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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ

CAMPUS BRAGANÇA

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA

DAVI VEIGA SILVA

ELLEN JULIA DA SILVA QUEMEL DE OLIVEIRA

REINALDO DE JESUS PEREIRA JUNIOR

FRANCISCO WELLINGTON DO NASCIMENTO FERRO

GEOGRAFIA DA FOME

BRAGANÇA

2024
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ

Campus – Bragança
Curso de Licenciatura Plena em Geografia
Disciplina: Antropologia Cultural e Biogeografia
Docente: Vanessa Frazao Lima, Roberto Senna Rodrigues
Discente: Davi Veiga Silva, Ellen Julia Da Silva Quemel De Oliveira, Reinaldo De Jesus Pereira
Junior, Francisco Welligton Do Nascimento Ferro

CASTRO. Josué de. Geografia da fome: o dilema brasileiro: pão ou aço.10. ed. Rio de
Janeiro: Antares, 1984.

RESUMO

Em relação à aclimatação, Josué de Castro discute como diferentes grupos populacionais


se adaptam às condições ambientais e socioeconômicas em que vivem. Ele observa como a
fome afeta a capacidade das pessoas de se aclimatarem e se adaptarem às condições adversas.
Por exemplo, ele pode discutir como a fome crônica pode levar a uma série de consequências
negativas para a saúde e o desenvolvimento físico e mental das pessoas, tornando mais difícil
para elas se adaptarem ao ambiente em que vivem. Além disso, Josué de Castro também pode
discutir como as políticas governamentais podem influenciar a capacidade das pessoas de se
aclimatarem e superarem a fome. Ele pode argumentar que políticas inadequadas, como a falta
de investimento em programas de segurança alimentar e nutricional, podem dificultar a
capacidade das pessoas de se adaptarem e superarem a fome.
Em resumo, o livro "Geografia da Fome" não se concentra especificamente na
aclimatação, mas discute como a fome e as condições socioeconômicas afetam a capacidade
das pessoas de se adaptarem ao ambiente em que vivem.

O beribéri é uma doença causada pela deficiência de vitamina B1 (tiamina) na dieta. Josué
de Castro discute como o beribéri é uma doença comum em regiões onde há escassez de
alimentos e falta de diversidade na dieta. Ele descreve como o beribéri afeta principalmente o
sistema nervoso e o sistema cardiovascular, resultando em sintomas como fraqueza muscular,
dor nas pernas, confusão mental e, em casos graves, insuficiência cardíaca e morte. Josué de
Castro mostra como o beribéri é uma manifestação da fome e da desnutrição, pois ocorre
quando as pessoas não têm acesso a uma dieta equilibrada e variada que forneça nutrientes
essenciais, como a vitamina B1.
Além disso, ele pode discutir como o beribéri é uma doença que afeta principalmente os
pobres e desfavorecidos, que muitas vezes têm acesso limitado a alimentos nutritivos e sofrem
com condições de vida precárias. Josué de Castro também pode abordar como políticas públicas
inadequadas e a falta de investimento em segurança alimentar contribuem para a prevalência
do beribéri e de outras doenças relacionadas à desnutrição. Em suma, no livro "Geografia da
Fome", o beribéri é apresentado como uma das consequências da desnutrição e da falta de
acesso adequado a alimentos, destacando a interconexão entre fome, pobreza e saúde pública.
Segundo dados expostos pelo texto A região amazônica, conhecida por sua riqueza natural
e diversidade, enfrenta desafios significativos em relação à saúde de suas populações. A análise
dos impactos da geografia na saúde revela uma interação complexa entre fatores ambientais e
nutricionais que influenciam diretamente o bem-estar das comunidades locais.
Um dos aspectos abordados é a importância da vitamina A na saúde ocular e no
desenvolvimento infantil. A deficiência dessa vitamina pode levar a problemas como cegueira
noturna e xeroftalmia, sendo essencial para a prevenção de condições graves.
Surpreendentemente, a região amazônica apresenta uma escassez de casos de avitaminose
completa, destacando a importância da dieta local na manutenção da saúde ocular.
Além disso, a análise da vitamina C e sua relação com o escorbuto revela a importância
dos aspectos geográficos na incidência de doenças nutricionais. A região equatório-tropical da
Amazônia demonstra uma menor prevalência de escorbuto, evidenciando a influência do clima
e da disponibilidade de alimentos ricos em vitamina C na saúde das populações locais.
Outro ponto relevante é a discussão sobre a vitamina D e sua relação com o raquitismo.
A exposição solar na região amazônica contribui para a prevenção dessa condição óssea,
resultando em uma incidência rara de raquitismo. A comparação com áreas onde o raquitismo
era comum ressalta a importância dos fatores geográficos na saúde óssea das populações.
Por fim, de acordo com o texto, a tuberculose na região amazônica está em fase
epidêmica, com Belém disseminando a doença pelas zonas rurais. A geografia da região, com
suas características ambientais e densidade populacional, pode influenciar a propagação da
tuberculose. A falta de imunidade em populações nativas expostas à doença demonstra como
fatores biogeográficos podem impactar a disseminação de enfermidades infecciosas.
A distribuição geográfica da tuberculose também está relacionada às condições
socioeconômicas das populações afetadas. Condições precárias de moradia, desnutrição e
acesso limitado a serviços de saúde podem contribuir para a alta incidência da doença em áreas
vulneráveis, evidenciando como fatores sociais e ambientais interagem na propagação da
tuberculose.
Castro afirma que para melhorar as condições alimentares na região, é necessário
promover programas de transformações de cunho socioeconômico, em busca de garantir a
dignidade do povo, pois a solução para a fome na região está intrinsicamente ligada ao modelo
de colonização desta área, e para (CASTRO, 1984) “Sem um plano de povoamento racional e
de fixação colonizadora do elemento humano à terra nunca se poderá melhorar os recursos da
alimentação regional.” Nota-se então, que o principal fator que contribui para a fome é o modelo
colonizador que foi adotado historicamente nesta região.
O autor explana que mesmo com os esforços dos estudos técnicos promovidos através da
iniciativa e financiamento da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da
Amazônia (SPEVEA), com o intuito de estruturar a colonização da região selecionando novas
áreas para estabelecer núcleos coloniais, avaliação dos núcleos existentes, análise das
potencialidades geoeconômicas e socioeconômicas das comunidades, todos os resultados têm
sido extremamente limitados, pois percebe-se que não há de fato uma preocupação em sanar
tais problemas em prol de um bem comum, mas sim, em fazê-lo em prol do avanço do capital.
Ao citar Pierre Déffontaines, Castro afirma que a emancipação econômica da Amazônia
só se daria através de lutas, lutas contra a floresta e contra a água. Assim vemos que mesmo
através do olhar de um cientista, político, médico, professor e humanista como Josué de Castro,
esta conquista econômica está pautada no modelo colonizador instaurado pelos portugueses
com sua mentalidade estritamente mercantilista, que não consegue enxergar outra forma de
economia que não seja a capitalista, de forma que acaba negando as potencialidades do povo
amazônico, povo este que herdou diversos aspectos socioculturais indígenas como Castro nos
mostra neste trabalho. Tendo em vista que o regime colonialista é bastante limitado em sua
visão de mundo, torna-se alto-explicativo o fracasso dos “esforços” da SPEVEA em promover
a emancipação socioeconômica da população amazônica. Embora alguns traços colonialistas
estejam impregnados na visão de Castro, vale ressaltar que, em sua obra “Geografia da Fome”
que foi publicada originalmente em 1946, este autor vinha revolucionando o cenário nacional,
ao ser o pioneiro a falar da fome como problema nacional desencadeado historicamente por
fatores socioeconômicos.
Em suma o que o autor faz, é mostrar em seu trabalho que o problema da fome não se dá
por causas naturais e que não passamos fome por falta de produção de alimentos, mas aponta
que isto é um problema de cunho político-social e socioeconômico, e que sendo assim é um
problema que com atuação política adequada é possível ser solucionado.
REFERÊNCIAS

CASTRO, Josué de. Geografia da fome: o dilema brasileiro: pão ou aço.10. ed. Rio de
Janeiro: Antares, 1984.

CASTRO, Josué de. et al.(coord.). Josué de Castro e o Brasil. 1. ed. São Paulo: Fundação
Perseu Abramo, 2003.

CASTRO, Anna Maria de. Josué de Castro e a descoberta da fome. Nexo Políticas Públicas,
São Paulo,2020. Disponível em: https://pp.nexojornal.com.br/opiniao/2021/josue%cc%81-
dehttps://pp.nexojornal.com.br/opiniao/2021/josué-de-castro-e-a-descoberta-da-fomecastro-e-
a-descoberta-da-fome. Acesso em: 25 março 2024.

GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Amazônia, Amazônias.3. ed. São Paulo: Contexto,2023

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