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Lingüística II

Autora
Angela Paiva Dionisio

2009
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linguística_II.indb 1 13/3/2009 11:07:05


© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos
direitos autorais.

D592 Dionisio, Angela Paiva. / Lingüística II. / Angela Paiva


Dionisio. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009
192 p.

ISBN: 978-85-7638-863-0

1. Lingüística. 2. Atos da fala (Lingüística). 3. Conversação.


I. Título.

CDD 410

Todos os direitos reservados.


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Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel
80730-200 • Curitiba • PR
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Sumário
Morfologia: campos de ação e conceitos básicos | 7
Campo de ação da Morfologia | 9
Conceitos básicos da Morfologia: palavra e morfema | 10

Morfologia: formação de palavras | 21


Flexão e derivação: como se definem e se distinguem? | 23
Processos de formação de palavra | 26
Formação de palavra e os outros sistemas de linguagem | 29

Sintaxe: constituintes e estruturação da oração | 35


Alguns conceitos fundamentais | 37
A estrutura da oração | 38

Sintaxe: participantes, processos e usos | 47


A transitividade na Lingüística Sistêmica Funcional (LSF) | 50
Os tipos de processo e de participantes | 51
Transitividade em uso | 53

Semântica: relações semânticas entre as palavras | 61


Reflexões sobre a construção do sentido | 63
Tipos de relações semânticas: sinonímia, antonímia, homonímia e polissemia | 67

Pragmática: a dêixis e a anáfora | 75


De que trata a Pragmática? | 77
A dêixis e a anáfora | 80

Pragmática: atos de fala, implicaturas e máximas conversacionais | 89


A Teoria dos Atos de Fala | 92
Princípio de cooperação e máximas conversacionais | 95
Implicaturas conversacionais | 96
A pressuposição | 98

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Lingüística de texto: campo de atuação e conceitos básicos | 105
Afinal, o que é um texto? | 107

Intertextualidade: conceito e tipos | 119


Afinal, o que é intertextualidade? | 120

Psicolingüística: campo de atuação e conceitos básicos | 137


Teorias da aquisição da linguagem | 143

Sociolingüística: campo de atuação e conceitos básicos | 151

Variedades lingüísticas | 161


Afinal, o que são as mudanças lingüísticas? | 163
Variações lingüísticas: o que são e como se realizam | 165

Gabarito | 179

Referências | 185

Anotações | 191

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Apresentação
Um livro para chamar de meu...
Um livro para chamar de meu? Ou de seu? Um livro nosso, melhor
dizer. Muitos são os autores que falam neste livro, muitos são os temas
que se entrecruzam nestes capítulos, muitos são os questionamentos que
espero que surjam. Muitas devem ser as respostas que devem ser também
encontradas, mas jamais com a finalidade de dar por concluído o tema
abordado em cada capítulo.
Morfologia, Sintaxe, Semântica, Pragmática, Lingüística de Texto,
Psicolingüística e Sociolingüística são os grandes temas que se desmem-
bram em tantos outros como, morfemas e palavras; estrutura e predicação
da oração, relações semânticas, atos de fala e implicaturas conversacio-
nais; noção de texto e de gênero textual; intertextualidade; aquisição da
linguagem e construção de sentido; competência lingüística e competên-
cia comunicativa; variedades e mudanças lingüísticas.
Os capítulos apresentam uma estrutura que visam auxiliar você,
estudante, no processo de aprendizagem. Começam com a utilização de
um texto que subsidiará a discussão inicial sobre o tema, sempre recor-
rendo à definição dos termos técnicos, objeto de estudo, com o emprego
de exemplos oriundos das fontes mais diversas. Após essa discussão, há
um momento de interação com um autor ou uma autora convidada. A
seção “Leia o texto a seguir e reflita sobre as questões abordadas pela/
pelo autor/a” traz uma transcrição de um pequeno texto relacionado com
o tema do capítulo que servirá como transição para a segunda parte do
capítulo, como aprofundamento de algum conceito relevante para o ca-
pítulo, ou ainda como apresentação de um subtópico. A seguir, retoma-
se o assunto da aula, com o desenvolvimento dos itens que se fizerem ne-
cessários. Para finalizar a apresentação do conteúdo, surge a seção “Texto
complementar” que, ao mesmo tempo em que retoma alguns aspectos
discutidos anteriormente, contribui com novas informações sobre o tema
em questão, ao utilizar-se de um texto também de autores convidados.
Melhor esclarecer esta noção de autor convidado: são todos aqueles es-
pecialistas que tiveram transcritos fragmentos relativamente longos de
capítulos de livros, de teses, de dissertações ou de artigos científicos.

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O que os fazem diferentes das demais citações é o fato de eles não se-
rem comentados, não estarem inseridos no meu próprio texto, ou seja,
eles têm autonomia, eles têm a própria voz. Voltando à estrutura do li-
vro, depois de tanto estudo, chegou a hora de checar a aprendizagem,
ou seja, são propostos três exercícios para serem resolvidos. Com a cer-
teza de que você vai buscar mais leituras sobre o tema estudado, a últi-
ma parte do livro consiste na citação das referências. Bem, este é o perfil
deste livro para chamar de nosso!
Uma palavra final, para que o livro se tornasse real, concreto,
por razões físicas eu dependi totalmente de outras pessoas. Dentre
elas, eu quero agradecer especialmente a Maria Cândida Paiva Dionisio,
minha irmã, que parou a sua vida e veio ser as minhas mãos por me-
ses. Meus sobrinhos Rogério e Bianca também deram uma mãozinha!
As minhas amigas e colegas Emília Ferreira, Fabíola Santana, Judith
Hoffnagel, Medianeira de Souza, Normanda Beserra e Regina Dell’Isola
também deixaram suas digitais! Por tudo isso, este é um livro realmen-
te para chamar de nosso livro de Lingüística!

Angela

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Sintaxe: constituintes
e estruturação da oração
Concordar é algo difícil, porque leva a perder a independência. Em qualquer terreno, seja pessoal ou político, é com-
prometedor. [...] A língua que falamos, reproduzindo e relatando situações vividas, também tem suas dificuldades em
implementar a concordância, sendo algumas vezes apenas aparente e outras, concordância ideológica. [...] A concor-
dância do verbo com o sujeito é exemplar, nesse aspecto. [...] O sujeito impera absoluto, sendo o dono do pedaço, uma
espécie do que Bush pensa ser do mundo. O fato de ter um coadjuvante influi pouco, como sê vê no exemplo: Bush,
apoiado por Blair, contrariou o mundo. Mas o verbo também tem suas crises de desobediência, e não recebe nenhuma
retaliação. Uma delas é a do verbo haver, sempre rebelde: Haveria influências da crise de valores éticos como causa da
invasão. No sentido de existir, ele não dá bola para concordâncias, mas, ao contrário, o próprio existir é subserviente.
Com ele a história é outra: Existiam razões que justificassem conflito tão sangrento? (Carvalho, 2004, p. 43-44)

Seguindo a linha de reflexão de Carvalho sobre a Sintaxe, vamos continuar nossa viagem pelo
País da Gramática na companhia de Emília, Narizinho e Pedrinho, guiados por Monteiro Lobato.

Nos domínios da Sintaxe


(Lobato, 1994, p. 48-49).
O tráfego naquela cidade não era bem regulado. Nada de flechas indicativas das direções, nem
“grilos” poliglotas que guiassem os viajantes. De modo que os meninos, em vez de darem no bairro
das Sílabas, para onde pretendiam ir a fim de saber que história era aquela do ditongo, foram parar
num bairro desconhecido.
– Onde estamos? – quis saber Pedrinho.
– No bairro da Sintaxe – respondeu Quindim. – Esta cidade divide-se em duas zonas. A primeira
é a zona da Lexeologia, onde todas as palavras vivem soltas, como vocês já viram. A segunda (esta
aqui) é a zona da Sintaxe, onde as palavras só saem em família, casadinhas, com filhos e parentalha.
Uma família de palavras chama-se uma Oração.

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36 | Lingüística II

Os meninos viram que realmente não passeavam por ali palavras soltas. Apareciam sempre aos
magotes, formando frases completas. [...]
Estavam nesse ponto quando ouviram um rebuliço na praça. Era uma senhora de maneiras
distintas, com lornhão de cabo de madrepérola, que vinha vindo, seguida de um cortejo de frases.
– Quem será aquela grande dama? – indagou Narizinho.
– Oh, é a Senhora Sintaxe, a dona de tudo isso aqui. Quem governa e dirige a concordância das
palavras nas frases é sempre ela. Uma senhora exigentíssima.
Os meninos foram ao encontro da grande dama, à qual Narizinho fez as necessárias apresen-
tações. Ela gostou muito da carinha da Emília, mas achou que o chifre de Quindim podia ser menos
pontudo. Depois de alguns instantes de prosa, disse Dona Sintaxe:
– Pois é isso, meus meninos. Sou eu quem faz estas palavrinhas comportarem-se como é preci-
so dentro das Orações. Obrigo-as a terem boas maneiras, a seguirem as regras do bom-tom. Forço
o Verbo a concordar sempre com o Sujeito e o Adjetivo a concordar com o Substantivo. Também
não deixo que o Pronome discorde do Substantivo. Se não fossem as minhas exigências, as frases
virariam verdadeiras bagunças. Passo a vida fiscalizando a concordância das senhoras palavras. [...]
Tenho também de cuidar da Colocação ou da ordem das palavras na frase.
– Então elas não podem arrumar-se como querem? – perguntou Emília.
– Absolutamente não. Têm de seguir certas regras para que o pensamento fique bem claro e
bem vestido. A minha preocupação é sempre a mesma – clareza. As frases formam-se para exprimir o
pensamento dos homens, e a boa ordem das palavras na frase ajuda a expressão do pensamento.
– A senhora tem toda a razão – concordou a boneca. – Lá no sítio de Dona Benta, o Substantivo
Nastácia também gosta de dar ordem a tudo, porque a ordem facilita a vida, diz ela. [...]

Então, no bairro da Sintaxe, as palavras aparecem sempre aos magotes, formando frases comple-
tas; a concordância das palavras nas frases é governada e dirigida pela grande dama, a organização das
palavras nos enunciados deve seguir uma ordem que facilite a compreensão. Muitas são as tarefas da
Sintaxe! Tema deste capítulo.
Para Perini (2006, p. 18.), Sintaxe “é o estudo da maneira como as palavras se organizam para
formar frases e outras unidades menores.” Yaguello (1990, p. 157) acrescenta ainda que, além da orga-
nização dos enunciados, marcando as relações estabelecidas entre as palavras, “a ordem das palavras é
um dos traços característicos de qualquer sintaxe: o seu papel é mais ou menos importante conforme
a língua é flexional (comporta declinações que servem para marcar as relações) ou, pelo contrário, ana-
lítica (sem declinações); em latim, a ordem das palavras era muito flexível; em francês, pelo contrário, é
rígida”. Lembra, no entanto, apesar de obrigatória “a lógica das construções não tem nada de ´lógico´
nem de universal.” Por exemplo, a ordem sujeito verbo complemento, embora satisfaça o sentido lógico,
é apenas só um modelo entre tantos outros.
Como exemplo, vejamos estas sentenças extraídas do verbete Sintaxe, no Dicionário de Lingua-
gem e Lingüística, de Trask (2004, p. 272-273), com formas virtualmente idênticas:
1. Assim que Lisa se levantou, ela tomou um banho.

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Sintaxe: constituintes e estruturação da oração | 37

2. Assim que ela se levantou, Lisa tomou um banho.


3. Lisa tomou um banho assim que ela se levantou.
4. Ela tomou um banho assim que Lisa se levantou.
O autor chama a nossa atenção para o fato de que o pronome ela nas sentenças (1) e (3) “pode
eventualmente referir-se a Lisa, mas na quarta, isso não é possível.”
Outro exemplo dado por Trask consiste no fato de que a “sentença É fácil aborrecer Jane pode
facilmente ser reformulada como Jane é fácil de aborrecer, mas a sentença de forma semelhante É de-
saconselhável aborrecer Jane não pode ser reformulada como *Jane é desaconselhável de aborrecer (o
asterisco indica sentença agramatical).”
São aspectos como esses que passaram a fazer parte dos interesses dos estudos sintáticos. Mas
voltemos ao bairro da Sintaxe. Vamos centrar nossas reflexões na família Oração e na forma como tal fa-
mília se organiza. Dito de outra maneira: como se estrutura uma oração? Quais os constituintes de uma
oração? Com base nessas questões, guiaremos o desenvolvimento deste capítulo.

Alguns conceitos fundamentais


Inicialmente, vamos sistematizar alguns termos da literatura lingüística fundamentais para os
nossos estudos:
::: Constituintes Imediatos (CI) – é todo morfema, palavra ou sintagma que constitui uma estru-
tura mais ampla. Dessa forma, uma frase é composta por camadas de constituintes, visto que
sua estrutura é a combinação de dois constituintes: o sintagma nominal e o sintagma verbal.
::: Sintagma (S) – é “um grupo de elementos lingüísticos que formam uma unidade numa or-
ganização hierarquizada” (Dubois et al., 1988, p. 557-558).
A frase “Minha gata levada derrubou duas canecas na cozinha” pode ser segmentada em

Minha gata levada derrubou duas canecas na cozinha

Sintagma nominal Sintagma verbal Sintagma preposicional

Os sintagmas são construídos em torno de um núcleo que determinará o tipo do sintagma:


Gata sintagma nominal

nome (substantivo)
Derrubou sintagma verbal

verbo

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38 | Lingüística II

No caso do sintagma preposicional, temos a relação entre a preposição e a palavra/expressão que


ela rege: na cozinha.
Observa-se que um sintagma pode consistir em uma única palavra; por exemplo, a sentença Suzana sorriu é formada
pelo sintagma nominal Suzana e pelo sintagma verbal sorriu. Essas unidades são sintagmas porque ocupam posições
de sintagma e funcionam como sintagmas; falando com todo rigor, portanto, temos aqui um sintagma verbal sorriu
que, por acaso, inclui apenas o verbo sorriu. (Trask, 2004, p. 269).

Sintagma nominal (SN): é uma unidade sintática que pode funcionar como sujeito ou objeto
da oração. Em “Aquela grande dama dirige a concordância das palavras nas frases”, temos os sintagmas
“aquela grande dama” e a “concordância das palavras” como sintagmas nominais e, respectivamente, o
sujeito e o objeto da oração. Os termos dama e concordância são os núcleos dos sintagmas. Geralmente,
o substantivo é a base do sintagma nominal em português. A exceção reside nos sintagmas constituí-
dos por pronomes: “Aquela dirige a concordância”, “Eu obrigo-os a terem boas maneiras”.
Sintagma verbal (SV): é uma unidade sintática que contém um verbo, como em “Aquela grande
dama dirige a concordância das palavras nas frases” e “Eu obrigo-os a terem boas maneiras”.
Trask (2004, p. 272) chama atenção para o seguinte aspecto:
Quando uma sentença contém um auxiliar, os lingüistas diferem em suas análises. Para a maioria dos lingüistas, a sen-
tença Suzana tinha terminado seu jantar contém dois sintagmas verbais, sendo que um deles, o menor, está inserido
num outro, maior, como segue: Suzana [tinha [terminado de jantar]]. Outros, porém, identificaram apenas um sintagma
verbal: quer Suzana [tinha terminado seu jantar], quer Suzana tinha [terminado seu jantar] – nesta última análise, o auxi-
liar foi excluído do sintagma verbal.

Numa investigação diacrônica, Dionisio e Travassos (2004) analisaram 180 manchetes principais,
referentes aos 15 anos da revista Superinteressante e concluíram que 128 eram formadas por sintagmas
nominais, 36 por sintagmas oracionais, 4 por sintagmas preposicionais e apenas 1 era adjetival.

A estrutura da oração
Na construção de um texto, o indivíduo tem a liberdade de escolher os vocábulos a serem utiliza-
dos, mas a sua criatividade no tocante às estruturas em que tais vocábulos irão combinar-se é limitada,
visto que as estruturas oracionais obedecem a modelos formais que constituem os padrões estruturais.
Qual a relevância da estrutura das frases? A ordem dos termos afeta o significado? Há critérios
para a colocação dos termos na oração? Dona Sintaxe explicava para Emília que as palavras precisam
seguir certas regras. Então,
A ordem das palavras no sintagma, ou a dos sintagmas na oração, não é arbitrária; pelo contrário, obedece a certos pa-
drões de colocação, que contribuem para estabelecer as diferenças entre as línguas. Além disso, a ordem das palavras
pode ser, por vezes, fator determinante de uma conexão sintática. (Carone, 1986, p. 56-57)

Os padrões de colocação que constituem a ordem de maior freqüência em português são:


::: Oração: sujeito – verbo – complemento (SVC).
::: SN (sintagma nominal): determinante – substantivo – adjetivo.
::: SA (sintagma adjetival): intensificador – adjetivo.
::: SV (sintagma verbal): verbo – SN – SP.
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Sintaxe: constituintes e estruturação da oração | 39

Esses padrões de ordem não são invioláveis, como ocorre com a ordem irreversível dos morfemas no vocábulo, sintag-
ma bloqueado. Em nível de estruturação sintática, há inversões possíveis, mas sempre com alteração, mais leve ou mais
radical, da mensagem que se construiu conforme os padrões da língua. (Carone, 1986, p. 57).

A posição dos termos é, portanto, livre, mas não indiferente, como se observa por exemplo: (a)
só ele grita comigo (ninguém mais), (b) ele só grita comigo (nunca fala de outro jeito) e (c) ele grita só
comigo (com ninguém mais).
Há também os casos em que apenas a mudança na ordem dos elementos das mesmas palavras muda
o sentido. Perini (2006, p. 46-47) apresenta os seguintes exemplos, que organizamos em dois blocos:

Bloco 1: O periquito comeu meu gato.


Meu gato comeu o periquito.

Bloco 2: Ele é um grande jogador.


Ele é um jogador grande.
No bloco 1, “a ordem dos elementos em relação ao verbo tem seu significado próprio” (Perini,
2006, p. 45). Ou seja, o elemento que vem antes do verbo pratica a ação e o que vem depois sofre a ação.
Ao se mudar a ordem desses termos, muda-se os papéis de agente e paciente. Se as posições se alteram,
alteram-se as funções sintáticas que os constituintes desempenham na oração.
Já no bloco 2, a colocação do adjetivo “grande” antes ou depois do substantivo “jogador” acarreta
sentidos diferentes, referindo-se a talento e altura, respectivamente.
Uma construção lingüística bastante estranha para nós, brasileiros (e para os portugueses tam-
bém), ocorre no português africano:
“O João bateram-lhe na mãe dele”.
Corrêa (2006, p. 53) destaca que a alteração de formas sintáticas,
cada vez mais freqüente na África, [...] dificulta o entendimento de brasileiros e portugueses. Na estrutura acima, [...]
de difícil compreensão para quem desconhece [...], há a impressão de que quem sofreu a agressão foi a mãe e ocorreu
inversão da ordem da frase: “Bateram na mãe do João”, com um pronome redundante (lhe ou dele)”. Mas, é o contrário!
João foi quem apanhou e a mãe é a agressora, como em “A mãe do João lhe bateu”.

Leia o texto a seguir e reflita sobre as questões abordadas pelas autoras.

Distribuição dos constituintes na sentença


(Negrão; Scher; Viotti, 2003)
[...]
Alguns fenômenos da língua que constituem evidência sintática para o fato de que a sentença
é uma estrutura hierárquica de constituintes são relacionados às possibilidades de distribuição dos
constituintes em diversas posições na sentença. Tomemos como exemplo a seguinte sentença:
O João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’ amanhã.

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40 | Lingüística II

Para obtermos certos efeitos discursivos, os vários constituintes dessa sentença podem ser
colocados em posição inicial. Esse tipo de deslocamento pode ser chamado de TOPICALIZAÇÃO:
a. Amanhã, o João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’.
b. Na Borders’, o João vai comprar o último livro do Chomsky amanhã.
c. O último livro do Chomsky, o João vai comprar na Borders’ amanhã.
[...]
Ainda, podemos deslocar os constituintes da sentença para realizar uma operação que é cha-
mada de CLIVAGEM. Nessa operação, constituintes da sentença são não só movidos para uma po-
sição frontal, mas também são ‘ensanduichados’ entre o verbo ser e o conectivo que. Esse desloca-
mento serve para construirmos sentenças de foco, como as em:
a. É o João que vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’ amanhã.
b. É o último livro do Chomsky que o João vai comprar na Borders’ amanhã.
c. É na Borders’ que o João vai comprar o último livro do Chomsky amanhã.
d. É amanhã que o João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’.
[...]
Uma outra possibilidade de deslocamento que evidencia a estrutura de constituintes de uma sen-
tença construída com um verbo transitivo direto é a PASSIVIZAÇÃO. De uma sentença como, O João
vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’ amanhã, podemos construir uma sentença como.
O último livro do Chomsky vai ser comprado pelo João amanhã na Borders’.
[...]
Uma outra evidência de natureza distribucional para a estrutura de constituintes de uma senten-
ça é o que tem sido chamado de FRAGMENTOS DE SENTENÇAS. Considere-se o seguinte diálogo:
a. Aonde o João foi?
b. Ao cinema.
Ao invés de dar a resposta completa à pergunta de A, B prefere usar uma forma curta, ou seja,
um fragmento de sentença. Voltando à sentença O João vai comprar o último livro do Chomsky na
Borders’ amanhã, vejamos quais os constituintes que nós conseguimos evidenciar a partir do uso de
construções que envolvem fragmentos de sentenças:
(1) a. Quem vai comprar o último livro do Chomsky amanhã?
b. O João.
(2) a. O que o João vai comprar amanhã?
b. O último livro do Chomsky.
(3) a. De quem o João vai comprar o último livro amanhã?
b. Do Chomsky.

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Sintaxe: constituintes e estruturação da oração | 41

(4) a. Quando o João vai comprar o último livro do Chomsky?


b. Amanhã.
(5) a. Onde o João vai comprar o último livro do Chomsky?
b. Na Borders’.
(6) a. O que o João vai fazer?
b. Comprar o último livro do Chomsky.
(7) a. O João vai comprar o último livro do Chomsky amanhã?
b. Vai
Uma outra evidência sintática que comprova a estrutura de constituintes e que já não diz mais
respeito à sua distribuição na sentença é a PRONOMINALIZAÇÃO. As línguas naturais utilizam-se
de proformas para retornar a referência de entidades e eventos já mencionados na sentença ou no
discurso. As proformas, no entanto, só substituem constituintes sintáticos. Portanto, toda vez que
pudermos substituir uma seqüência de palavras por uma proforma, vamos estar diante de um cons-
tituinte sintático. Voltemos à sentença (O João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’
amanhã) e vejamos os constituintes que podem ser substituídos por proformas:
a. O João vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’ amanhã.
b. Ele vai comprar o último livro do Chomsky na Borders’ amanhã. (o João)
c. O João vai comprá-lo na Borders’ amanhã. (o último livro do Chomsky)
d. O João vai comprar o último livro do Chomsky lá amanhã. (na Borders’)
e. O João vai fazê-lo amanhã. (comprar o último livro do Chomsky na Borders’)
f. O João vai fazê-lo. (comprar o último livro do Chomsky na Borders’ amanhã)
[...]
Em resumo, [...] vimos vários fatos sintáticos que evidenciam que as sentenças das línguas na-
turais não podem ser entendidas apenas como uma seqüência linear de palavras. Elas são formadas
por constituintes hierarquicamente estruturados. O que fizemos com os exemplos analisados acima
foi um mero exercício para corroborar nossa intuição sobre a estrutura de constituintes. [...]

Ambigüidade na estrutura oracional


Trataremos neste item da ambigüidade estrutural, ou seja, uma estrutura permite mais de uma
interpretação.
A estrutura “Safira comeu pão e biscoito de leite” gera duas leituras:
1) Safira comeu pão de leite e biscoito de leite.
2) Safira comeu pão e apenas o biscoito era de leite.
Num estudo sobre a construção de enigmas nas adivinhas, Pepicello e Green (1986, p. 43-44) tra-
tam da ambigüidade de natureza sintática. Serve de ilustração:

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42 | Lingüística II

Um rapaz está armando um presépio. Qual é o seu nome?


Resposta: Armando Nascimento de Jesus.
No segundo caso, a construção do enigma recorre à utilização de uma estrutura de superfície que
possui duas estruturas profundas como resultado de processos transformacionais, como se verifica em:
Como burro começa com B e termina com T?
Resposta: Burro sempre começa com B e termina sempre começa com T.
Vejamos outros dois casos:
1. O que é que é difícil de ser comido e fácil de cercar gado?
Resposta: Arame
2. Qual a cidade paulista onde a arara não sai do sol?
Resposta: Araraquara
No primeiro enigma, observamos a ambigüidade envolvendo os níveis fonológico, sintático e
semântico, pois as estruturas “ser comido” e “cercar gado”, que na oralidade podem dar margem a mais
de uma interpretação, permite-nos detectar uma ambigüidade que resulta na construção enigmática,
haja vista que uma das interpretações que pode ser percebida na oralidade é motivada em função da
manutenção do paralelismo sintático. Quanto à importância do nível semântico na construção enigmá-
tica da advinha, percebemos que as duas interpretações presentes são perfeitamente respaldadas pelo
campo semântico presente no texto.
Em (2), a pergunta da advinha direciona o sentido do texto em direção a uma construção sintá-
tica de uma pseudo-resposta (Arara quara – sujeito + verbo) homófona a uma construção morfológica
(Araraquara – nome próprio), resposta verdadeira.
Alguém poderia questionar esses exemplos, afirmando que a ambigüidade é proposital, como
um recurso para construção do enigma, do humor. Ou ainda que o contexto desambigüiza frases. A
sintaxe toma para si a investigação da possibilidade de ambigüidade de sentenças como “Safira comeu
pão e biscoito de leite”.
Os movimentos dos CI dentro da sentença, através dos fenômenos lingüísticos, realizam a
desambigüização:
[Biscoito de leite] e pão, Safira comeu.

Topicalização

Foi [biscoito de leite e pão] que Safira comeu.

Clivagem

Tomemos emprestado de Negrão, Scher e Viotti (2003, p. 94) a seguinte sentença: “Os meninos
comeram as maçãs verdes”.
As duas possibilidades de leitura são: (i) os meninos comeram as maçãs verdes e não as verme-
lhas; (ii) os meninos comeram as maçãs verdes, isto é, antes de amadurecerem. É claro que com o uso
dessa estrutura no contexto tal ambigüidade desaparecia, mas as autoras também mostram que “é a
possibilidade dela apresentar diferentes estruturas sintáticas” (p. 95) que provoca a ambigüidade.
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linguística_II.indb 42 13/3/2009 11:07:11


Sintaxe: constituintes e estruturação da oração | 43

Vejamos:
As [maçãs verdes], os meninos comeram. Topicalização

Constituinte deslocado maçãs verdes em oposição a maçãs vermelhas

Foram as [maçãs verdes] que os meninos comeram. Clivagem

Constituinte deslocado maçãs verdes em oposição a maçãs vermelhas

[As maçãs], os meninos comeram [verdes]. Topicalização

Constituinte deslocado maçãs não maduras

Foram [as maçãs] que os meninos comeram [verdes]. Clivagem

Constituinte deslocado maçãs não maduras

[As maçãs verdes] foram comidas pelos meninos. Passivização

Constituinte deslocado maçãs verdes em oposição a maçãs vermelhas

[As maçãs] foram comidas [verdes] pelos meninos. Passivização

Constituinte deslocado maçãs não maduras

Texto complementar

Paradigma formalista e paradigma funcional


(Cunha; Souza, 2007. Adaptado.)
A linguagem desempenha um papel central na vida humana, permeando nossas atividades,
mediando nossas interações, servindo como meio de expressão do pensamento. O estudo da lin-
guagem verbal, articulada, tem uma longa história. Essa capacidade exclusivamente humana de
comunicação sempre despertou a atenção e a curiosidade dos homens nas mais diferentes épocas e
culturas. No entanto, foi no século XX que vimos nascer o estudo científico da linguagem no Ociden-
te, com a publicação do Curso de Lingüística Geral (1916), do mestre suíço Ferdinand de Saussure.

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44 | Lingüística II

Assim como ocorre com outras ciências, a Lingüística comporta diferentes escolas teóricas,
que divergem em sua maneira de compreender o fenômeno da linguagem. As abordagens lingüís-
ticas atuais podem ser divididas em dois grandes paradigmas:
a) o paradigma formalista prioriza o estudo da linguagem sob a perspectiva da forma, relegan-
do a análise da função a um plano secundário;
b) o paradigma funcionalista ressalta a função que a forma lingüística desempenha na intera-
ção comunicativa.
De um modo geral, pode-se afirmar que a distinção entre formalismo e funcionalismo reflete
a oposição entre o estudo da forma lingüística (fonologia, morfologia e sintaxe) e o estudo das fun-
ções que essa forma desempenha na comunicação diária. Essas duas orientações estão associadas
a diferentes concepções sobre a natureza da linguagem, os objetivos da análise lingüística, a meto-
dologia aplicada nessa análise e o tipo de dados utilizados como evidência empírica. Com relação à
natureza da linguagem, segundo Leech (1983), tais diferenças podem ser listadas como segue:
::: Os formalistas tendem a conceber a língua como um fenômeno mental, um objeto autôno-
mo, cuja estrutura pode ser analisada sem que seja levado em conta seu uso em situações
reais de comunicação. Os funcionalistas, por outro lado, tendem a considerar a língua como
um fenômeno social, um instrumento de comunicação, cuja estrutura se adapta a pressões
provenientes das diversas situações comunicativas em que é utilizada.
::: Os formalistas tendem a considerar que os universais lingüísticos1 derivam de uma herança
lingüística genética que é comum a toda a espécie humana. Os funcionalistas, por sua vez,
tendem a explicar os universais lingüísticos como derivados da universalidade dos usos a
que a língua serve na sociedade humana.
::: Os formalistas tendem a explicar a aquisição da linguagem pelas crianças em termos de
uma capacidade humana inata para aprender uma língua. Em oposição, os funcionalistas
tendem a explicar a aquisição da linguagem em termos do desenvolvimento das necessida-
des e habilidades comunicativas da criança na sociedade.
No que diz respeito aos objetivos da análise lingüística, à metodologia aplicada nessa análise e ao
tipo dos dados utilizados como evidência empírica, os funcionalistas estão interessados em explicar as
regularidades observadas no uso interativo da língua, analisando as condições discursivas em que se
verifica esse uso. Ultrapassam, portanto, o âmbito da estrutura gramatical, e buscam na situação co-
municativa, que envolve os interlocutores, seus propósitos e o contexto discursivo, a motivação para
os fatos da língua. Um dos pressupostos centrais do funcionalismo é que o contexto de uso motiva as
diferentes construções sintáticas. Sendo assim, a estrutura da língua só pode ser explicada levando-se
em conta a comunicação na situação social. O papel ou função comunicativa das formas lingüísticas é
o critério que permite descobrir as regularidades que caracterizam a gramática da língua.
Para atingir seu objetivo, os funcionalistas trabalham essencialmente com dados de fala ou
escrita, retirados de contextos reais de comunicação, evitando lidar com frases criadas, dissociadas
de sua função no ato da interação comunicativa, como fazem os formalistas. Estes estudam a língua

1 Em sentido estrito, o termo universal lingüístico designa uma propriedade que todas as línguas têm (p. ex. todas as línguas têm elemen-
tos que são foneticamente vogais). Mais recentemente, admite-se que os universais lingüísticos não são absolutos, mas uma questão de
grau ou tendência, de modo que refletem uma propriedade que se manifesta na maioria das línguas. Ver Trask (2004), Matthews (1997)
e Greenberg (1966).

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Sintaxe: constituintes e estruturação da oração | 45

como um objeto descontextualizado, já que estão interessados em suas características internas – a


forma de seus constituintes e as relações entre si – e não nas relações entre esses constituintes e
seus significados ou funções, ou entre a língua e seu meio, ou contexto de uso.
Em resumo, o aspecto mais importante que distingue o paradigma formalista do funcionalista
é que os formalistas estudam a língua como um sistema autônomo, ao passo que os funcionalistas
a estudam em relação a sua função social. Nesse sentido, o funcionalismo se fundamenta em dois
pressupostos gerais:
(i) a língua desempenha funções que são externas ao sistema lingüístico;
(ii) essas funções externas contribuem para moldar a organização interna do sistema lingüístico.
Embora não ignorem que a língua tenha funções sociais e cognitivas, os formalistas defendem
que essas funções não influenciam a estrutura interna da língua.
Como representantes do pólo formalista, podem-se citar os lingüistas estruturalistas ame-
ricanos (Bloomfield, Trager, Bloch, Harris, Fries) e, em sua aplicação mais rigorosa, os sucessivos
modelos do gerativismo elaborados por Noam Chomsky. No pólo funcionalista, encontram-se os
expoentes da Escola de Genebra (Bally e Frei), da Escola de Praga (Mathesius, Trubetzkoy, Jakobson,
Firbas etc.), da Escola de Londres (Firth e Halliday) e o Grupo da Holanda (Reichiling e Dik), conforme
Dirven e Fried (1987)2.
Nos Estados Unidos, as análises lingüísticas explicitamente classificadas como funcionalistas
começam a proliferar por volta de 1975, como reação às impropriedades constatadas nos estudos
de cunho estritamente formal.
É importante ressaltar que o rótulo “lingüística funcional” abriga diferentes modelos teóricos
que compartilham entre si a concepção de língua como um instrumento de comunicação que,
como tal, deve ser analisada com base em situações reais de uso. [...]

2 Para maiores informações sobre esses autores, consultar Lyons (1979) e Neves (1997).

Estudos lingüísticos
1. A frase “O professor vai presentear os alunos com notas altas” é ambígua:
( 1 ) o professor vai dar notas altas para todos os alunos?
( 2 ) o professor vai presentear só os alunos que têm notas altas?

Qual dos itens a seguir apresenta a estrutura que corresponde à leitura (1)?
a) São só os alunos com notas altas que vão ser presenteados.
b) Os alunos com notas altas, o professor vai presentear.
c) Os alunos, o professor vai presentear com notas altas.
d) O professor vai presenteá-los.
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46 | Lingüística II

2. A manchete “Vendo carne aos fregueses sem pelancas” é ambígua, desambigüize por meio das
seguintes construções sintáticas;
a) Topicalização.

b) Clivagem.

c) Fragmentos de sentenças.

d) Passivização.

3. Identifique as afirmações abaixo de acordo com as concepções formalistas e funcionalistas da


linguagem.
a) A língua desempenha funções externas ao sistema lingüístico que influenciam o sistema
interno da língua.

b) A língua é um sistema autônomo e mental, cuja aquisição é uma capacidade inata.

c) O contexto motiva as construções sintáticas.

d) A gramática de uma língua resulta das formas lingüísticas regulares identificadas em situações
comunicativas.

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Gabarito
Sintaxe: constituintes e estruturação da oração
1. C

2.
a) Carne sem pelancas, eu vendo aos fregueses.
b) É carne sem pelancas que vendo aos fregueses.
c) O que você vende aos fregueses?
– Carne sem pelancas
d) Carnes sem pelancas são vendidas aos fregueses.

3.
a) Concepção funcionalista.
b) Concepção formalista.
c) Concepção funcionalista.
d) Concepção funcionalista.

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