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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Sã o

Paulo - Capital.
[Nome e qualificação completa da autora], por meio de seu advogado infra-
assinado, vem, respeitosamente à presença de V.Exa. para, com fulcro nos artigos
2º, 3º, 4º, 6º, 14, 20, 30, 31, 35, 37, 47, todos do Có digo de Defesa do Consumidor,
artigos 300 e 497 do Có digo de Processo Civil, bem como todas as demais normas
aplicá veis à espécie, propor a presente
Ação ordinária de obrigação de fazer com pedidos de dano moral e de tutela
de urgência
Contra [Nome e qualificação da Universidade], o que faz segundo os elementos
de fato e argumentos de direito abaixo expendidos:
1. Dos fatos
A autora é acadêmica no curso de arquitetura e urbanismo mantido pela ré, desde
janeiro de 0.000, conforme consta das có pias dos relató rios de avaliaçõ es por notas
e frequência, cujo contrato de prestaçã o de serviços educacionais encontra-se
extraviado, contudo depreende-se do conjunto probató rio anexado, que as partes
mantêm vigente um contrato de prestaçã o de serviços educacionais.
Esclarece-se que a autora recebeu o registro acadêmico – RA nº 000000000 e
passou a frequentar regularmente o curso.
Em 00/00/0000, a autora celebrou acordo para pagamento de mensalidades em
atraso, para que estivesse em situaçã o regular, pois segundo os critérios da ré,
apenas poderiam fazer a rematrícula, os alunos que nã o tivessem valores
pendentes do ano letivo de 0.000.
No momento da celebraçã o do acordo, a autora indagou sobre a realizaçã o da
matrícula, e lhe foi dito por preposto da ré, que em 24 (vinte e quatro) horas sua
rematrícula poderia ser feita, sem problemas, perante o sistema intranet, ante à
novaçã o da dívida.
Veja Exa., que desde o dia 00/00/0000, a autora tentou insistentemente fazer a
rematrícula via internet, sendo que sempre se deparou com a frase emitida pelo
sistema intranet da ré: “A rematrícula nã o pode ser realizada via internet”.
Cansada de tentar e esperar a liberaçã o de sua rematrícula, a autora imprimiu a
prova da negativa e procurou a Secretaria da ré, que informou ter ocorrido um
problema quanto aos seus registros de avaliaçã o, onde constava que ela estaria
reprovada, no ano letivo de anterior.
Neste particular, a ré falhou, pois a autora era aluna do Campus Vila Mariana, em
Sã o Paulo-SP, mantido pela ré e requereu transferência para o campus ABC (Sã o
Bernardo do Campo-SP), sendo que seu histó rico de notas e frequência do Campus
Vila Mariana havia sido desprezado pela Secretaria do Campus ABC, o que iludiu o
sistema a considerar a reprovaçã o da autora. (Docs. J.)
Diante de fato de tal gravidade, a autora procurou o Diretor do Campus ABC, que
prometeu resolver o problema, como de fato resolveu e, ainda, questionado pela
autora, o Sr. Diretor informou que assim que regularizado o problema dos
registros acadêmicos de notas e frequência, seria possível fazer a rematrícula e que
poderia frequentar regularmente o campus e que avisaria os professores para que
nã o houvesse qualquer restriçã o.
Desta forma, assim que foi informada pela ré, que o sistema intranet teve o
problema solucionado, a autora o acessou, e foi surpreendida com o comunicado
que as matrículas estavam encerradas. (Doc.j), desde o dia 00/00, p.p..
Por isso, a autora procurou o mesmo Diretor que “prometeu” que era possível
fazer a rematrícula sem maiores problemas, apó s à celebraçã o do acordo e este
informou agora, que o problema não poderia ser resolvido.
É importante informar também, que a autora foi submetida a vá rios
constrangimentos, pois como seu acesso pelas catracas de acesso ao campus onde
estuda, que é feito mediante um cartã o magnético, estava bloqueado, tinha que se
explicar aos seguranças da portaria, todas as vezes em que frequentou as aulas
apó s o início dos problemas, ou seja, praticamente todos os dias de aula.
O mais grave nesse episó dio é que todas as vezes em que foi abordada, a autora foi
humilhada, pois era dito em alto e bom som, que o motivo do impedimento era
porque ela nã o pagava, o que vá rias vezes ocorreu na presença de terceiros, fatos
que causaram, em alguns dias, até um mal estar físico na autora, que está grávida.
(Doc.j.)
Voltando ao ponto central, na data de ontem (00/00/0000), a autora recebeu um
telefonema de um funcioná rio da portaria do campus onde estuda, informando que
nã o seria mais admitido o seu ingresso ao campus e que se ela insistisse,
passaria por constrangimentos maiores.
A partir do momento em que a autora percebeu que sua situaçã o causada pela ré
em relaçã o no seu caso nã o havia sido corrigida e, que estava impedida de
frequentar as aulas pela falta de rematrícula e, ainda, que consequentemente
perderia todo o ano letivo de 0000, procurou o subscritor da presente, que
prontamente enviou notificaçã o extrajudicial mediante mensagem eletrô nica
(Doc.j.) dirigida ao Exmo. Sr. Diretor do Campus ABC, mas nenhuma resposta foi
obtida por meio dessa intervençã o.
Diante disso, a autora se sentiu lesada, pois atende à exigência contratual (Clá usula
0ª, §§ 1º e 2º do Contrato de prestaçã o de serviços educacionais), da adimplência
das mensalidades do ano de 2.010, conforme demonstram os comprovantes de
pagamento do acordo feito e realizados até a presente data. (Doc.j.)
Com efeito, a autora também se sentiu lesada, principalmente porque nã o lhe foi
informado de nenhuma forma, que o prazo para o pagamento da rematrícula, que
iniciava, segundo o Calendá rio Acadêmico ora anexado, no mês de janeiro, tinha
um término e que apó s certa data nã o haveria a possibilidade de realizar a
rematrícula, de forma definitiva, até porque nã o constava dos avisos constantes do
referido Calendá rio. (Doc.j)
Note Exa., que durante a realizaçã o de acordo entre as partes para pagamento de
mensalidades em atraso do ano letivo anterior, segundo foi informado à autora,
haveria a possibilidade de ser realizada a rematrícula, que só nã o foi realizada
desde logo pela autora, tendo em vista o erro no registro de suas informaçõ es
acadêmicas e porque as rematrículas foram encerradas, sem houvesse a
informaçã o prévia desse encerramento.
Ademais, vá rios colegas de sua turma e de outras turmas, durante o período em
que a autora já estava impedida de fazer a rematrícula, também ainda nã o haviam
feito, mas pelo fato de problemas concernentes à falta de documentaçã o, mas
segundo informado pelo pró prio Diretor, esses alunos teriam sua rematrícula
garantida.
Para piorar, a autora teve informaçõ es da secretaria, que a rematrícula poderia ser
feita, no caso dos alunos que nã o apresentaram todos os documentos, até junho do
corrente ano e essa informaçã o gerou ainda mais inconformismo.
Neste aspecto, a autora se sentiu tratada de forma desigual, pois a falta da
apresentaçã o de documento (s) exigidos para rematrícula é irregularidade e
impede a rematrícula, sendo que a ré, in casu, permite a rematrícula desses alunos
a qualquer tempo e nã o a sua, que nã o encontra ó bice contratual ou legal para sua
negativa, diferentemente do caso dos outros referidos alunos.
Nã o bastasse, a autora ainda frequentou o curso desde o início das aulas do ano
letivo atual, assinando a lista de presenças até a presente data, bem como fazendo
todos os trabalhos acadêmicos requeridos pelos Professores.
Por tais razõ es, a autora nã o vê alternativa, senã o invocar a tutela jurisdicional do
Estado, para que nã o seja impedida de realizar a rematrícula para o curso de
arquitetura e urbanismo, no ano letivo atual, perdendo os dias frequentados e os
trabalhos realizados, bem como para garantir seu acesso ao Campus ABC, por
evidente falta de previsã o legal ou contratual para o comportamento da ré.
Também fundamenta a interposiçã o desta açã o, o fato que o período de provas se
iniciará em 00/00/0000 (Segunda-feira próxima) e a autora teme que possa ser
ainda mais prejudicada, o que justifica o pedido de tutela antecipada.
2. Do Direito
2. Da aplicação do Código de Defesa do Consumidor
A autora é destinatá ria final dos serviços educacionais ofertados pela ré, razã o pela
qual é considerada consumidora, nos termos do que preceitua a Lei
consumerista[1], a doutrina e a assentada jurisprudência.
Na qualidade de pessoa jurídica prestadora de serviços, a ré é considerada
fornecedora, a teor do que preconiza o artigo 3º do Có digo de Defesa do
Consumidor[2].
Desta forma, o contrato de prestaçã o de serviços educacionais firmado entre as
partes, instrumentalizou uma relaçã o de consumo pura, haja vista o
enquadramento legal dos contratantes/partes e, por isso, a aplicaçã o das regras
legais contidas no Có digo de Defesa do Consumidor é medida que se impõ e.
2.1. Da ofensa ao direito à informação
O principal argumento desta açã o é a inexistência da disponibilizaçã o à autora, de
informaçõ es a respeito do prazo final e fatal para a realizaçã o da rematrícula do
ano letivo de 0000.
Um prazo final para a realizaçã o da rematrícula, conforme o contrato firmado
entre as partes e o calendá rio acadêmico da ré, nã o existe, o que a torna apta a
realizar a pretendida rematrícula.
No mais, no canal de comunicaçã o ordinariamente usado entre as partes (Sistema
intranet), também nã o havia qualquer mençã o de prazos ou mesmo sançõ es em
relaçã o ao seu nã o obedecimento.
Nã o bastasse a falta de informaçõ es sobre a data limite e as sançõ es pelo seu
descumprimento, a autora ainda foi induzida em erro quanto à possibilidade de
ser rematriculada, pois o pró prio Diretor da ré informou que isso era possível apó s
o dia 00/00/0000, o que nã o se confirmou.
Assim, pela falta de zelo na divulgaçã o de uma informaçã o de relevante interesse
dos alunos, já que implicava na impossibilidade de continuidade de um curso em
que, claramente, as pessoas pretendem concluir totalmente, deve ser a autora ser
obrigada a realizar a rematrícula da autora, pois a situaçã o adquiriu cará ter lesivo,
ante a falta de qualquer amparo legal ou jurídico para a negativa de rematrícula.
Vemos também que a informaçã o prestada pelo Diretor da unidade ABC, no
sentido que havia sim a possibilidade de fazer a rematrícula até o dia 00/00/0000,
a induziu ainda mais a interpretar que nã o haveria problemas para a realizaçã o do
procedimento de renovaçã o da matrícula.
Em vá rios contatos telefô nicos, o Diretor da Unidade ABC dizia que a matrícula
seria realizada, sem problemas, o que nã o ocorreu e, desta forma, levando em
conta que a boa-fé objetiva do contrato foi atingida, visto os atos praticados pelos
prepostos da ré.
Segundo a regra contida no artigo 4º, inciso III, do Có digo de Defesa do
Consumidor, a política de relaçõ es de consumo imposta legalmente, leva em
consideraçã o o fato que nas relaçõ es de consumo deve sempre prevalecer a
segurança, principalmente jurídica, transparência, boa-fé e equilíbrio entre as
partes, vejamos o texto da lei:
“Art. 4º A Política Nacional das Relaçõ es de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saú de e segurança, a proteçã o de seus interesses econô micos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relaçõ es de
consumo, atendidos os seguintes princípios:
[...]
III - harmonizaçã o dos interesses dos participantes das relaçõ es de consumo e
compatibilizaçã o da proteçã o do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econô mico e tecnoló gico, de modo a viabilizar os princípios nos
quais se funda a ordem econô mica (art. 170, da Constituiçã o Federal), sempre com
base na boa-fé e equilíbrio nas relaçõ es entre consumidores e fornecedores;”
(grifo nosso)
Interpretando o artigo supra-transcrito em conjunto com os elementos de fato
envolvidos neste caso, temos que nã o houve segurança jurídica e transparência na
relaçã o, pois a autora, por nã o receber informaçõ es sobre uma data limite para a
realizaçã o de sua rematrícula e pelo fato que houve um erro da própria ré no
registro errô neo de certas informaçõ es acadêmicas, que a impossibilitou de fazer a
rematrícula no período em que ficou disponível e, por isso, ela ficou à sua pró pria
sorte.
Além disso, a falta de transparência acaba por resvalar nas questõ es do
equilíbrio na relaçã o de consumo e na boa-fé objetiva, que devem estar implícitas
na relaçã o, pois o que parece é que a falta de informaçõ es é proposital, para que os
alunos nã o tenham condiçõ es de saber exatamente, como cumprir suas obrigaçõ es
acadêmicas.
O Có digo de Defesa do Consumidor ainda traz mais dispositivos que sustentam o
pleito da autora, pois o artigo 6º, incisos III e IV, do referido codex preceitua:
“Art. 6º Sã o direitos bá sicos do consumidor:
[...]
III - a informaçã o adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificaçã o correta de quantidade, características, composiçã o, qualidade e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem.”
IV - a proteçã o contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e clá usulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços;” (grifo nosso)
Vemos de forma cristalina, que as informaçõ es sobre os serviços prestados pelo
fornecedor devem ter seus detalhes esclarecidos, ou seja, in casu a informaçã o
sobre a impossibilidade de fazer a rematrícula apó s uma certa data nã o foi
informada, de modo que podemos considerar que as informaçõ es que deveriam ser
prestadas, inexistiram.
O impedimento da rematrícula apó s certa data, certamente constituía um risco
contido na relaçã o de consumo existente entre as partes, que nã o foi adequada e
claramente exposto.
Aliá s, podemos interpretar como publicidade enganosa, a mensagem do sistema
intranet do site mantido pela ré, que afirmou somente que nã o poderia ser
realizada a rematrícula, na forma automá tica.
Oras, se nã o pode ser automá tica a rematrícula, podemos extrair interpretaçã o que
ela poderia ser feita da forma convencional, apenas traçando um silogismo reverso.
Indo além, temos que essa interpretaçã o encontra respaldo legal no artigo 47 do
Có digo de defesa do Consumidor[3], pois como regra o dispositivo legal citado, as
clá usulas do contrato sã o interpretadas sempre de maneira mais favorá vel ao
consumidor e, pela mensagem ter natureza jurídica contratual, podemos sim,
interpretar que a mensagem do sistema mostrava existir outra forma de realizaçã o
da rematrícula, mas isso nã o correspondeu ao que de fato ocorreu.
A responsabilidade legal da ré pela falta da prestaçã o de informaçõ es insuficientes,
é preconizada pelo artigo 14 do CDC, cuja transcriçã o vemos abaixo:
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparaçã o dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestaçã o dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
Vemos que para usufruir dos serviços contratados, a autora deveria efetivar a
rematrícula, mas nã o há histó rico de que o prazo final tenha sido suficiente e
adequadamente veiculado aos alunos e, principalmente à autora, sendo, por isso,
obrigada a permitir sua rematrícula, até porque lhe foi informado que a matrícula
pelo sistema intranet poderia ser feito até 00/00/0000, mas nã o lhe foi informado,
a partir de que dia nã o seria possível fazê-lo definitivamente.
Tal obrigaçã o decorre da interpretaçã o do artigo 20 do Có digo de Defesa do
Consumidor, que transcrevemos:
“Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os
tornem impró prios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade com as indicaçõ es constantes da oferta ou mensagem
publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;”
Podemos considerar que o fato de nã o ter sido informada do prazo final para a
realizaçã o da rematrícula e a mensagem de que esse procedimento nã o poderia ser
feita de forma automá tica e ainda a informaçã o que o procedimento poderia ser
feito de forma virtual até o dia 00/00/0000, bem como pela natureza contratual
das mensagens e informes veiculados pela ré, nã o há como interpretar de outra
forma, senã o pela sua inteira responsabilidade pelo fato da autora ter “perdido” o
prazo.
Indo além, a pró pria ré gerou a indisponibilidade da matrícula, pois efetuou um
registro errado de notas da autora, o que gerou toda a situaçã o.
Ainda sobre a informaçã o prestada pelo site, de que era impossível fazer a
rematrícula, apenas de forma automá tica é uma informaçã o precisa e obriga a
ré[4][5], ao cumprimento forçado da obrigaçã o de permitir a realizaçã o do
procedimento pelos meios convencionais, sob pena de consagrarmos a falta de
equilíbrio e a transparência nas relaçõ es de consumo, institutos que estã o contidos
no instituto da boa-fé objetiva.
A jurisprudência do TJ/SP, também dá guarida à tese apresentada pela autora, pois
as restriçõ es nã o podem ser apresentadas apenas no momento em que já se
convalidaram, ou seja, nã o pode haver surpresa na relaçã o de consumo, como em
um jogo ou uma aposta.
Confira-se o teor dos julgados abaixo, transcritos do sítio eletrô nico do site do
TJ/SP, onde grifamos os pontos de concentraçã o:
“Apelaçã o 0263690-69.2007.8.26.0100
Relator (a): James Siano
Comarca: Sã o Paulo
Órgão julgador: 5ª Câ mara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/04/2011
Data de registro: 27/04/2011
Ementa: APELAÇAO CÍVEL - Sentença de parcial procedência a açã o de obrigaçã o
de fazer, para coberturas de material e tratamento médico ao segurado. Alegaçã o
do plano de saú de de nã o cobertura. Inconsistência. Aplicaçã o do CDC. Cobertura
devida pela apelante. O contrato de consumo, do tipo prestaçã o de assistência
médica e hospitalar, nã o pode ficar adstrito à s regras normais dos contratos de
natureza civil ou comercial, uma vez que o seu objeto é a vida e a saú de das
pessoas, normalmente fragilizadas quando necessitam de atendimento. Dever da
contratada de explicitar de maneira clara, precisa e objetiva as restrições
possíveis, no momento da contratação e não simplesmente apresentar as
objeções no momento em que for acionada a cumprir regras ordiná rias de
proteçã o à vida e saú de dos contratantes. Decisã o mantida. Recurso improvido.”
“Apelaçã o 9144891-54.2006.8.26.0000
Relator (a): Á lvaro Torres Jú nior
Comarca: Sã o Paulo
Órgão julgador: 20ª Câ mara de Direito Privado
Data do julgamento: 14/03/2011
Data de registro: 26/04/2011
Outros números: 991060327058
CONTRATO - Prestaçã o de serviços - Hipó tese em que o réu celebrou contrato de
prestaçã o de serviços educacionais, no que tange ao período letivo do segundo
semestre do ano de 2002, mas a autora pretende a cobrança de débito relativo à s
matérias de dependência - Réu comprovou o bloqueio da matrícula de semestre
letivo em razã o das matérias de dependência - Autora nã o exibiu o contrato
relativo à s matérias de dependência, nem comprovou a matrícula nessas matérias -
Também nã o comprovou ter informado previamente o aluno sobre a necessidade
de cursar as matérias de dependência como pré-requisito para freqü entar o
semestre seguinte do curso de Administraçã o - A autora nã o deveria ter
encaminhado o boleto de pagamento de uma rematrícula para um semestre
normal ao réu, uma vez que, segundo seus regramentos, ele nã o poderia cursar o
pró ximo semestre sem antes aqueles relacionados - O art. 4º, inciso III, do CDC,
impõe o dever de boa fé nas relações - Consumidor tem o direito de ser
informado prévia e adequadamente sobre a prestação de serviços - Litigâ ncia
de má -fé - Alteraçã o da verdade dos fatos - Ocorrência - Autora nã o fez referência à
cobrança de matérias de dependência na petiçã o inicial, mas somente em réplica -
Indenizaçã o de 20% e multa de 1%, ambas as penas calculadas sobre o valor da
causa - Admissibilidade - Honorá rios de advogado - Arbitramento em R$ 600,00 -
Reduçã o - Inviabilidade - A eqü idade nã o autoriza se fixem em valor aviltante os
honorá rios por sucumbência - Manutençã o da decisã o de primeiro grau, com a
adoçã o de seus fundamentos como razã o de decidir- Recurso desprovido.”
Ante ao exposto, deve ser a ré, com base nos elementos de fato apresentados e nos
dispositivos legais invocados, obrigada a fazer a rematrícula da autora para o ano
letivo de 0000, mediante o pagamento do valor respectivo.
2.2. Do dano moral
A situaçã o que a ré colocou a autora não pode ser enquadrada no que a
doutrina classifica como mero aborrecimento, uma vez que ocasionou severos
dissabores, em vista de uma postura digna de repulsa, da ré, que causou todo o
problema.
Lamentavelmente a autora da açã o sofreu grande desgosto, humilhaçã o, sentiu-se
desamparada, impotente, ao ter que se explicar, mesmo apó s a regularizaçã o
financeira, toda vez que entrava pela portaria do Campus onde estudava, fato que
perdurou ininterruptamente por muitos dias.
A afliçã o e o descontentamento sã o maiores neste caso, em vista que a autora
estava grá vida e estava mais susceptível a alteraçõ es emocionais, chegando a ter
um episó dio onde teve um mal-estar por ter que ficar cobrando a Direçã o da
Universidade ré por uma soluçã o, que era legalmente obrigató ria.
Veja Excelência, que a autora passava por inadimplente mesmo apó s ter
regularizado sua situaçã o financeira e, na portaria, quase todas as vezes, terceiros
ouviam que constava que a autora nã o poderia entrar.
O telefonema recebido pela autora onde foi informada que nã o poderia mais
adentrar ao Campus da ré onde estudava, foi para que nã o fosse mais constrangida
ainda, mas a Universidade ré, que causou todo o problema, nã o fez nada para
auxiliar ou mesmo para que os funcioná rios da Portaria fossem informados que a
autora estava em processo de regularizaçã o da matrícula.
O que de fato ocorreu é que a Universidade ré nã o quis resolver o problema que
causou e deixou a autora com os danos, que consistiram na humilhaçã o em ser
considerada inadimplente, a humilhaçã o em ter que se explicar na portaria do
Campus da Universidade ré, da falta de providências para evitar esses referidos
danos e da negativa em solucionar o problema, que se deu através de telefonema
da Universidade ré, impedindo seu acesso à s aulas.
Desses fatos é fá cil extrair a interpretaçã o que foram mú ltiplas as situaçõ es em que
a autora teve sua paz de espírito alterada de forma exagerada e indevida e nã o
concorreu com qualquer das situaçõ es, já que apó s ter regularizada sua situaçã o
financeira, nada poderia impedí-la na realizaçã o da rematrícula.
Por tais absurdas razõ es, a autora é merecedora do recebimento de uma
indenizaçã o por danos morais.
Segundo a doutrina de Maria Helena Diniz, o dano moral “é a dor, angústia, o
desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo que sofre a vítima de
evento danoso, pois estes estados de espírito constituem o conteú do, ou melhor, a
conseqü ência do dano”. Mais adiante: “o direito nã o repara qualquer padecimento,
dor ou afliçã o, mas aqueles que forem decorrentes da privaçã o de um bem jurídico
sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente” (Curso de Direito
Civil – Reponsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 18ª ed., 7ºv., c.3.1, p.92).
Os artigos 186[6] e 927[7] do Có digo civil, constituem só lida base jurídica para,
interpretados à luz dos fatos narrados, concedem o direito da autora no
recebimento de uma justa indenizaçã o a ser arbitrada por Vossa Excelência.
A omissã o voluntá ria da ré afrontando a boa-fé objetiva das relaçõ es de consumo,
afrontando o princípio da informaçã o e transparência, praticou ato omissivo ilícito,
atraindo a aplicaçã o os artigos de lei acima citados.
Assim, é inegá vel a responsabilidade do fornecedor dos serviços educacionais, no
caso a Universidade ré, pois os danos morais são também aplicados como
forma pedagógico-punitivo-compensatória, ou melhor, de modo que a
sensação ruim seja compensada e a lição seja sentida a contento através da
tríplice função do instituto da indenização por dano moral.
Para fixar o valor indenizató rio do dano moral, deve o juiz observar as funçõ es
ressarcitó rias e punitivas da indenizaçã o, bem como a repercussã o do dano, a
possibilidade econô mica do ofensor e o princípio de que o dano nã o pode servir de
fonte de riqueza desproporcional.
Seguindo tais premissas, o montante de R$ 20.000,00 (Vinte mil reais) equivale a
uma justa indenizaçã o por danos morais no presente caso, tendo em vista que nã o
enriquece a parte autora e adverte a parte ré, além de punir na gradaçã o adequada,
frente à gravidade e pluralidade dos danos causados.
Assim, como ao final requer-se, a açã o deve ser julgada totalmente procedente
para, também, condenar a requerida no pagamento de uma indenizaçã o do
importe mínimo de R$ 20.000,00 (Vinte mil reais).
3. Da inversão do ônus da prova
Como já é de entendimento pacífico na lei, doutrina e jurisprudência, a autora, na
condiçã o de consumidora é considerada a parte mais vulnerá vel da relaçã o de
consumo.
Note-se, que a ré é uma das maiores instituiçõ es de ensino do país e a autora, uma
simples acadêmica em arquitetura e urbanismo.
Destarte, a ré é quem detém o poder sobre a situaçã o, impedindo que a autora faça
algo por si, até porque nã o existem registro das informaçõ es verbais prestadas por
seus prepostos, que logicamente jamais prestariam depoimento em desfavor da ré.
Por isso é de rigor que se aplique o instituto da inversã o do ô nus da prova, a fim
de, no plano processual, homenageie-se o equilíbrio e a igualdade entre as partes,
com fundamento no artigo 6º, inciso VIII, abaixo exposto:
“Art. 6º Sã o direitos bá sicos do consumidor:
[...]
VIII - a facilitaçã o da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegaçã o ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordiná rias de
experiências;”
Diante do que foi exposto, bem como pelos elementos de fato e prova trazidos e a
legislaçã o aplicá vel na hipó tese, deve ser deferida a inversã o do ô nus da prova,
para que prevaleça a igualdade processual das partes.
4. Do pedido de tutela de urgência
A autora já está há mais de um mês tentando administrativamente, fazer sua
rematrícula e tem enorme receio que a falta de registro oficial de suas presenças
pode lhe ser prejudicial, pois as provas de seu curso começam dia 00/00/0000, ou
seja, na pró xima segunda-feira.
Esse fato lhe causa enorme alteraçã o de seu estado de espírito é o fato que o
período de provas se iniciará e sua situaçã o perante a instituiçã o ré pode lhe
impedir de realizar as avaliaçõ es perió dicas e, com isso, haveria grave prejuízo no
cumprimento de suas obrigaçõ es curriculares, até agora cumpridas rigorosamente.
Também é imprescindível repetir que a autora está impedida de adentrar no
estabelecimento de ensino da ré, o que lhe causa enorme constrangimento pessoal,
pois estaria exposta à presença de funcioná rios e colegas de classe, caso tentasse.
No ponto de vista legal, para que se evite danos de natureza irrepará vel ou de
difícil reparaçã o, necessá rio que seja deferido à autora, a tutela de urgência.
Para o deferimento da tutela antecipada a autora demonstra que todos os
requisitos necessá rios para sustentar uma decisã o nesse sentido existem.
No requisito prova inequívoca, temos que os documentos juntados informam que a
autora é matriculada perante a instituiçã o ré, que está adimplente no ano anterior
e que tentou fazer a rematrícula, sem sucesso.
A verossimilhança das alegações pode ser auferida nã o só pela concatenaçã o ló gico-
fá tica apresentada, mas também pelos documentos probató rios que ora se
colaciona.
O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação é evidente, pois se a
situaçã o perdurar mais um dia, a autora poderá perder o ano letivo pela falta de
registro de suas obrigaçõ es acadêmicas, notas e frequência, o que seria uma
tragédia pessoal para ela e, caso perca uma prova, dificilmente será possível
recuperar o que foi perdido.
Temos que considerar ainda, que sem a realizaçã o da rematrícula, a autora está
impedida de pagar os meses subsequentes e isso ocasionará a soma de valores que
poderá tornar difícil seu pagamento.
No tocante à possibilidade de reversão da decisão do pedido de tutela de urgência,
isso é perfeitamente possível, pois caso a açã o seja definitivamente julgada
improcedente, a frequência da autora no curso nã o causará nenhum prejuízo de
ordem financeira e pode ser perfeitamente impedida, nã o existindo qualquer ó bice
à concessã o do pleito liminar, pois plenamente reversível.
Por isso, requer-se o deferimento da antecipaçã o dos efeitos da tutela jurisdicional,
com base nos artigos 300 e 497 do Có digo de Processo Civil, para determinar à ré,
de forma liminar, que permita a rematrícula da autora, sob pena da imposiçã o de
multa diá ria, em valor que deverá ser estipulado por V. Exa., a fim de que assegure
a efetividade da decisã o, pois trata-se de um caso que se nã o for aplicada multa
diá ria, dificilmente assegurará que a ré cumpra a decisã o judicial de forma
imediata.
5. Da necessidade de apresentação de documentos pela ré
Uma vez que a autora está frequentando regularmente o curso até a data de
00/00/0000, quando foi barrada na portaria do Campus ABC, bem como assinou
as listas diá rias de frequência e apresentando os trabalhos requeridos pelos
professores, necessá rio se faz que a ré apresente tais documentos em juízo, a fim
de que V. Exa. possa verificar as alegaçõ es lançadas pela autora nesta petiçã o
inicial.
Esclarece-se que nas listas de frequência, em que sempre constam os nomes dos
alunos de forma impressa, no caso da autora, isso nã o ocorre, contudo ela
registrou, em todos os dias que frequentou o curso, seu nome e sua assinatura nos
referidos documentos.
Desta forma, uma vez que os documentos a que a autora se refere estã o na posse
da instituiçã o de ensino ré, é de rigor que seja determinada sua apresentaçã o, nos
moldes do artigo 396 e seguintes do Có digo de Processo Civil[8].
Para que fique bem claro, os documentos que devem ser apresentados sã o:
1. Todas as listas de presença da turma frequentada pela autora no ano letivo de
atual e;
2. A relaçã o de todos os trabalhos acadêmicos que foram apresentados no ano
letivo atual.
Pelo exposto, requer-se que V. Exa. determine a apresentaçã o desses documentos,
que sã o essenciais para que haja o perfeito equilíbrio processual e que permitirã o
uma maior elucidaçã o dos fatos, bem como o exercício da ampla defesa de direitos.
6. Do depósito judicial
Para que fique bem claro que a autora nã o pretende outra coisa, senã o apenas
renovar sua matricula em um curso que já frequenta e para que seja permitido
alcançar sua pretensã o sem maiores percalços, apresenta-se, na oportunidade, o
cheque nº 000000, conta nº 00-000000-0, Agência 0000, sacado conta o Banco
(nome), de titularidade da da autora, no valor de R$ 1.000,00 (Mil reais), para
pagamento da rematrícula, que, segundo informaçõ es obtidas junto à pró pria ré,
custa o equivalente a R$ 970,00 (Novecentos e setenta reais).
Tal título de crédito, está à disposiçã o da ré, pois será oportunamente apresentado
em Cartó rio, para que possa cumprir sem prejuízos, a determinaçã o judicial que
essa açã o requer ao final.
7. Do pedido de Justiça Gratuita
A autora nã o tem condiçõ es de arcar com as custas processuais, sem prejuízo de
seu pró prio sustento.
Como se verifica nos comprovantes de pagamento de salá rio ora juntados, a autora
aufere a quantia mensal de R$ 2.200,00 (Dois mil e duzentos reais), exercendo a
funçã o de estagiá ria. (Docs.j.)
Levando-se em consideraçã o que a autora gasta aproximadamente mais da metade
de seus rendimentos mensais com o pagamento da mensalidade do curso em
comento e transporte, dentre outras coisas de necessidade bá sica, como
alimentaçã o, vestuá rio e higiene, seu salá rio nã o permite que arque com as custas
processuais, sob pena de evidente prejuízo na manutençã o de suas necessidades
bá sicas.
Para que fique bem ilustrada a hipossuficiência, a autora nã o só compromete a
metade de seus rendimentos com o pagamento do acordo realizado, mas também a
outra metade de seus rendimentos, com o pagamento das mensalidades do curso,
que estã o acumuladas, desde o mês de janeiro do corrente ano.
Para agravar mais sua situaçã o, a autora está grá vida (Doc.j.), situaçã o que gera
maiores gastos financeiros.
Informa-se também, que a autora vive sob dependência de sua mã e, que à s vezes
lhe empresta o carro para se deslocar até o campus da ré, contudo tem ainda que
arcar com o combustível e com o estacionamento.
Pelo valor da rematrícula, que é aproximadamente o valor mensal que gasta com a
faculdade (aproximadamente R$ 1.200,00), somado ao valor gasto com
combustível (Aproximadamente R$ 80,00), mais o estacionamento (R$ 90,00),
nada sobra para que a autora sobreviva durante cada mês, pois se sacrifica
financeiramente, sabendo que tal sacrifício lhe dará a oportunidade de galgar uma
posiçã o melhor apó s formada.´
Ante ao exposto, requer-se a concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita, nos
moldes da Lei nº 1.060/50 e do artigo 98 do Có digo de processo civil, até porque
apresenta a autora, na oportunidade, a inclusa Declaraçã o de hipossuficiência e,
sua situaçã o financeira assim recomenda.
8. Considerações finais e pedidos
Conforme foi explanado nesta petiçã o inicial, autora foi lesada por falta de
informaçõ es suficientes, claras e precisas, o que acabou por gerar-lhe uma situaçã o
que nã o há como resolver de forma amigá vel, pois isso já foi tentado.
Os prejuízos a que a autora está sujeita, nã o só confirmam a falta de informaçõ es, já
que nã o é crível que ela deixasse transcorrer o prazo para a rematrícula, se tivesse
plenamente informada.
A tutela de urgência requerida, permitirá a discussã o dos fatos em juízo de
maneira que evite qualquer prejuízo sobre a autora, pois caso nã o seja obtida a
medida liminar em sede de tutela de urgência, quando se der o fim do processo, já
nã o haverá mais tempo há bil para cumprir certas obrigaçõ es acadêmicas, como as
provas, por exemplo.
Ante ao exposto requer:
1. A concessã o de decisã o em sede de tutela de urgência, para que V. Exa.
determine, liminarmente, que a ré proceda à rematrícula da autora no curso
de arquitetura e urbanismo para o ano atual, mediante o pagamento do valor
respectivo, que encontra-se depositado nos autos e à sua disposiçã o e permita
a frequência da autora no campus ABC, da ré, sob pena de aplicaçã o de multa
diá ria, cujo valor deve ser estipulado por V.Exa., com o fito de alcançar a
efetividade que se espera dessa decisã o judicial;
2. A citação da ré, para que no prazo legal responda à açã o, sob pena de
aplicaçã o dos efeitos da revelia e a designação de audiência de conciliação;
3. A total procedência da ação, para inicialmente confirmar a decisã o urgente,
caso deferida, e, no mérito, declarar a ilegalidade da conduta omissiva da
ré em total prejuízo dos direitos da autora e, ato contínuo, condená -la à
obrigaçã o de fazer a sua rematrícula para o curso de arquitetura e urbanismo
no ano letivo de 0000, permitindo que usufrua de todos os direitos que o
contrato entre as partes prevê e ainda que a ré seja condenada ao pagamento
de uma indenização por dano moral arbitrada em, no mínimo, R$ 20.000,00
(vinte mil reais);
4. Que seja determinado à autora, com fulcro nos artigos 396 e seguintes do CPC,
que a ré seja compelida a apresentar os seguintes documentos:
5. Có pia de todos as listas de presença da turma que frequenta, dos anos letivos
de 00000 e 0000, para provar a regular frequência da autora à s aulas do curso
de arquitetura e urbanismo ofertado pela ré por via contratual;
6. Có pia de documento (s) que comprove (m) a entrega de todos os trabalhos
acadêmicos realizados pela autora, a pedido dos professores no corrente ano
letivo;
7. A concessã o dos benefícios da justiça gratuita, nos moldes da Lei nº 1.060/50
e do artigo 98 do Có digo de processo civil[9], uma vez que conforme a
declaraçã o de hipossuficiência e documentos anexados, a autora nã o tem
como custear o processo sem prejuízo de seu pró prio sustento;
8. A condenaçã o da ré no pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, estes ú ltimos com base no artigo 85 do Có digo de processo
civil[10];
9. A oportunidade de provar o alegado por todos os meios de prova
admitidos em direito, notadamente pela apresentaçã o de documentos novos,
oitiva de testemunhas, vistorias, perícias, bem como quaisquer outras que se
mostrarem pertinentes, de modo a proporcionar à autora, a ampla defesa de
seus direitos, conforme previsã o constitucional.
Dá -se à causa, o valor de R$ 20.000,00 (Vinte mil reais) para os fins de direito.
Nestes termos,
P. deferimento.
Sã o Paulo, 29 de outubro de 2.019.
ÉRICO T. B. OLIVIERI
OAB/SP 184.337
ADVOGADO
1. Có digo de defesa do consumidor - Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatá rio final. ↑
2. Có digo de defesa do consumidor - Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou
jurídica, pú blica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produçã o, montagem,
criaçã o, construçã o, transformaçã o, importaçã o, exportaçã o, distribuiçã o ou
comercializaçã o de produtos ou prestaçã o de serviços. ↑
3. “CDC - Art. 47. As clá usulas contratuais serã o interpretadas de maneira mais
favorá vel ao consumidor.” ↑
4. “CDC - Art. 30. Toda informaçã o ou publicidade, suficientemente precisa,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicaçã o com relaçã o a
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a
fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.”

5. “CDC - Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento
à oferta, apresentaçã o ou publicidade, o consumidor poderá , alternativamente
e à sua livre escolha:I - exigir o cumprimento forçado da obrigaçã o, nos
termos da oferta, apresentaçã o ou publicidade;”
6. Có digo civil - Art. 186. Aquele que, por açã o ou omissã o voluntá ria, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. ↑
7. Có digo civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará -lo. ↑
8. Có digo de processo civil - art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba
documento ou coisa que se encontre em seu poder. ↑
9. Có digo de processo civil - Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorá rios advocatícios tem direito à gratuidade da justiça,
na forma da lei. ↑
10. Có digo de processo civil - Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar
honorá rios ao advogado do vencedor ↑

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