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Anexo 9 TEORIA AERODINAMICA HELICES
Anexo 9 TEORIA AERODINAMICA HELICES
AERODINÂMICA DE HÉLICE
Atualmente, existem 03 teorias disponíveis para o projeto de uma hélice. São elas:
a) Teoria da Quantidade de Movimento;
b) Teoria do Elemento da Pá;
c) Teoria do Vórtice.
Até pouco tempo atrás, as hélices eram projetadas utilizando somente as duas primeiras
teorias. O motivo deve‐se a complexidade matemática da Teoria do Vórtice. Ainda assim, a
Teoria do Elemento da Pá é a mais utilizada nos dias de hoje no projeto de uma hélice.
Por esses motivos, somente as duas primeiras teorias serão resumidamente apresentadas a
seguir.
1. TEORIA DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO (TQM)
Considera‐se a hélice como um disco atuador que acelera o escoamento de ar que o
atravessa, conforme apresentado abaixo
Nessa teoria tem‐se as seguintes considerações:
a) O disco atuador não acrescenta rotação ao escoamento;
b) Não há perdas devido ao perfil das pás;
c) O ar é considerado invíscido e incompressível;
d) O disco atuador possui um número infinito de pás.
Uma vez que essas considerações são irreais, essa teoria é somente útil em estimar a
eficiência ideal (ou máxima) de uma hélice.
Partindo da 2ª Lei de Newton, tem‐se:
F = m.(dV/dt)
A vazão mássica de ar que atravessa o disco atuador é:
M = ρ.A1.(V + v)
Onde:
‐ M vazão mássica de ar
‐ ρ densidade do ar
‐ A1 área do disco da hélice
‐ V velocidade do escoamento não perturbado
‐ v o incremento na velocidade do ar ao atravessar o disco atuador
No volume de controle adotado (entre as seções 0 e 3) o ar entra na seção 0 com velocidade
V e deixa o volume de controle na seção 3 com velocidade V + 2v.
Dessa forma, a variação da velocidade no escoamento entre a seção de entrada (0) e a de
saída (3) é:
ΔV = (V + 2v) – V = 2v
A força de tração produzida pela hélice é a vazão mássica do ar multiplicada pela variação de
velocidade no volume de controle considerado. Então:
F = ρ.A1.(V + v).2v
A potência para o funcionamento do disco atuador (power input) é a tração produzida por
ele multiplicada pela velocidade do ar que o atravessa, ou seja
Pi = F.(V + v)
A potência produzida pelo disco atuador (power output) é:
P0 = F.V
Assim, a eficiência ideal é definida como:
ηi = P0 / Pi = F.V / F. (V + v) = V / (V + v)
2. TEORIA DO ELEMENTO DA PÁ (TEP)
A TEP considera a pá de uma hélice como uma asa altamente torcida. Portanto, muitos
parâmetros que serão apresentados abaixo se assemelham aos parâmetros empregados na
teoria de asas.
Sendo:
‐ r raio medido do centro da hélice até o elemento da pá
‐ V a velocidade de vôo
‐ β ângulo de ataque (AOA) geométrico do elemento da pá
‐ Φ redução no AOA geométrico da pá devido a velocidade de vôo (V)
‐ α ângulo de ataque efetivo
‐ Ω velocidade de rotação da hélice Ω = 2π.n (n é rot. por seg. ‐ rps)
‐ u a velocidade da hélice devido a rotação u = Ω.r = 2π.n.r
tan Φ = V / u = V / Ω.r = V / 2π.n.r
Uma vez que o ângulo β é fixo em um dado elemento da pá, tem‐se
α=β-Ω
Como em uma hélice o ângulo de ataque efetivo (α) é diferente para cada elemento ao
longo da pá, esse parâmetro não é adequado para o estudo.
O melhor é empregar‐se o ângulo da ponta da pá, uma vez que a torção da pá é fixa. Na
ponta tem‐se:
tan ΦTIP = 2V / Ω.d = V / πn.d
‐ d diâmetro da hélice
O parâmetro adimensional V/n.d = π.tanΦTIP é chamado de razão de avanço J (Advance
Ratio).
J = V / n.d
Esse parâmetro é utilizado na teoria de hélice para substituir o ângulo de ataque na teoria
de asa.
Verifica‐se tb que a tração produzida por uma hélice é proporcional ao diâmetro da hélice
(d) e sua área de referência (d²), a pressão dinâmica (que corresponde a quantidade n.d) e
um coeficiente de tração CT, que é função da razão de avanço J. Então:
F = ρ.(n.d)².d².CT = ρ.n².d4.CT
Essa equação pode ser comparada a equação da sustentação na teoria do aerofólio.
Na teoria da hélice deve‐se plotar CT x J , da mesma forma que plota‐se CL x α para as asas.
Na TQM não é considerado o arrasto produzido nas pás da hélice. Mas na TEP isso é
considerado e o arrasto é parte do momento requerido para girar a hélice. Esse momento é
o torque da hélice Q:
Q = ρ.n².d5.CQ
Onde CQ depende de J e da geometria da hélice.
A potência necessária (power input) para girar a hélice é função do torque Q e da rotação.
Pi = Ω.Q = 2π.n.Q = ρ.n³.d5.2.π.CQ = ρ.n³.d5. CP
Onde
CP = 2.π.CQ
O coeficiente de potência (CP) é similar ao CD na teoria do aerofólio e é usualmente plotado
em função de J.
Para determinar‐se a eficiência, deve‐se considerar a potência útil (power output) (P0 = F.V)
dividido pela potência necessária (Pi).
ηP = F.V / Pi = ρ.n².d4.CT.V / ρ.n³.d5. CP
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