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UNIVERSIDADE DE GURUPI – UNIRG

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Sara de Freitas Romão

Thiago Santos Vieira

DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NA PUERICULTURA

PARAÍSO – TO

AGOSTO DE 2020
UNIVERSIDADE DE GURUPI – UNIRG

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Sara de Freitas Romão

Thiago Santos Vieira

DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NA PUERICULTURA

Trabalho referente ao módulo de Programa de


Saúde da Família do internato de medicina, como
requisito parcial de avaliação.

Dra. Rosabel Andino Rose Dias

PARAÍSO – TO

AGOSTO DE 2020

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Sumário
1. INTRODUÇÃO 4
2. AVALIAÇÃO 4
FATORES DE RISCO E ALTERAÇÕES FÍSICAS ASSOCIADOS A DISTÚRBIOS DO
DESENVOLVIMENTO 5
3. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO 5
15 dias 5
1° MÊS 8
2 MESES 8
4 MESES 9
6 MESES 9
9 MESES 9
12 MESES 9
15 MESES 9
18 MESES 9
2 ANOS 9
4. COMO AVALIAR O DESENVOLVIMENTO 10
5. REFERÊNCIAS 11

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1. INTRODUÇÃO

O termo “desenvolvimento” tem sido o mais utilizado para abranger vários aspectos
interligados que caracterizam a evolução dinâmica do ser humano a partir de sua concepção e
resultam da interação entre a influência biológica da própria espécie e do próprio indivíduo, sua
história e seu contexto sociocultural. Do ponto de vista biológico, o sucesso do desenvolvimento
depende da integridade dos vários órgãos e sistemas, principalmente o nervoso. Este cresce e
amadurece sobretudo nos primeiros anos de vida, portanto, nesse período, é mais vulnerável
aos agravos e às adversidades das condições ambientais, mas também, por sua grande
plasticidade, é nessa época que a criança melhor responde aos estímulos que recebe e às
intervenções. O estudo do desenvolvimento compreende alguns domínios de função
interligados que se influenciam entre si, são eles: sensorial, motor (dividido em habilidades
grosseiras e finas), da linguagem, social, adaptativo, emocional e cognitivo.

2. AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser um processo contínuo de acompanhamento das atividades


relativas ao potencial de cada criança, com vistas à detecção precoce de desvios ou atrasos. Essa
verificação pode ser realizada de forma sistematizada por meio de testes. A Caderneta de Saúde
da Criança fornecida pelo Ministério da Saúde dispõe do instrumento de vigilância para o
acompanhamento dos marcos do desenvolvimento de zero a 3 anos de vida. Além disso, com
base na presença ou ausência de alguns fatores de risco e de alterações fenotípicas, a caderneta
orienta para tomadas de decisão.
Já nas primeiras consultas, deve-se perguntar à mãe ou cuidador sobre fatores
relacionados ao desenvolvimento do bebê, observar detalhes do exame físico e finalizar com a

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observação da criança quanto a presença dos marcos de desenvolvimento. Em todas as
consultas deve-se realizar a avaliação do desenvolvimento infantil. Observar a forma que a mãe
a segura, se existe contato visual e verbal de forma afetuosa entre ela e a criança, se a criança
faz busca visual ou tem interesse pelo ambiente ao redor, se a criança está em bom estado de
higiene e se a mãe ou cuidador presta atenção às orientações. Vale a pena também observar se
há participação paterna, se a mãe conta com rede de apoio e observar sinais de depressão pós-
parto – sendo essencial o encaminhamento da mãe a especialistas nesses casos.

FATORES DE RISCO E ALTERAÇÕES FÍSICAS ASSOCIADOS A DISTÚRBIOS DO


DESENVOLVIMENTO

3. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO

15 dias
Entre 1 e 2 meses: predomina tônus flexor, há assimetria postural e preensão reflexa;

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Preensão palmar e plantar: a primeira se caracteriza pela flexão dos dedos à pressão na
palma da mão; o segundo é similar, com a flexão dos dedos após pressão na base dos artelhos.
Este último é o que dura mais tempo, podendo ir até os 10 a 11 meses de vida.

Reflexos Primitivos, Faculdade Ciências Médicas da


Unicamp, disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-
didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos

Reflexos Primitivos, Faculdade Ciências Médicas da


Unicamp, disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-
didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos

Reflexo da sucção: é desencadeado pela estimulação dos lábios, gerando sucção


vigorosa, e sua ausência significa disfunção neurológica grave. O reflexo da busca, estimulado
por colocação dos dedos nas comissuras labiais da criança (criança rotaciona a cabeça como se
buscasse pelo alimento), desaparece mais precocemente – aos 2 meses.

Reflexos Primitivos, Faculdade Ciências Médicas da


Unicamp, disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-
didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos

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Reflexo da Marcha: o bebê inclina o tronco após apoio plantar. As pernas se cruzam
uma à frente da outra. Presente até os 2 meses de vida.

Reflexos Primitivos, Faculdade Ciências Médicas da


Unicamp, disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-
didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos

Preensão dos artelhos: desaparece até o 11º mês.

Reflexo cutâneo-plantar: caracterizado pela extensão do hálux após estímulo na lateral


do pé. Ocorre até o 13º mês, a partir do qual a resposta a esse estímulo deve ser a flexão – sendo
a extensão considerada patológica.

Reflexo de Moro: realiza-se uma queda súbita da cabeça da criança, amparada pela mão
do examinador. Isso desencadeia extensão e abdução dos membros superiores, seguidas de
choro. Deve ser sempre simétrico. É incompleto até o 3º mês e não deve existir após os 6 meses;

Reflexos Primitivos, Faculdade


Ciências Médicas da Unicamp, disponível em:
https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/exame-
neurologico/reflexos-primitivos

Reflexo tônico-cervical (do Esgrimista): rotação da cabeça para um lado, com extensão
dos membros do lado contralateral e flexão dos membros do lado ipsilateral. Exame realizado
bilateralmente e deve ser simétrico. Desaparece até os 3 a 4 meses de vida.

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Reflexos Primitivos, Faculdade Ciências Médicas da
Unicamp, disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-
didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos

Reflexo de Colocação (Placing): desencadeado pelo estímulo tátil do dorso do pé,


segurando o bebê pelas axilas. O pé irá se elevar como se estivesse subindo uma escada.
Também dura até os dois meses de vida.

Reflexos Primitivos, Faculdade Ciências


Médicas da Unicamp, disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-
conteudo-didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos

1° MÊS
Entre 1 e 2 meses: melhor percepção de um rosto, medido com base na distância entre bebê e
seio materno.

2 MESES
2-3 meses: sorriso social.
3 meses: adquire noção de profundidade.
2-4 meses: fica de bruços, levanta a cabeça e ombros na posição prona.
Em torno dos 2 meses: ampliação do campo visual. Bebê visualiza e segue objetos com o olhar,
ultrapassando a linha média. Observa rosto, vocaliza (sons diferentes do choro), reage a
estímulos sonoros.

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4 MESES
Aos 4: preensão voluntária das mãos – agarra objetos colocados em sua mão. Observa sua
própria mão, segue com o olhar até 180º, grita, senta-se com apoio e sustenta a cabeça.
4-6 meses: volta a cabeça em direção a estímulo sonoro.

6 MESES
Aos 6 meses: começa a ter noções de “permanência do objeto”, procura objetos fora do alcance.

Tenta alcançar um brinquedo, volta-se para o som, rola no leito e inicia interações.
A partir do 7º: senta-se sem apoio.
6-9 meses: arrasta-se, engatinha.
6-8 meses: apresenta reações a pessoas estranhas.

9 MESES
Aos 9 meses: transmite objetos de uma mão para outra, pinça polegar-dedo, balbucia,
estranhamento (prefere pessoas do seu convívio), brinca de esconde-achou.
Em torno dos 10: fica em pé sem apoio.
9-12 meses: engatinha ou anda com apoio.

12 MESES
12-18 meses: bebê anda sozinho.
Em torno de 1 ano: acuidade visual de adulto.
Bate palmas, acena, combina sílabas, faz pinça completa (polpa-polpa), segura o copo ou
mamadeira.

15 MESES
15 meses: primeiras palavras, primeiros passos, é ativa e curiosa.

18 MESES
18 meses: anda, rabisca, obedece a ordens, nomeia objetos.
18-24 meses: bebê corre e sobe degraus baixos.

2 ANOS
2-3 anos: diz próprio nome e nomeia objetos como sua posse;
Aprox. 2 anos: reconhece-se no espelho, brinca de faz de conta (deve ser estimulado, pois auxilia
no desenvolvimento cognitivo e emocional), sobe escadas, corre, formula frases simples (“dá
água”, “quer papar”), retira peça de roupa, tenta impor sua vontade;
2-3 anos: pais devem começar a gradualmente retirar as fraldas e ensinar a usar o penico;

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4. COMO AVALIAR O DESENVOLVIMENTO

Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida, duas
no segundo ano de vida e, a partir de então, uma consulta anual, próxima ao mês de aniversário.

Quanto aos marcos, o Ministério da Saúde (MS) disponibiliza uma planilha que deve ser
utilizada como guia para a avaliação do desenvolvimento de crianças até os 3 anos. Essa planilha
é preenchida a cada consulta e, a partir dela, podemos definir se o desenvolvimento da criança
está adequado.

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5. REFERÊNCIAS

Ministério da Saúde. Caderneta de Saúde da Criança: Menino. 12ª edição. Brasília> 2019.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde


da criança: crescimento e desenvolvimento. Cadernos de Atenção Básica, nº 33. Brasília:
Ministério da Saúde, 2012.
NELSON. Tratado de Pediatria - Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 20ª Edição.
Elsevier. 2017.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Pediatria do Crescimento e
Desenvolvimento. Caderneta de Saúde da Criança Instrumento e Promoção do Desenvolvi-
mento: como avaliar e intervir em crianças. 2017.
Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4. Ed. Barueri, SP: Manole, 2017.

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