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A relação da fome com a desigualdade social

O autor do livro “Geografia da Fome”, Josué de Castro descreve a fome como um


fenômeno social resultado da defasagem na estrutura econômica. A região nordeste do
Brasil é a que mais sofre com esse efeito, a seca no semiárido não permite o crescimento
de plantas e de animais essenciais para a sobrevivência da população sertaneja, que é
pobre e esquecida pelo resto dos cidadãos. O Brasil apresenta um cenário de desigualdade
social desde os primórdios da nação, entretanto por muito tempo deu-se somente como
um fenômeno natural, porque antes era comum observar senhores feudais, escravos e o
trabalho assalariado, essa visão, infelizmente, persistiu e resultou na subnutrição
recorrente.

A segurança alimentar foi determinada pela Organização das Nações Unidas para
a Alimentação e a Agricultura (FAO) como o direito ao acesso a alimentos de qualidade
que sejam produzidos de forma sustentável econômica e socialmente. Por sua vez no país
citado, não há a garantia desse, mesmo tendo capacidade de alimentar todas as pessoas,
porém os preços abusivos não permitem o acesso a todos, já que uma grande parcela não
tem dinheiro para comprar uma cesta mínima de alimentos. Assim a próxima geração de
trabalhadores será conturbada, pois sofrerá com as consequências da desnutrição infantil.

O historiador da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna, após uma pesquisa


concluiu que cerca de 10 a 12 milhões de habitantes do semiárido do Nordeste passam
fome ou tem sede. Isso corresponde a aproximadamente 17% da população total do Brasil.
Mesmo depois de 132 anos da abolição da escravidão, ele não mudou drasticamente,
porque com a quantidade de produtos alimentícios era para que todos o usufruíssem, mas
ou eles são vendidos a um preço não acessível ou são exportados para manter a economia
nacional ativa.

Em suma, a população do sertão nordestino sofre com a grande seca e sofre com
a fome e a sede. A desigualdade social, infelizmente, era vista como um fenômeno
natural, pois antigamente era normal ver senhores que exploravam os negros e os
indígenas, mais triste é admitir que, no século XXI, ainda há indivíduos que são como os
senhores feudais e não asseguram a alimentação. Para que a fome diminua deve-se criar
uma parceria entre o Governo Federal, que isentará os impostos por cinco anos, com uma
instituição privada, a qual reduzirá o preço dos alimentos e distribuirá cestas básicas.
Assim os carentes acessarão seus direitos e o problema da fome será ameniza.

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