O Capítulo 4 apresenta um breve relato da história
humana compreendendo as sociedades pré-
modernas, as civilizações antigas e as sociedades modernas, e os debates mais atuais associados ao contestado conceito de globalização.
Apresenta três formas de organização social e
concentra-se na discussão sobre as sociedades modernas e nos processos que as possibilitaram: a industrialização e a globalização. Essa visão geral começa com uma descrição das sociedades caçadoras e coletoras, sociedades minimalistas e materialmente igualitárias. As distinções de status baseiam-se na divisão sexual do trabalho e são dominadas por homens adultos, entre os quais existe um modo participativo de tomar decisões. Os caçadores-coletores migram em torno de territórios físicos fixos. As sociedades pastorais criam animais em ambientes onde a agricultura é dificultada. A criação de animais fornece uma fonte confiável de alimento e transporte, que, por sua vez, permite que as sociedades pastorais sejam maiores e mais complexas do que os grupos de caçadores e coletores.
As sociedades agrárias são semelhantes, exceto
por suas plantações e, portanto, são mais fixas geograficamente e acumulam mais posses. A terceira das sociedades pré-modernas iguala-se ao desenvolvimento das civilizações antigas, muitas das quais também foram impérios.
O capítulo então rastreia as forças que
erradicaram ou marginalizaram esses tipos de sociedades.
A primeira delas é a industrialização.
Terceiro Mundo é considerado uma forma conveniente de taquigrafia, mas é insatisfatório, pois sugere separação, enquanto, na verdade, existe uma relação mútua complexa entre o Terceiro e o Primeiro Mundo. Adota-se esse termo para as sociedades em desenvolvimento. Essas sociedades se diferem das sociedades tradicionais em três sentidos: politicamente, são Estados-Nações; a maioria delas está passando pela experiência da urbanização; a agricultura predomina, mas como um produto de exportação, ao invés de subsistência. Países recentemente industrializados, como Brasil, México e Coréia do Sul, estão envolvidos na produção industrial tradicional e nas inovações como a eletrônica e serviços financeiros. Após uma década de crescimento sustentado, as economias do leste asiático foram desestabilizadas e por mais séria que tenha sido a crise no curto prazo, no longo, essas economias transformaram radicalmente os padrões de vida e estilos de vida nesses países. O capítulo consolida a literatura sobre a globalização, que se tornou um tema emergente na década de 1990, e explora suas dimensões e seus impactos potenciais. A discussão analisa (1) o crescimento das tecnologias da informação e comunicação, principalmente, com o advento dos cabos de fibra ótica e satélites de comunicações; (2) a interação econômica ao redor do mundo, como exemplo temos as corporações transnacionais (p.ex. Coca‐Cola e Colgate‐Palmolive); (3) a mudança política. O conceito de glocalização de Roland Robertson é usado para compreender alguns dos fluxos reversos que enfraquecem o argumento de que a globalização leva inevitavelmente a uma cultura global uniforme. Observa-se que existe uma certa ironia no fato de que, sob condições de globalização, o resultado muitas vezes é uma forma nova de individualismo, em um ambiente onde existe pressão para ser muito mais ativo ao escolher identidades. EXEMPLO DE AULA
Debatendo a globalização
• Objetivos: Conscientizar os estudantes sobre
diferentes posições adotadas em relação ao tópico. Consolidar o vocabulário básico necessário para discutir o tópico sob o viés sociológico. Resultado: Ao final da aula, os alunos saberão:
• 1. Definir as principais categorias em que se dá
o debate sobre a globalização.
• 2. Descrever os argumentos dos céticos, dos
hiperglobalizantes e dos transformacionalistas sob cada uma das categorias acima.
• 3. Fazer avaliações preliminares de cada
posição em relação às evidências disponíveis. QUESTÕES PARA REFLEXÃO & DISCUSSÃO
Tipos de sociedade
• Será que as formas pró-modernas de sociedade
podem sobreviver no mundo atual?
• Quem se beneficiaria com o desenvolvimento
do Terceiro Mundo?
• Que tipos de pressupostos informam a divisão
do globo em “Três Mundos”? • Não será a globalização apenas um jargão para a reintegração da economia mundial desde 1989?
• Como, exatamente, pode o avanço da
tecnologia de satélite e cabo afetar a vida social?
• Qual você acha que foi a relação exata entre a
disseminação da globalização e a transição do comunismo para o capitalismo no Oriente? • Você é cético, hiperglobalizante ou transformacionalista?
• Existe uma única economia global ou apenas
uma série de blocos comerciais regionais fechados?
• Se quiséssemos interromper a globalização,
será que conseguiríamos? No caso positivo, como? • Como a dominância mundial cada vez maior de um determinado conjunto de ideias e práticas promove maior individualismo?
• Qual é a diferença entre um risco externo e um
risco fabricado?
• A globalização torna a vida social mais simples
ou mais complexa? • Identifique os principais aspectos das sociedades pré-modernas e explique a sua quase erradicação desde o século XVIII.
• Identifique as principais fontes de discordância
entre os céticos e os entusiásticos quanto à globalização como conceito. Qual grupo tem o argumento mais convincente? • A globalização eleva o espectro de uma cultura global homogeneizada, no qual as diferenças históricas e locais são agrupadas por uma uniformidade de mínimo denominador comum. Discuta.
• Construa um projeto de pesquisa que lhe
permita operacionalizar e testar hipóteses sobre o começo da globalização.