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Mateus 1.18-25
v. 18: “Maria, a sua mãe, estava comprometida para casar com José. Mas, antes
de se unirem, ela se achou grávida pelo Espírito Santo”.
v. 20: “José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque
“o que nela foi gerado é do Espírito Santo”.
v.22 “Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo Senhor por meio
do profeta...”.
v. 25: “Porém não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho, a
quem pôs o nome de Jesus”.
6
Bíblia King James Atualizada – São Paulo: Abba Press, 2012., p. 1750.
7
Bíblia King James Fiel, BKJ 1611 – Niterói/RJ: 2015., p. 555.
das profecias veterotestamentárias, das quais uma é destacada pelo mesmo autor,
agiu agora intervindo na história do povo eleito de Deus, para salvá-lo.
Nada é mais natural agora para o autor, do que após traçada a árvore
genealógica do Messias, apontar para o seu nascimento, mas não de maneira
comum ou normal, e sim, como a maior revelação e intervenção de Deus na história.
Mateus encerra sua genealogia, e inicia imediatamente a narrativa do nascimento
de Cristo: o Deus da aliança está de fato com o seu povo... “Emmanuel!”.
1ª Proposta de Tradução
18
Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: estava Maria – a mãe dele – casada
com José. Contudo, antes de coabitar com ele, achou-se grávida do Espírito
Santo.
19
Então José, o marido dela, sendo justo, não querendo expô-la publicamente,
desejou secretamente deixá-la.
20
Tendo ele pensado essas coisas, eis que um anjo do Senhor, em um sonho,
apareceu a ele, dizendo: José, filho de Davi, não tema receber Maria, sua esposa,
pois o que nela foi gerado, é vindo do Espírito Santo.
21
Gerará ela um filho, e tu chamarás o seu nome, Jesus, porque ele salvará o
povo dele dos seus pecados.
22
Isso tudo aconteceu, tendo cumprido o que foi dito pelo Senhor por meio do
profeta, dizendo:
23
Eis [que] a virgem engravidará, e gerará um filho, e chamarão o nome dele:
Emanuel, que significa: Deus [é] conosco.
24
Tendo despertado José do seu sono, fez o que o anjo do Senhor o mandou
fazer, e recebeu sua esposa,
25
E não a conheceu até que ela deu à luz o filho. E ele chamou o nome dele Jesus.
Sob a ameaçada de uma guerra a qual não tinha condições nem forças para
enfrentar, segundo o texto do profeta, Acaz é convocado a confiar em Deus para o
livrar daquela situação. Um cerco seria montado contra Judá, mas seria através da
fé em Deus que tanto Acaz quanto o povo seriam salvos: “Assim diz o Senhor Deus:
“Isso não tem nenhuma chance de acontecer. [...] Se vocês não crerem,
certamente não permanecerão” (Is 7.7,9). Mesmo diante da incredulidade de Acaz,
a revelação messiânica não foi suspensa. Deus interviria, salvando seu povo.
8
TENEY, Merril C. – O novo testamento sua origem e análise – São Paulo: Shedd Publicações, 2008., p.169.
9
SCHULTZ, Samuel J. – A história de Israel no Antigo Testamento – São Paulo: Vida Nova, 1995., p. 199.
A promessa que é feita por Deus através de Isaías é de que um libertador
seria enviado para livrar o povo da opressão e da ameaça de guerra, que pairava
sobre Judá diante daquela situação política instável. No meio de toda turbulência e
sombra de morte por vir, o Senhor revela: “eis que a virgem conceberá e dará à luz
um filho e lhe chamará Emanuel” (v. 14). Um Salvador vindo da parte de Deus livrará
o povo de seus algozes.
Também Lucas aponta para esse evento, em parte, segundo a mesma ótica
de Mateus, qual seja: de que o nascimento de Cristo é uma ação exclusiva de Deus:
4.3 Analogia da Fé
10
Confissão de Fé de Westminster – 17ª ed. – São Paulo: Cultura Cristã, 2008., p. 76. Grifo nosso.
11
Rev. Stefano Alves.
A obra do Espírito Santo concernente à concepção de Jesus foi
dupla: (1) Ele foi a causa eficiente do que foi concebido no ventre de
Maria, e assim excluiu a atividade do homem como fator eficiente.
Isto está em completa harmonia com o fato de que a pessoa que
nasceu não era uma pessoa humana, mas a pessoa do Filho de Deus
que, como tal, não estava incluída na aliança das obras e estava livre
da culpa do pecado. (2) Ele santificou a natureza humana de Cristo
logo no início, e assim a manteve livre da corrupção do pecado. 12
Para as doenças e chagas de seu povo, foi servido o Criador, o Deus Triúno,
enviar a Segunda Pessoa da Trindade para encarnar-se, compadecendo-se de nós,
encarnando e assumindo também a natureza humana, fazendo-se homem,
salvando pecadores de seus pecados – das suas feridas e chagas. Foi da “farmácia
celestial” que saiu o remédio para a doença mais grave dos eleitos: o pecado.
2ª Proposta de Tradução
12
BERKHOF, Louis – Teologia Sistemática – 4ª ed. – São Paulo: Cultura Cristã, 2012., p. 308.
13
BEEKE, Joel R., JONES, Mark – Teologia Puritana: doutrina para a vida – São Paulo: Vida Nova, 2016., p.
521.
14
Ibid., p. 522.
18
Assim foi o nascimento de Jesus Cristo: estava Maria, a mãe dele, casada com
José. Contudo, antes de coabitar com ele, achou-se grávida do Espírito Santo.
19
Então José, o marido dela, sendo justo, não querendo expô-la publicamente,
desejou secretamente deixá-la.
20
Tendo ele pensado essas coisas, eis que um anjo do Senhor, em um sonho,
apareceu a ele, dizendo: José, filho de Davi, não tema receber Maria, sua esposa,
pois o que dela é gerado, é vindo do Espírito Santo.
21
Gerará ela um filho, e tu chamarás o seu nome, Jesus, porque ele salvará o
povo dele dos seus pecados.
22
Tudo isso aconteceu, tendo cumprido o que foi dito pelo Senhor por meio do
profeta: dizendo:
23
Eis [que] a virgem engravidará e gerará um filho, e chamarão o nome dele:
Emanuel, que significa: Deus [é] conosco.
24
Tendo despertado José do seu sono, fez como o anjo do Senhor mandara, e
recebeu sua esposa,
25
E não teve relações com ela, até que ela deu à luz o Filho. E ele chamou o nome
dele, Jesus.
V. ANÁLISE HOMILÉTICA
[...] “ela se achou grávida pelo Espírito Santo”. (v. 18) Ação divina
[...] “o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz Ação divina: o objetivo da ação.
um filho e você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará
o seu povo dos pecados deles”. (v. 20)
“Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo A ação divina como
Senhor por meio do profeta: “Eis que a virgem conceberá e cumprimento da promessa
dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de
Emanuel.” (“Emanuel” significa: “Deus conosco” (v. 22-23).
[...] “fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Ação divina, ênfase na não
Maria por esposa. Porém não teve relações com ela enquanto participação ou interferência do
ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus” (v. homem.
24, 25).
A cada afirmação e constatação feita por Mateus, fica claro a ideia central
da passagem: a encarnação de Cristo é uma ação divina, bem como toda obra de
salvação arquitetada e executada pela Santíssima Trindade. A exclusividade remete
ao ensino bíblico de que “ao SENHOR pertence a salvação” (Jn 2.9).
Introdução
À luz do que vimos no texto anterior (v. 1-17), Mateus está concentrado em
demonstrar a chegada do Reino de Deus, através de Cristo Jesus. Para isso, o autor
iniciou seu evangelho demonstrando como Cristo era o cumprimento das profecias
do Antigo Testamento, sobretudo, às promessas pactuais feitas a dois personagens
especiais: Abraão e Davi.
Porém, deveria ainda assim o nosso Redentor ser um homem como nós,
para que pudesse se compadecer de nós, obedecer a Deus e garantir que por seus
méritos, a salvação fosse plenamente adquirida para todo o seu povo. Se na
eternidade, Deus havia determinado que a Segunda Pessoa da Trindade fosse o
Cordeiro que tiraria o pecado do mundo, da mesma forma como foi prefigurado
através das determinações da lei cerimonial que um cordeiro sem defeito deveria
ser usado no ritual de purificação de pecados (cf. Nm 6.14), assim também o
verdadeiro Cordeiro deveria vir ao mundo sem qualquer mácula ou mancha do
pecado, e como um homem, contendo todas as características de tal.
Tudo isso é algo que claramente se mostra impossível aos homens, pois
condenados a sofrer as penas dessa condição miserável que o pecado nos legou,
jamais poderíamos nos mesmos providenciar um “cordeiro para o holocausto”.
Dessa forma, as palavras de Abraão a seu filho Isaque, exibem o maravilhoso plano
da redenção: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (Gn
22.8). O nascimento de Cristo é providencial para nós, pois é o resgate que
aguardávamos. Da mesma forma que alguém que está se afogando, sente-se
aliviado ao ver o resgate se aproximando, pois não pode fazer nada para salvar-se,
assim também nós, com a vinda de Cristo, vemos as tribulações e angustias que o
pecado nos causa terem um fim prometido, pois aquele que salva o povo dos seus
pecados, veio para executar sua missão.
É dito a José que o ente que Maria carrega no ventre “é vindo da parte do
Espírito Santo”. A obra trinitária é evidenciada pela vontade decretiva de que pelo
poder do Espírito, Cristo iniciasse sua obra. Porém, a obra redentora do SENHOR
Jesus não começa somente quando ele sobe a cruz para morrer por nós, mas todo
o estado de humilhação ao qual ele deveria ser submetido inicia com sua própria
encarnação. Assim pois, como foi o próprio Espírito Santo quem o guiou ao deserto
para ser tentado (Mt 4) como parte de sua provação para ser o Sumo Sacerdote
que se compadece de nossas dores (Hb 4.15), assim também é pelo mesmo
Espírito, que Jesus é trazido a esse mundo.
Por fim, Mateus encerra esta ideia, trazendo de novo à luz o fato de que
Cristo foi concebido sem qualquer ação ou intervenção do homem (v. 24 a 25).
Crendo que o que estava acontecendo era algo celestial, muito maior do que ele,
José casa-se com Maria mas não tem relações com ela, pois ficou evidente que
homem algum tinha qualquer coisa a fazer senão receber a dádiva da salvação
através daquele que Maria carregava em seu ventre. Não é apenas um respeito
superficial ou fugaz de alguém que teme tocar algo que não lhe foi autorizado, e
sim, a fé de que pela obra do Espírito tudo seria estabelecido de maneira que o
nome do Deus Triúno fosse glorificado. José, ciente do peso da obra maravilhosa
do Espírito de Deus em Maria, obedece, à semelhança de muito outros personagens
que creram em Deus confiando em suas promessas e em seu agir, e dessa forma
obtiveram o cumprimento da promessa evidenciado em suas vidas, como foi o caso
de Abraão, que obedece as instruções de Deus por fé, e parte para uma terra
desconhecida (Hb 11.8), por exemplo.
Transição
Aplicações
Porém, como escreve o apóstolo Paulo: “Mas Deus prova o seu próprio amor
para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos
da ira” (Rm 5.8-9). Nunca deixe passar por sua mente, um minuto sequer, que de
alguma forma você era digno da dádiva maravilhosa da salvação, pois não era.
Assim como nos mostra Mateus, desde a encarnação do Verbo, até sua
ressurreição, tudo foi operado pelo poder de Deus, sem que o homem tenha
qualquer participação, a não ser, a de receber essa bênção.
Às vistas do que foi dito até aqui, talvez alguém possa se sentir estimulado a
pensar que diante das outras coisas dessa vida, nós podemos agir. Alguém pode
pensar que mesmo que não pôde fazer o mais, tem condições de fazer o menos, e
agir por contra própria nas coisas pequenas ocorrem em nossas vidas. A
perspectiva de Mateus não é essa. O evangelista demonstra a ação divina sobre a
salvação, demonstrando que o Reino de Deus alcança os pontos mais altos da
nossa existência. Por isso, aquele que opera o mais, realiza também o menos.
Conclusão
V. CONCLUSÃO
Cristo triunfa!