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ATIVIDADE 3

O etnocentrismo é uma espécie de lente pela qual todas as culturas são vistas
e interpretadas a partir de uma única concepção, assumindo um caráter
excludente. Critica a leitura de mundo centrada na perspectiva e no modo de vida de
um grupo social ou cultura e reforça a superioridade de um grupo cultural sobre outro.
Exige o padrão e torna-se como desejável que outros grupos sociais se adequem
àquele. A verdade é que não existe um padrão a ser seguido, não existe desprezar
valores culturais por achar que sua cultura é melhor que a outra e, nessa visão
etnocêntrica, tudo que for diferente a uma outra cultura, é pautado em juízo de valor
daquilo que é considerado diferente.

As situações de etnocentrismo nas relações cotidianas persistem, uma vez que


vivemos em uma sociedade predominantemente racista, preconceituosa, intolerante,
xenofóbica, dentre outros. A exemplo disso, temos o preconceito racial, os ataques
homofóbicos, o fato de as regiões Sudeste e Sul acharem superiores a nível cultural e
social às regiões Norte e Nordeste, fatos estes que presenciamos corriqueiramente e
cresce a cada dia. Tratam-se de pensamentos perigosos, pois espalham ideias de
superioridade ao persistirem no julgamento de que um grupo seja melhor que outro,
fazendo com que dificulte ou prejudique a existência de outros grupos que pensem de
forma diferente e esse choque de pensamentos torna-se prejudicial, pois uma
sociedade justa deve ser pautada na liberdade de expressão, pensamento e na
diversidade cultural. A identidade deve ser preservada acima de tudo. Torna-se
inevitável o choque cultural, é fato, pois as culturas apresentam bases e estruturas
diferentes. São grandes e intensas as discussões em torno dos direitos humanos e
das questões de gênero no que tange culturas distintas, como é o caso, por exemplo,
de países em que mulheres são vistas como submissas e inferiores, e submetidas a
situações não aceitas pela maioria em determinados países.

Por outro lado, tem-se outra vertente, o denominado relativismo cultural, linha
de pensamento da Antropologia. Trata-se de uma linha um tanto coerente, a meu ver,
pois é uma forma de relativizar culturas, o que institui a teoria da relatividade cultural
- é um processo de observar o conhecimento de sistemas culturais sem uma visão
etnocêntrica
em relação à sociedade do pesquisado, ou seja, realizar a observação sem usar
qualquer meio ou parâmetro preconcebido e, assim, realizar um estudo e/ou
observação do sistema cultural em questão sem nenhum preconceito. E, com isso,
realizar a avaliação sem privilegiar os valores de um só ponto de vista e estruturar o
corpo social a partir de suas próprias características. As culturas estudadas adquirem,
assim, seus próprios sistemas de valores e sua própria integridade cultural. O
determinismo da visão etnocêntrica é deixado de lado e o objetivo é fazer a análise
dos modelos de cultura distintos, valorizando as diferenças e deixando de lado a
concepção de um modelo único, padrão. Mesmo que haja valores e culturas
diferentes, estes devem ser compreendidos, não são inferiores e não precisam ser
adaptados ao que seguimos, eliminando a ideia do que é certo ou errado.

No Brasil, o etnocentrismo ainda prevalece, porém de vemos reconhecer a


importância e respeitar de uma vez por todas a diversidade cultural, pois destrói
qualquer noção de hierarquia cultural. Os aspectos de uma cultura devem ser
observados, respeitando a sua identidade e não partindo de uma noção própria. Essa
ideia deve prevalecer, o respeito também.

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