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TEMPO E NARRATIVA:

3. A INTENCIONALIDADE HISTÓRICA

UNICAMP-FCA Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais


Aplicadas.
Disciplina CH001
Docentes: Prof Drº.Eduardo José Marandola Junior e Prof. Dr° João José R. L. de Almeida
Discentes: Humberto S. H. Contreras e Taís A. Teixeira
Procedimentos

INTRODUÇÃO (História como investigação)

Corte epistemológico Entidades

Temporalidade
PROCEDIMENTOS
BUSCA DA OBJETIVIDADE DA HISTÓRIA
Conexão dos fatos Dupla convicção de que os fatos
relatados por histórias diferentes
Limites da podem se conectar.
objetividade

Implicação ideológica
Reflexividade crítica da
investigação histórica

TUDO ISSO É ESTRANHO AO NARRADOR

O narrador não faz críticas e não desconfia. Existe uma ingenuidade.


A NARRATIVA TEM UM CARÁTER AUTO EXPLICATIVO
PROCEDIMENTOS
O PROCEDIMENTO ATRIBUI À HISTÓRIA UM CARÁTER
INVESTIGATIVO, COMPREENDENDO QUE A HISTORIOGRAFIA NASCE DA
EXPLICAÇÃO. LOGO, A RELAÇÃO ENTRE O HISTORIADOR (A) E O JUIZ
PODE SER ESTABELECIDA, AFINAL SOMENTE ELES PODEM
PROBLEMATIZAR A NARRATIVA.

Ou seja, se a História deseja explicar a narrativa e não possui um método, segundo Paul Veyner,
ela se sustenta na crítica. E para explicar a narrativa é preciso conceituar, logo é preciso
problematizar a objetividade, procurar as conexões dos fatos, as complementaridades e
ramificações que as pesquisas podem nos mostrar. O credo na objetividade, segundo o autor,
está na possibilidade dos fatos contados por pesquisadores distintos se conectarem.
PROCEDIMENTOS
AINDA NO CAMPO DO PROCEDIMENTO, O PROBLEMA DO LIMITE DA
OBJETIVIDADE EMERGE COMO UMA CARACTERÍSTICA AO
HISTORIADOR, QUE PRECISA DESCONFIAR DA NARRATIVA.
AFINAL A IMPLICAÇÃO IDEOLÓGICA DEVE SER CONSIDERADA.

Por fim, a reflexividade crítica da investigação histórica nos


apresenta os corolários necessários ao procedimento histórico que
são demonstrados por, conceituação, objetividade e redobramento
crítico.
ENTIDADES venha ver a
Já as entidades podem ser compreendidas como
fruto de uma escola historiográfica, a Escola dos Escola dos
Annales. Foi por meio desta que ocorreu a revolução
francesa na historiografia, empreendida por autores
como Fernand Braudel, Marc Bloch e Lucien Febvre
Annales
nos anos 1920 que, em reação à História Política,
realizou a aproximação com as Ciências Sociais e
proporcionou aperfeiçoamento técnico na
investigação histórica o que levou à inauguração da
História Nova
Fernand Braudel, Marc Bloch e Lucien Febvre,
imagens extraidas do Google Imagens
ENTIDADES
A PARTIR DISSO, A HISTÓRIA DOS GRANDES HOMENS PASSOU A SER
SUBSTITUÍDA PELA HISTÓRIA DAS FORÇAS SOCIAIS. ENTÃO, PASSOU-
SE A ESTUDAR AS SOCIEDADES, CIVILIZAÇÕES, MENTALIDADES E
CLASSES SOCIAIS.
TEMPORALIDADES
A TEMPORALIDADE RESPONDE ÀS ESTRUTURAS QUE AS ENTIDADES
HISTÓRICAS PRODUZEM, A MULTIPLICIDADE DE TEMPOS PODE SER
ESTABELECIDA POR: TEMPO CURTO LIGADO AO ACONTECIMENTO,
TEMPO SEMI LONGO LIGADO À CONJUNTURA E O TEMPO DE LONGA
DURAÇÃO LIGADO À CIVILIZAÇÃO. SEGUNDO BRAUDEL EXISTE UMA
INTRATEMPORALIDADE QUE NÃO ESTÁ NECESSARIAMENTE
RELACIONADA AO TEMPO DA AÇÃO.
.

Fernand Braudel.
Imagem extraida do Google Imagens
A narrativa não está ligada a uma perspectiva confusa.
A reorganização
A construção da
As teses das estruturas
intriga é obra do
narrativas narrativas
juízo, ela liga a
correspondem a equivale a uma
narração ao O ponto de vista
uma correlação de
narrador. do narrador se
diversificação e teses
dissocia dos
hierarquização narrativistas que
agentes.
dos modelos se associa ao fio
explicativos. da História.

A EXPLICAÇÃO HISTÓRICA É INVESTIGATIVA, A NARRATIVA NÃO!


Husserl vai levantar
questionamentos a respeito da
ciência galileana e newtoniana.
Husserl busca compreender o
sentido noético (fenômenos
subjetivos).
FENOMENOLOGIA GENÉTICA Paul Ricoeur salienta que o
questionamento retrospectivo em
MÉTODO DO QUESTIONAMENTO História se diferencia daquele
REGRESSIVO realizado por Husserl, pois o saber
histórico remete a um mundo
cultural já estruturado.

Paul Ricoeur busca descobrir as mediações que o


conhecimento histórico transpõe.
Modalidades do corte epistemológico

AUTONOMIA DOS PROCEDIMENTOS


Imputação causal singular. Explicação por
composição da intriga. AUTONOMIA DOS TEMPOS
Tempo da História-ciência é artificial (Mímeses

AUTONOMIA DAS ENTIDADES II), mas remete à temporalidade práxica


(Mímesis I).
Discurso histórico ordenado por hierarquia.
Entidades de primeira ordem, povos, civilizações
etc... Configuram-se como quase personagens.
1º Imputação causal singular

Prova indutiva
Procedimento W. Dray pragmática Teleologia:
explicativo Max Weber Lógica da
que se Raymond Aron imputação Intencionalidade
diferencia da Von Wringht causal. da ação.
explicação por Teoria da Fazer acontecer
meio de leis análise causal Intervir no
causais e da razão acontecimento
Teleologia
MAX WEBER E Indagar
Imaginar
RAYMOND ARON Raciocínio move-se entre
IMAGINAÇÃO

condicionais irreais
"Para esclarecer as relações causais reais,
Exploração dos encadeamentos
construímos outras irreais"
causais.
"Todo historiador, para explicar o que
aconteceu, se pergunta o que poderia ter Formulação do juízo de
acontecido." imputação causal e ética.

Análise fina dos fatos


Composição da intriga
Seleção dos elos de causalidade Explicação científica.
Isolamento do pensamento
Curiosidade Histórica
Consequências do acontecimento
Teoria da possibilidade objetiva
Favorecimento de um
acontecimento e o surgimento ou Causalidade graduada
não de outro
CONTINUIDADE > IMAGINAÇÃO
DESCONTINUIDADE > ANÁLISE DOS FATOS
CONTINUIDADE E DESCONTINUIDADE

Poeta cria a intriga e/ou a historiadora argumenta e sua


tese de defesa nunca termina.

História - Sociologia
Juiz - Cientista Ética protestante e o espírito capitalista
Protagonismo - Indivíduo- Entidades Max Weber

Fenômeno econômico Ética do trabalho Fenômeno religioso


2º As entidades de primeira ordem da historiografia

3 INTINERÁRIOS
1-Procedimentos 2-Entidades 3- Tempos
explicativos contruídas pelo (a) múltiplos da
Historiador (a). História
ENTIDADES SÃO ANÔNIMAS
Recurso da passagem.
Negar o individualismo metodológico
Objetos transicionais estão entre a explicação científica e a
composição da intriga
Ordenar as entidades
Fenomenologia demonstra a inteligibilidade na ordenação
MAURICE HISTÓRIA GERAL E
MANDELBAUM HISTÓRIA ESPECIAL

Anatomia do conhecimento. História Geral: Povo, Nação, Sociedade...


História especial: Cultura, tecnologia, Religião...
Necessita da iniciativa do (a) historiador (a).

"Uma sociedade, diria eu, consiste em


indivíduos que vivem em uma comunidade
organizada, dona de um território particular; a
oganização dessa comunidade está garantida
por instituições que servem para definir o
estatuto assumido por diferentes indivíduos..."
HISTÓRIA GERAL E p. 321
HISTÓRIA
ESPECIAL
- Instituição está ligada à sociedade não à cultura.
Maurice Mandelbaum
- Histórias Especiais são dependentes da História Geral
- É por meio da relação indireta que será possível tratar a sociedade como indivíduo
- Cabe à Fenomenologia descobrir a ligação entre os indivíduos e a sociedade.

Vínculo em grau de pertencimento ou não à sociedade:


Patriotismo
Consciência de classe
Exilados
Dissidentes

O fenômeno social não deriva do


indivíduo isolado.
- Explicar as estruturas e sequências temporais
GENERALIZAÇÃO - Homogeneidade pode ser encontrada tanto na

HISTÓRICA
História geral quanto nas especiais.

Max Weber- Causalidade adequada e necessidade da


lógica.
Raymond Aron- Determinismo fragmentado e aberto à
ação política livre.

Henri Irenée Marrou - sobre História - O uso do conceito


1-Ambição universal
2-Uso metafísico de uma imagem singular
3- Designar instituição por termos
4- Tipos ideias- Valor constituído pelo (a) historiador (a)
5- Designar- Exemplo: Barroco/ Revolução Francesa etc...
3. Tempo da história e destino do acontecimento

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