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Cabe salientar que o Código de Ética da/o Psicóloga/o estabelece, dentre os princípios fundamentais
da profissão, a promoção à saúde e a atuação com responsabilidade social, analisando crítica e
historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. Portanto, embora o CRP SP não
tenha competência decisória sobre a determinação dos prazos para a quarentena no estado de São
Paulo, reforçamos o dever ético de que a/o psicóloga/o faça uma reflexão crítica ao tomar decisões
para a atuação no contexto da pandemia, considerando as informações decorrentes da OMS e as
orientações que vêm sendo realizadas pelo CRP SP à categoria.
Conforme o art. 2º da Resolução CFP nº 011/2018 é autorizada a prestação dos seguintes serviços
psicológicos realizados por meios tecnológicos da informação e comunicação, desde que não firam o
disposto no Código de Ética Profissional da/o Psicóloga/o e esta Resolução:
1. A supervisão técnica dos serviços prestados por psicólogas/os nos mais diversos contextos
de atuação.
Esta medida foi tomada como forma de garantir a continuidade da prestação de serviços de
qualidade e em condições apropriadas, respeitando, entretanto, a recomendação das autoridades
sanitárias.
Cabe salientar, no entanto, que, caso a/o Psicóloga/o tome ciência de situação de violação de
direitos ou de violência durante o atendimento regular por TICs, deverá tomar as medidas cabíveis,
em consonância com o Código de Ética Profissional da/o Psicóloga/o, para encaminhamento e
articulação junto à rede presencial de proteção. Complementando, sobre a interface entre a
Psicologia e Direitos Humanos, indicamos a cartilha O Tecido e O Tear.
É fundamental ter informações sobre fluxos e orientações com relação às atuações das redes de
saúde e de assistência social para o caso de encaminhamentos para serviços inseridos nestas redes,
assim como sobre o funcionamento das redes de atendimento às situações de violência.
Para a prestação dos serviços, a/o profissional deve utilizar recursos de tecnologia da informação e
comunicação adequados do ponto de vista teórico, metodológico, técnico e ético da Psicologia para o
cumprimento dos objetivos do trabalho e para o melhor benefício da/o usuária/o. Dessa forma, a/o
psicóloga/o é responsável pela correlação adequada entre os tipos de serviços psicológicos
prestados e os recursos que utiliza. Segundo a Resolução CFP 11/2018, não é necessário
vincular-se a nenhuma plataforma específica. A/O Psicóloga/o deverá escolher os aplicativos que
entenda mais seguros para a segurança das informações, tendo em vista a necessidade de
preservar o sigilo dos atendimentos. No entanto, caso queira prestar serviços junto a uma plataforma
já existente, a/o Psicóloga/o deverá atentar-se para as formas de publicidade que o site oferta, pois é
corresponsável pela forma de divulgação de serviços psicológicos.
Psicólogas/os podem prestar serviços psicológicos para usuárias/os que estejam fora do território
nacional, desde que as/os usuárias/os aceitem, via instrumento contratual, que esta prestação de
serviços seja regulada pelas legislações brasileiras pertinentes à matéria, como a Lei nº 12.965/14,
que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. É
fundamental que no contrato de prestação de serviços conste cláusula referente à eleição de foro,
estabelecendo a cidade em que a/o psicóloga/o reside como a base territorial-judiciária,
considerando que a sua atuação está submetida à legislação profissional do Sistema Conselhos de
Psicologia, bem como demais legislações referentes à prestação de serviço vigentes em território
nacional.
Psicólogas/os brasileiras/os que estejam fora do território nacional podem prestar serviços
psicológicos on-line?
O alcance da Lei nº 12.965/14, bem como das legislações da profissão, fica restrito à prestação de
serviços que sejam oriundos do território brasileiro inclusive para fins de apuração e
responsabilização de profissionais. O Conselho Federal de Psicologia não possui qualquer
responsabilidade em relação ao exercício da profissão em outros países, ainda que mediado por
recursos de tecnologia da informação e comunicação. Dessa forma, psicólogas/os brasileiras/os, que
estejam fora do território nacional, devem buscar auxílio dos órgãos competentes dos países onde
irão atuar para conhecimento das legislações pertinentes e dos trâmites de revalidação do título de
Psicóloga/o, para não correr risco de exercício ilegal da profissão.
O Conselho Federal de Psicologia - CFP solicitou ainda inclusão de serviços psicológicos on-line na
cobertura dos planos de saúde – a medida é desdobramento de diálogo iniciado entre CFP e
Ministério da Saúde sobre estratégias para o enfrentamento da pandemia.
A ANS é a agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde responsável pelo setor de planos de
saúde no Brasil. Define uma lista de consultas, exames e tratamentos, denominada Rol de
Procedimentos e Eventos em Saúde, que as operadoras de saúde devem oferecer obrigatoriamente,
conforme cada tipo de plano de saúde. Contatos diretos com a ANS podem ser feitos pelo DISQUE
ANS (0800 701 9656) ou pelo Fale Conosco. Além disso, foi criada uma página da ANS que reúne
informações relacionadas à Covid-19 na saúde suplementar.
Segundo o artigo 4.º do Código de Ética Profissional da/o Psicóloga/o, a/o profissional deve zelar
pela qualidade dos serviços prestados, independentemente do valor do serviço. A/O psicóloga/o deve
também informar a pessoa atendida sobre a importância de dar continuidade ao tratamento, proceder
aos encaminhamentos possíveis, bem como elucidar sobre os meios legais para resguardar seus
direitos, orientando-a a procurar órgãos de defesa do consumidor, como o PROCON, caso
necessário.
Para mais informações sobre a Psicologia na Saúde Suplementar, consulte o “Guia de Orientação:
Psicologia e saúde suplementar, do CFP de setembro de 2019"
Não há impedimento em fazer divulgação de serviços psicológicos realizados por meio da tecnologia
da informação e comunicação, desde que com cadastro prévio no e-psi.cfp.org.br e cumprindo o
disposto em todo Artigo 20 do Código de Ética e Artigos 53 ao 58 da Resolução CFP nº 003/2007,
que institui a Consolidação das Resoluções do Conselho Federal de Psicologia:
Art. 20 – A/O psicóloga/o, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual
ou coletivamente:
c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam
reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; h) Não
fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
Art. 53 - Toda publicidade veiculada por psicólogo conterá obrigatoriamente o nome completo do
profissional, a palavra psicólogo, a sigla do Conselho Regional de Psicologia onde tenha sua
inscrição e o número desta inscrição.
Art. 54 - Em sua publicidade, o psicólogo não poderá utilizar diagnóstico psicológico, análise de caso,
aconselhamento ou orientação psicológica que, de alguma forma, identifiquem o sujeito.
Parágrafo único - Nessas oportunidades, o psicólogo não poderá divulgar aspectos de seu trabalho
que possibilitem o acesso a leigos de instrumentos e técnicas de uso privativo da categoria.
II - propor atividades, recursos e resultados relativos a técnicas psicológicas que não estejam
cientificamente fundamentadas;
VII - divulgar serviços de forma inadequada, quer pelo uso de instrumentos, quer pelos seus
conteúdos falsos ou sensacionalistas, ou que firam os sentimentos da população, induzindo-lhe
demandas.
Art. 58 - A infração às normas deste capítulo será julgada, nos termos da legislação em vigor, como
falta disciplinar.