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O chapim-real, Parus major, é uma ave comum em toda a Europa. Alimenta-se de insetos e
de outros invertebrados no verão, de sementes e de frutos no outono e no inverno.
Investigações efetuadas sobre o chapim-real demonstraram que o comprimento dos bicos
das aves no Reino Unido era significativamente maior do que nas aves da Europa
continental, e que aumentou muito
rapidamente em apenas treze
gerações, embora as fontes de
alimento sejam idênticas no Reino
Unido e na Europa continental. Uma
diferença entre o Reino Unido e o
resto da Europa é que os britânicos
gostam de alimentar os pássaros com
sementes e um estudo de 2015
descobriu que 50% dos residentes do
Reino Unido têm pelo menos um
alimentador no quintal.
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1. As diferenças no tamanho do bico entre as populações de chapim-real no Reino Unido e
na Europa continental parecem estar relacionadas
(A) com o tipo de alimentos consumidos pelas aves, no Reino Unido e na Europa
continental.
(B) com novas mutações surgidas na população do Reino Unido, e que não existem na
Europa ocidental.
(C) com as diferenças no clima das duas regiões.
(D) com a existência de mais uma fonte de alimento no Reino Unido, em relação à Europa
ocidental.
(Selecione a opção correta.)
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5. Parus major pertence ao reino Animal. Refira quais as características que determinam a
sua inclusão neste reino.
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Proposta de resolução
1. Opção (D). No Reino Unido existe uma fonte de alimento para o chapim-real que não
existe na Europa ocidental, as sementes colocadas em alimentadores de pássaros nos
quintais, o que parece estar relacionado com as diferenças no tamanho do bico. O texto
refere que o tipo de alimentos consumidos pelas aves nas duas regiões é semelhante, o
clima não é substancialmente diferente, e o alelo C do gene COL4A5, que é mais frequente
no Reino Unido, também existe na Europa continental, não se tratando, por isso, de
nenhuma nova mutação que só existe na população do Reino Unido.
2. Opção (A). No Reino Unido, o tamanho do bico do chapim-real aumentou ao longo das
gerações porque as aves com bico mais longo deixaram mais descendentes, aos quais
transmitiram essa característica, que foi alvo de seleção natural. Os genes não são alvo
direto da seleção natural, mas sim as características que codificam. O comprimento do bico
não aumenta de tamanho ao longo da vida de um indivíduo pelo seu uso, o qual não tem
qualquer influência nos genes, e não faz aumentar a frequência de alelos.
3. Opção (B). O texto refere que a molécula de colagénio do tipo IV é constituída por três
cadeias polipeptídicas e que o gene COL4A5 codifica uma das três cadeias. Assim sendo, a
molécula de colagénio é uma proteína com estrutura quaternária, porque é constituída por
mais do que uma cadeia polipeptídica (se a estrutura fosse terciária seria apenas uma), e é
codificada por três genes, um para cada cadeia.
4. Opção (D). O fundo genético da população de chapins-reais do Reino Unido está a divergir
em relação ao das populações da Europa continental porque o alelo C do gene COL4A5 tem
uma frequência muito maior na população do Reino Unido. O fundo genético é o conjunto
de todos os alelos de todos os genes de uma população, e embora os genes sejam os
mesmos nas duas populações a frequência de um deles já não o é e o fundo genético está a
alterar-se. As populações da mesma espécie podem ter variações no seu fundo genético que
não afetam a capacidade de reprodução e não é a impossibilidade de cruzamento entre os
chapins do Reino Unido e da Europa ocidental a responsável pela diferença na frequência
dos alelos do gene COL4A5.
6. As regras de nomenclatura biológica são fixas e universais. Cada espécie possui uma
designação binominal que é única para essa espécie, não é comum a qualquer outra, e é a
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mesma em todo o mundo. O nome não muda, a não ser que novos conhecimentos levem à
alteração da classificação da espécie, mas tal tem de ser proposto e analisado por uma
comissão antes de ser implementado. Estas regras facilitam a comunicação e previnem mal-
entendidos. Através do nome da espécie sabemos sempre a que organismo nos estamos a
referir, o que não se verifica com os nomes comuns, que variam muito.
7. Nos ancestrais dos chapins-reais terá ocorrido uma mutação no gene COL4A5, que afeta o
comprimento do bico, e terá surgido um novo alelo, C, responsável pela produção de uma
proteína estrutural que determina um bico mais comprido. Na população de chapins-reais
do Reino Unido, existe variabilidade e uns chapins tem o bico mais comprido que outros. A
abundância de alimentadores de pássaros nos quintais do Reino Unido faz com que os
chapins os visitem e se alimentem das sementes que lá são deixadas, no entanto, os chapins
com bico mais comprido tem mais facilidade em obter alimento nos alimentadores, o que
lhes confere um maior sucesso reprodutivo em relação aos chapins de bico curto, que têm
mais dificuldades em alimentar-se. Os chapins de bico comprido são, assim, alvo da seleção
natural e deixam mais descendentes, aos quais transmitem o alelo que determina essa
característica. O número de aves com bico comprido, e a frequência do alelo que determina
essa característica, aumentam na população ao longo das gerações, o que causa a alteração
do fundo genético.