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PRÉ-VESTIBULAR SOCIAL/ SEMED/ Prefeitura Municipal de Macaé

Prof. Rodrigo Araújo / Disciplinas: Português- Redação

Aluno (a):________________________________________________Turma:____Data: ___/____/2020.

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INTERTEXTUALIDADE
É difícil pensar em um texto inédito gerado a partir do nada. Em todo o texto, outros textos estão presentes nele, em
formas diferentes, podendo ser reconhecido de acordo com as experiências de vida do leitor. Assim como um hipertexto, todo
texto possui ligações - links- com outros textos ou manifestações artísticas que podem estar implícitos ou explícitos.
A esse fenômeno chamamos INTERTEXTUALIDADE.
A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. E texto no sentido amplo: um
conjunto de signos organizados para transmitir uma mensagem, portanto, no mundo atual da multimídia, ela acontece entre
textos de signos diferentes.
Das inúmeras relações de intertextualidade, podemos destacar três como especiais:
• intertextualidade referencial: Fundamenta-se na citação ou alusão de outros textos. Exemplo:
- Freud nomeando a inclinação erótica de um filho pela mãe de “Complexo de Édipo”, referenciando a tragédia grega.
• intertextualidade temática: Fundamenta-se na abordagem de um mesmo assunto. Exemplo:
- Uma tela que retrate a Mona Lisa e um texto ou música que descreva a Monalisa.

Fig.2: Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre


tela, 1503.

• intertextualidade estrutural: Fundamenta-se no uso de modelos de estrutura preexistentes para a produção de textos.
Exemplo:
- Soneto: poema contendo dois quartetos e dois tercetos.
- receita: sequencia de ingredientes e modo de preparo.
- Bula de remédios: informações sequenciadas aos pacientes e aos técnicos.

Intertextualidade Implícita*
Ocorre quando o artista não menciona diretamente a relação entre as artes ou entre os textos. Na Literatura ou cultura, a
intertextualidade é uma prática, porque cada estilo de época se opõe ao anterior e retoma parte da estética passada. Exemplos:
o Classicismo retomou a Antiguidade Clássica, assim fez também o Arcadismo e o Parnasianismo. O Realismo combatia os
excessos do Romantismo,

Receita de herói Intensa como o ódio ou como a fome.


Tome-se um homem feito de nada Depois perto do fim
Como nós em tamanho natural Agite-se um pendão
Embeba-se-lhe a carne E toque-se um clarim
Lentamente Serve-se morto. (Reinaldo Ferreira em "Portos de Passagem" -
De uma certeza aguda, irracional João Wanderley Geraldi, São Paulo: Martins Fontes, 1991).
O poeta usa a estrutura e os elementos de uma receita de cozinha para falar como se faz um herói. Analise, por
exemplo:
• os verbos que indicam ordem (imperativo): "Tome-se", "Embeba-se-lhe", "Agite-se", "toque-se", "Serve-se";
• o advérbio de modo: "lentamente", ou seja, o "modo de fazer", característico das receitas culinárias; As receitas de cozinha
terminam geralmente com a expressão: "Serve-se... (frio ou quente ou gelado etc.).
O poema de Reinaldo Ferreira faz uma referência "implícita" às receitas culinárias - a referência não é clara, direta, a
nenhuma receita em específico, mas o modo como o texto é construído lembra as tais receitas. Outro exemplo interessante, de
Drummond. Ele fala da "medicalização" do mundo moderno, por meio da gênese de palavras que lembram os nomes de
diversos remédios...

Receituário Sortido
Calma. Não quero ver ninguém ansioso.
É preciso ter calma no Brasil O cordão dos ansiosos enfrentemos:
calmina aspiran!
calmarian
ansiotex!
calmogen
calmovita. ansiex ansiax ansiolax
Que negócio é esse de ansiedade? ansiopax, amigos!

Intertextualidade Explícita
Dentre a intertextualidade explícita, temos vários gêneros, como: epígrafe, citação, referência, alusão, paráfrase, paródia,
pastiche e tradução.

Epígrafe: Epígrafe (do grego epi = em posição su-perior + graphé = escrita) constitui uma escrita introdutória de outra.
A Canção de Exílio, de Gonçalves Dias, apresenta versos introdutórios de Goethe, com a seguinte tradução:
“Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro... Conhecê-lo? Para lá, para lá
quisera eu ir!”
A epígrafe e o poema mantêm um diálogo, pois os dois têm características românticas, pertencem ao gênero lírico e
possuem caráter nacionalista.

Citação: É uma transcrição de texto alheio, marcada por aspas.

A música Cinema Novo, de Caetano Veloso, faz citações:


O filme quis dizer ‘Eu sou o samba’ Todos e muitos: Deus e o Diabo, Vidas Secas, os Fuzis,
A voz do morro rasgou a tela do cinema Os Cafajestes, o Padre e a Moça, a Grande Feira, o Desafio
E começaram a se configurar Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do
Visões das coisas grandes pequenas Brasil.
Que nos formaram e estão a nos formar

Na citação sobre o samba, Caetano Veloso diz que o Cinema Novo quer representar o Brasil, como fez o samba da época de
Carmen Miranda.

Referência e Alusão
Machado de Assis é mestre nesse tipo de intertextualidade. Ele foi um escritor que visualizou o valor desse artifício no romance
bem antes do Modernismo. No romance Dom Casmurro, ele cita Otelo, personagem de Shakespeare, para que o leitor analise o drama de
Bentinho.

Paráfrase A paráfrase é a reprodução do texto de outrem com as palavras do autor. Ela não confunde com o plágio porque seu
autor explicita a intenção, deixa clara a fonte.

Exemplo de paráfrase é o poema Oração, de Jorge de junto à capela... lá longe...


Ave cheia de graça
Lima:
- ...”bendita sois entre as mulheres, bendito é o
“- Ave Maria cheia de graças...”
fruto do vosso ventre...”
A tarde era tão bela, a vida era tão pura,
E as mãos do sono sobre os meus olhos,
as mãos de minha mãe eram tão doces,
e as mãos de minha mãe sobre o meu sonho,
havia, lá no azul, um crepúsculo de ouro... lá longe...
e as estampas de meu catecismo
“- Cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita!”
para o meu sonho de ave!
Bendita!
E isto tudo tão longe... tão longe...
Os outros meninos, minha irmã, meus irmãos menores,
meus brinquedos, a casaria branca de
minha terra, a burrinha do vigário pastando

O autor retoma explicitamente a oração Ave Maria e mantém-se fiel a ele, justapõe a figura de Maria à da sua mãe, refere-se à hora do
Angelus.

Paródia “A paródia é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente”.

Ela acontece no famoso poema de Carlos Drummond de Andrade No Meio do Caminho, que faz uma paródia do soneto Nel Mezzo
del Camin, de Olavo Bilac que, por sua vez, remete ao primeiro verso da Divina Comédia, de Dante Alighiere: "Nel mezzo del camin de
nostra vita". Além do título, Drummond imitou o esquema retórico do soneto de Bilac, ou seja, em vez de parodiar o significado, promoveu
uma paródia na forma: empenhou-se na imitação irônica da estrutura, reproduzindo apenas o quiasmo (repetição invertida) do texto.

No Meio do Caminho E triste, e triste e fatigado eu vinha.


No meio do caminho tinha uma pedra Tinhas a alma de sonhos povoada,
tinha uma pedra no meio do caminho E a alma de sonhos povoada eu tinha...
tinha uma pedra E paramos de súbito na estrada
no meio do caminho tinha uma pedra. Da vida: longos anos, presa à minha
Nunca me esquecerei desse acontecimento A tua mão, a vista deslumbrada
na vida de minhas retinas tão fatigadas. Tive da luz que teu olhar continha.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho Hoje, segues de novo... Na partida
tinha uma pedra Nem o pranto os teus olhos umedece,
tinha uma pedra no meio do caminho Nem te comove a dor da despedida.
no meio do caminho tinha uma pedra. [Carlos Drummond de E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Andrade] Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo. [ Olavo Bilac]
Nel Mezzo del Camin
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada

Pastiche O pastiche pode ser plágio, por isso tem sentido pejorativo, ou é uma recorrência a um gênero. A estética clássica, por exemplo,
promovia o pastiche e não era falta de consideração fazer isso. O pastiche insiste na norma a ponto de esvaziá-la, como acontece com o
dramalhão, que leva o gênero drama às últimas consequências. É bom esclarecer que a questão da originalidade e da autenticidade nas artes
nasceu com o Romantismo, cuja concepção artística era que a obra expressasse a subjetividade do autor.

Tradução. A tradução de um texto literário implica em recriação, por isso ela está no campo da intertextualidade.
Segue um poema de Edgar A. Poe traduzido por dois escritores da língua portuguesa:
Once upon a midnight dreary, while i ponde-red weak ande weary
Over many a quaint and curious volume of for-got-tem lore,
while i modded, neraly napping, su-ddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping, rapping at may chamber door
Only this and nothing more. (Edgar A. Poe)
2
1 Em certo dia, à hora, à hora
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Da meia-noite que apavora,
Vagos curiosos tomos de ciências ancestrais, Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia Ao pé de muita lauda antiga,
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais De uma velha doutrina, agora morta
‘Uma visita’ eu me disse, ‘está batendo a meus umbrais Ia pensando, quando ouvi à porta
E só isto, e nada mais. (Tradução de Fernando Pessoa) Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
‘É alguém quje me bate à porta de mansinho:
Há de ser isso e nada mais. (Tradução de Machado de Assis)
O poema é o mesmo, mas Machado de Assis traduziu do francês para o português, enquanto Fernando Pessoa partiu direto do inglês, por isso as traduções
ficarem bem diferentes, embora a essência dele continue nos dois textos traduzidos. [Estes textos são paráfrase do livro Intertextualidades: Teoria e Prática,
várias autoras, Editora Lê.]
01. Observe a charge a seguir:

A respeito da charge acima, é possível afirmar que


(A) a falta de água em determinados locais é consequência das campanhas políticas.
(B) a falta de água no Nordeste é resultado exclusivo da falta de vontade política para solucionar o problema.
(C) investimentos em infraestrutura nas comunidades carentes são pretextos para campanhas políticas.
(D) os cidadãos acreditam que as eleições podem resolver a questão da falta de água nas comunidades.
(E) a divulgação das campanhas políticas na televisão não tem impacto sobre os cidadãos.

02. Ao considerar a intertextualidade entre os quadrinhos e a obra “Autorretrato com orelha cortada”, de:
Van Gogh, “Autorretrato com orelha cortada”, 1889, óleo sobre tela.
Vincent Van Gogh, podemos inferir que o terceiro quadrinho sugere que Garfield
(A) desconhece tudo sobre arte, por isso faz a sugestão. (D) acredita que seu dono tenha tendência artística e, por isso, faz
(B) acredita que todo pintor deve fazer algo diferente. a sugestão.
(C) conhece a história de Van Gogh e faz uso da ironia. (E) defende que para ser pintor é necessário sofrer.

03. Em relação à intertextualidade entre a obra de Van Gogh e os quadrinhos, só podemos afirmar que Garfield faz
(A) uma cópia do quadro de Van Gogh. (D) um plágio do famoso quadro.
(B) uma sátira da conhecida pintura. (E) uma réplica da grande obra de arte.
(C) uma referência ao autorretrato de Van Gogh.

04. Podemos afirmar que a frase dita por Garfield no último quadrinho é, basicamente,
(A) irônica, pois demonstra não acreditar nos dons artísticos de (C) desonesta, pois deseja que seu dono se fira.
seu dono. (D) amiga, por dar ao seu dono um sincero conselho.
(B) séria, porque acredita que seu dono tenha capacidade (E) compreensiva, pois entende o desejo de seu dono.
artística.

05. Existem diferentes formas de marcar, no enunciado, a inserção ou retomada de um texto em outro. Algumas são formalmente mais
explícitas, outras, por não obedecerem a nenhuma convenção gráfica nem indicarem a origem ou a fonte do texto inserido ou retomado,
apelam para os conhecimentos prévios do leitor.
Considerando os procedimentos intertextuais conhecidos, assinale a alternativa CORRETA.

(A) Recuperação de um texto por outro de forma dócil, isto é, retomando seu processo de construção em seus efeitos de sentido, é o que
chamamos de reescrita.
(B) Associação é um tipo de intertextualidade em que se nota uma menção a outro texto, contexto histórico, cultural ou social.
(C) Decodificação é também semelhança, é repetição com diferença; é imitação com distanciamento crítico.
(D) No processo intertextual, o contexto histórico assume os traços de um estilo com tal ênfase que o sentido se torna deslocado.
(E) A obra literária se dá pela valorização da arte enquanto componente concretizador da análise textual.

06. Observe as duas imagens abaixo (de Fernando Botero/1977 e Maurício de Souza/2004, respectivamente) e marque a alternativa
CORRETA sobre as mesmas.

(A) A atribuição de sentido às imagens depende exclusivamente do conhecimento, por parte do leitor, do quadro ao qual essas duas pinturas
fazem referência - A Monalisa, de Leonardo da Vinci.
(B) O não conhecimento, por parte do leitor, da pintura à qual essas imagens fazem referência é indiferente à depreensão completa dos
efeitos de sentido pretendido por Botero e Souza.
(C) As reconstruções acima revelam a importância que a obra de Da Vinci exerce sobre os artistas modernos, uma vez há a descaracterização
da imagem original de Monalisa.
(D) Botero e Souza, ao reconstruírem a clássica figura da Monalisa, expressam sua insatisfação com relação à primeira concepção da obra,
daí o desejo de repintá-la.
(E) Incutindo à imagem original, Maurício de Souza apresenta um aspecto clássico, porém desmoralizante da obra de Leonardo da Vinci.

07. Quem não passou pelas experiências de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre
si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
I. Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra III. Quando nasci um anjo esbelto
Disse: Vai Carlos! Ser "gauche" na vida Desses que tocam trombeta, anunciou:
(ANDRADE, CarlosDrummond de. ALGUMA POESIA. Rio de Janeiro: Vai carregar bandeira.
Aguilar, 1964) Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
II. Quando nasci veio um anjo safado (PRADO, Adélia. BAGAGEM. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. LETRA E MÚSICA. São Paulo: Cia das Letras,
1989)

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por
(D) negação dos versos
(A) reiteração de imagens (E) ausência de recursos
(B) oposição de ideias
(C) falta de criatividade
Em que ele cantando está.
08. Modinha do exílio Meu sabiá das palmeiras
Canta aqui melhor que lá.
Os moinhos têm palmeiras Mas, em terras estrangeiras,
Onde canta o sabiá. E por tristezas de cá,
Não são artes feiticeiras! Só à noite e às sextas-feiras.
Por toda parte onde eu vá, Nada mais simples não há!
Mar e terras estrangeiras, Canta modas brasileiras.
Posso ver mesmo as palmeiras Canta – e que pena me dá! (Ribeiro Couto)

Os versos dos poetas modernistas e românticos apresentam relação de intertextualidade com o poema de Ribeiro Couto, EXCETO em uma
alternativa. Assinale-a.
(A) “Vou-me embora pra Pasárgada / Lá sou amigo do rei / Lá tenho a mulher que eu quero / Na cama que escolherei” (Manuel Bandeira).
(B) “Dá-me os sítios gentis onde eu brincava / Lá na quadra infantil; / Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, / O céu do meu Brasil!”
(Casimiro de Abreu)
(C) “Minha terra tem macieiras da Califórnia / onde cantam gaturamos de Veneza. / Os poetas da minha terra / são pretos que vivem em torres
de ametista,” (Murilo Mendes).
(D) “Ouro terra amor e rosas / Eu quero tudo de lá / Não permita Deus que eu morra / Sem que volte para lá” (Oswald de Andrade).
(E) “Em cismar, sozinho, à noite, / Mais prazer eu encontro lá; / Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o Sabiá.” (Gonçalves Dias).

09. CLONAGEM
Parabenizo o jornalista Marcelo Leite pelo artigo "O conto das células de cordão" (Mais!, pag. 18,18/7).
A tecnologia de congelamento de células de cordão é muito bem dominada por alguns serviços médicos no Brasil há vários anos. Logo, seria
natural que migrássemos para esse campo. Mas, mesmo sendo factível a sua introdução, ficamos convencidos de que essa seria uma área que só deveria ser
implantada por instituições (preferencialmente públicas) responsáveis pelo tratamento de um grande contingente de pacientes, pois só com um cadastro
nacional abrangente poderiam ser atendidos aqueles com indicação de transplante de medula óssea que não tivessem doadores relacionados disponíveis.
Infelizmente, foi com muito pesar que vi a proliferação de bancos de cordão voltados ao possível atendimento dos próprios doadores do cordão
(crianças saudáveis e provenientes de famílias com bons recursos financeiros), uma prática totalmente desnecessária com pouca repercussão do ponto de vista
da saúde pública.
Foi por esse motivo que nunca nos aventuramos nessa área.
[Silvano Wendel, diretor médico do banco de sangue do Hospital Sírio-Libanês (São Paulo-SP) FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 23 jul. 2004, p. A3, Painel do Leitor].

O título do artigo de Marcelo Leite "O conto das células de cordão" resume a tese de que a prática de doação de cordão umbilical não tem
favorecido aqueles que realmente necessitam de transplante de medula. O sentido construído no título é alcançado pelo recurso de:
(A) inversão, construída pelo emprego das palavras "células" e "conto".
(B) oposição, provocada pelo uso da palavra "cordão" que tem duplo sentido.
(C) paródia, construída pela explicação do que vêm a ser as células de cordão.
(C) intertextualidade, marcada pelo uso de termos que recuperam elementos dos contos de fadas.
(D) contradição, provocada pelo uso dos termos "cordão" e "células" que remetem a domínios diferentes.

10. Leia o poema:


podem ficar com a realidade
esse baixo astral
em que tudo entra pelo cano

eu quero viver de verdade


eu fico com o cinema americano
O poeta Paulo Leminski neste poema usa de procedimento redundante em sua obra. Assinale a alternativa que identifica esse procedimento:
(A) intertextualidade. (B) ironia. (C) crítica à sociedade de massa. (D) fuga à realidade. (E) desejo de viver intensamente.

11. Leia os textos abaixo para responder a questão:


TEXTO 1

TEXTO 2
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura... (Alberto Caeiro)

A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma
ideia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente,
(A) pelo alcance de cada cultura. (D) pela idade do observador.
(B) pela capacidade visual do observador. (E) pela altura do ponto de observação.
(C) pelo senso de humor de cada um.

A tirinha a seguir serve de base para as questões 12 e 13. Observe-a com atenção:

12. Comparando a fala do primeiro balão com a do último, é CORRETO afirmar que:
(A) há uma relação intertextual entre elas, embora haja diferenças de estrutura sintática entre uma e outra.
(B) sob o ponto de vista conceitual, a expressão “lei da selva” tem uma extensão mais ampla que “lei da gravidade”, que tem sentido
especializado.
(C) a forma verbal “Lamento” sugere a relação respeitosa que as personagens estabelecem entre si na tirinha.
(D) a conjunção “mas” poderia ser substituída, somente no primeiro quadrinho, por porém ou no entanto.
(E) a expressão “lei da gravidade” não pode ser entendida, devido ao contexto sarcástico, como um termo técnico da Física.

13. A imagem no segundo quadrinho Estão corretas as proposições:


(A) comprova que a lei da selva é válida em todas as situações. a) Todas estão corretas.
(B) é incompatível com o que ocorreu no primeiro quadrinho. b) Apenas I, II e V estão corretas.
(C) reforça o lamento do gato no começo da tirinha. c) Apenas III e IV estão corretas.
(D) permite ao rato fazer a observação que está no último balão. d) III, IV e V estão corretas.
(E) mostra a indignação do rato para com a postura do e) I e II estão corretas.
gato. 16) Sobre a intertextualidade estão corretas, exceto:
a) A intertextualidade, tema estudado pela Linguística Textual, é
14. Estão entre os principais tipos de intertextualidade:
um elemento recorrente na escrita de textos. Mesmo quando não
a) Paráfrase, paradoxo, antítese e anacoluto. temos a intenção de utilizá-la, realizamo-na inconscientemente,
b) Citação, zeugma, elipse e onomatopeia. resgatando modelos e parâmetros estabelecidos nos
c) Citação, paráfrase, paródia e epígrafe. chamados textos fontes.
d) Paráfrase, paródia, hipertexto e intertexto. b) São dois os tipos de intertextualidade: implícita e explícita. Na
e) Citação, epígrafe, hipérbato e inferência. intertextualidade implícita, não há citação expressa do texto
fonte, fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos
15. Sobre o conceito de intertextualidade, podemos afirmar: do texto; já na intertextualidade explícita, ocorre a citação da
I. Introdução de novos elementos no texto. Pode-se também fonte do intertexto.
retomar esses elementos para introduzir novos referentes; c) A intertextualidade não interfere na construção de sentidos do
II. Operação responsável pela manutenção do foco nos objetos de texto. Trata-se apenas de um recurso estilístico utilizado para
discurso previamente introduzidos; deixá-lo mais interessante.
III. Elemento constituinte do processo de escrita e leitura. Trata- d) Podemos dizer que a intertextualidade é a influência de um
se das relações dialógicas estabelecidas entre dois ou mais textos; texto sobre outro. Todo texto, em maior ou menor grau, é
IV. Pode ocorrer de maneira implícita ou explícita; um intertexto, pois durante o processo de escrita acontecem
V. Responsável pela continuidade de um tema e pelo relações dialógicas entre os textos que escrevemos e os textos
estabelecimento das relações semânticas presentes em um texto. que acessamos ao longo da vida.

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