Você está na página 1de 4

19/09/2018 Morashá | SHAVUOT - MONTE SINAI: O ENCONTRO ENTRE D'US E ISRAEL

PESQUISAR 

(home.html)

Home (home.html) / SHAVUOT (1/shavout.html) / MONTE SINAI: O ENCONTRO ENTRE D'US E ISRAEL

Foto Ilustrativa

MONTE SINAI: O ENCONTRO ENTRE D'US E ISRAEL


No terceiro mês de saírem os Filhos de Israel da terra do Egito, neste dia chegaram ao deserto do Sinai e
acamparam no deserto, e acampou ali Israel em frente ao monte (Êxodo 19:1).
Edição 40 - Março de 2003

Sete semanas após terem sido libertados do jugo do Faraó e da escravidão egípcia, o povo de Israel, liderado
por Moisés que agia sob instruções Divinas acampa ao pé do Monte Sinai para seu tão esperado encontro
com D'us.
Os Filhos de Israel sabiam que o Todo-Poderoso prometera a Moisés que no terceiro mês do Êxodo do Egito
Ele se revelaria a eles na montanha
. Mas para merecer tal Revelação, o povo precisava estar espiri-tualmente preparado, pois, ao sair do Egito,
os israelitas encontravam-se num nível muito baixo de espiritua-lidade. Os judeus vagaram durante sete
semanas no deserto para se purificar espiritual e mentalmente. Foi apenas ao chegar ao Monte Sinai, 49 dias
após a saída do Egito, que cada um deles atingiu o nível de espiritualidade imprescindível para presenciar a
Revelação Divina. A contagem do Omer vem simbolizar esta ascensão do povo judeu durante estes 49 dias.
Havia, porém, uma outra condição necessária para que os B’nei Israel pudessem receber a Torá: devia reinar
entre todo o povo harmonia, paz e união absoluta. Desde a libertação do Egito, havia constantes
descontentamentos e desentendimentos entre eles. Mas, ao chegar ao Monte Sinai, os judeus demonstravam
fé e confiança absoluta em D’us. Reinava entre Israel a paz mais profunda, como se o povo inteiro fosse um
único homem, com uma única voz. Rashi, afirma que Israel acampou ao pé do Monte Sinai como um só
homem, com um só coração.

A Torá relata: E acampou ali Israel frente ao monte


(Êxodo 10:2), indicando-nos que todo o povo formava uma só
unidade. Afirmam nossos sábios que foi ao comprovar esta unidade
que D’us considerou Israel merecedor de receber Sua Palavra e de
se tornar o Seu povo.
O encontro dos Céus com a terra, no Monte Sinai, foi o mais
importante evento na história judaica e ocorreu por um único motivo:
a outorga da Torá aos Filhos de Israel. Pela primeira e única vez na

http://www.morasha.com.br/shavout/monte-sinai-o-encontro-entre-d-us-e-israel.html#q=OS%20MANDAMENTOS 1/6
19/09/2018 Morashá | SHAVUOT - MONTE SINAI: O ENCONTRO ENTRE D'US E ISRAEL

história da humanidade, D’us se revela perante todo um povo e o incumbe de uma missão: cumprir Suas Leis
e disseminar ao mundo a Sua Palavra.

A Revelação no Monte Sinai

A Torá conta que a Revelação de D’us diante do povo judeu foi um evento dramático e estarrecedor,
anunciado por relâmpagos e trovões. Toques de Shofar ressoavam enquanto uma nuvem pesada de fumaça
cobria o monte. Está no livro Êxodo: O Monte Sinai estava todo em fumaça por causa da Presença que tinha
descido sobre ele (19:18).

Revela o Midrash que “quando o Santo, Bendito Seja, ofereceu a Torá no Sinai, ave alguma piou nem vôo
levantou; boi algum mugiu; anjo algum ascendeu aos Céus e não se ouviu serafim proclamar louvores a D’us.
Absoluto silêncio reinava no universo. Foi então que a Voz adiantou-se, proclamando: ‘Eu sou o Senhor, teu
D’us...’ (Shemot Rabá 29:9).

Como D’us é um Ser puramente espiritual, o povo judeu não pôde vê-Lo, mas apenas ouvir Sua voz enquanto
anunciava os Dez Mandamentos. Os místicos revelam que estes correspondem às Dez Proclamações com as
quais D’us criou o universo. Portanto, a Revelação do Sinai corresponde a uma nova Criação um novo mundo
regido por Leis Divinas, transmitidas a todo um povo com a missão de cumpri-las e transmiti-las ao restante
da humanidade. De fato, a libertação dos judeus do Egito e todos os milagres realizados por D’us durante o
Êxodo foram meros prelúdios para a Revelação. Nossos sábios explicam que o propósito da Criação foi
alcançado quando Israel homens, mulheres e crianças ouviram o Todo Poderoso proclamar os Dez
Mandamentos e se comprometeram a seguir a Torá. Ensinam os místicos que não estavam presentes apenas
os judeus que foram libertados do Egito, mas sim, todas as almas judias. Mesmo as que ainda estavam por
nascer estavam presentes durante a Revelação Divina. O elo entre D’us e o Povo Judeu é eterno, pois foi
selado com todas as gerações judaicas subseqüentes.

Finalmente, após as Leis terem sido anunciadas, todo Israel responde em uníssono e com um único pulsar de
coração: Faremos e ouviremos , Naassê Venishmá! (Êxodo 24:7). Com estas palavras, o povo de Israel
expressa sua prontidão para servir a D’us, por livre escolha e com devoção absoluta. Prometem adotar
incondicionalmente as Leis Divinas como base de toda sua existência e selam um pacto eterno com o Senhor.
Por ter-se comprometido a seguir todos os mandamentos de D’us mesmo antes de entender o significado e
propósito de cada um deles Israel, naquele instante, ascende espiritualmente ao nível dos anjos.
No entanto, a Revelação Divina foi uma experiência muito avassaladora. Após o Eterno proclamar os Dez
Mandamentos que formam o núcleo dos 613 mandamentos da Torá o povo pede a Moisés que ele, e não
D’us, lhes transmitisse e ensinasse os demais preceitos Divinos: Fala-nos tu e te ouviremos; porém não fale
D’us conosco que morreremos (Êxodo, 20:19). E assim D’us chamou Moisés para que ele subisse o Monte
Sinai, onde permaneceria 40 dias e 40 noites para d’Ele aprender toda a Torá e seus detalhamentos. E a
Moisés caberia transmitir ao povo seus meandros e pormenores.

"Faremos e Ouviremos", Naassê Venishmá! (Êxodo 24:7). Com estas palavras, o povo de Israel
expressa sua prontidão para servir a D'us, por livre escolha e com devoção absoluta.

A formação da Nação Judaica

Após a Revelação Divina no Monte Sinai, as Doze Tribos de Israel se tornam a Nação Judaica um povo
definido por um código de leis morais e espirituais ditadas por D’us. As leis promulgadas pelo Eterno
fundamentam a responsabilidade do homem perante outros homens e Seu Criador. São leis espirituais que
uma vez trazidas à Terra, assumiram forma física e cotidiana. Sua moral e ética transcendem o tempo e o
espaço e mudam para sempre os caminhos não apenas do povo de Israel mas de toda humanidade.

http://www.morasha.com.br/shavout/monte-sinai-o-encontro-entre-d-us-e-israel.html#q=OS%20MANDAMENTOS 2/6
19/09/2018 Morashá | SHAVUOT - MONTE SINAI: O ENCONTRO ENTRE D'US E ISRAEL

A formação do povo judeu, em conseqüência da outorga da Torá,


difere totalmente de como outros grupos de indivíduos se tornaram
uma nação. Teriam todos os franceses, por exemplo, decidido, num
determinado dia e ao mesmo tempo, tornar-se franceses? Acreditar
na legalidade de ter um rei a governar seu país, a França, ou optar
pelos ideais da Revolução Francesa? Certamente que não! Essa
transformação foi um processo longo e trabalhoso e, por vezes,
sangrento, marcado por lutas internas e externas. Assim como com
todas as outras nações, tal processo envolveu habitantes de uma
determinada área geográfica, que lá viveram por longo tempo,
durante o qual desenvolveram idioma e cultura comuns, calcados em
uma experiência histórica compartilhada. Até que acabaram por
definir o que consideravam suas fronteiras, desenvolvendo uma
entidade política, com um governo e um nome nacional, no caso,
França. Suas leis mudaram inúmeras vezes antes e depois de
completar o processo de auto-definição como cidadãos franceses.

No caso do povo de Israel, o embrião desse processo nacional criou


corpo quando estavam apartados da terra de seus ancestrais, subjugados pela escravidão e sujeitos às mais
adversas condições criadas justamente para anular sua identidade histórica e cultural. E é concluído quando
reunidos aos pés do Monte Sinai afirmaram a D’us Naassê Venishmá. Pois, ao prometer seguir os
mandamentos da Lei Divina, eles se tornam a Nação Judaica.

A Torá atesta que nunca antes e nunca mais após aquele evento D’us se revelaria a outro povo. De fato,
todos os outros relatos existentes sobre algum tipo de Revelação Divina referem-se a experiências de um
indivíduo ou de um pequeno grupo. Outros códigos de leis, inclusive as de Noé, nunca foram abertamente
declarados por D’us diante de todo um povo. As leis originadas ou transmitidas unicamente por seres
humanos mesmo as semelhantes aos mandamentos da Torá estão sujeitas a mudanças. Mas as Leis
promulgadas pelo Todo-Poderoso são absolutas. Como a Fonte que as origina é Infinita, Imutável e Perfeita,
também o são Suas Leis. Nenhum ser humano pode mudá-las, nem tampouco as mesmas deixam de existir
com o passar do tempo.

O rabino Adin Steinsaltz escreve que a importância dos Dez Mandamentos não é tanto o seu conteúdo, mas a
sua Origem. Tanto os Mandamentos quanto todos os preceitos da Torá foram promulgados por D’us e é isto o
que lhes confere força e significado. Os judeus seguem a Palavra Divina, a Torá, não pelos milagres ocorridos
ou outros fenômenos sobrenaturais, mas porque o povo de Israel estava presente no Sinai quando D’us se
pronunciou diante deles e Sua mensagem continua, até hoje, a ser transmitida de pai para filho. A história da
sobrevivência do povo judeu é a própria história do processo ininterrupto de transmissão da Torá de uma
geração a outra, através dos séculos.

Desde o recebimento da Lei Divina, os judeus têm um relacionamento específico com D’us que não se limita
apenas a religiosidade e espiritualidade. É, na verdade, uma visão que abarca tudo e que nos orienta como
viver cada minuto de nossa vida e esta relação é única. Ser judeu é ser parte de uma nação que tem uma
missão frente ao mundo. A identidade nacional judaica foi forjada pela vivência no Monte Sinai, pois lá nos
comprometemos com essa missão como indivíduos e como nação. E para cumpri-la temos a Torá que
recebemos. Assim como Abraão declarou, muitas gerações antes... Escolhi viver e, se necessário for, morrer
pela realidade Divina, também seus descendentes, no Sinai, se comprometeram a fazê-lo.
E nós, nesta alvorada do século 21, continuamos a honrar o compromisso de nossos antepassados.

Bibliografia:
• The Call of the Torah – An anthology of interpretations and commentaries on the Five Books of Moses ,Rabbi

http://www.morasha.com.br/shavout/monte-sinai-o-encontro-entre-d-us-e-israel.html#q=OS%20MANDAMENTOS 3/6
19/09/2018 Morashá | SHAVUOT - MONTE SINAI: O ENCONTRO ENTRE D'US E ISRAEL

Elie Munk, ArtScroll Mesorah Series.

Os eventos ocorridos há milhares de anos ao pé do Monte Sinai são celebrados a cada Shavuot. Esta
festividade, que é comemorada durante dois dias, começa no sexto dia do mê de Sivan do calendário
hebraico. Ocorre 50 dias após o primeiro dia de Pessach, que marca o êxodo do povo judeu do Egito. Este
ano Shavuot será celebrada dia 6 e 7 de junho (6 e 7 de Sivan).
Em Shavuot há o costume de ficar acordado toda a noite estudando a Torá. A Cabalá enfatiza a importância
desse ritual chamado de Tikun Leil Shavuot. No dia seguinte, o primeiro dia de Shavuot, em todas as
sinagogas ao redor do mundo, os Dez Mandamentos são lidos perante a Congregação.
As sinagogas costumam ser decoradas com flores porque na hora da Revelação, no Monte Sinai, uma
montanha seca e árida, explodiu em flores. Alimentos feitos de leite e queijo são característicos desta festa.

EDIÇÕES ANTERIORES

Outras edições

(revista.html)

SETEMBRO 2018 - ED. 101

ACENDIMENTO DAS VELAS

18 SETEMBRO
9 TISHRI
17h41

19 SETEMBRO
10 TISHRI
18h35

São Paulo (São Paulo)

RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Nome

Email
http://www.morasha.com.br/shavout/monte-sinai-o-encontro-entre-d-us-e-israel.html#q=OS%20MANDAMENTOS 4/6

Você também pode gostar