Você está na página 1de 12

JOGOS EDUCACIONAIS E O ENSINO E

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA


SURDOS

Tássia Gabriela Elias Borges Tomas


Instituto Federal de Goiás – IFG – Jataí – GO
tgeb27@gmail.com

Erine Hipólito Santos Silva


Instituto Federal de Goiás – IFG – Jataí – GO
erinehipolito123@gmail.com

Danúbia Aparecida da Silva


Instituto Federal de Goiás – IFG – Jataí – GO
danubiasilva20133@gmail.com

Rita Rodrigues de Souza


Instituto Federal de Goiás – IFG – Jataí – GO
rodriguesdesouzarita2@gmail.com

Danillo Vaz Borges de Assis


Instituto Federal de Goiás – IFG – Jataí – GO
danillo.assis@ifg.edu.br

Resumo: A inclusão do ensino de língua estrangeira para alunos surdos com o auxílio de
jogos foi a temática desse trabalho. Devida a dificuldade de vários professores no que diz
respeito à comunicação e a sua ignorância acerca da cultura dos surdos, há obstáculos que
negativamente impactam no processo de ensino-aprendizagem. Diante da importância
dessa temática, foi desenvolvida uma revisão sistematizada da literatura do tipo estado do
conhecimento que permitiu que conhecer como tem sido realizadas pesquisas sobre o
aprendizado dos surdos. Como achados dessa abordagem foram descobertos a
importância dos jogos para o ensino aprendizagem desses alunos surdos, devido a
visualização e a maior interação entre professor/aluno e entre os próprios alunos. Por fim,
conclui-se que há algumas limitações desses alunos surdos, proveniente de escolas com
ambientes irregulares ou mesmo professores despreparados para assumir esse papel,
contudo com o avanço das tecnologias a possibilidade desse aprendizado se torna
favorável para o ensino seja de língua estrangeira ou outras disciplinas.
Palavras-Chave: Jogos, Inclusão de surdos, ensino de língua estrangeira, tecnologia da
informação.
INTRODUÇÃO
O ensino de línguas estrangeiras por si só já é um grande desafio para as pessoas
em geral; agora imagina para pessoas com uma limitação auditiva, faz o ensino e
aprendizado de línguas estrangeiras se tornar um enorme desafio a ser superado. Esse
desafio se torna maior ainda por não haver um maior número de incentivos é nem de um
melhor auxílio governamental que se esquecem dessas limitações é acaba por incentivar
um ensino igual a todos sem se ater a essas limitações torna o ensino é aprendizado
desestimulante para os alunos especiais (SOUZA, 2010).
Sabemos a importância do aprendizado da língua estrangeira por todos, por ser a
porta de entrada para um novo mundo de conhecimentos, de aprendizado relacionados a
outras culturas, além de contribuir para vivência de novas experiências, é poder assim
compreender melhor os conhecimentos específicos daquela língua e cultura. Mas ao
falarmos de pessoas surdas, essas portas se tornam escassas, em decorrência de sua
limitação acabarem por terem seus conhecimentos menosprezados na hora do ensino de
línguas estrangeiras e suas limitações ressaltadas para o mesmo, sendo que maioria dos
docentes busca metodologias de ensino que beneficiam somente alunos ouvintes, sem
buscar uma forma que seja intermediária aos dois tipos de caso, e muitas vezes acabam
por menosprezar o aprendizado do aluno não ouvinte por acharem que sua inteligência é
limitada por sua deficiência auditiva (SOUZA, 2010).
O preconceito em relação a pessoas surdas no Brasil hoje em dia ainda é enorme,
pois essas pessoas são tratadas por muitos como incapazes de viver em sociedade é de se
comunicarem como a maioria o faz; mais esquecem que essas pessoas têm o mesmo
intelecto é até mesmo mais elevado do que a maioria de nós; sua forma de comunicar é
excepcional por conseguirem expressar com gesto e movimentos das coisas que não
somos capazes de dizer com palavras, eles ouvem o mundo por meio dos olhos é nós não
conseguimos nem mesmo ouvir por meio e nossos “perfeitos” ouvidos (SOUZA;
SILVEIRA, 2016).
O avanço da tecnologia para melhorar a comunicação geral está avançando em
um ritmo bem rápido apesar que em algumas vertentes como a comunicação de surdos o
ritmo está meio desacelerado é possível ver que ouve bastante evolução nesse meio nos
últimos anos. O mundo tecnológico vem buscando a passos lentos construir um meio de
integração geral entre todos independente de suas limitações. Muitas redes sociais já se
tornaram um grande caminho para a integração de pessoas surdas, pois por meio desta
ferramenta, elas entram em contato com outras pessoas que possuem a mesma dificuldade
auditiva, assim podendo trocar experiências e em muitos casos acabam por criarem sua
própria rede cultural, dessa forma, com o avanço dessas tecnologias essa forma de se
comunicarem são expandidas a outras áreas, como na área do ensino de línguas
estrangeiras (SOUZA; SILVEIRA, 2016).

OS jogos são considerados instrumentos lúdicos para o aprendizado de quaisquer


que sejam as disciplinas, ou seja, visa o entretenimento do aluno em uma sala de aula,
considerando a ajuda desse instrumento como ferramenta para uma nova abordagem de
ensino, fato já muito estudado pelos pesquisadores na área de ensino (KASDORF, 2013).
Figura 1: Exemplo de jogo para o ensino de língua estrangeira.

Fonte: https://iguinho.com.br/jogo-ingles.html

O lúdico pode ser considerado importante, mas para que uma atividade lúdica
funcione da maneira que se espera, o professor deve estar preparado para essa aula
diferente, pois essa experiência será satisfatória somente se o professor estiver
empenhado em ensinar da melhor forma e o aluno ter a consciência de que ele também
precisa interagir e contribuir para que o ensino-aprendizagem seja possível e eficaz.
(KASDORF, 2013).
Os alunos surdos também podem aprender por meio de jogos. No ensino de
ciências, a utilização de jogos também está sendo eficaz, assim como, no ensino de língua
estrangeira. O fato é que os jogos têm sido um instrumento para tornar as aulas mais
criativas e interessantes, além do fato ser algo que os alunos podem visualizar (SILVA;
et al. 2016).

FUNDAMENTAÇÃO
1.1 Pessoas surdas e educação formal
Os estudos favor de pessoas surdas vêm se expandindo cada vez mais, devido ao
fato de vários movimentos passados a favor da educação inclusiva no Brasil. O processo
das políticas públicas tenta integrar esses alunos surdos no âmbito de uma escola regular,
entretanto, a problemática de como ensinar esse aluno em uma sala onde outros possuem
linguagem materna o “português”, ainda é um fato a se pensar (TAVARES; OLIVEIRA,
2014). A questão complexifica mais se somada a essa situação, o aprendizado de uma
língua estrangeira.
De acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de Diretrizes e Bases
(LDB), toda pessoa surda tem direito à educação, podendo esse ensino ser ministrado em
escolas regulares, entretanto, os gestores e professores, possuem dificuldades nesta área
de ensino, pois muitas vezes não são preparados para a inclusão desse aluno na sala de
aula, vindo a comprometer o ensino aprendizagem desse aluno (BRASIL, 2005).
Existem, contudo, métodos que estão sendo desenvolvidos para que este aluno
consiga desenvolver o aprendizado, compreender o conteúdo, uma dessas técnicas são os
jogos, que contribuem para uma melhor visualização, já que esses alunos não podem
ouvir, então deve-se utilizar mais os outros sentidos como a visão e o tato, possibilitando
não somente o estudo das ciências, mas também a possibilidade de ensinar língua
estrangeira com esses jogos educacionais (TAVARES; OLIVEIRA, 2014).
Dorziat (1999), mostra a importância das linguagens para a educação de um aluno,
independente se for surdo ou não, ela remete o desenvolvimento educacional, assim um
aluno não pode “aprender por aprender”, e deve começar seus estudos pela sua língua
materna, no caso dos surdos, libras, para posteriormente começar a compreender as outras
línguas como: português, espanhol, inglês, etc.
A utilização de mecanismos diferentes para aprimorar o ensino das disciplinas em
sala de aula, é bem aceita na área de ensino, entretanto, as pesquisas mais recentes sobre
inclusão de alunos surdos, também vem adotando essa metodologia para ensinar
determinados conteúdos, com a intenção de proporcionar a interação desses alunos, com
jogos e brincadeiras para o aprendizado, assim adaptando jogos para o ensino com
resultados satisfatório (PIMENTEL; SABINO, 2014). Como exemplo a figura 2 a seguir
mostra um jogo lúdico com a utilização do alfabeto manual.

Figura 2: Jogo da memória do alfabeto manual utilizado na disciplina de Libras.

Fonte: (PIMENTEL; SABINO, 2014)

Na figura 2, podemos notar jogos realizados manualmente para o ensino e


aprendizado de libras, apontando que jogos podem ser de grande valia para o ensino não
só de libras, mas de outras disciplinas.
Figura 3: Tabuleiro da Trilha ecológica

Fonte: (PIMENTEL; SABINO, 2014)

Na figura 3, temos outro tipo de jogo que também enfatiza a visualização, assim
podendo facilitar o aprendizado de alunos surdos, nesta trilha o aluno consegue se
envolver, assim pode-se realizar esses tipos de jogos para ensinar língua estrangeira,
sendo que, basta somente adaptá-los.
Figura 4: Brinquedos para ensina língua estrangeira

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/187603140703869108/?lp=true

O método visual está sendo bastante usado no ensino de língua estrangeira pois
facilita não só no aprendizado de palavras soltas, mas mostrando o seu conceito por trás
de cada palavra ou frase, o uso de imagens e vídeos são essenciais nessas estratégias, pois
é com elas que o surdo consegue identificar do que se trata a palavra é o contexto a que
se estará utilizando a aquela fala (LOHN, 2015).
1.2 Jogos (online) para surdos
Com o surgimento das redes sociais, a criação de softwares e nos últimos anos foi
possível um melhoramento na forma de aprendizado de línguas estrangeiras para surdos,
sendo a língua inglesa a de maior influência nesse meio (COSTA; OLIVEIRA, 2015).
Com o passar do tempo essas redes sociais se tornaram a porta de acesso para
pessoas surdas comunicarem-se com outras pessoas surdas de países diferentes, criando
uma própria cultura entre si e uma forma melhorada para se comunicarem uns com os
outros, isso ocorre por essas redes oferecem maiores recursos visuais que é o ponto chave
para a comunicação entre surdos. Um exemplo de rede social bastante usada como forma
de comunicação e de aprendizado entre surdos, e o facebook, que com suas melhorias
visuais e facilidade de acesso cada vez mais amplas o mesmo consegue abranger o
universo surdo facilitando sua integração através de imagens, vídeos, e etc. Sendo
possível a criação de grupos para troca de experiências e de aprendizados quase ilimitado
(COSTA; OLIVEIRA, 2015).
Os métodos de ensino de línguas para surdos e pautada principalmente por
recursos visuais que fazem referências a língua ao qual o surdo deseja aprender; podendo
assim o surdo não só aprender a língua em si, mas também a cultura do local de origem
da língua a ser aprendida. Esses recursos visuais podem ser em vídeos, imagens, jogos é
até mesmo brinquedos e outros objetos. O uso de vídeos por exemplo e um dos métodos
mais eficazes para o aprendizado de línguas estrangeiras, pois com eles é possível mostrar
imagens ligadas diretamente a frase ou palavra que o docente pretende ensinar, além de
ser possível também expressar de forma gestual que é a maneira como os surdos estão
mais acostumados a se comunicar (LOHN, 2015).
Em março de 2015 foi lançado o Wiz, um jogo que auxilia crianças surdas na
aprendizagem da língua portuguesa, o projeto começou a ganhar forma no ano de 2014,
quando a estudante Patrícia Leite graduanda de Sistema da Informação começou a
participar do BEPiD (Brazil Educational Program for iOS Development). O jogo é
baseado em um personagem que é viajante espacial é precisa voltar para casa, porém para
isso ele precisa encontrar uma nave, para chegar aos objetivos é passar de fase o jogador
precisa coletar letras na ordem correta a fim de forma palavras. Apesar de ser um
aplicativo que ensina apenas a língua portuguesa o mesmo abre portas para o
desenvolvimento de outros jogos que venham a ensinar línguas estrangeiras usando o
mesmo mecanismo de ensino é aprendizado (SURDOSOL, 2018).
Uma das formas usadas por docentes para encontrar métodos e materiais
necessários para o ensino de língua estrangeira é o portal REA (Recursos Educacionais
Abertos); que por definição são recurso com licenças abertas ou que se encontre em
domínio público, que facilitam o ensino, aprendizado é investigações.

Recursos Educacionais Abertos (OER) são definidos como: Materiais


oferecidos gratuitamente e abertamente para educadores, estudantes e
autodidatas usarem e reutilizarem para o ensino, aprendizagem e
pesquisa. Os REA podem ser depositados (por doação) por uma
variedade de fontes em um ou mais dos muitos repositórios de REA, que
são principalmente online. (PORTAL OER. Taking OER beyondthe
OER Community; Initiative Background: 17/06/2018, 19:45;
(https://oerworkshop.weebly.com/).
Em um estudo realizado na escola pública de Duque se Caxias município da região
metropolitana do Rio de Janeiro, é relatado no artigo Libras no ensino de inglês mediado
pelas novas tecnologias: desafios e possibilidades; por Kátia Cristina do Amaral Tavares
é Ana Paula Pires de Oliveira (Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro –
Rio de Janeiro / Brasil). Pode se constatar que o ensino de línguas estrangeiras por meio
do uso de tecnologia não só fomenta o ensino de crianças surdas, mas também de crianças
ouvintes que com seus recursos visuais fazem com que os jovens consigam de forma mais
simplificada conduzir seu aprendizado. E que ao colocarmos crianças surdas em um
contexto inclusivo levando em consideração suas limitações, mas se usando dos meios
tecnológicos o aprendizado desses alunos podem se tornar mais igualitário ao
aprendizado dos outros alunos.

Como exemplos de atividades nas aulas de inglês na sala de informática,


vamos descrever, resumidamente, aquelas desenvolvidas nas aulas cujos
trechos são discutidos neste artigo. Em duas dessas aulas, houve
atividades de revisão de números e cores a pedido da professora de
inglês. Para rever os números, os alunos utilizaram um jogo on-line em
que tinham de fazer cálculos e responder em inglês. Para rever as cores,
assistiram a um vídeo de apresentação das cores em inglês, incluindo sua
grafia e também usaram um jogo on-line. Em uma tentativa de oferecer
um contexto para a revisão desses conteúdos, os alunos visitaram os sites
de compras de roupas e (que comercializa camisetas com mensagens em
inglês para surdos), onde podiam observar, por exemplo, os nomes em
inglês das cores dos produtos e os preços (TAVARES e OLIVEIRA,
2014).

Para os alunos surdos o aprendizado ocorre mais facilmente, porque o uso de


tecnologia em vídeos e jogos por exemplo podem utilizar os recursos de legendas e
também janelas que traduz o que ocorre no vídeo para libras. (LOHN, 2015).
Muitos professores preferem não se utilizar de tais meios para o ensino em sala de
aula alguns por receio do desconhecido outros por falta de material fornecido. Mas apesar
de todas essas dificuldades sem sombra de dúvidas a junção do ensino de línguas com a
tecnologia só têm a trazer grandes benefícios para todos (LOHN, 2015).

METODOLOGIA

Para a realização do artigo foi utilizado o método de pesquisa qualitativa, baseado


no chamado estudo de “estado de conhecimento”.

Os estudos realizados a partir de uma sistematização de dados,


denominada “estado da arte”, recebem esta denominação quando
abrangem toda uma área do conhecimento, nos diferentes aspectos que
geraram produções. Por exemplo: para realizar um “estado da arte” sobre
“Formação de Professores no Brasil” não basta apenas estudar os
resumos de dissertações e teses, são necessários estudos sobre as
produções em congressos na área, estudos sobre as publicações em
periódicos da área. O estudo que aborda apenas um setor das publicações
sobre o tema estudado vem sendo denominado de “estado do
conhecimento” (ROMANOWSKI; ENS, 2006).
O primeiro passo foi definir os descritores de pesquisa para direcionar a
investigação acerca do tema. Foram utilizados os seguintes termos: Jogos, Inclusão de surdos,
ensino de língua estrangeira, ensino para surdos. Os artigos foram retirados de três fontes
de periódicos, BDTD, Scielo e periódicos capes. No início da pesquisa, sem uma leitura
mais criteriosa dos artigos, apenas dos resumos, foram reunidos 28 trabalhos. Porém o
passo seguinte foi a seleção dos mesmos, cujo critério partiu de uma leitura mais
aprofundada avaliando todo o conteúdo apresentado neles, restando 13 escolhidos. Os 15
artigos que foram descartados não se tratavam da relação dos jogos com o ensino de
línguas estrangeiras para o aprendizado de surdos e não surdos ou se tratavam apenas de
jogos que faziam uma relação com o ensino de outras matérias sem que o foco fossem os
alunos surdos. Os trabalhos selecionados foram os que mais se enquadraram dentro do
tema da pesquisa ou a complementando, se tratando dos jogos e seus benefícios para o
ensino de línguas estrangeiras para alunos surdos ou não, os jogos como forma de inclusão
social para os alunos surdos em classes comuns de aula ou até mesmo os jogos utilizados
no ensino de diferentes matérias para os alunos com alunos surdos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na procura de artigos sobre o tema desenvolvimento de jogos para ensino de


línguas estrangeiras para surdos foram selecionados ao todo 12 artigos. Recordando sobre
os temas abordados nos artigos encontrado, temos 6 sobre jogos na educação de surdos,
abrangendo toda e qualquer matéria, como português e matemática, além de outros 6 que
evidenciam ensino de línguas estrangeiras para surdos. Alguns focaram mais no ensino
de língua inglesa para surdos como língua estrangeira, e trazendo o uso de jogos na
metodologia dos professores para a inclusão dos alunos surdos nas aulas, de uma forma
geral os artigos selecionados falam da inclusão de alunos surdos em escolas regulares,
alguns artigos fugiram do foco de línguas estrangeiras, mas ressaltaram a importância de
jogos e atividades visuais no aprendizado dos alunos surdos. Percebe-se a forte relação
da inclusão social e o ensino de línguas estrangeiras principalmente a língua inglesa, visto
que é uma das línguas mais faladas no mundo.
Os jogos apresentam uma grande importância na aprendizagem dos alunos, no
caso dos alunos surdos é ainda mais perceptível essa importância, já que atividades
visuais auxiliam na compreensão do conteúdo e no processo de inclusão desses alunos
dentro de salas de aulas regulares.
Embora alguns artigos que tratem sobre jogos não relacionam diretamente com o
tema escolhido, eles evidenciam que o uso desse tipo de atividade visual na sala de aula
permite que todos os alunos tenham um melhor aprendizado, principalmente os alunos
surdos, já que nem todas as atividades propostas pelos professores, se adéquam a eles,
como o ouvir áudios, músicas e vídeos para ensinar os conteúdos.
Por meio da análise dos 12 artigos selecionados, percebemos que existem poucos
estudos nessa área de inclusão de alunos surdos na língua estrangeira, conseguimos
analisar também outros artigos que seriam semelhantes com o tema abordado, dessa
forma, a tabela 1 mostra a quantidade de artigos que foram analisados durante essa
pesquisa.
ARTIGOS ALCANÇADOS
TOTAL CORPUS %
ANALÍTICO
27 12 44,4

Tabela 1: Quantidade de artigos analisados durante a pesquisa.

Na tabela 1, temos uma relação da quantidade de artigos que foram encontrados


durante as pesquisas e a quantidade de artigos que foram selecionados para a escrita deste
artigo. É notável como houve uma significativa redução nessa relação, a quantidade de
artigos que foram selecionados é menor porque não há muitos trabalhos que foquem no
desenvolvimento de jogos voltados para ensinar línguas estrangeiras para alunos surdos.
Dos 28 artigos, cerca de 6 trabalhos falam dos jogos voltados para o ensino de ciências,
matemática, educação física, para alunos deficientes ou não. Embora 16 deles não tenham
sido incluídos, a leitura deles serviu para nos informar mais sobre a importância dos jogos
e seu impacto na educação de alunos ditos “normais” e alunos com deficiência de todo
tipo, seja ela auditiva, mental e etc. Dos 12 artigos escolhidos, alguns apresentam
exemplos de jogos muito interessantes utilizados em sala de aula com os alunos, sendo
jogos de tabuleiro, jogos de cartas, ou seja, percebe-se uma predominância dos jogos
impressos. Entre eles também estão os jogos que utilizam brinquedos e os jogos online,
porém a utilização deles é menor, devido à falta de preparo dos professores, a falta de
equipamento adequado nas escolas ou de um profissional que possa colocar em
funcionamento os aparelhos quando a escola os possui. Contudo os resultados são
promissores porque instigam mais a participação dos alunos, torna as aulas mais
interessantes e ajuda no processo de inclusão.
Em seguida tem-se na tabela 2 os temas dos artigos escolhidos para a pesquisa
proposta, primeiramente sobre jogos na educação de alunos surdos, os quais não estão
especificando a área de atuação dos jogos focada no ensino de línguas estrangeiras, ou
tendo a língua inglesa como foco, mas de uma forma geral abarca outras matérias, como
matemática e ciências.
No artigo de Silva; et al. (2016), Jogos na educação de alunos surdos: uma
proposta para o ensino de ciências, são apresentadas as principais dificuldades que os
alunos surdos encontram ao estarem em uma classe regular de aula, sendo que os autores
focam no ensino de ciências para os alunos surdos, mesmo uma matéria em que os alunos
que não possuem deficiência auditiva possuem dificuldade de compreensão, torna-se um
desafio ainda maior fazer com que alunos deficientes entendam o conteúdo. Reforçam
como os jogos são essenciais para o processo de ensino aprendizagem desses alunos, já
que segundo eles os alunos surdos devem ouvir por meio das imagens, e a aparência
dessas ferramentas como as cores que possuem, tornam o jogo mais atrativo e mais
interessante para esses alunos, isso permite que eles tenham mais interesse em participar
das aulas auxiliando o processo de inclusão deles na turma, na sociedade, além de verem
as disciplinas com novos olhos.
No artigo Jogos adaptados utilizados como recursos pedagógicos facilitador para
o ensino de libras, o uso de metodologias de ensino inovadoras e modernas coma
utilização de jogos e outros materiais lúdicos são importantes para a inclusão social dos
alunos surdos e melhoram o rendimento de todos os alunos (PIMENTEL e SABINO,
2014).
CORPUS ANALÍTICO
TEMAS QUANTIDADE % AUTORES
JOGOS NA 6 46,2 Correia, 2013.
EDUCAÇÃO DE Fernando, 2015.
ALUNOS SURDOS
Pimentel; Sabino, 2014.
Silva; et al. 2016.
Portal OER, 2018.
Brasil, DECRETO N
5.626, DE 22 DE
DEZEMBRO DE 2005.

JOGOS NO ENSINO DE 6 46,2 Costa.; Oliveira, 2015.


LINGUAS
ESTRANGEIRAS PARA Kasdorf, 2013.
SURDOS Lohn, 2015.
Souza.; Silveira, 2016.
Souza, 2010.
Tavares; Oliveira, 2014.

TOTAL 12 100

Tabela 2: Temas abordados na pesquisa

Outro tema abordado foi o de jogos no ensino de línguas estrangeiras para surdos,
totalizando o restante dos 6 artigos, esse tema não é muito trabalhado, devido as
dificuldades que os professores encontram durante a execução, principalmente aqueles
voltados para os jogos online, então, neste trabalho vimos modelo de ferramentas que os
professores podem utilizar em suas aulas, para ultrapassar as barreiras que existem na
educação desses alunos em classes regulares. Visto que as dificuldades encontradas
compreendem a falta de preparo dos profissionais da educação para lidar com alunos
especiais dentro da classe, a falta de uma metodologia de ensino diferenciada, mais
dinâmica, entre muitas outras barreiras.

CONCLUSÃO
São muitos os estudos relacionados a inclusão, mas aqueles voltados ao estudo de
jogos para ensinar o surdo uma língua estrangeira, são poucos, fato que nos fez a buscar
respostas sobre este assunto. Os professores não estão totalmente preparados para uma
sala inclusiva, outro fator que pode atrapalhar bastante durante uma tentativa de ensinar
a língua estrangeira a um aluno surdo. Outro agente que pode possibilitar que esse
desenvolvimento não seja executado da melhor forma possível é o próprio aluno, que
muitas vezes chega no ensino regular, sem saber sua língua materna, libras, dificultando
o trabalho do professor e da própria interprete que o acompanha.
Entretanto, mesmo com essas dificuldades foi descoberto que é possível, realizar
um trabalho que seja eficaz, desde que todos estejam preparados para assumir esse papel,
pois aplicar um jogo sempre será algo lúdico para um aluno e irá despertar a curiosidade
e o interesse do aluno, além de promover o sentido visual desse aluno.

AGRADECIMENTOS

Núcleo de Informática na Educação (NINE) do Instituto Federal de Goiás, Campus Jataí


e a Professora Rita Rodrigues de Souza.

REFERÊNCIAS
BRASIL, DECRETO N 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Regulamenta a Lei
no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras,
e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm>.
Acessado em: 18 de jun. 2018.
CORREA, L. N. Políticas educacionais e a educação inclusiva com foco no ensino de
línguas estrangeiras para alunos surdos. Londrina 2013.
COSTA, G. S.; OLIVEIRA, S. M. B. C. Kahoot: a aplicabilidade de uma ferramenta
aberta em sala de língua inglesa, como língua estrangeira, num contexto inclusivo. 6°
Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação. Anais Eletrônicos. 2015.
FERNANDO, O. A. Investigação sobre materiais manipuláveis e jogos de
matemática utilizados por professores no ensino de crianças surdas nos anos iniciais.
Foz do Iguaçu, 2015.
KASDORF, L. Jogos no ensino de línguas estrangeiras. Monografia de Especialização
em Língua Estrangeira. Universidade Tecnológica do Paraná. Curitiba, 2013.
LOHN, J. T. Do jogo didático ao jogo didático surdo no contexto da educação
bilíngüe: o encontro com a cultura surda. Pós-graduação em Educação. Universidade
Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, 2015.
PIMENTEL, I. F.; SABINO, E. B. Jogos adaptados utilizados como recursos pedagógicos
facilitador para o ensino de libras em Castanhal-PA. V. 1, ISSN 2359-2915. Congresso
Internacional de Educação Inclusiva - CINTED, 2014.
PORTAL OER. Taking OER beyondthe OER Community. Disponível em
<https://oerworkshop.weebly.com/>. Acessado em: 17 de jun. de 2018, ás 19:45hs.
ROMANOWSKI, J. P.; TEODORA, R. As pesquisas denominadas do tipo “estado da
arte” em educação Revista Diálogo Educ., v. 6, n.19, p. 37-50, Curitiba, set. / dez. 2006.
SILVA; et al. Jogos na educação de alunos surdos: uma proposta para o ensino de
ciências. III Congresso Nacional de Educação – CONEDU, 2016.
SOUZA, D. V. C.; SILVEIRA, E. D. O ensino de línguas estrangeiras para surdos:
contribuições para formação acadêmica, profissional, social e cultural. Revista
Interfaces Científicas. V. 5. Nº 1. Pag. 69 – 79. Outubro, 2016.
SOUZA, A. G. O ensino de inglês na sala de aula do 7° ano de uma escola estadual
inclusiva de Goiânia. Pós-Graduação em Letras e Linguística. Faculdade de letras da
UFG. Goiânia, 2010.
SURDOSOL. Jogo gratuito ensina português para crianças surdas Disponível em:
<http://www.surdosol.com.br/jogo-gratuito-ensina-portugues-para-criancas-
surdas/> Acessado em: 23 de julho de 2018.
TAVARES K. C. A.; OLIVEIRA A. P. P. Libras no ensino de inglês mediado pelas novas
tecnologias: desafios e possibilidades. Revista RBLA. V 14. Nº 4. Pag. 1045 – 1072.
Belo Horizonte, 2014.

Você também pode gostar