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All content following this page was uploaded by Michel Sleiman on 22 March 2018.
guês representam cada qual um poeta central da Palestina do nosso tempo: Ahmad
Dahbour (nascido em Haifa, em 1946); Mahmoud Darwish (Birwah, 1942-2008);
Salma Khadra Jayyusi (Safad, Jordânia, 1926); Fadwa Tuqan (Nablus, 1917-
2003); Jabra Ibrahim Jabra (Belém, 1919-1994); Khairi Mansour (Deir Ghusun,
1945); Mourid Barghouti (Deir Ghassana, 1944); Samih Alqasim (Zarqah, 1939-
2014); Tawfiq Sayigh (Tiberíades, 1923-1971) e Tawfiq Zayyad (Galileia, 1932-
1994) – intelectuais com trajetórias marcadas pela militância política e o engaja-
ANO VIII
Palestinian Literature (Neva York, Columbia University Press, 1986), em um volume de 755 pp., pp. 91-113
realizada no âmbito do PROTA – Project of Translation from Arabic, que a autora fundou em 1980
envolvendo para a publicação até agora dos mais de trinta títulos uma larga equipe de tradutores
arabistas e/ou poetas em língua inglesa.
TIGOS
R
A
FONTES
ARTIGOS Dez Poemas da Palestina
lado da confirmação do consabido, o que confere ao conjunto desses textos um teor orgânico que faz
as diferentes vozes confluírem para uma mesma garganta. É como se evidenciassem uma trajetória
poética coletiva, que é, dessa perspectiva, o que esses poemas almejariam ser: a voz aglutinadora de
um povo e um território expostos ora à ruptura e à dispersão, ora à usurpação e ao apagamento. Para
tal voz cantante, são um mesmo o chão da Palestina e o terreno da poesia; para ela – exilada dentro e
fora de seu país – a Pátria que se inscreve em versos se escreve em meio a falares estranhos.
A tradução segue tais pistas, buscando localizar o denominador comum a esses textos e o que
em cada um deles sublinha a experiência pessoal e intransferível da composição e seu autor.
As mãos, de novo
Ahmad Dahbour
ﻣﻦ ﺟﺪﻳﯾﺪ،٬ ﺍاﻻﻳﯾﺪﻱي
Nota
O poema árabe mistura a rima à moda “estrangeira” −como a entendemos na tradição ociden-
tal− com um tipo de arranjo rímico do árabe, aparentado, como lembrança (dikr), ao dístico matnawī,
tão explorado, outrora, vg., na poesia persa sufi do Rumi dos Masnavis. Neste poema a rima age propri- 93
amente como eco, livre do vínculo para a formação do pé métrico, como seria a norma do arūḍ clássi-
c
co. Com isso a linha sonora bi/bi/ra/ra/ti/ti/bi/ra/bu/ra/tu/bu/tu, desenhada nos finais dos versos, confere
a harmonia desejada aos enunciados do poema. Apoiado nesse eco e no paralelismo sintático flagrante,
o poema busca um tônus rítmico-melódico que estabeleça simetria entre som e sentido.
Em português o poema está centrado no paralelismo e na deflagração resultante das oposições
que o texto árabe sugere. Vale-se de um eco rímico, a vogal “i” (com harmonizações buscadas na con-
soante nasal “n”), em vários finais de versos. Especial incidência de rimas em sílabas acentuadas no
último par de versos: três vezes o som “ão”: na 4ª. e 7ª. sílabas do penúltimo verso e na 8ª sílaba do
último, mais o som “i” na 4ª sílaba do último verso, que retomando o eco comum, arremata a pauta
fônica do poema.
TIGOS
R
A
FONTES
ARTIGOS Dez Poemas da Palestina
Salmos
Mahmoud Darwish
Me afastei de você
para estar mais perto
− encontrei o tempo.
Me aproximei de você
para estar mais longe
− encontrei os sentidos.
94 Permaneço um estranho.
ﻣﺰﺍاﻣﻴﯿﺮ
ّﺍاﻟﺰﻣﻦ ﻭوﺍاﻟﺤﻮﺍاﺱس
ِ ﺃأﻳﯾﺘﱠﻬﮭﺎ ﺍاﻟﻮﺭرﺩدﺓةُ ﺍاﻟﻮﺍاﻗﻔﺔُ ﺧﺎﺭر َﺝج
...ﻣﻨﺎﺩدﻳﯾﻞ ﺍاﻟﺮﻳﯾﺎﺡح
ِ ﻳﯾﺎ ﻗُﺒﻠﺔً ﻓﻲ
ﻓﺎﺟﺌﻴﯿﻨﻲ ﺑﺤﻠُ ٍﻢ ﻭوﺍاﺣﺪ
..! ﻋﻨﻚ ﺟﻨﻮﻧﻲ ِ ﻳﯾﺮﺗ ﱡﺪ
ﻓﺎﺟﺌﻴﯿﻨﻲ ﺑﺤﻠُ ٍﻢ ﻭوﺍاﺣﺪ
Michel Sleiman, Alexandre Facuri Chareti... ..! ﻋﻨﻚ ﺟﻨﻮﻧﻲ ِ ﻳﯾﺮﺗ ﱡﺪ
ﻋﻨﻚ
ِ ُ
ﺍاﺑﺘﻌﺪﺕت ﻟﻘﺪ
ﻷﻗﺘﺮﺏب ﻣﻨﻚ
َ
ُ ﻓَ َﻮ
.ﺟﺪﺕت ﺍاﻟﺰﻣﻦ
ُ
ﻭوﺍاﻗﺘﺮﺑﺖ ﻣﻨﻚ
ﻋﻨﻚ
ِ ﻷﺑﺘﻌ َﺪ
ُ
. ّﻓﻮﺟﺪﺕت ﺍاﻟﺤﻮﺍاﺱس
ﺏب
ِ ﺑﻴﯿﻦ ﺍاﻹﺑﺘﻌﺎ ِﺩد ﻭوﺍاﻻﻗﺘﺮﺍا
ﺣﺠ ٌﺮ ﻓﻲ ﺣﺠﻢ ﺍاﻟﺤﻠُ ِﻢ
ُﻻ ﻳﯾﻘﺘﺮﺏب
ﻭوﻻ ﻳﯾﺒﺘﻌ ُﺪ
ﺖ ﺑﻼﺩدﻱي ِ ﻭوﺃأﻧ
Nota
Neste poema, a tradução opera com base na interpretação.
Nota
No quarto verso (v4) da primeira estrofe, a tradução insere o vocativo “rosa”, em
Neste poema, a tradução opera com base na interpretação.
releitura modeladora dos (v4)
No quarto verso sentidos de v3estrofe,
da primeira e v4. ado poemainsere
tradução árabe, que se“rosa”,
o vocativo expressa assim: mode-
em releitura
“meladora
surpreenda comde um
dos sentidos v3 e sonho que afaste
v4. do poema de sevocê
árabe, que a minha
expressa assim: loucura”. O poema
“me surpreenda com umem
sonho que
95
português
afaste deevidencia a ação
você a minha curadora
loucura”. da rosa.
O poema em português evidencia a ação curadora da rosa.
Na Na segunda
segunda e terceiraestrofes
e terceira estrofesdo
do poema
poema árabe,
árabe,osossemas
semasverbais ibtaibta
verbais adtu...
c
c
li’aqtariba
(v1)(v1)
adtu...
(v2) “afastei-me para mee iqtarabtu...
para me aproximar” (v1)e li’abta ida (v2)(v1)
“aproximei-me
li’abtacidapara
(v2)me afas-
c
li’aqtariba (v2) “afastei-me aproximar” iqtarabtu...
tar” são mantidos somente nos v1, pois eles aí indicam movimentos de lucidez da voz em digressão
a partir de um presente marcado pela loucura. No v2, o poema usa as perífrases “estar mais perto” e
“estar mais longe” para modular os graus da referida lucidez.
Na quarta estrofe do poema, o par “perto-longe” parece menos denotativo que nas estrofes
anteriores, pois, nesta, a voz se encontra no terreno intermédio da loucura e do sonho, instâncias
entendidas como da imprecisão e do delírio. É nessa condição da voz que ela identifica a Palestina
como a Rosa Alquímica que curará o desterrado e desterritorializado, tornado estranho e estrangeiro.
TIGOS
R
A
FONTES
ARTIGOS Dez Poemas da Palestina
Junho, 1967
Salma Jayyusi
96
Fomos jogados, eu e o seu coveiro, na mesma vala.
Michel Sleiman, Alexandre Facuri Chareti...
١۱٩۹٦٧۷ ﺣﺰﻳﯾﺮﺍاﻥن
Nota
O poema explora os binômios pessoalidade-impessoalidade e privado-coletivo. Usa o tão
árabe “coração” para indicar o “self”, em dois momentos do poema. E se vale do interlocutor impes-
soal, um “você”, que a tradução se pergunta se não é o mesmo que o “eu” nesse diálogo/monólogo
da voz do poema.
97
No v1 exclui-se a palavra “coração” que, no entanto, mantém-se em verso adiante. O poema
em português foca o sema “veia”. Em v2 e v3 a expressão da tradução marca certa intimidade entre
a voz e seu interlocutor e certa ironia da voz em relação aos terceiros: “minha morte”, “meu enterro”
marcam a pessoalidade da morte anunciada pela voz. Em v5, yuðayyibu “o ocultarem” recupera o
sema contido em ðayb, termo que no islã corânico remete ao Oculto, à Outra Vida. “Vala” ao invés de
“cova” (¬afrah) marca o enterro nas mortes coletivas. “Desse”, “dessa”, em v9 e v10, impessoalizam
já a morte, que deixa de ser somente a da própria voz para ser a de muitos (a morte ansiando pela
morte, como um anseio coletivo, ou uma praga que se estende a contragosto). Em v11 lā budda “sem
dúvida que sim” tanto se refere ao que as pessoas falaram como ao que o interlocutor terá ouvido. A
tradução opta pela primeira, marcando o “diz-que-diz-que” costumeiro quando dos falecimentos. Em
v12 o aposto da tradução sublinha o absurdo que fomentou os comentários prenunciados no poema.
TIGOS
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A
FONTES
ARTIGOS Dez Poemas da Palestina
O dilúvio e a árvore
Fadwa Tuqan
Caiu a Árvore?
Apesar de nossos rios vermelhos
e as raízes irrigadas
com o vinho que escorre
de nossos membros cortados,
apesar das raízes árabes
fincadas como rochas
98 e esparramadas nas profundezas?
Há de se erguer a Árvore.
Hão de se erguer tronco e galhos.
Hão de brotar diante do sol os risos da Árvore.
E hão de voltar
os pássaros hão de voltar.
Michel Sleiman, Alexandre Facuri Chareti...
ﺍاﻟﻄﻮﻓﺎﻥن ﻭوﺍاﻟﺸﺠﺮﺓة
ﻓﻲ ﺍاﻷﺳﺎﺑﻴﯿﻊ ﺍاﻷﻭوﻟﻰ ﺍاﻟﺘﻲ ﺗﻠﺖ ﺍاﻟﺤﺮﺏب ،٬ﻛﺎﻧﺖ ﺍاﻟﺼﺤﻒ ﻭوﺍاﻹﺫذﺍاﻋﺎﺕت ﺍاﻷﺟﻨﺒﻴﯿﺔ
ﺍاﻟﻤﻌﺎﺩدﻳﯾﺔ ﺗﺘﺤ ّﺪﺙث ﺑﺘَﺸَﻒً ﻭوﺷﻤﺎﺗﺔ ﻋﻦ ﺣﺮﺏب ﺣﺰﻳﯾﺮﺍاﻥن ﻭوﻛﺄﻧﻤﺎ ﻧﻬﮭﺎﻳﯾﺔ ﺍاﻷﻣﺔ ﺍاﻟﻌﺮﺑﻴﯿﺔ
ﻛﺎﻧﺖ ﻣﻨﻮﻁطﺔ ﺑﺘﻠﻚ ﺍاﻟﻨﻜﺴﺔ ﻣﻦ ﻫﮬﮪھﻨﺎ ﻛﺎﻧﺖ ﻗﺼﻴﯿﺪﺓة )ﺍاﻟﻄﻮﻓﺎﻥن ﻭوﺍاﻟﺸﺠﺮﺓة (.
Para Sócrates
Jabra Ibrahim Jabra
ﺳﻘﺮﺍاﻁط
ﺇإﻟﻰ ُ
102
Michel Sleiman, Alexandre Facuri Chareti...
Tribos
Mourid Barghouti
104
Michel Sleiman, Alexandre Facuri Chareti...
ﺍاﻟﻘﺒﺎﺋﻞ
Vá!
e não vá!
O que me ajudou na minha partida
também o ajuda,
filho das esferas profundas,
amante das amêndoas e dos limões...
Como é sua esfera mais íntima?
A noiva estava de branco?
Como foi a cerimônia nesse exílio
incerto e distante?
Lembrou-se de nós?
do tempo das paixões juvenis,
de como o espírito explodia em suas mãos?
Em sua estrela misteriosa
alguma vidente lhe traz hoje as novas?
Você ouve?
É a sinfonia de cowboys tocada
pelo esquadrão de lendários nos rituais da mudez,
tocada
sobre as cordas de seu coração.
ﺍاﻟﺮﻳﯾﺢ ﺗﺨﻔ ُ
ﻖ ِ ﻛﻮﻓﻴﯿّﺔٌ ﻓﻰ
ﺍاﻟﻮﺛﻨﻰ
ﱢ ُﺧﺼﻠﺔٌ ﻣﻦ َﺷﻌْﺮﻙك
ﺍاﻟﺒﺤﺮ
ِ ﺑﻤﻠﺢ
ِ ﻣﺸﺒﻌﺔٌ
ﻖﺗﺨﻔ ُ
ﺍاﻟﺮﻭوﺡح ﻳﯾﺨﻔ ُ
ﻖ ِ ﻋﻨﺪﻟﻴﯿﺐُ
ﺻﺪﺭرﻙك
ِ ﻗﻀﺒﺎﻥن
ِ ﺥخ ﻣﻦ ﺁآ ِ
ﺑﺎﻹﻋﺼﺎﺭر
ِ ﻕق
ﺿﺎ َ
ﺻ ٌﺮ ﺃأﻧﺖَ ﻣﺤﺎ َ
ﺍاﻟﻨﻮﺗﻰ
ﱡ ﻳﯾﺎ ﺃأﻳﯾﱡﻬﮭﺎ
ﺕت
ﺳﻘﻄﺖ ﻋﻠﻰ ﺍاﻟﻐﺎﺑﺎ ِ ْ ﺃأﻳﯾّﺔُ ﻧﺠﻤ ٍﺔ
ﺍاﻷﻣﻮﺍاﺝج
ِ ﺧﻔﻘﺖ ﻋﻠﻰ ْ ﺃأﻳﯾﺔُ ﻭوﺭرﺩد ٍﺓة
ﻗﻠﺒ ُْﻚ !
ْ
ﻧﺰﻓﺖ ﻁطﻔﻠﺔٌ
ﺍاﻟﺠﺒﺎﻥن
ِ ﻓﺎﺭرﺳﻬﮭﺎ
ﻣﻬﮭﻤﺎﺯز ِ ِ ﻋﻠﻰ
ﺑﻴﯿﻨﻰ ﻭوﺑﻴﯿﻨَ َ
ﻚ
ﻣﺎ ﺗﺴﺎﻗﻂَ ﻣﻦ ﺯزﻣﺎﻧِﻚ ﻓﻰ ﻣﻜﺎﻧﻰ
ﻚﺑﻴﯿﻨﻰ ﻭوﺑﻴﯿﻨ َ
ﺩدﻣﻌﺘﺎﻥن
ِ
ﻭوﻗﺼﻴﯿﺪﺓةٌ ﻣﻨﻔﻴﯿﱠﺔٌ
ﺧﻠﻒَ ﺍاﻟﻤﺮﺍاﺛﻰ ﻭوﺍاﻷﻏﺎﻧﻰ
ﻭوﻟﻨﺎ ﺍاﻟﺪ ُﻡم ﺍاﻟﻤﺮﺳﻮ ُﻡم ﺳُﻨﺒﻠﺔً
ﺍاﻟﺰﺅؤﺍاﻥن
ِ ﻣﺮﺝج
ِ ﻋﻠﻰ
ﻓﺎﺭر َﺣﻞْ
]ﻭوﻻ ﺗﺮﺣﻞ[ ﻛﻔﺎﻧﻰ ﻣﻦ ﺭرﺣﻴﯿﻠﻲ
ﻙك ﻭوﻣﺎ ﻛﻔﺎﻧﻰ ... ﻣﺎ ﻛﻔﺎ َ
ﺕت ﺍاﻟﺴﺤﻴﯿﻘ ِﺔ ﻳﯾﺎ ﺍاﺑﻦَ ﺍاﻟﻤﺪﺍاﺭرﺍا ِ
ﻭوﺍاﻟﻠﻴﯿﻤﻮﻥن
ِ ﺍاﻟﻠﻮﺯز
ِ ﻋﺮﻳﯾﺲ
َ ﻳﯾﺎ
ﺍاﻟﺠﻮﻓﻰ ؟
ﱡ ﻙك
ﻛﻴﯿﻒَ ﻣﺪﺍا ُﺭر َ
ﻛﻴﯿﻒ ﻋﺮﻭوﺳُﻚ ﺍاﻟﺒﻴﯿﻀﺎ ُء ،٬
ﺍاﻟﻬﮭﻼﻣﻲ ﺍاﻟﺒﻌﻴﯿﺪ؟
ﱢ ﻓﻰ ﺍاﻟﻤﻨﻔﻰ
ﻛﻴﯿﻒَ ﺍاﻟﻄﻘﻮﺱسُ ﻟﺪﻳﯾﻚَ؟
ﻫﮬﮪھﻞ ﻣﺎﺯزﻟﺖَ ﺗﺬ ُﻛﺮﻧﺎ؟
ﺻﺒْﻮﺗِﻚ ﺍاﻟﻌﻨﻴﯿﺪ ِﺓة ﻁطﻘﺲ َ َ ﺃأﺗﺬ ُﻛ ُﺮ
ﺍاﻟﺮﻭوﺡح ﺑﻴﯿﻦ ﻳﯾﺪﻳﯾﻚ ِ ﻭوﺍاﻧﻔﺠﺎ َﺭر
ﺐ ﺍاﻟﺴﺮﱢ ﻯىﱢ ﻣﻦ ﻋﺮّﺍاﻓ ٍﺔ ﻫﮬﮪھﻞ ﻓﻰ ﺍاﻟﻜﻮﻛ ِ
ﻚ ﺑﺎﻟﻨﺒﺄ ﺍاﻟﺠﺪﻳﯾﺪ؟ ﺗﺄﺗﻴﯿ َ
ﻚ
ﺃأﻧﻘﺎﺽض ﻗﻠﺒِ َ
ِ ﻧﺤﺎﺳﻲ ﻋﻠﻰﱞ ﻭوﺗ ٌﺮ
ﺁآﺧ ُﺮ ﺍاﻷﻧﺒﺎ ِء
ُﺩدﻣﻴﯿﺔُ ﻁطﻔﻠ ٍﺔ ﻣﺒﺘﻮﺭرﺓة ﺍاﻟﺴﺎﻗَﻴﯿْﻦ 109
ﺗﺤﺖَ ﺍاﻟﺸﺮﻓ ِﺔ ﺍاﻟﺴﻮﺩدﺍا ِء
ﺳﻴﯿّﺪﺓةٌ ﺗَﻠُ ﱡﻢ ﻏﺴﻴﯿﻠَﻬﮭﺎ ﺍاﻟﻨﺎﺭر ﱠ
ﻱي
ﻕق ﺍاﻟﺸﺮﻓ ِﺔ ﺍاﻟﺴﻮﺩدﺍا ِء ﻓﻮ َ
ﻗﺎﺫذﻓﺔٌ ﺗُﻐﻴﯿ ُﺮ ﻋﻠﻰ ﺣﺪﻳﯾﻘﺔ .
ﻫﮬﮪھﻞ ﺃأﻧﺖَ ُﻣﺼْ ٍﻎ؟
ﻚ ﺳﻤﻔﻮﻧﻴﯿّﺔُ ﺍاﻟﻜﺎﻭوﺑﻮﻱي ﺗﻠ َ
ﺗﻌﺰﻓُﻬﮭﺎ ﺃأﺳﺎﻁطﻴﯿ ُﻞ ﺍاﻟﺨﺮﺍاﻓ ِﺔ
ﻁطﻘﻮﺱس ﺍاﻟﺼ ﱢﻢ
ِ ﻓﻰ
ﺃأﻭوﺗﺎﺭر ﻗﻠﺒِﻚ ﺃأﻧﺖَ
ِ ﺗﻌﺰﻓُﻬﮭﺎ ﻋﻠﻰ
ﺕت
ﻣﻮﻋﻈﺔ ﻣﻦ ﺍاﻟﺸﺮﻛﺎ ِ
ﻭوﺍاﻟﺒﻮﺭرﺻﺎﺕت
TIGOS
R
A
FONTES
ARTIGOS Dez Poemas da Palestina
Poema 28
Tawfiq Sayigh
Tampei a caneta,
embrulhei minhas coisas no papel,
beijei a amada sem soneto,
insultei o barman e o diretor desbotados,
me contorci e, como um só fio de cabelo,
saí em busca de uma cabeça careca
onde me plantar.
Michel Sleiman, Alexandre Facuri Chareti...
ﻗﺼﻴﯿﺪﺓة ٢۲٨۸
ﺳﻠﺒﻮﻧﻲ ﻛ ﱠﻞ ﺷﻲء:
ﻋﺘﺒﺔَ ﺍاﻟﺒﻴﯿ ِ
ﺖ ،٬ﻭوﺯزﻫﮬﮪھﺮ ﺍاﻟﺸﺮﻓﺔ
ﺳﺎﺑﻮﻧﻲ ﻛ ﱠﻞ ﺷﻲء
ﻏﻴﯿ َﺮ ..
ﺐ،٬ﻗﻠ ٍ
ﻭوﺿﻤﻴﯿﺮ،٬
ٍ
ﻭوﺷﻔﺔ!!