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16/07/2021 Racismo estrutural e responsabilidade social corporativa | Oxfam Brasil

 
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Racismo estrutural e responsabilidade social


corporativa
03/12/2020

Tempo de leitura: 3 minutos

Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Este ano de 2020, como um grito de alerta à população brasileira, um homem negro
de 40 anos foi brutalmente assassinado em uma das lojas da rede de
supermercados Carrefour em Porto Alegre, às vésperas do Dia da Consciência
Negra (20 de novembro). O crime, cometido por dois seguranças da loja, traz à tona
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João Alberto Silva não foi a primeira e, infelizmente, não será a últimade
vítima do
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racismo no país. O Atlas da Violência 2020 revelou a enorme diferença entre as
entendi.

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  taxas de homicídio de pessoas negras e não negras no país. Segundo o estudo, na


prática, para cada indivíduo não negro morto em 2018, 2,7 negros foram mortos. A

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taxa de homicídios de negros no Brasil saltou de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes
entre 2008 e 2018, o que representa aumento de 11,5% no período. 
Outro estudo, realizado em 2017, já apontava que o percentual de negros
assassinados no Brasil chegou a ser 132% maior do que o de brancos.  Realizado
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Vidas Perdidas e Racismo
no Brasil mostra como o racismo está influenciando esse diferencial de taxa de
homicídios.

Embora as razões para explicar esses dados não estejam totalmente evidentes, 20%
da causa da morte de negros no Brasil pode ser atribuída a questões
socioeconômicas, como diferenças em relação a emprego, moradia, estudo e renda
do trabalhador.

Rede Carrefour tem histórico de racismo e agressão


O histórico de racismo e agressão do Carrefour não começou com o caso de João
Alberto.

Em março de 2019, Luis Carlos Gomes tomou uma lata de cerveja dentro de uma filial
do supermercado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e foi perseguido e
agredido pelo segurança e o gerente do supermercado. Recebeu um mata-leão (golpe
dado no pescoço, que imobiliza a pessoa), teve múltiplas fraturas devido às agressões
e ficou com uma deficiência em uma das pernas. 

Em agosto de 2020, a auxiliar de limpeza Nataly Ventura da Silva, de 31 anos,  foi


demitida sob a justificativa de ter se “envolvido em situações de conflito com outros
funcionários” em um dos hipermercados que integram o grupo Carrefour. Nataly conta
que desde que começou a trabalhar no local sofreu perseguição por um colega. Ela
chegou a ser surpreendida com a frase “só para branco usar” escrita em seu avental. 
No Ministério Público do Trabalho, a denúncia consta como injúria racial.

Também em 2020, em Recife (PE), um trabalhador faleceu durante o expediente em


uma das unidades do Carrefour na cidade. O corpo foi coberto com guarda-sóis,
caixas de papelão e tapumes improvisados pelos funcionários, para que a loja
pudesse permanecer funcionando.

Em todos esses casos, o Carrefour se pronunciou informando que estava tomando as


medidas necessárias de apoio às famílias e que tinha demitido os funcionários
responsáveis.

A responsabilidade social corporativa


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O histórico da rede Carrefour em apenas um ano mostra como a legislação brasileira é

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omissa em penalizar empresas por ações racistas e pela violação aos direitos
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A recorrência de infrações não acontece apenas na rede de supermercados. São
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centenas de lojas e redes varejistas pelo país que faturam com trabalho infantil,
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  trabalho escravo, ausência de direitos trabalhistas, omissão em casos de racismo,


poluição ambiental e degradação do meio ambiente.

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Pesquisa realizada pela Authenticity Gap mostra que os consumidores brasileiros
esperam posicionamento das empresas contra as desigualdades e, em especial,

contra o racismo. A nova geração de funcionários espera que suas empresas tenham
programas de diversidade racial e de gênero, e atuem com sustentabilidade ambiental.
A maioria afirma considerar essas ações das empresas na hora de aplicar para a vaga
de emprego.

Uma mudança real de cultura e valores dentro de uma empresa transcende as ações
de marketing positivo nas mídias sociais. Primeiro é preciso compreender que a
empresa tem que mudar sua cultura e normas, e definir uma nova política de luta e
combate ao racismo e ao preconceito. 

Essa política deve sair do papel por meio de uma agenda interna de palestras,
seminários, cursos e aplicação de protocolos de denúncia que será ensinada a todo o
quadro de funcionários que compõem as atividades.

Também é necessária uma mudança de posicionamento externo, com clientes e


fornecedores, sobre a nova política da empresa e instruir os funcionários sobre como
agir em uma situação de racismo.

Atualmente existem empresas especializadas em fornecer treinamento e apoiar outras


empresas nessas mudanças necessárias. O primeiro passo é reconhecer que vivemos
em um país racista, que precisa de mudanças estruturais complexas, e que é dever
das empresas se posicionarem para gerar impacto social positivo.

O que achou deste conteúdo sobre a responsabilidade social corporativa? Aproveite


sua visita em nosso blog para complementar sua leitura, acessando nosso conteúdo
sobre o objetivo e a importância do Dia da Consciência Negra!

Categoria: Desigualdade de raça


TAGS: assassinato de João Alberto | Carrefour | desigualdade de raça | Dia
da Consciência Negra | racismo | racismo estrutural | responsabilidade das
empresas

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