Resumo: Vínculos do indivíduo com o trabalho e com a organização
Na visão contemporânea, os vínculos do indivíduo com trabalho e com a organização
são considerados conceitos psicossociais. As teorias de ligações afetivas estão presentes em clássicas explicações a formação de vínculos através de pressupostos da aprendizagem social, da teoria psicanalítica, da teoria cognitivo-comportamental e da teoria etológica de apego. Da filosofia têm-se as implicações decorrentes de vínculos sociais a partir de uma visão ampla de cooperação social. A própria organização pode levar a sua força de trabalho a apresentar níveis diversificados de ligação, identificação ou internalização de normas, valores e princípios adotados pelo sistema. Vários conceitos foram criados para representar a variedade de reações dirigidas a dois objetos intimamente relacionados entre si, mas capazes de desencadear percepções, afetos, intenções e ações diferenciadas nos trabalhadores: o trabalho executado e a organização empregadora. Muitos estudos foram feitos a fim de verificar as relações positivas e significativas entre a satisfação no trabalho com o comprometimento organizacional. Diversos conceitos psicossociais que fazem referência ao processo de interação entre indivíduo-trabalho e indivíduo-organizacão, destacando-se os sentimentos, as atitudes e as cognições que emergem nessa relação.
Satisfação e envolvimento com o trabalho dominaram as pesquisas que buscavam
identificar possíveis antecedentes, que participariam da predição de níveis de produtividade e desempenho, bem como de taxas de absenteísmo e rotatividade no trabalho. O conhecimento gerado pelas pesquisas começou a ser usado no processo de formação de competências para que gerentes pudessem planejar estratégias capazes de levar trabalhadores a se tornarem satisfeitos e envolvidos com o trabalho, tendo como consequência, elevação de produtividade e desempenho e redução de absenteísmo e rotatividade. Satisfação e envolvimento no trabalho centralizam o interesse de gestores e pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento.
Estudos têm sido desenvolvidos com intuito de desvendar as dimensões, os
determinantes, os correlatos, as consequências e desenvolver técnicas de mensuração da satisfação no trabalho. Suposições elaboradas por gestores e pesquisadores do seu papel determinante sobre os comportamentos dos empregados relevantes para a organização criaram tal importância para a satisfação do individuo no trabalho. Os pressupostos subjacentes a essas investigações são econômicas, seja para redução de custos ou aumento de lucro. Os que adotam as suposições sociais e humanistas argumentam ser a satisfação um resultado ou consequência de experiências pessoais no meio organizacional que se irradia para a vida social do individuo, podendo representar um forte indicador de influencias do trabalho sobre a saúde metal, de relação entre trabalho e vida familiar ou até de interação entre trabalho e vínculos afetivos pessoais. Existem divergências entre os estudiosos sobre o conceito de satisfação no trabalho. Existem evidências de que pessoas com níveis altos de contentamento com o trabalho são as que menos planejam sair das empresas onde trabalham as que menos faltam e são mais produtivas. A afetividade pelos cinco fatores que integram o conceito teórico de satisfação, são eles: chefia, colegas, salário, promoções e o próprio trabalho, parece ter capacidade de reduzir taxas de rotatividade, de faltas e elevar o desempenho dos empregados. Pesquisas tem demonstrado que o indivíduo satisfeito tende a manter em níveis altos o seu envolvimento com o trabalho que realiza e a se comprometer com a organização que o emprega.
Condições organizacionais favoráveis, tais como o significado do trabalho e a
adequação da supervisão, desencadeariam o processo de envolvimento no trabalho. A ligação com o trabalho se inicia durante a fase de socialização do indivíduo, quando lhe são transmitidos os valores sociais relativos ao trabalho, que se concretizam com as experiências no trabalho e influenciam a autoestima do indivíduo.
As características do cargo consideradas antecedentes de envolvimento no trabalho
são autonomia para realizar tarefas, significado das tarefas para o empregado, identificação pessoal com as tarefas e variedades de habilidades exigidas para realização de tarefas. Os lideres também tem seu envolvimento neste processo. A percepção de demandas conflitantes e de orientações ambíguas para executar tarefas são dois elementos do ambiente organizacional capazes de comprometer o envolvimento com o trabalho.
A fim de manter e incentivar seus membros, as organizações fazem trocas com o
trabalhador através de políticas de gestão de pessoas, oferecendo benefícios econômicos, financeiros, sociais e materiais. A troca econômica refere-se a uma barganha entre duas partes dentro de um contexto predefinido e que toma o feitio de um contrato, conforme cada uma das partes conhece o que deve oferecer e receber da outra. A troca social foge a regras e contratos preestabelecidos e acontece com base na confiança e boa fé que se instalam entre duas partes. Porém, isso deixa aberta a possibilidade para que cada parte faça sua interpretação dos benefícios ou prejuízos de uma relação social. O principio de reciprocidade se assenta em duas exigências sociais básicas, deve-se ajudar a quem no ajuda e não se deve prejudicar quem nos beneficia. Esse principio prescreve como obrigação moral a retribuição do beneficio recebido.
Crenças de percepção de suporte organizacional são desenvolvidas porque o
empregado se coloca no papel de receptor de doações já feitas ou de provável receptor de doações futuras da organização. Os três fatores antecedentes são: justiça dos procedimentos na distribuição de recursos entre os empregados, suporte gerencial e retornos organizacionais.
Um relacionamento no qual existe comprometimento representa uma interação social
com base em uma obrigação ou promessas mais ou menos solenes entre as partes. É possível identificar duas bases psicológicas de comprometimento organizacional: uma de natureza afetiva e outra cognitiva. A partir dessas bases psicológicas, fortaleceram três estilos de comprometimento organizacional: o afetivo, o calculativo e o normativo.
1- Ambiente organizacional- Descreva a importância de compreender o ambiente das organizações e explicar como elas se relacionam com a dinâmica social, econômica, científica, tecnológica e política nas dimensões locais, nacionais e globais