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Abordagem às Quedas em

Idosos
Prof. Juleimar S. C. Amorim
IDOSO

Senescência,
Doenças,
Comorbidades
Associadas
Caso Clínico
Paciente M.J.S., 76 anos, gênero feminino, reside com a filha, sua
cuidadora, e foi avaliada pelas estagiárias de fisioterapia após
sofrer queda em casa, mas sem fratura. Nos últimos meses a filha
tem percebido que a mãe tem deixado de ir à igreja, fazer as
compras perto de casa e tem apresentado alteração do equilíbrio e
medo de cair, além de sinais de desânimo e tristeza.
Definindo Queda...
› Evento descrito pela vítima ou uma testemunha, em que a pessoa
inadvertidamente vai ter ao solo ou outro local em nível mais baixo do
que o anteriormente ocupado, com ou sem perda da consciência ou
lesão. (Rubenstein, 1990)

› Um evento não intencional que tem como resultado a mudança de


posição do indivíduo para um nível baixo em relação à sua posição
inicial. (Siqueira, 2007)

› Vir a inadvertidamente ficar no solo ou em outro nível inferior, excluindo


mudanças de posição intencionais para se apoiar em móveis, paredes
ou outros objetos. (OMS, 2010)
Definindo Queda...
Determinantes

Granacher, 2011; Patla, 2001; Marshall, 2001


Epidemiologia das Quedas em Idosos
Comunidade

 + 65 anos – 28 à 42%

 + 75 anos – 32 à 42%

 30 à 60% - caem a cada ano

 ½: quedas múltiplas

 60 à 70% queda recorrente

Rubenstein, 2006; Masud, 2001;


Epidemiologia das Quedas em Idosos
ILPI
 33 à 38% dos idosos caem a cada ano

 40% quedas recorrentes

 37% ocorrem no quarto

 16% das quedas levam à fratura

São idosos mais fragilizados, com diminuição da


funcionalidade, restritos de atividade física,
usam maior número de medicamentos,
acumulam mais comorbidades.
Carvalho, 2011; Lojudice, 2010
Epidemiologia das Quedas em Idosos
Hospitais
 2,2 à 8,9/1.000 pacientes por dia

 Repercussões:
 Custos da internação

 Risco de novas quedas após a hospitalização

 Comprometimento físico, funcional e


comportamental

Rubenstein, 2006; Masud, 2001; Heinrich, 2010; Cina-Tschumi, 2009; Hitcho, 2004.
Complicações das Quedas em Idosos

Morte Lesões
5ª causa de morte 33 à 75% dos casos

2/3 acidentes Fraturas ocorrem até 10%

Homens

Marcador de risco

Complicações como causa


Paixão Jr & Heckman. Distúrbios da Postura, Marcha e Quedas. In: Freitas EV. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006
Complicações das Quedas em Idosos
Medo Incapacidades
30 à 73% dos casos Devido às dores e lesões

Restringe as AVD’s Provocada por medo

Aconselhamento de profissionais e
Isolamento
familiares

Sintomas de ansiedade e depressão

Reduz a confiança em deambular

Relacionado à lesões físicas e tempo de


permanência no chão

Paixão Jr & Heckman. Distúrbios da Postura, Marcha e Quedas. In: Freitas EV. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006
Causas das Quedas em Idosos
Individuais
› Fatores Associados
Correlação entre 2 ou + fatores
Comportamental
Idade, sexo feminino

Queda prévia
Ambiente

Comprometimento AVD

Patologias Múltiplas
Doenças, medicações, síndromes

Ambiente interno: sala, cozinha, quarto

Paixão Jr & Heckman. Distúrbios da Postura, Marcha e Quedas. In: Freitas EV. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006
Causas das Quedas em Idosos
› Envelhecimento

› Lentidão dos mecanismos de


integração central

› Redução da capacidade de
processamento e dividir a atenção

› Medicações:
› Uso ≥ 5 medicamentos - ↑ risco 3x
› Psicotrópicos (benzodiazepínicos)
› Neurolépticos
Paixão Jr & Heckman. Distúrbios da Postura, Marcha e Quedas. In: Freitas EV. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006
Causas das Quedas em Idosos
› Doenças Específicas

› Epilepsia, Parkinson

› Miopatias, neuropatias periféricas

› Síncope Cardiogênica

› Espondilose Cervical

› Hidrocefalia de pressão normal

› Demências

› Hipotensão Postural

Paixão Jr & Heckman. Distúrbios da Postura, Marcha e Quedas. In: Freitas EV. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006
Avaliando a Saúde do Idoso Caidor...
› Circunstâncias
› História Clínica e Exame Físico
› Testes Funcionais

Observa-se a necessidade de políticas públicas para a


população idosa, bem como a capacitação e
instrumentalização adequada dos profissionais que
assistem os idosos nos diferentes níveis de atenção à
saúde.
Lima-Costa, 2003; Organização Mundial de Saúde, 2003
CIRCUNSTÂNCIAS
 Fatores de Risco
 Descrição do evento
 Estado Geral
 Localização Espacial
 Consequências após a
queda

Como não cair nessas circunstâncias...?


AMBIENTE
HISTÓRIA CLÍNICA
 Funcionalidade: AVD’s básicas,
instrumentais e avançadas

 Uso de dispositivo para


marcha
 Presença de doenças: DM,
Parkinson, AVC, OA, depressão,
demência

 Instabilidade: tonteira,
fraqueza, cabeça leve,
desequilíbrio, pernas bambas,
escorregão
EXAME FÍSICO
 Hipotensão Postural: avaliar
a PA deitado, sentado e de

 Exame neurológico: estado


mental

 Equilíbrio: Romberg

 Pés: calos, deformidades,


joanetes, calçados

 Coluna, pescoço,
articulações: observar
mobilidade
Testes Físicos-Funcionais
Existe evidência insuficiente de qualquer instrumento de triagem que
seja adequado para predição em idosos
Testes Funcionais Testes Físicos

Escala de Berg Teste de Apoio Unipodal

Clinical Test of Sensory Integration and Balance (CTSIB) Teste Tandem e Semitandem

POMA – equilíbrio

Dynamic Gait Index – DGI


Step Test
Functional Reach Test
Maximal Step Length
Alcance Funcional Lateral Rapid Step Test

Timed “Up and Go” Test Step Test

Patla, 2001; Gates, 2008; Fló e Perracini, 2009


TESTES
FUNCIONAIS
 Time Up and Go
Avalia a mobilidade através do tempo
que o sujeito leva para realizar a tarefa
pré-estabelecida.

Adultos mais velhos >14s associado a alto


risco de queda
Pós – op de quadril >24s preditivo de
no momento da alta queda dentro dos 6
meses após a fatura
do quadril
Adultos velhos e >30s preditivo de exigir
frágeis dispositivo de apoio

NORDIN, 2008; SHUMWAY-COOK, 2000


TESTES
FUNCIONAIS
 QuickScreen
 Objetivo: predizer futuras quedas
em idosos da comunidade.

 Metodologia: avaliação da função


de MMII (por testes físicos e
funcionais) e fatores de risco.
Pontua-se o comprometimento
da função e o número de fatores
de risco.

 Interpretação dos resultados: O


número de fatores de risco revela
a porcentagem de risco de
quedas nos próximos 12 meses.

Tiedman, 2010
TESTES
FUNCIONAIS
 Predict_First

 Objetivo: Oferecer
valores preditivos para
quedas em idosos.

 Público-Alvo: Idosos
internados em setores
de reabilitação.

SHERRINGTON, 2010
TESTES
FUNCIONAIS
 STRATIFY Risck
Assessment Tool

 Objetivo: Estratificar o
risco de quedas em
idosos e predizer o
risco de queda em uma
semana.

 Público-Alvo: Unidades
de internação aguda.

OLIVER, 1997
Tratamento das Quedas
› Avaliar as causas
› Cuidar das lesões, feridas decorrentes e correção da fratura.
› Avaliação do ambiente
› Prevenção:
› Suplementos de vit D e Cálcio
› Atividade Física
› Adequação nutricional
› Cuidados domésticos
› Revisões periódicas dos medicamentos
› Exercícios de equilíbrio e fortalecimento de MMII

Paixão Jr & Heckman. Distúrbios da Postura, Marcha e Quedas. In: Freitas EV. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2006
 Estratégias...

Projeto Casa Segura


› Objetivo:
– oferecer aos idosos uma
ambientação mais adequada,
segura e confortável que lhes dê
mais independência.

› Simplicidade que oferece


Funcionalidade

Ministério da Saúde, 2011


 Estratégias...
 Estratégias...

Intervenção Educativa

A abordagem da educação deve utilizar a autenticidade e o realismo de conteúdos como estratégias para
situar a queda em um contexto e ser motivador para prevenção, pois a aprendizagem é específica para
situações da vida real em que ocorre.

São Paulo, 2010; Dori, Tal & Tsaushu, 2003; Van Berkel & Schmidt, 2000; (Schepens, 2011)
 Estratégias...
Caso Clínico
Paciente M.J.S., 76 anos, gênero feminino, residente com a filha, sua
cuidadora, e foi avaliada pelas estagiárias de fisioterapia após
sofrer queda em casa, mas sem fratura. Nos últimos meses a filha
tem percebido que a mãe tem deixado de ir à igreja, fazer as
compras perto de casa e tem apresentado alteração do equilíbrio e
medo de cair, além de sinais de desânimo e tristeza.
A independência e a
CONCLUSÃO qualidade de vida do paciente idoso
devem ser o contrapeso na balança
proteção vs independência para que
a vida possa valer a pena ser vivida,
mesmo que com algum risco
inevitável.
Obrigado!

Prof. Juleimar S. C. Amorim


juleimar@uel.br

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