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RESUMO
A mineração é uma atividade praticada no país desde o início de sua história, e
tem evoluído com o avanço da tecnologia. O virador de vagões foi um equipamento que
otimizou a maneira como o minério é transferido. A presente pesquisa teve como
objetivo o estudo das condições de trabalho quanto a renovação de ar necessária no
fosso para atender as exigências de salubridade de trabalho e permanência no local,
avaliando a ventilação natural existente e a necessidade de um sistema complementar.
As condições de insuflamento de ar natural mostraram-se ineficientes para a renovação
recomendada, portanto foi dimensionado um sistema de insuflamento e exaustão que
garante as exigências previstas. Para a determinação dessas condições foram utilizados
conceitos ligados a mecânica dos fluidos e fenômenos de transporte e aspectos
inerentes ao local de instalação do virador.
ABSTRACT
Mining is an activity practiced in the country since the beginning of its
history, and has evolved with the advancement of technology. The railcar dumper
was an equipment that optimized the way the ore is transferred. The present
research had the objective of studying the working conditions regarding the
renovation of the necessary air in the pit to meet the requirements of work health
and stay in the place, evaluating the existing natural ventilation and the need for
a complementary system. The conditions of natural air insufflation were inefficient
for the recommended renewal, therefore a system of insufflation and exhaustion
was designed that guarantee the expected requirements. For the determination
of these conditions were used concepts related to fluid mechanics and transport
phenomena and aspects inherent to the installation site of the railcar dumper.
INTRODUÇÃO
Para garantir que o nível de O2 no ar, seja suficiente para a respiração, faz-se
necessária a renovação do ar no local estudado. Para facilitar a seleção dos índices de
renovação de ar, a fábrica de ventiladores Clarage (E.U.A.) citada por Costa (1991, p.
107), recomenda o quadro 1 abaixo, onde ƞ representa o número de renovações por
hora, de acordo com cada ambiente.
Revista Científica da FAESA, Vitória, ES, v14, n1, p 182-198, 2018 204
VENTILAÇÃO NATURAL
A equação (1) pode ser usada para calcular a vazão de ar insuflada pelo vento
através das aberturas na edificação (MESQUITA; GUIMARÃES; NEFUSSI, 1977, p. 123).
Q = ExA (1)
Onde,
Onde,
Q= Vazão de ar em m³/s; A= Área livre de entradas e saídas; h= Diferenças de altura
entre entrada e saídas de ar; Ti= Temperatura média do ar interior, à altura das aberturas
de saída; Te= Temperatura média do ar exterior à construção.
Q = VxA (3)
Onde,
Q = vazão em m³/s; V = velocidade do escoamento em m/s; A = área em m².
Onde,
Esta energia requerida pelo sistema deve ser proporcionada pelos ventiladores.
PERDAS DE CARGA
Aplica-se a fórmula:
Onde,
𝛥𝑝 = perda de carga em Pa; 𝑓 = coeficiente de atrito; 𝑙 = comprimento do duto
em m; 𝑑 = diâmetro do duto em m; 𝑣 = velocidade do escoamento em m/s;𝑔 =
aceleração da gravidade em m/s²; ρ: massa especifica do fluido em kg/m³.
De acordo com Fox e McDonald (2001, p.234), o coeficiente de atrito f pode ser
obtido através da equação de Colebrook, a saber:
1 𝑒/𝐷 2,51
= −2,0 log ( 3,7 + 𝑅𝑒 𝑓0,5 ) (6)
𝑓 0,5
Onde,
𝑓: coeficiente de atrito; 𝐷: diâmetro do duto em m; 𝑒: rugosidade do material do
duto mm; Re: número de Reynolds.
Essa equação é transcendente como diz Fox e McDolnald (2001, p.234) por isso
é necessário um processo interativo para determinar o valor de f. Porém uma simples
interação pode produzir um resultado dentro de 1% de erro se o valor inicial for
estimado a partir da equação de Miller descrita a seguir:
𝑒/𝐷 5,74
𝑓0 = 0,25 [𝑙𝑜𝑔 ( 3,7 + 𝑅𝑒 0,9 )] −2 (7)
Onde,
Re = (ρ x V x D) / μ (8)
Revista Científica da FAESA, Vitória, ES, v14, n1, p 182-198, 2018 208
Onde,
ρ = massa especifica do fluido em kg/m³; 𝐷 = diâmetro do duto em m; 𝑉 = velocidade
média do escoamento em m/s; μ = viscosidade dinâmica do fluido em Pa x s.
hv = v²/16,34 (9)
Ainda segundo Macintyre (1990, p. 138), para calcular a perda de carga Δp, na
peça, basta multiplicar hv pelo K tabelado.
Δp = K x hv (10)
Onde,
Δp = perda de carga em m.m.c.a.; K = coeficiente de perda de carga
(característico da peça); h = pressão dinâmica ou cinética em m.m.c.a.; v: velocidade do
escoamento em m/s.
R/D K
0 0,8
0,25 0,4 - 0,5
0,5 0,25
1 0,16
Também conforme diz Macintyre (1990, p. 141) as reduções graduais com ângulo de
estreitamento igual a 60°, possuem fator K=0,06.
N e = ϫ x Q x He (11)
Onde:
MATERIAIS E MÉTODOS
A ventilação natural por simples ação do vento pode ser calculada constatando-
se a posição da abertura da entrada de ar em relação a direção do vento predominante,
para assim determinar o valor a ser adotado do coeficiente de abertura (E). Com as
informações de área da abertura e coeficiente de abertura, calcula-se a vazão de
insuflamento através da equação (1).
Já na ventilação natural por efeito chaminé, calcula-se a área total de entrada e
saída de ar, e a diferença de nível entre elas. Usando os valores coletados de temperatura
média interna e externa ao ambiente, aplica-se a equação (2) para obter o valor da vazão
de insuflamento.
Essas duas vazões combinadas serão a vazão de insuflamento de ar natural total
do ambiente. Este valor de vazão irá proporcionar uma renovação de ar total do
ambiente em determinado tempo, de acordo com o volume do mesmo.
RESULTADOS
VENTILAÇÃO NATURAL
SISTEMA DE INSUFLAMENTO
O sistema de insuflamento de ar composto por uma rede de dutos, 14 grelhas de
insuflamento, 8 curvas e 6 reduções graduais, com vazão que possibilita um número total
de 10 renovações por hora, foi calculado e apresenta os resultados mostrados a seguir.
SISTEMA DE EXAUSTÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
COSTA, E. C. Física aplicada à construção: Conforto térmico. 4. São Paulo: Blucher, 1991.
p. 103-154.
FOX, R.W.; MCDONALD, A. T. Introdução à mecânica dos fluidos. 1. Rio de Janeiro: LTC,
2001. p. 215 – 240.