- um processo em que ocorre aqui-
sando os seus princípios. sição, interpretação e distribuição
de informações que formam a me-
mória organizacional.
Percebe-se, então, que a dinâ-
mica da aprendizagem organizacio-
nal ainda constitui-se num dessafio
para as organizações, visto serem
necessárias modificações comporta-
mentais e atitudinais para interna-
lizar seus conceitos e proposições
Fonte: https://medium.com/ (FRANCO; SANTOS, 2010).
De acordo com estudos de
Para Klein (1998 apud Franco Caldas e Vilas Boas (2004), a organi-
e Santos, 2010), a aprendizagem zação possui uma cultura própria,
organizacional é a capacidade que que a difere das demais. Muitas ve-
uma organização possui para criar, zes sendo a sua identidade um fator
difundir e incorporar um novo co- de coesão entre seus membros. Essa
nhecimento nos seus produtos, ser- identidade coletiva estabelece-se
viços e sistemas. A aprendizagem or- por um sistema de valores, atitudes
ganizacional deve ser capaz de solu- e expectativas compartilhadas. A
cionar o dilema de conferir inteli- aprendizagem organizacional deco-
gências e capacitações de aprendiza- rre da socialização de novos integra-
gem a uma entidade não humana. ntes a essa equipe.
O processo de aprendizagem Um indivíduo que passe a
organizacional dá-se a partir de in- integrar essa coletividade, então pa-

26
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

ssa a compartilhar desse sistema de de competências por processos rea-


valores. Será aceito ou não, confor- tivos ou pró-ativos.
me sua adaptação no meio. Robbins No nível da organização após a
(2002) define essa socialização em efetivação do comportamento oco-
três estágios, pré-chegada, encontro rre a disseminação e memorização
e metamorfose. Depois de decorrida pelos demais integrantes da empre-
a metamorfose, o indivíduo passa a sa. De acordo com Senge (1999), a
obter resultados como a produtivi- organização caracterizada como a-
dade e o comprometimento. Após tal prendiz, ou seja, que se envolve no
situação, o indivíduo introjetou as aprendizado organizacional como
normas da organização. um processo contínuo, deve refletir
Entretanto, a aprendizagem sobre seus sistemas, deve ter habili-
organizacional é definida como um dade pessoal, deve possuir modelos
processo contínuo, sem um fim esta- mentais, visão compartilhada e a-
belecido. Portanto, a organização prendizado em equipe. Dixon (1994
não é estática em sua concepção co- apud Caldas e Vilas Boas, 2004), por
mo uma empresa, mas dinâmica e sua vez destaca quatro postulados
essa dinâmica vem a tornar o proce- para as organizações: estímulo de
sso da aprendizagem uma contínua inovações, aplicação das lições
adaptação aos modelos que surgem. aprendidas, implementação da um-
Fleury e Fleury (2004) apresentam dança e desafio de pressuposições.
os níveis onde pode ocorrer a apren- O aprendizado ocorre a todos
dizagem organizacional, nível do in- os instantes na empresa, partindo
divíduo, nível do grupo e nível da do individual para o coletivo. Não há
organização. aprendizado coletivo sem que ocorra
Entretanto, o processo de o aprendizado interior de seus inte-
aprendizagem organizacional envol- grantes. Senge (1999) estabelece
ve a compreensão do que ocorre no uma diferença entre o aprendizado e
ambiente externo e interno da orga- o treinamento, sendo que aprendi-
nização bem como a adoção de no- zado é resultado da predisposição
vos comportamentos que compro- em aprender a todo momento ao
vam a efetividade do aprendizado. passo que o treinamento é um traba-
Desta compreensão, em nível do in- lho executado fora do contexto, e
divíduo, para a efetivação do com- episódico.
portamento ocorre a aquisição de Starkey (1997) apresenta que
conhecimentos e desenvolvimento uma empresa que busca desenvol-
vimento contínuo de seus integram-

27
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

tes, como estratégia, atinge por con-  Busca ativa das informações
sequência o desenvolvimento da or- do ambiente onde se inserem;
ganização. Tal desenvolvimento  Sistema de informações preci-
resulta em uma autotransformação sos e com formato que facilita
o uso.
contínua. Ou seja, para a empresa
está passa a estar apta a enfrentar as Portanto a aprendizagem é
mudanças, e carrega em seu bojo a uma dinâmica. Vem a preencher as
estratégia do auto aprimoramento. deficiências que a empresa enfrenta
A partir desse conceito com- ao longo de seu trabalho.
preende-se que a organização está E como acontece o ciclo da
construindo seu futuro. A cultura aprendizagem organizacional? Co-
organizacional estrutura-se em ca- mo um processo contínuo a aprendi-
racterísticas básicas, diferentemente zagem organizacional e mudança
de Robbins (2002, p. 499), Terra (19 são descritas da seguinte maneira
99, p. 57) aponta outras caracterís- por Fleury e Fleury (2004): estraté-
ticas básicas que tornam a empresa gia influi e é influenciada pela a-
mais voltada par a aprendizagem or- prendizagem, a aprendizagem influi
ganizacional, sejam elas: e é influenciada pela competência, a
 O reconhecimento explícito do competência influi e é influenciada
valor econômico do conheci-
pelos recursos, o qual influi na estra-
mento;
tégia. Quanto a recursos, Fleury e
 A capacidade de questionar
valores, cultura e mudar o Fleury (2004) definem também os
comportamento; recursos humanos em questão, a
 Capacidade de desenvolver o qual passa para uma gestão de pes-
knowwhy, além do know-how; soas. Entretanto, também apresen-
 Estímulo à experimentação e tam uma gestão do conhecimento, a
aprendizado através da dete- qual é a responsável pela aprendiza-
cção de erros;
gem organizacional de acordo com a
 Habilidade criadora;
figura:
 Habilidade em compartilhar
insights, experiências e infor-
mações individuais;
 Capacidade em articular co-
nhecimentos conceituais so-
bre uma experiência;
 Utilização da capacidade cria-
tiva de seus funcionários;

28
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Portanto, o conhecimento pas- Noer (1997), em uma linha de


sa pelas fases de aquisição e desen- pensamento semelhante à Fleury e
volvimento, disseminação e memo- Fleury (2004) e Dixon e Ross (1999),
rização para prosseguir em um novo apresenta o modelo LTM (Learning
desenvolvimento ou aquisição. Di- Tactics Model), Modelo de táticas de
xon e Ross (1999, p. 504 apud Cal- aprendizado. Desenvolvido em
das e Vilas Boas, 2004) definem o 1992, é disposto em quatro táticas,
ciclo da aprendizagem organiza- cada qual com seu processo: agir,
cional da seguinte maneira: pensamento, sentimento e acesso
O ciclo de aprendizagem orga- aos outros. Na tática do “agir”, defi-
nizacional: nem-se interpretar a vida pela ação,
1. Ampla geração de informa- confiar na atividade e aprender
ções, é a criação do conheci- fazendo. Quanto a tática do “pensa-
mento, não pode haver barrei- mento”, significa interpretar a vida
ras neste levantamento, um pela análise racional, confiar nos
banco de dados que permeie a fatos e aprender pelas estratégias. A
organização para constatar a Tática do “sentimento” abrange in-
realidade da organização. Pos- terpretar a vida pelos sentimentos,
sivelmente onde se realiza a confiar nos sentimentos, aprender
detecção dos erros. pelas próprias emoções e dos outros.
2. Integração e disseminação, A tática de acesso aos outros,
por intermédio do diálogo, en- significa interpretar a vida pelo que
tre os setores da organização, os outros introduzem, confiar na
onde se busca a interpretação interação e aprender com os outros.
coletiva das informações. Chegando aos últimos fatores
3. Interpretação coletiva é o em- uma organização está sempre na
tendimento da equipe sobre a condição de aprendiz, ou seja, uma
organização. empresa para se manter competi-
4. Autoridade para assumir e tiva, deve buscar sua constante atua-
responsabilidade para agir, é a lização e revisão de seus métodos de
decisão propriamente dita, ou trabalho.
sua execução. Noer (1997) enfatiza a partici-
pação dos líderes face às transfor-
mações e o cenário de mudanças. A-
presenta a ideia que uma autotran-
sição é o caminho para a agilidade
necessária na empresa. Parte do

29
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

pressuposto que nenhuma mudança aprendiz evita a responsabilização


pode ocorrer na organização se não em cima da individualidade de seus
ocorrer individualmente em cada integrantes, mas focaliza o sistema,
um de seus integrantes. perante problemas surgidos procura
Para essa mudança ou capa- solucioná-los e não procura respon-
cidade de reação à mudança ocorrer sáveis. Como no behaviorismo, bus-
como uma organização aprendiz, ca aumentar o reservatório de op-
faz-se necessária a atuação do líder ções, aprendendo a aprender (NO-
como um facilitador da transição. ER, 1997, p. 141). O aprendizado de-
Tal facilitação vem a ser operacio- corre muitas vezes de fracassos dos
nalizada, semelhantemente descrito quais podem se extrair ações posi-
por Fleury e Fleury (2004) e Dixon e tivas, a inovação por sua vez valoriza
Ross (1999), como em um processo. o ensaio e erro, tolerando mais o en-
Noer vem chamar o conceito de lide- saio do que o erro, mas ambos tor-
rança a um processo no qual há a nam possível o aprendizado na orga-
participação de toda a equipe para a nização (CALDAS; VILAS BOAS,
consecução dos objetivos. Esse autor 2004).
defende, portanto que o processo de
facilitação ocorra em primeira ins-
tância na própria pessoa, por um in-
sight de si mesmo, pelo autoconhe-
cimento. Em um segundo momento
no grupo de trabalho, por intermé-
dio de uma competência interpes-
soal, e fechando o ciclo, para um no-
vo reinício tem-se a aplicação na or-
ganização, pela habilidade em esti-
mular o diálogo coletivo.
Evidentemente que a respon-
sabilidade individual e coletiva são
características essenciais em todo
processo!
Dentro da cultura organizacio-
nal de cada empresa há uma prepon-
derância entre um ou outro modo de
encarar a responsabilidade na orga-
nização. Uma cultura organizacional

30
31
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

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