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PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
1
SILVA, Lisienne de Morais Navarro Gonçalves
GENGHINI, Edna Barberato
236 p. il.
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FUNDAMENTOS EM NEUROCIÊNCIAS E DISCIPLINAS AFINS
Professor Conteudista
Lisienne de Morais Navarro Gonçalves Silva, Professora Universitária desde 1999,
atuando como professora da educação presencial e da distância. Com experiência em todos
os níveis da educação – Educação Infantil, Fundamental, Médio (na modalidade Magistério)
e Superior. Gestora de escola de Educação Infantil por 15 anos, atualmente coordena o Curso
de pedagogia, por 18 anos, da Universidade Paulista- UNIP, Campus Alphaville. Mestre e
doutora em Psicologia da Educação com especialização em Psicopedagogia, a qual atua até
hoje. Coautora do livro A Escola e o Aluno: Relações entre o sujeito-aluno e o sujeito-
professor. Desenvolve projetos para atender as comunidades da microrregião de Osasco que
congrega os municípios de Barueri, Cajamar, Carapicuíba’, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora
do Bom Jesus e Santana de Parnaíba. Coordena os Projetos: Oficinas Pedagógicas de Arte
e Expressão - que trabalha com crianças com dificuldade de aprendizagem da região e Menos
Um- de alfabetização de jovens e adultos da região. Participa do Grupo de Pesquisa
Multiletramento na formação contínua de educadores, Diversidade e inclusão nas práticas
sociais e Líder do Grupo de Linguagens Pedagógicas de Educação a Distância: Diversidade
em Ação, da Universidade Paulista-UNIP registrados no CNPQ. Realiza pesquisa na área,
apresentando trabalhos em congressos nacionais e internacionais. Orienta pesquisas de
graduação, de iniciação científica e Pós-Graduação da Universidade Paulista- UNIP.
Professora Colaboradora/coordenadora:
EDNA BARBERATO GENGHINI, Professora Universitária desde 2002. Atualmente no
exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de cinco cursos ao nível de Pós-
Graduação Lato Sensu: em PSICOPEDAGOGIA E NEUROCIÊNCIAS, PSICOPEDAGOGIA
INSTITUCIONAL, DOCÊNCIA PARA O ENSINO SUPERIOR, FORMAÇÃO E GESTÃO EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA e em FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, pela UNIP -
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP/EaD, onde também atua como Professora Adjunta, nas
modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da MENTOR ORIENTAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA LTDA. ME desde 1991. Possui graduação em Economia Doméstica -
Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), graduação em Pedagogia pela
Universidade Guarulhos (1985), Pós-graduação em Psicopedagogia pela Universidade São
Judas (1987), Mestrado em Ciências Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-
graduação Lato Sensu em Formação em Educação a Distância pela UNIP - Universidade
Paulista (2011). É autora e coautora de livros Textos para os cursos de Pós-Graduação Lato
Sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em
Educação a Distância da UNIP - EaD. Áreas de Interesse: Neurociências - Educação Inclusiva
- Psicopedagogia Clínica e Institucional - Formação e Gestão em Educação a Distância -
Formação de Docentes para o Ensino Superior.
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 06
INTRODUÇÃO 08
UNIDADE I
INTRODUÇÃO DAS BASES NEUROLÓGICAS FUNCIONAIS E PSICOLÓGICAS E
ESTUDOS NEUROLÓGICOS APLICADOS À PSICOPEDAGOGIA 09
1.1. Histórico dos estudos em neurociências 09
1.1.1. A evolução do Sistema Nervoso 26
1.1.2. Características gerais do sistema nervoso 32
1.2 Neurobiologia Celular: células do Sistema Nervoso 37
1.2.1 Neurônios 38
1.2.2 Tipos de Neurônios 44
1.2.3 Células da Glia 47
1.2.4 Astrócitos 49
1.2.5 Oligodendrócitos e Células de Schwann 50
1.2.6 Nódulos de Ranvier 52
1.2.7 Células Não Neuronais 54
1.3 Potencial da membrana 54
1.3.1 Sinapse e Transmissão sináptica 57
1.3.2 Impulso nervoso e sinapse nervosa 60
1.4 Introdução aos conceitos de divisão do sistema nervoso 64
UNIDADE II
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E SUAS CORRELAÇÕES
COGNITIVAS: ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS DOS PROCESSOS DA
APRENDIZAGEM E DA NÃO APRENDIZAGEM 68
2.1. Fundamentos de Neuroanotomia e Neurofisiologia 72
2.1.1 Neurotransmissores 75
2.1.1.1. Como os neurotransmissores funcionam 76
2.2. Divisão anatômica e funcional do Sistema Nervoso: áreas corticais,
Plasticidade neural 77
2.2.1. Cérebro 84
2.2.1.1 Córtex Cerebral 87
2.2.1.2 Hemisférios Cerebrais 89
2.2.1.3 Diencéfalo 89
2.2.1.4 Tálamo 90
2.2.1.5 Hipotálamo 91
2.2.2. Cerebelo 93
2.2.3. Tronco Encefálico 95
2.2.4. Mesencéfalo 97
2.2.5. Ponte 97
2.2.6. Bulbo 98
2.2.7. Medula Espinhal 99
2.3. Sistema Nervoso Periférico 100
2.3.1 Neurônios Simpáticos Pré e Pós-ganglionares 103
2.3.2 Neurônios Parassimpáticos Pré e Pós-ganglionares 110
2.4. Neuropsicologia das funções cognitivas 111
2.4.1. Funções executivas 113
2.4.2. Atenção, memória e linguagem 114
2.4.3. Visuoconstrução, praxias e cognição social 115
2.5. Introdução Geral à Neuropsicologia 116
2.5.1. Principais casos clínicos da Neuropsicologia 117
2.5.1.1 O Caso Phineas Gage 117
2.5.1.2 O Caso Henry Molaison 118
2.5.1.3 O Caso Donald 119
2.6. O encéfalo e suas estruturas fundamentais relacionadas à motricidade,
4
aos sistemas sensoriais, à linguagem, à memória e aprendizado, ao espaço,
às emoções e à inteligência, em um sistema de processamento distribuído 121
2.7. Aspectos do desenvolvimento Psicomotor 125
2.7.1. Sensação e Percepção (tátil, olfativa, gustativa, visual, cinestésica e de equilíbrio) 127
2.7.2. Processos mentais relacionados à aprendizagem 127
2.8. Distúrbios e doenças relacionadas ao Sistema Nervoso 132
2.8.1. Causas das encefalopatias crônicas não evolutivas 132
2.8.2. TID – Transtornos Invasivos do Desenvolvimento 133
Unidade III
ASPECTOS NEURAIS ASSOCIADOS ÀS PRINCIPAIS DESORDENS NEUROPSICOLÓGICAS.
DESCRIÇÕES CLÍNICAS DOS PRINCIPAIS TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM – OCORRÊNCIAS EM IDADE ESCOLAR 140
3.1. Alterações Neuropsicológicas 140
3.1.1. Déficit de Atenção 141
3.1.2. Transtornos específicos de aprendizagem (dislexia e discalculia) 144
3.2. Alterações Neuropsicológicas e comportamentais associadas a quadros neurológicos 150
3.2.1. Autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA) 151
3.2.2. Alterações cognitivas do envelhecimento 155
3.2.2.1 Doença de Alzheimer 155
3.2.2.2 Demência Fronto-temporal 156
3.3. Distúrbios do desenvolvimento da linguagem oral e escrita 156
3.4. Distúrbios de Aprendizagem 158
3.5. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) 159
3.6. Transtornos invasivos do Desenvolvimento 162
3.6.1. TID – TEA 162
3.6.2. Síndrome de Down 164
3.6.3. Síndrome do X-frágil 166
3.6.4. Paralisia cerebral 167
3.6.5. Distúrbios convulsivos 168
3.7. Outras alterações sindrômicas mais comuns na população infanto-juvenil, relacionadas
à cognição e à aprendizagem 169
3.7.1. Síndrome de Turner 169
3.7.2. Síndrome de Williams 170
3.7.3. Síndrome de La Tourette 172
3.7.4. Síndrome de Rett 174
Unidade IV
ASPECTOS NEUROLÓGICOS DAS DESORDENS NEUROQUÍMICAS 176
4.1. Alterações Neuropsicológicas e comportamentais associadas a quadros neurológicos:
Epilepsia e Acidente Vascular Encefálico 176
4.2. Avaliação Neuropsicológica e seus Instrumentos 179
4.3. Reabilitação Neuropsicológica 181
4.4. Diretrizes diagnósticas dos principais transtornos e dificuldades de aprendizagem 186
4.4.1 Anamnese 187
4.4.1.1 O que observar na Avaliação de Linguagem 189
4.4.1.2 O que observar na Avaliação do Raciocínio Lógico/Matemático 189
4.4.1.3 O que observar na Avaliação da programação dos movimentos 191
4.4.1.4 Avaliação dos Transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez
na infância ou na adolescência 192
4.5. Quando e como encaminhar para Avaliações Multidisciplinares 193
4.5.1 Avaliação Neuropsicológica 196
4.5.2 Avaliação do Processamento Auditivo Central (PAC) 198
4.5.3 Avaliação Psicológica 200
4.5.4 Avaliação Fonoaudiológica 200
REFERÊNCIAS 202
ANEXOS 206
5
APRESENTAÇÃO
6
Entender questões do nosso cotidiano, tendo como exemplo: falar, andar,
diferenciar, pensar, planejar, organizar são desafiadores e necessários para quem
pretende caminhar pela seara da educação. Somos uma máquina divina que requer
pesquisa, ciência e amor para compreender e desvendar o indesvendável.
O foco desse estudo será o cérebro, sistema complexo e desafiador para nós
que buscamos adentrar nesse mundo labiríntico. O convite é para não apenas ler,
mas adentrar nessa magia humana.
7
INTRODUÇÃO
8
UNIDADE 1
Os estudos sobre o cérebro são recentes (em termos históricos), por isso,
vamos introduzir nosso Livro texto com o contexto histórico para que você possa situar
em todo conteúdo acerca dos Fundamentos em Neurociências e Disciplinas Afins.
Vamos lá?
9
qualifica os neurocientistas profissionais foi fundada apenas em 1970, jovem não
acha? Porém o estudo do encéfalo é tão antigo quanto a própria ciência. A forma
como o encéfalo e suas funções eram vistos teve início em meados do século XX com
a junção de cinco linhas experimentais: anatomia, fisiologia, farmacologia e psicologia.
O médico grego Galeno no início do século II supôs que os nervos (ainda não
conhecido com profundidade), levavam um fluido produzido pelo encéfalo através da
medula espinhal até todas as regiões periféricas do corpo. O que Galeno propôs foi
utilizado como único conhecimento aceito até a invenção do microscópio que mostrou
alguns detalhes desconhecidos até então sobre as células do sistema nervoso.
10
Fonte: < https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2015/06/solucao-para-problemas-
mentais-na-antiguidade-furar-cabeca-dos-pacientes.html>acessado 20/05/19.
A princípio, não havia nenhum cuidado ou preparo para esse tipo de cirurgia,
usava-se pedra, vidro, perfurador rústico, aparecendo o bisturi depois, de aprenderem
a fabricar materiais mais complexos.
Fonte: ALT et al., 1997, Fig. 1a. apud BEAR, CONNORS e PARADISO, 2017. p.5.
11
Vale ressaltar que embora acreditasse que o cérebro era importante,
considerava-se o coração a casa do pensar e do criar, haja visa que, quando as
pessoas morriam removiam o cérebro pelo nariz e preservavam os demais órgãos,
por serem mais importantes que o cérebro, o que passou a ser questionado por
Hipócrates- 420 e 350 A.C., considerado o pai da medicina. Hipócrates mudou a forma
de pensar e agir dessa disciplina, executada por sacerdotes, e a transformou em
ciência médica, escrevendo o tratado sobre o cérebro e mudando o olhar sobre a
medicina.
12
Hipócrates, mesmo não tendo feito uma trepanação, pode observar sendo feita
e entender o procedimento realizado. Pesquisas mostram que era comum utilizar esse
procedimento para cura de dores de cabeça em pessoas que se voluntariavam, no
intuito de saná-las, para aliviar sofrimentos de pacientes lesionados por quedas,
pancadas ou algum traumatismo.
Não se sabe ao certo, quando que o homem começou a utilizar essa técnica e
pelo qual motivo o levou a acreditar que solucionaria o problema apresentado. A vida
do homem primitivo era dão difícil, sujeita a constantes perigos que a subsistência
fazia com que ele buscasse soluções para acontecimentos, na tentativa de sobreviver.
Observe o nariz, boca, olhos, mãos, pernas e pés e tente entender por que elas
têm esse formato, para qual função elas servem e porque não poderiam servir para
outra função (sem levar em consideração as possíveis adaptações que podem ser
feitas). Assim, você conseguira entender o que significa quando dizemos cada
estrutura tem uma função, pois, elas se organizam para atender uma determinada
necessidade humana.
Foi nesse processo que Hipócrates entendeu que o encéfalo era um órgão
importante e responsável pela sensação. Feche seus olhos, experimente uma fruta e
perceba como essa informação chega ao cérebro e depois toca seu coração.
Figura 3. Hipócrates
13
Fonte: https://medium.com/@milenacarvalho_67013/hip%C3%B3 socrates-e-as-alegrias-e-
tristezas-do-c%C3%A9rebro-f6f7b11d1640 Acessado em 20/05/2019
14
mecanicista, compara o corpo com uma engrenagem de uma máquina, a qual cada
parte tem uma função, separando o corpo da alma. Para Murta (2017, p.04), ao citar
Descartes:
Nada mais seja do que uma estátua, ou máquina de terra que Deus forma
deliberadamente, para torná-la o mais possível semelhante a nós: de modo
que ele lhe dá não só a cor e a forma de todos os nossos membros, como
também insere todas as peças que são necessárias para fazer que ela
caminhe, coma, respire, enfim, imite todas as nossas funções, que se imagina
proceder da matéria e só depender da disposição dos órgãos. (MURTA, 2017,
p.04).
Fonte:<https://universoracional
ista.org/o-que-significa-penso-
logo-sou/>acessado em
20/05/2019
15
Quanto se estudou para chegarmos à discussão do século
XXI sobre a mente humana e seu funcionamento?
Seu conceito sobre a evolução das espécies pela seleção natural contribuiu e
mexeu com todas as áreas, inclusive a política e a economia, dentre outras.
16
Mesmo assim, esse tema não se mostrou tão interessante para a comunidade
cientifica até que o italiano Camillo Golgi e o espanhol Santiago Ramón y Cajal
mostraram detalhes mais específicos e que despertaram interesse no final do século
XIX. Golgi desenvolveu uma técnica pioneira para corar as células nervosas baseada
em sais de prata que permitiu a visualização precisa em microscópio da estrutura da
célula nervosa.
Fonte:
<http://blog.buko.net/gbu/professor-
gall/prof-franz/>Acessado:
20/05/2019
17
Considerado o pai da frenologia Gall entrou em atrito com a igreja, por afirmar
que a mente tinha um lugar dentro do corpo e com os cientistas que alegaram que ele
não tinha provas concretas de sua teoria. Na época, Gall não teve muita sorte com
sua teoria, deixando Viena e tendo sua teoria considerada inválida na França por
Bonaparte.
Dentre vários estudos sua contribuição para a neurociência foi o que hoje leva
o seu nome, o centro da fala denominada como área de Broca, devido a um paciente,
Leborgne, que perdeu a fala, mas não a compreensão, começa a se firmar a relação
entre cérebro e a linguagem.
18
lesão na região do lobo frontal esquerdo, levando-o a concluir que aquela região
estava diretamente ligada a produção da fala.
Fonte:
http://www.cerebroment
e.
org.br/n02/historia/broc
a_p.htm Acessado:
20/05/2019
1
A afasia é a perda total ou parcial da capacidade de comunicar-se (falar e compreender). Geralmente
é causada por uma má irrigação do cérebro. Os especialistas em linguagem distinguem os distúrbios
da fala, que incluem dificuldades de pronunciação e de articulação, dos distúrbios da linguagem, que
se manifestam pela dificuldade em encontrar palavras e formular frases. A afasia reúne esses dois
distúrbios.
2
Classificação das Afasias: Segundo a neuropsicologia, distinguem-se dois grandes grupos de
afasias, cada uma das suas variedades referindo-se a lesões cerebrais de localização precisa: o grupo
das afasias de expressão/condução e o grupo das afasias sensoriais ou de recepção. As afasias de
expressão compreendem essencialmente:
Afasia de Broca: descoberta por Paul Broca (1861), que se caracteriza por uma perturbação da
expressão oral e escrita (dificuldade ou incapacidade de articular um discurso, de produzir
linguagem eficientemente) e por uma alteração ligeira a moderada da compreensão que tende a
melhorar. A característica marcante dessa afasia é discurso hesitante, tendência a repetir frases
ou palavras, sintaxe e gramática desordenadas e estrutura desordenada de palavras individuais.
Afasia de Condução: Grande espectro de lesões que acometem as áreas subcorticais,
principalmente o fascículo arqueado, que conecta as áreas de Broca (áreas 44 e 45 de Brodmann)
e de Wernicke (Área 22). Causa dificuldade de propor respostas adequadas, embora a
compreensão esteja pouco alterada. O sintoma principal é uma alteração do sistema fonológico
que se exprime com prejuízo da repetição, da escrita quando ditada e da leitura em voz alta, da
reprodução de ritmos e pela presença de parafasias na linguagem espontânea.
Afasia sensorial (receptiva) e Afasia de Wernicke: são afasias fluentes, caracterizam-se por
uma perturbação da compreensão do discurso, embora a fala esteja fluente, com poucas
repetições espontâneas havendo, porém, um uso não adequado das palavras.
19
Figura 9: O encéfalo que convenceu Broca da localização de funções no
cérebro. Esse é o encéfalo preservado de um paciente que perdeu a capacidade de
falar antes de morrer, em 1861. A lesão que produziu esse déficit está indicada no
círculo.
Gall, realizou uma autópsia em Leborgne, em 1861 (fig. 9), paciente citado
acima, que não falava, mas compreendia e não tinha nenhuma sequela física e
detectou o local lesionado que se localizava no lobo frontal esquerdo.
Treze anos depois, 1874, Wernicke descreveu pacientes que conseguiam falar,
mas não compreender, dando uma nova perspectiva para o estudo do cérebro
humano, denominado a fala normal e a falta de compreensão como um tipo de afasia
sensorial, quando a fala está preservada e a compreensão da linguagem está
prejudicada.
20
Fonte:<http://imensoamor01.bl
ogspot.com/2015/10/area-de-
broca-e-area-de-
wernicke.html>Acessado em
20/-5/2019
Acesse o Anexo I, ao final deste Livro-texto para entender a complexidade da estrutura cerebral.
21
Fonte:
www.ib.usp.br/.../008%20Rodrigo%2
0Pavão%20-
%20APRENDIZAGEM%20E%20...A
cessado em :20/05/2019
22
Fonte: https://edukavita.blogspot.com/2015/ Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rpc/v36n1/a07v36n1.pdf
06/biografia-de-santiago-ramon-y-cajal.html acessado 20/05/2019 Acessado:20/05/2019
23
Fonte:< http://www.scielo.br/pdf/rpc/v36n1/a07v36n1.pdf> acessado 20/05/2019
24
Eletrofisiologia é a ciência que estuda as propriedades elétricas presentes
nas células e tecidos do corpo. São realizadas aferições do potencial elétrico
em proteínas de canais (presentes nas membranas das células).
Interessante essa visão não acha? Hoje com a informação que temos, fica
difícil acreditarmos que um dia alguém pensou assim, porém sabemos também
que o conhecimento que temos hoje nos parece obvio que a evolução da ciência
faz com que nós olhemos de uma forma diferente para a visão de Descartes.
Para conhecer mais sobre o olhar de René Descartes sobre um olhar filosófico
da neurociência, leia: DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. Editora Edipro.
25
Fonte:< http://itca.org.br/web/especializacao-em-teoria-historico-
cultural-turma-x/ > acessado: 20/05/209
26
diálogo interdisciplinar da neurociência, que busca estudar as estruturas cerebrais que
possibilitam o desenvolvimento do ser humano.
A cabeça, uma parte do corpo humano que guarda o órgão essencial para nós
seres racionais e emocionais, é responsável por todas as ações do corpo humano, as
voluntárias, que desejamos e percebemos e as involuntárias que independente de
desejarmos acontecerá, como o batimento do coração, o respirar, o piscar e outras
atividades vitais.
27
Fonte:<https://realidadesimulada.com/por-que-nosso-cerebro-possui-um-
forma-enrugada/>acessado: 20/05/19
28
Fonte:< https://hypescience.com/veja-o-tamanho-e-peso-do-cerebro-humano-
em-comparacao-com-outros-animais/> Acessado em 20/05/19
29
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/lobo-temporal-afetividade-memoria/
acessado 20-05-19
30
Vamos entender um
pouco de cada Lobo?
Já vimos que o Lobo Frontal é muito importante por ser responsável pelas
funções do processo de informações com caráter executivo. O maior lobo e o último
a ser formado. Vejamos agora as funções do parietal, temporal e occipital.
Vimos um pouco de cada Lobo cerebral, mas iremos mais para frente nos
aprofundar. Continuemos nessa caminhada de descoberta e imersão no
desconhecido mundo cerebral.
31
Você consegue
entender a magia da
neurociência?
32
(SNP) ambos conectados entre si e que se comunicam em uma via de mão dupla
onde o SNP leva informações para o SNC, este processa a informação e encaminha
uma resposta ao SNP.
Fonte:adaptado<https://www.famema.br/ensino/embriologia/img/sistema-
nervoso/desenvolvimento-do-encefalo/sistemanervoso29.jpg >acessado:20/05/2019.
33
Observe que no começo ele é liso e aos poucos vão se formando os sulcos
originando o tubo neural, que dentro tem o líquido amniótico que, em um processo
mágico aparecerão o encéfalo e a medula espinhal que crescerá e se contorcerá
tornando-se as vísceras encefálicas primitivas.
Fonte<https://www.coc.com.br/blog/soualuno/ biologia/como-funciona-o-
sistema- nervoso-do-corpo-humano>
A partir da medula, surgirão as cristas neurais dos dois lados da medula que
conectarão todas as partes do organismo. Serão os nervos condutores de informação
e ligação do encéfalo com todo o nosso corpo. Como você pode observar, todo o
sistema nervoso do corpo humano deriva das células primitivas do embrião, sendo
essas denominadas tronco, ou células tronco.
34
tronco continuam a alimentarem e sustentarem os neurônios, como também a fabricá-
los. Portanto, sendo capazes de regeneração.
O sistema nervoso tem uma função muito importante, pois coordena todas as
atividades do corpo humano, formado por órgãos que captam estímulos, interpretam
e respondem, comandando todo o organismo humano.
35
Como dissemos já na Introdução, na Unidade II iremos estudar,
especificamente, os principais distúrbios e doenças relacionados ao Sistema Nervoso.
Mas, antes de avançarmos, julgamos por bem mostrar aqui uma das mais comuns
das doenças degenerativas do Sistema Nervoso Central, crônica e progressiva, ou
seja: a Doença (Mal) de Parkinson.
Não se sabe exatamente quais os motivos que levam a essa perda progressiva
e exagerada de células nervosas (degeneração), muito embora o empenho de
estudiosos deste assunto seja muito grande. Admitimos que mais de um fator deve
estar envolvido no desencadeamento da doença. Esses fatores podem ser genéticos
ou ambientais.
Bem, visto acima, o sistema nervoso central SNC (e uma das suas principais
doenças – O Mal de Parkinson) e o sistema nervoso periférico (SNP) vamos, agora,
conhecer um pouquinho sobre o sistema nervoso autônomo, responsável pelo piscar,
inibição saliva, estimulo contração estomacal e intestinal, relaxamento do reto e
outros. Vejamos na figura abaixo.
36
simpático excita o órgão, o parassimpático inibe-o. Vale a pena entender, pois não
depende de um desejo nosso e sim um trabalho para auxiliar no funcionamento
harmonioso do corpo e organismo.
Fonte: <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-nervoso.htm>
acessado 25/05/19
37
Fonte: elaboração própria
1.2.1 Neurônios
Um neurônio típico é composto por quatro partes básicas: (1) corpo celular; (2)
dendritos; (3) axônios e (4) terminais pré-sinápticos (Figura 6)
38
Fonte: KANDEL, E. R. et al. Princípios de Neurociências. 5ª edição. Editora Artmed. p. 20. 2014
39
Fonte: BEAR, CONNORS e PARADISO, p. 30. 2017
Além das organelas, é no soma que se localiza o núcleo da célula, onde está
inserido o material genético (DNA). O DNA em cada neurônio é igual entre eles e em
comparação as outras células do organismo, como assim?
40
ser por exemplo, um neurotransmissor (nós os estudaremos detalhadamente mais
adiante).
Figura 25: Transcrição gênica. (a) Moléculas de RNA são sintetizadas pela
RNA-polimerase e, então, processadas, produzindo o RNAm, que leva as instruções
genéticas do núcleo ao citoplasma para a síntese proteica. (b) A transcrição inicia na
região promotora do gene e termina na região de término. O RNA precursor deve ser
cortado e reunido para remover os íntrons que não codificam proteína.
41
conduzem o sinal da periferia para o centro que irá processar a informação). O axônio
por sua vez, se distancia do corpo celular até outros neurônios ou diretamente no seu
órgão efetor este “caminho” de informação é chamado de vias eferentes – aquelas
que levam a informação do centro de processamento até a periferia.
42
Figura 27: (A) O axônio e os colaterais axonais. O axônio funciona como um
fio de telégrafo que envia impulsos elétricos a locais distantes no sistema nervoso. As
setas indicam o sentido do fluxo de informação. (B) A terminação axonal e a sinapse.
As terminações axonais formam sinapses com os dendritos ou com a soma de outros
neurônios. Quando um chega à terminação axonal pré-sináptica, são liberadas
moléculas de neurotransmissores das vesículas sinápticas na fenda sináptica. Os
neurotransmissores ligam-se, então, às proteínas receptoras específicas,
desencadeando a geração de sinalização elétrica ou química na célula pós-sináptica
A B
43
c) Dendritos: são as terminações aferentes, eles se ramificam e vão
ficando mais finos quanto mais distantes do soma e possuem pequenas expansões
bulbosas (espículas dendríticas) onde fazem contato com outros neurônios (Figura
11).
A B
44
pseudounipolar, quando o neurônio apresentar mais de dois neuritos é chamado de
multipolar.
Fonte: http://www.lapa.ufscar.br/graduacao/AULA%209%20-
Tecido%20Nervoso.pdf (acesso em 24.01.2019)
45
Existem comprovadamente relações entre doenças como deficiência
intelectual e a morfologia dos dendritos. Para saber mais leia: BEAR, M. F.;
CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências Desvendado o Sistema
Nervoso. 4ª edição. Porto Alegre. RS. Editora Artmed.
46
Figura 30: Representação dos diferentes tipos de neurônios de acordo com suas
funções.
Glia: dos velhos conceitos às novas funções de hoje e as que ainda virão
Flávia Carvalho Alcântara Gomes, Vanessa Pereira Tortelli e Luan Diniz (vide
texto completo ao final deste Livro-texto – anexo II)
47
Percebe-se com o texto do Anexo 1 que os estudos os gliócitos passaram a ser
vistos como elemento importante no desenvolvimento do ser humano, que orientam
tanto o crescimento dos neurônios como a migração deles, além de nutrir, sustentar
regenerar o metabolismo neural.
O avanço da ciência vem mostrando ao longo do tempo que este tipo de célula
é de extrema importância no contexto encefálico, tanto no seu funcionamento quanto
na atividade destas células isoladamente. As células da glia oferecem suporte
nutricional e imunológico tanto aos neurônios quanto ao sistema nervoso de uma
maneira mais ampla.
48
Fontes: (A) elaboração própria e (B) KANDEL, E. R. et al. Princípios de
Neurociências. 5ª edição. Editora Artmed. p. 24. 2014
Atividade de Aplicação
1.2.4 Astrócitos
49
Figura 32: Demonstração morfológica dos astrócitos, em (A) astrócito marcado com
GFAP e (B) astrócito marcado com vimentina.
A B
Fontes: http://anatpat.unicamp.br/xnptradionecrose2c.html e
https://pt.wikipedia.org/wiki/Astr%C3%B3cito [acesso em 24/01/2019]
Estes tipos de células da glia possuem uma função muito importante que é a
manutenção da camada lipídica (gordurosa) que envolve os axônios da maioria dos
neurônios. Essas membranas são conhecidas como bainha de mielina.
Pois então, um neurônio pode ser comparado e um cabo elétrico onde a bainha
de mielina faz o papel do revestimento de borracha, só que neste caso é um
isolamento de lipídeos (gordura) que impede a perda do sinal elétrico, garantindo
50
assim que a eletricidade chegue até seu ponto final de forma integra que com a
mesma amplitude do local onde foi gerada, entendeu?
Figura 33: Demonstração das células da glia. (A) posicionamento morfológico das
células da glia; (B) enfoque para os oligodendrócitos e células de Schwann na
formação da bainha de mielina.
51
Fontes: (A) https://www.infoescola.com/citologia/celulas-da-glia/ (B)
http://distoniasaude.com/dyt6-dystonia-protein-regula-o-processo-critico-para-
maturacao-neuronio/ [acesso em 25.01.2019]
52
de axônios. Tais intervalos são chamados de nódulos de Ranvier onde há uma grande
concentração de íons do tipo: Na+.
53
1.2.7 Células não neuronais
São tipos celulares específicos que não possuem atividade neural propriamente
dita, mas apresentam atividade importante paralelamente as células neurais. As
células ependimárias são epiteliais que revestem os ventrículos encefálicos e o
canal central da medula espinhal, em alguns locais essas células possuem cílios que
auxiliam na movimentação do liquido cefalorraquidiano (LCR).
54
As Meninges são constituídas por tecido conjuntivo e são formadas por três
camadas as quais, de fora para dentro, são assim denominadas: dura-máter,
aracnoide e pia-máter.
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/meninges.jpg,
acesso em 13/05/2019.
a) Dura-máter
55
b) Aracnoide
c) Pia-máter
56
Fonte: https://www.todamateria.com.br/celulas-gliais/ > acessado: 20/05/2019
57
Sinapse é a conexão por proximidade (contiguidade) entre neurônios e
estruturas, tendo como exemplo músculo, que fará com que ele entender o que tem
que ser feito.
Para que o ser humano responda à um estímulo essa informação deve chegar
ao local desejado e esse caminho e a conexão entre informação e local denominam
pré sinapse e sinapse. Esses impulsos nervosos, ao serem conectados com o terminal
receptor, passam a ser chamados por impulsos químicos.
Fonte:<https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-biology/neuron-
nervous-system/a/the-synapse> acessado em 23/05/19
58
Esse espaço entre pré e pós-sinapse chamado de fenda sináptica são
interligadas por potencial de ação ou impulso permitindo a conexão entre as vesículas
sinápticas e terminal e ative uma energia.
Perceba que o caminho do axônio (do grego eixo) terminal é denominado pré
sinapse e o neurônio alvo pós-sináptico e a condução chama-se sinapse. O cérebro
infantil tem muitas sinapses que começarão a diminuir na adolescência conforme os
eventos naturais da vida.
Aprender está diretamente ligado à sinapse, pois neurônios sem conexões não
servem para nada. Eles devem se conectar, pois, por mais que ele tenha uma
especialização funcional sozinho não tem valor. São as redes neurais que possibilitam
que haja a aprendizagem, e que se faça as relações entre conceitos e situações.
59
É interessante elucidar que a quantidade de neurônios de uma pessoa com
altas habilidades é a mesma que uma pessoa com a inteligência dente dos padrões
de normalidade, sendo a diferença as conexões complexas que são feitas. O
funcionamento deve ser sincronizado, qualquer distúrbio dessa degeneração pode
causar doenças como Alzheimer, Parkinson, demência, perda da memória e outras
perdas irreversíveis.
O impulso que se propaga nos neurônios tem origem elétrica, sendo resultado
de cargas elétricas alteradas das superfícies tanto interna quanto externa da
membrana celular.
60
Fonte:< https://www.todamateria.com.br/transmissao-do-impulso-nervoso/>
acessado 23/05/19
61
potássio. O estímulo chegando aos neurônios seja químico ou elétrico há alteração
de permeabilidade e as cargas se invertem gerando PA- Potencial de Ação e surge
impulso nervoso e quando o impulso termina de passar ela repolariza e volta a
repousar. Um ciclo contínuo, que se algo sair errado resultará em algum dano.
62
prolongado, como toque, alongamento muscular, exposição a odores e
estimulação elétrica, caracteriza a adaptação.
A recuperação da adaptação (desadaptação) ocorre após o cessar do
estímulo, e demora até que a frequência dos estímulos volte a ser normal salvo
quando ocorre transdução genética, como na plasticidade sináptica. O presente
estudo trata de uma revisão da literatura sobre o desencadeamento e a
propagação do PA e o consequente processo de adaptação celular.
[...]
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/fm/v24n3/18.pdf> acessado:25/05/19
Fonte:<https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio29.php>
acessado em 23/05/19
Assim, pode-se entender que se o impulso não for suficiente a célula fica
acomodada e em estado de repouso. Essa análise auxiliará pata você entender como
ocorre o processo de aprendizagem.
63
será o tamanho da dor, por consequência dos receptores estimulados e
despolarização. As conexões podem ser diferentes, isso veremos mais para frente.
Atividade de Aplicação
Após leitura do texto elabore um texto, que você possa trazer novos
teóricos sobre as conexões sinápticas e a importância do impulso nervoso para
aprendizagem.
Fonte: adaptado
https://escolakids.uol.com.
br/ciencias/encefalo.htm>
Acessado:20/05/2019
64
Figura 42- encéfalo
Fonte: <http://www.notapositiva.com/old/pt/apntestbs/ciencnatur/09_sistema_neuro_hormonal
_d.htm> Acessado: 20/05/2019
65
Figura 43- Demonstração esquemática das divisões do sistema nervoso. (1)
Encéfalo; (2) SNC e (3) Medula espinhal.
66
Caro(a) aluno(a),
Você pode perceber que nosso cérebro é uma máquina engenhosa a qual deve
ter seu funcionamento organizado e sincronizado.
67
Unidade II
Fonte: adaptado<
http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/11252716022012Biologia_do_De
senvolvimento_Aula_3.pdf>acessado: 25/05/19
Da crista neural sairá o Sistema Nervoso Periférico- SNP que formará a medula
espinhal e o Sistema Nervoso Central- SNC será constituído do tubo neural e teremos
o encéfalo.
68
o tubo neural se fecha. Como mostra a figura, o tubo tem dois lados, os quais terão
as cristas formadas. Um processo contínuo.
Caso o tubo neural-goteira não se fechar, uma ação que deve ocorrer entre 24º
e o 28º dias depois de nascida a criança, ocasionará alteração, podendo resultar em
anencefalia e espinha bífida.
Fonte: Adaptado
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4329864/mod_resource/content/1/Neuroanato
mia%20Geral-EComoli_2018.pdf> 25/05/19
69
O ser humano se inicia com poucas células, chamadas de células tronco
neurais com capacidade invejável de auto renovação, responsáveis pela célula mãe.
“O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas apenas do encéfalo,
vem a alegria, o prazer, o riso e a diversão, o pesar e o luto, o desalento e a
lamentação. E por meio dele, de uma maneira especial, nós adquirimos
sabedoria e conhecimento, enxergamos e ouvimos, sabemos o que é justo e
injusto, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é insípido... E pelo
mesmo órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e terrores nos
assombram.... Todas essas coisas nós temos de suportar quando o encéfalo
não está sadio.... Nesse sentido, opino que é o encéfalo quem exerce o maior
poder no homem. “
Hipócrates, Da Doença Sagrada (Século IV a.C.) (Apud BEAR, CONNORS e
PARADISO, 2017. p.4)
70
orienta sobre questões que sempre rondaram nossas mentes como “de onde
viemos? ”
Recomendado para todos aqueles que têm curiosidades sobre a vida, e fica
muito divertido ver como no início do século XIX foi possível apenas
observando, Darwin chegou a conclusões utilizadas até hoje e sem muitos
recursos tecnológicos.
Com base nessa breve história dos conhecimentos obtidos ao longo dos séculos
vamos começar a desenvolver nosso encéfalo? Alimentando-o com novas
informações e estimulando novas sinapses? Animado (a)? Então vamos lá!
71
plasticidade neuronal que é moldada ao longo da vida e dos estímulos que
recebemos que são interpretados de formas diferentes. Interessante não acha?
e) Neurociências cognitivas: esta é sem dúvidas a parte da ciência mais
complexa de se estudar por que ela avalia como os mecanismos neurais como
consciência e memoria, são modulados e expressados na forma de
comportamentos distintos, ou seja, é o estudo da mente em si.
Entender essa relação é decifrar o sistema límbico e as conexões que ele faz
como o processo do aprender. As áreas cerebrais se conectam com circuitos neurais
que com seus neurotransmissores fazem a conexão do organismo com o meio interno
e externo de maneira harmoniosa, homeostática.
Veja na figura abaixo, onde fica o lobo límbico e sua trajetória. O seu movimento
influencia e irradia no hipocampo e amigdala, responsáveis, entre outras coisas na
reação emocional.
72
Figura 46. Sistema límbico
Fonte:<
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4183900/mod_resource/content/3/Sistema%20
L%C3%ADmbico_EC2018.pdf Acessado 25/05/19
73
Figura 47- emoção
Fonte:<
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4183900/mod_resource/content/3/Sistema%20
L%C3%ADmbico_EC2018.pdf Acessado 25/05/19
Imagine uma máquina de café que para ela funcionar precisa de estímulo
elétrico, um condutor de energia que funcione, um ventilador para não aquecer.
74
Nosso corpo é mais complexo, mas uma engenharia, uma máquina que deve
funcionar em perfeita harmonia. O corpo não pode aquecer e nem esfriar demais e o
sangue deve manter em certa pressão. Quando o funcionamento não está
acontecendo direito algo precisa ser feito e ajustado. Somos animais com mecanismo
complexo de funcionamento e entender resulta em imersão nesse campo
desconhecido.
2.1.1 Neurotransmissores
75
Bilhões de moléculas de neurotransmissores trabalham constantemente para
manter o funcionamento do nosso cérebro, gerenciando tudo, desde a respiração até
o batimento cardíaco, até os níveis de aprendizado e concentração.
Para que os neurônios enviem mensagens por todo o corpo, eles precisam se
comunicar uns com os outros para transmitir sinais. No entanto, os neurônios não
estão simplesmente conectados uns aos outros. No final de cada neurônio há um
pequeno espaço chamado sinapse e para se comunicar com a próxima célula, o sinal
precisa ser capaz de atravessar esse pequeno espaço. Isso ocorre através de um
processo conhecido como neurotransmissão.
76
Quando um sinal elétrico chega ao final de um neurônio, ele dispara a liberação
de pequenos sacos chamados vesículas que contêm os neurotransmissores. Esses
sacos derramam seu conteúdo na sinapse, onde os neurotransmissores se movem
através do espaço em direção às células vizinhas. Essas células contêm receptores
onde os neurotransmissores podem se ligar e desencadear mudanças nas células.
Pois nada é tão difícil quando observarmos um contexto para tanta informação.
A partir de agora, iremos abordar mecanismos mais específicos do sistema nervoso
já inserindo contextos cognitivos e comportamentais, acredite, você vai compreender
como o conhecimento prévio de química e biologia celular vai se encaixando nos
contextos apropriados.
77
os dendritos e um axônio longo e tubular. Os dendritos se ramificam ainda
mais parecendo uma arvore onde as vias aferentes (vias que conduzem o
sinal da periferia para o centro que irá processar a informação). O axônio
por sua vez, se distancia do corpo celular até outros neurônios ou
diretamente no seu órgão efetor este “caminho” de informação é chamado
de vias eferentes – aquelas que levam a informação do centro de
processamento até a periferia. As células da glia oferecem suporte
nutricional e imunológico tanto aos neurônios quanto ao sistema nervoso
de uma maneira mais ampla.
c) A glia se diferencia dos neurônios morfologicamente pois não possuem
dendritos nem axônios, porém em relação a sua fisiologia (funcionamento)
são muito semelhantes aos neurônios uma vez que também são células
excitáveis (podem sofrer alteração na carga elétrica) mesmo não estando
diretamente ligadas a condução elétrica neuronal. Os astrócitos mantem o
fluido extracelular em equilíbrio iônico e balanceando a quantidade de
neurotransmissores presente na região ao redor dos neurônios através de
proteínas mobilizadoras que degradam as moléculas que podem (porém
não devem) excitar outros neurônios. Oligodendrócitos e Células de
Schwann possuem uma função muito importante que é a manutenção da
camada lipídica (gordurosa) que envolve os axônios da maioria dos
neurônios – bainha de mielina. Ao longo dos axônios a bainha de mielina é
descontinua e estes intervalos na bainha são de aproximadamente 1 a 2
mm deixando expostos pequenos fragmentos de axônios, estes espaços
são chamados de nódulos de Ranvier que tem como função garantir que o
impulso nervoso chegue com a mesma intensidade do ponto onde foi
gerado até seu braço é preciso “reforços” iônicos renovando o impulso e
mantendo sua amplitude.
d) Os neurônios são utilizados há muito tempo para explicar os mecanismos
que descrevem o potencial de membrana das células humanas, isso se
deve ao fato de o neurônio funcionar de acordo com uma diferença elétrica
entre os meios extra e intracelular. No momento em que temos duas células
com cargas elétricas diferentes, dizemos que há entre elas uma diferença
de potencial (d.d.p.). Em consequência desta diferença, se aproximarmos
estas células utilizando um cabo condutor (um axônio por exemplo) será
possível o deslocamento de uma corrente elétrica no caso de um axônio
esse deslocamento recebe o nome de impulso nervoso. As células
apresentam d.d.p. entre seu meio interno (intercelular) e externo
(extracelular). Esse fenômeno é conhecido como potencial de membrana,
existente sob duas formas: o potencial de repouso e o potencial de ação.
e) Sinapse é a zona de comunicação entre dois neurônios ou entre um
neurônio e seu órgão efetor (músculo ou glândula por exemplo). A
informação na maioria das vezes é unidirecional sempre na direção
neurônio – órgão efetor, sendo o primeiro neurônio chamado de terminal
pré-sináptico, e o segundo ou órgão efetor, terminal pós-sináptico.
78
Relembrou tudo? Agora vamos avançar em nossos estudos. Para isso, faz-se
necessário conhecer mais algumas nomenclaturas relacionadas ao estudo de
anatomia do corpo humano, pois elas servirão de guia para que possamos localizar
regiões encefálicas, uma vez que o encéfalo é muito complexo anatomicamente e
algumas estruturas nervosas são muito próximas umas às outras. Então, conhecer os
posicionamentos anatômicos facilita tanto os estudos, quanto a prática e aplicação de
todo o conhecimento.
Fonte: https://personallplus.wordpress.com/2015/09/12/posicao-anatomica/
[acesso em 28.01.2019)
79
A partir da posição anatômica determinaremos os planos anatômicos são
cortes (imaginários) que fragmentam o corpo em regiões que recebem nomenclaturas
universais que são utilizados como guia de orientação. A utilização dos planos
anatômicos sempre deve utilizar as linhas centrai (medianas ou mediais) como “norte”
e a partir dos planos mediais determinamos o que está acima (superior), abaixo
(inferior), laterais esquerda e direita, na parte de trás (posterior) e na parte da frente
(anterior) os planos anatômicos são mostrados na Figura abaixo.
Fonte: https://anatomia-papel-e-caneta.com/divisao-do-corpo-humano-e-
posicao-anatomica/ (acesso em 28.01.2019)
Plano Sagital: divide o corpo em face lateral esquerda e face lateral direita.
Plano Horizontal ou Axial: divide o corpo em parte superior (a cima) e
parte inferior (abaixo).
Plano Coronal: divide o corpo e face anterior ou rostral (frente) e posterior
ou caudal (costas) lembrando sempre os planos utilizam como padrão a posição
anatômica, sendo assim para o plano coronal, devemos levar em conta que o indivíduo
pode estar deitado com o ventre para cima, ou de pé.
80
Figura 51: Referenciais anatômicos básicos no sistema nervoso de um rato.
(a) Visão lateral. (b) Visão dorsal.
Atividade de Aplicação
81
De uma maneira geral o sistema nervoso é dividido basicamente em dois
grandes sistemas: sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP)
cada um dos sistemas de uma forma integrada é subdividido de acordo com a
sequência ilustrada abaixo:
De uma forma bem abrangente podemos dizer que o sistema nervoso central
(SNC) é o centro de processamento de todas as informações que chegam a ele
através do sistema nervoso periférico (SNP), ou seja, todos os estímulos que
recebemos (tanto os ambientais – como temperatura por exemplo – quanto os internos
– como a vontade de urinar) são conduzidos do SNP ao SNC, este por sua vez
interpreta o estimulo e prepara uma resposta proporcional e a conduz de volta ao SNP,
sendo assim podemos afirmar que o SNC é integrativo e trabalha em conjunto com
todas as regiões do corpo.
82
Figura 53: Representação gráfica da base do crânio humano onde estão inseridas
as estruturas do SNC.
83
Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemanervoso3.php
[acesso 28.01.2019)
2.1.1 Cérebro
84
Fonte: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebroext.html (acesso em
29.01.2019)
85
Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/cerebro.htm (acesso em
28.01.2019)
Figura 57: (A) Imagem da face lateral e (B) Imagem da face caudal do cérebro.
86
Fonte: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebroext.html (acesso em
29.01.2019)
87
É divido em quatro partes, chamadas de lobos, conforme seus principais
sulcos. São eles:
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Identificacao-dos-Lobos-
Cerebrais_fig1_319393350 (acesso em 29.01.2019)
88
2.2.1.2 Hemisférios Cerebrais
Um hemisfério cerebral é definido como uma das duas regiões do cérebro que
são divididas pelo plano mediano do corpo. Os hemisférios cerebrais (esquerdo e
direito) formam a maior parte do Sistema Nervoso Central. Eles estão conectados
entre si por um feixe de filamentos nervosos que tem entre 200 e 250 milhões de fibras
nervosas denominado corpo caloso.
O corpo caloso tem como uma das principais funções permitir a comunicação
entre os dois hemisférios, transmitindo a memória e o aprendizado. Cada hemisfério
é especializado para algumas tarefas específicas. Os Hemisférios Cerebrais são
responsáveis pelas funções mais finas e sofisticadas, como memória, cognição, entre
outras.
2.2.1.3 Diencéfalo
89
sistema límbico (sítio da memória e emoções), núcleos da base (coordenação motora),
bem como áreas sensitivas primárias, como auditiva ou visual.
Fonte: https://medicinaonline.co/2017/03/10/diencefalo-anatomia-struttura-e-
funzioni-in-sintesi/ (acesso em 29.01.2019)
2.2.1.4 Tálamo
Processa quase todas as informações sensoriais que vão para o córtex cerebral
e quase toda informação motora que se origina no córtex cerebral sendo encaminhada
para o tronco encefálico e para a medula espinhal. Anatomicamente localizado no
diencéfalo, mediano entre o córtex cerebral e o mesencéfalo, formado quase em sua
totalidade por massa cinzenta (somas). São duas massas posicionadas na
profundidade na região mediana dos hemisférios cerebrais. Dentre suas funções
estão a transmissão de sinais motores e sensitivos, regulação da consciência, sono e
vigília.
90
Figura 60: Demonstração do posicionamento anatômico do tálamo e suas
subdivisões.
Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-
nervoso/talamo/ [acesso em 29.01.2019)
2.2.1.5 Hipotálamo
O hipotálamo trabalha para mantar a homeostase, ou seja, o equilíbrio químico
do corpo. Apesar do seu tamanho, é de grande importância para o funcionamento
normal da maioria dos sistemas do organismo. Seu funcionamento é semelhante a
um termostato.
Quando algum elemento químico ou substância se encontra em níveis elevados
ou perigosamente baixos, com base no funcionamento metabólico de cada indivíduo,
o hipotálamo busca alertar ao sistema que é necessário reduzir tal substância ou
atividade no organismo.
O hipotálamo tem participação na regulação sono e vigília, apetite, alterações
na temperatura corporal, diurese, sede. O hipotálamo tem muitas aferências e
eferências com o sistema límbico (centro emocional) controlando comportamentos
como por exemplo o social, sexual, alimentar.
91
Figura 61: Demonstração do posicionamento anatômico do hipotálamo.
Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/hipotalamo/
(acesso em 29.01.2019)
92
Fonte: http://fisio2.icb.usp.br:4882/wp-
content/uploads/2016/02/hipot%C3%A1lamo-e-hip%C3%B3fise-EEFEUSP.pdf
(acesso em 29.01.2019)
2.2.2 Cerebelo
93
Figura 63: Regiões anatômicas do cerebelo. (A) parte do hemisfério direito
mostrando os pedúnculos cerebelares subjacentes; (B) cerebelo separado do tronco
encefálico; (C) secção sagital do cerebelo e (D) regiões funcionais.
94
Fonte: KANDEL, E. R. et al. Princípios de Neurociências. 5ª edição. Editora
Artmed. p. 868. 2014.
A região do tronco encefálico pode ser descrita como uma zona de transição
entre o encéfalo e a medula espinhal, porém contem estruturas de suma importância
95
que controlam as funções vitais como respiração e batimentos cardíacos. O tronco
encefálico é subdividido em basicamente três regiões: mesencéfalo, ponte e bulbo
(Figura 54).
Fonte: http://bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-
rio.br/assets/05_tronco_encefalico.pdf [acesso 29.01.2019)
96
2.2.4 Mesencéfalo
Fonte: https://anatomia-papel-e-caneta.com/snc-tronco-encefalico-
mesencefalo/ [acesso em 29.01.2019)
2.2.5 Ponte
É uma zona de transição entre o mesencéfalo e o bulbo. Devido à proximidade
anatômica a ponte participa de funções relacionadas ao bulbo, interferindo
diretamente no controle da respiração, é considerado o centro de envio de impulsos
para o cerebelo e também é região de passagem das fibras nervosas que conectam
o cérebro a medula.
97
Figura 66: Demonstração ilustrativa da anatomia do tronco encefálico,
dando enfoque a ponte.
2.2.6 Bulbo
98
Figura 67: Anatomia macroscópica do bulbo.
99
Figura 68: Estrutura geral da medula espinhal.
100
A porção eferente do nervoso periférico é subdividida em sistema nervoso
somático, constituído por fibras de neurônios motores que inervam a musculatura
esquelética, e sistema nervoso autônomo (SNA), constituído por fibras que inervam
os músculos lisos e cardíacos, as glândulas e outros órgãos não motores.
101
Já o SNP autônomo ou visceral que comanda funções involuntárias é mais
complexo e os sistemas simpático e parassimpático são tecnicamente antagônicos,
ou seja, possuem funções opostas, porém essas funções opostas nem sempre é via
de regra, o que determina a este sistema uma complexidade maior. As funções
resumidas podem ser observadas na figura abaixo.
Fonte:https://midia.atp.usp.br/impressos/redefor/EnsinoBiologia/Fisio_2011_2
012/Fisiologia_v2_semana02.pdf (acesso 29.01.2019)
102
2.3.1 Neurônios Simpáticos Pré e Pós-Ganglionares
Fonte: <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-nervoso.htm>
acessado 25/05/19
103
Fonte:<https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-
neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/vis%C3%A3o-geral-do-
sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo> acessado 25/05/19
104
O SNA trabalha em conjunto com sistema endócrino na sincronização e
equilíbrio (homeostase) do corpo, independente do desejo e vontade do indivíduo. Os
impulsos finalizam o caminho em músculo cardíaco liso ou glândula.
Para que você consiga entender melhor, fibras aferentes e eferentes fazem
parte dos nervos sensoriais e motores. As aferentes levam informações do meio
externo e interno para SNC e os eferentes garantem o caminho ou impulso do SNC
para os órgãos efetores (músculo respiratório, estomatognático, faríngeos,
laríngeos...). Veja figura abaixo
Fonte: https://pt.slideshare.net/thalineeveli/mecanismo-defensivos-reflexos-das-vias-
areas> acessado 25/05/19
105
essa descoberta feita por nós, sobre o funcionamento do corpo humano, nos auxilia a
compreender o conhecimento, ações e porque somos assim.
Vejamos: o cérebro dividido em duas partes (hemisfério) que são unidos por
feixes de fibras (corpo caloso). A camada externa denominada de córtex, a qual
controla várias áreas. O córtex é coberto por sulcos e giros que são as rugas,
possibilitando mais células do que se ele fosse liso. Esse córtex é formado por dois
hemisférios (direito e esquerdo) os quais são divididos por quatro lobos (frontal,
parietal, occipital e temporal). Cada hemisfério se responsabiliza pelo seu lado oposto,
como já vimos anteriormente.
106
Atividade de Aplicação
Ao contrário das vias que compõem o sistema nervoso periférico somático que
são em sua maioria diretos, o que significa que o soma do neurônio motor está
localizado no encéfalo ou na medula espinhal e sua terminação sináptica geralmente
já está inserida nos músculos, os neurônios do SNA por sua vez, são distribuídos de
uma forma mais complexa basicamente devido ao seu papel no controle de funções
vitais e as involuntárias.
Cada via simpática que possui o soma na medula espinhal até o seu órgão
efetor é constituída por dois neurônios distintos um pré ganglionar e um pós-
ganglionar.
107
Já o grupo de neurônios pós-ganglionares geralmente são originados ou na
região da medula ou nos gânglios periféricos, porém de qualquer forma suas
terminações sempre irão interagir com os órgãos efetores.
Figura 74: Conexões nervosas entre a medula espinha, nervos espinhais, cadeia
simpática e nervos somáticos periféricos.
108
Figura 75: Resumo esquemático da relação entre o sistema nervoso central e
o sistema nervoso periférico.
(Fonte:https://midia.atp.usp.br/impressos/redefor/EnsinoBiologia/Fisio_2011_2
012/Fisiologia_v2_semana02.pdf [acesso 29.01.2019])
109
2.3.2 Neurônios Parassimpáticos Pré e Pós-Ganglionares
110
2.4 Neuropsicologia das funções cognitivas:
Fonte:
http://www.geocities.ws/hdbq111/essays/mentaldigestion.html>acessado 25-05-19
111
Sugerimos, para melhor compreensão a leitura completa do artigo
PINHEIRO, Marta. Aspectos históricos da neuropsicologia: subsídios para a
formação de educadores. Disponível<
http://www.scielo.br/pdf/er/n25/n25a11.pdf> com 22 páginas que valem a pena a
leitura.
112
A cognição passa a ser objeto de investigação na metade do século passado e
passou a explicar o aprender e desenvolver do ser humano, pois os processos
mentais, que constituem o comportamento de aprendizagem e desenvolvimento
intelectual do ser humano puderam ser entendidos.
Elas fazem com que realizemos tarefas e exercem forte influência na regulação
emocional, conectando-se com as funções cognitivas e conativas como podemos ver
abaixo.
Fonte: <
http://www.revistapsicopedagogia
.com.br/detalhes/62/papel-das-
funcoes-cognitivas--conativas-e-
executivas-na-aprendizagem--
uma-abordagem-
neuropsicopedagogica>
acessado 25/05/19
113
As Funções Executivas estão localizadas na parte pré-frontal do cérebro e
podem ser melhoradas com treinamento. É a capacidade de adaptarmos às
mudanças do ambiente e controlar nossas ideias
Por isso é importante treinar e estimular o cérebro para que ele busque
soluções para situações problemas que aparecerão no dia a dia.
A memória é uma função cognitiva e está ligada a vida sadia do ser humano,
sendo a capacidade de armazenar informações e lembrar depois, estando interligada
com a capacidade de perceber e associar.
114
A memória se divide em memória de curto prazo, ligada ao sentido e memória
de longo prazo, que são as que marcamos como importantes e ficam registradas no
cérebro e ambas, tanto de curto quanto de longo prazo são influenciadas pela emoção
e motivação.
115
habilidades não são desenvolvidas a pessoa apresentará dificuldade em escrever,
resultando em dificuldade de aprendizagem.
Foi na França, logo no início do século XX, que estabeleceu o princípio para
avaliação psicométrica com Alfred Binet, Vitor Henri e Theodore Simon, que
estudaram as funções mentais e trouxeram o conceito de processos mentais
superiores –PS, incentivando a compreensão da inteligência humana.
116
rápida. Suas avaliações são bem conhecidas e tem durações entre 90 e 120 minutos,
um instrumento individual clínico, o qual deve ser aplicado individualmente para
avaliar capacidade intelectual da criança e do adolescente.
Esse teste WISC se divide em quatro fatores, sendo elas compreensão verbal,
organização perceptual, resistência a distração e velocidade em processar o que foi
pedido. WAIS é mais complexo por se tratar de avaliação de pessoas a cima de 16
anos, com subtestes com mais ou menos de 14 itens com testes verbais e não verbais
Entender que o coração do ser e fazer estão no cérebro traremos três casos
que marcaram a história da pesquisa do cérebro humano.
Doutor Harlow atendeu Phineas e chamou atenção o fato de ter uma barra
instalada em seu crânio continuar consciente, sem perder a noção da realidade.
Foram dez semanas de tratamento e em nenhum momento perdeu a consciência e
capacidade cognitiva, voltando a trabalhar normalmente, com algumas mudanças de
personalidade (área afetada pela barra). Esse caso evidenciou que a personalidade e
comportamento social estão diretamente ligados ao cérebro.
117
Figura 79 - Phineas Gage
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/casos-clinicos-funcionamento-do-
cerebro/acessado 25/05/19
Após a cirurgia, ele passou rodeado de médicos, pelo fato de não ter a
capacidade de armazenamento de fatos recente. Até 2002, H.M. foi voluntário para
estudos de neurociência e em 1992, assinou um termo doando seu cérebro ao MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachusetts) depois que morresse.
118
Figura 80- paciente Henry Molaison
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/casos-clinicos-funcionamento-do-
cerebro/acessado 25/05/19 https://lamenteesmaravillosa.com/corteza-entorrinal-el-
area-donde-se-consolida-la-memoria/
119
por que, quando a lembrança voltou, ela se manifestou de maneira tão conturbada
para o paciente, algo que foi mais conturbado que a própria lembrança. Um caso que
ainda não foi decifrado, tornando um desafio a ser entendido pela medicina.
Fonte:< https://amenteemaravilhosa.com.br/casos-clinicos-funcionamento-do-
cerebro/> acessado 25/05/19
120
Leia o texto (Anexo V) sobre o funcionamento do cérebro sob a influência
da música.
121
constituída de neurônios (corpo celulares), enquanto a interna tem a cor clara e
constitui-se por dendritos e axônios.
O Cérebro está ligado à aprendizagem e tudo que é necessário para que ela
aconteça (inteligência, memória, percepção, movimento, e atividades sensoriais).
Figura 82 - Encéfalo
122
Fonte:https://www.coladaweb.com/biologia/corpo-humano/encefalo>acessado
25/05/19
O nosso cérebro é tão organizado que tem “gavetas” para cada função dos
nossos sentidos e os estímulos, enviados pelo meio ambiente, são captados pelo
cérebro, que organiza e emite as reações (sensações).
123
Fonte:< https://studylibpt.com/doc/4697586/sistema-sensorial---
col%C3%A9gio-energia-barreiros> acessado 25/05/19
A figura abaixo serve para você revisitar o que já pudemos ver anteriormente.
Fonte:< https://amenteemaravilhosa.com.br/lobos-cerebrais-caracteristicas/>
acessado 25/05/19
124
Atividade de Aplicação
A psicomotricidade é uma ciência que estuda o homem com a sua relação com
o mundo externo e interno e auxilia no trabalho no processo de ensino e
aprendizagem. É um campo que se preocupa com o movimento e subsidia o
desenvolvimento da criança.
125
Assim, podemos entender a criança, como um ser em movimento e em busca
de conhecer e interagir, pelos sentidos. Nessa interação constante, as crianças vão
conhecendo o mundo, a si mesmas e experimentando momentos diferentes.
Para Oliveira (2007) será por volta dos 8 meses que a criança fica pronta para
combinar ações complexas, mas os estímulos e atividades adequadas precisam ser
realizadas para que o desenvolvimento aconteça.
126
2.7.1 Sensação e Percepção (tátil, olfativa, gustativa, visual, cinestésica e de
equilíbrio).
127
Muito louco isso!
128
Vygotsky não divide o desenvolvimento em estádio ou estágio, porque traz
como ponto de partida um ambiente estimulador, a capacidade do indivíduo de
aprender (filogenética) e o que ele já sabe e tem potencial de aprender.
IMPORTANTE!
129
intelectual significativamente inferior à média. Possuem limitações significativas em
pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades:
130
necessárias no dia-a-dia. Essas pessoas geralmente não apresentem
defeitos físicos evidentes, mas podem apresentar epilepsia e necessitam
de supervisão de instituições educacionais especiais. São frequentemente
imaturos e pouco refinados, com pouca capacidade de interação social. A
sua linha de pensamento é muito específica e em geral, eles são incapazes
de generalizar. Possuem dificuldades para ajustar-se a situações novas e
podem apresentar uma má capacidade de julgamento, falta de prevenção
e credulidade excessiva, e são capazes de cometer crimes impulsivos.
Apesar da capacidade intelectual limitada todas as crianças com retardo
mental podem beneficiar-se com a educação especial.
131
2.8 Distúrbios e doenças relacionadas ao Sistema Nervoso3
3
Ressaltamos que os conteúdos abaixo serão melhor detalhados na penúltima disciplina deste curso,
ou seja: Dificuldades, Transtornos de Aprendizagem e outras alterações do desenvolvimento.
4
Ressaltamos que os conteúdos abaixo serão melhor detalhados na penúltima disciplina deste curso,
ou seja: Dificuldades, Transtornos de Aprendizagem e outras alterações do desenvolvimento.
132
Fonte: <http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com/2012/02/encefalopatia-cronica-da-
infancia.html> acessado em 25/05/19
A Paralisia Cerebral foi descrita pelo médico inglês William John Little, em 1843,
como ECNP, depois de examinar e estudar 47 crianças que tinham dificuldades em
movimentos de membro inferiores e em uma intensidade menor os membros
superiores, com dificuldade em locomover e pegar objetos.
5
Ressaltamos que os conteúdos abaixo serão melhor detalhados na penúltima disciplina deste curso,
ou seja: Dificuldades, Transtornos de Aprendizagem e outras alterações do desenvolvimento.
133
dos transtornos do TID. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID) é o termo
utilizado para todo transtorno que apresenta dificuldade de convivência social,
linguagem e comportamento estereotipado, do mais leve ao mais grave e pode ser
percebido desde criança, não recomendando um diagnóstico antes dos 3 anos, mas
pode ser observado indícios que leve à suspeita.
134
Caro aluno, nessa unidade você começou a entender mais a importância da
neurociência para a aprendizagem e desenvolvimento humano.
135
informações tanto do SNC para SNP quanto do SNP para o SNC. A comunicação
entre os sistemas se dá por meio de nervos espinhais que fazem parte do SNP, estes
emergem da medula espinhal através de espaços entre as vertebras.
Atividade de Aplicação
Resposta:
136
b) A transmissão do impulso nervoso ocorre, na sinapse, graças à
liberação de mediadores químicos (neurotransmissores) pelas terminações do
axônio do neurônio II. Essas substâncias atuam nos dendritos (e não
“dendritos”, como está na figura) do neurônio I.
137
a) A estrutura indicada pelo número 1 é o axônio.
b) A estrutura indicada por 2 é o corpo celular, local de onde partem os
dendritos e axônios.
c) A estrutura 3 é o dendrito, local especializado em receber os estímulos
nervosos.
d) A transmissão do impulso nervoso sempre ocorre no sentido 3-2-1.
e) O axônio, estrutura 2, é envolto por uma camada denominada bainha de
mielina.
Resposta (B). O corpo celular está indicado pelo número 2. É dele que
partem os prolongamentos denominados dendritos (1) e axônio (3).
138
Resposta (E). Após a passagem do impulso nervoso, ocorre a
repolarização, fazendo com que a membrana volte ao seu estado de repouso,
ou seja, a membrana plasmática interna volta a ficar eletricamente negativa em
relação à membrana externa.
139
Unidade III
Assim, para que essa compreensão seja possível é realizada uma série de
testes e procedimentos neuropsicológicos para que se possa associar a desordem
com o comportamento e respostas cognitivas.
140
Dessa maneira percebemos que qualquer alteração neuropsicológica a
aprendizagem fica comprometida e requer um olhar diferenciado para a situação.
TDAH pode começar a se manifestar antes dos 7 anos, mas na maioria (95%)
aparecerá antes dos 12, pois antes dos 7 anos muito se confunde com as
características da fase de desenvolvimento das crianças.
141
Alguns estudos demonstraram que 57% das crianças com transtorno de Déficit
de Atenção têm casos na família, muitas vezes são pais ou tios com o transtorno
trazendo a confirmação de fator genético. Em pesquisas recentes apontam como
TDAH como distúrbio neurobiológico tendo como causas déficit nos
neurotransmissores e no lobo frontal
Fonte:<
http://www.aacap.org/App_Themes/AACAP/images/families_and_youth/facts_for_fa
milies/neuro.png>
Barkley (2002) afirma que embora pesquisas apontem para uma deficiência no
comportamento inibitório, não há marcadores biológico específico que definam todos
os casos, portanto, o quadro é fechado pelas informações obtidas pelos pais e
profissionais da educação, pela anamnese.
142
conhecimento dos professores, necessitando um preparo maior para uma atuação
mais efetiva e um encaminhamento mais cedo.
Fonte:https://lifesaveressays.com/wp-content/files/2017/09/ADHD-graphics-
01-1.jpg
143
Estudos de imagem em crianças com TDAH mostraram uma baixa irrigação
sanguínea (hipoperfusão) na região central do lobo frontal, responsável pelo
processamento de informação e administra e seleciona a atenção. Tendo maior
atividade nessa área em exame de eletroencefalograma.
Vamos diferenciar
transtorno de distúrbio?
144
que utilizarão o termo distúrbio e outros utilizarão o termo transtorno pelo fato do
cerebro funcionar de maneira diferente e outros que tratarão como transtorno, por
estar associado a um condição neurológica e ao processamento de informação.
Dislexia afeta uma média de 5 a 10% da população, com origem genética, com
probabilidade de um histórico familiar que apresente irmãos ou parentes próximos
com dislexia.
145
Figura: 88. Regiões do cérebro afetadas pela Dislexia
Fonte: https://ericasitta.wordpress.com/2016/02/16/dislexia-quais-sao-seus-
sinais-e-sintomas/
Dislexia não tem cura, mas o disléxico pode desenvolver estratégias para lidar
com sua dificuldade, sendo o professor um dos mediadores para essa ação, pois a
inteligência e a visão.
A dislexia é um distúrbio com três linhas teóricas diferentes para explicar a sua
origem. Vejamos a ideia defendida de cada uma.
146
2) A teoria Alofônica baseia-se na alteração da percepção da fala resultando
em um mapeamento mental entre grafema e fonema. Assim, o déficit da
percepção alofônica altera a consciência fonológica, pois a consciência
mental do fonema está alterada. Vejamos um pequeno exemplo: Balde e
lata, as diferenças da pronúncia do “l” é diferente no meio e início da
palavra.
147
aprendizagem deve proporcionar situações que o aluno faça conexões mentais,
ampliando seu conhecimento.
Além de uma avaliação por neuroimagem, o transtorno pode ser verificado pelo
instrumento desenvolvido por Wechsler, denominado por Escala Wechsler de
Inteligência para criança – WISC III e o Teste de Desempenho Escolar TDE, que
avaliam a habilidade de cálculo.
Kosc (1974) estudando a discalculia, percebe que ela pode ser dividida em seis
tipos sendo elas:
148
Com essa categorização pode levantar as habilidades prejudicadas pela
discalculia e auxiliar no entendimento e nas observações das tarefas executadas
pelos alunos. Habilidades como percepção, atenção e execução matemáticas,
normalmente devem levar o professor ou o profissional da área investigativa observar,
nas avaliações realizadas.
O século XXI está sendo marcado com estudos fortes sobre o cérebro humano,
trazendo a possibilidade de o cérebro adaptar-se a situações novas, portanto,
podendo ser trabalhado, estimulado e reorganizado para a aprendizagem.
149
Figura 89 - Giro angular e intraparietal esquerdo.
Fonte:<
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/11591/2/Discalculia_o_cerebro
150
Investigar permite conhecer o aluno e seu processo de aprender e a
investigação não deve se resumir nos fatores externos e sim algo que englobe
processos psicológicos internos e organização cerebral.
É importante que a criança reconheça a mãe, pelo olfato e memória, logo que
nasce, porém, o autista não tem essas funções bem desenvolvidas, percebendo pelo
desinteresse em manter contato visual com a mãe, no momento da amamentação.
Algumas pesquisas apontam que as alterações estão em várias áreas do sistema
nervoso.
151
sabem lidar com essa situação, a saída encontrada por eles é o de desconectar-se do
ambiente.
Com os dentes de leite de crianças autista e não autistas, que contem células,
passível de estudos; grupos liderados por dois pesquisadores uma da USP Patrícia
Beltrão e o outro, brasileiro, mas pesquisador da Universidade da Califórnia em San
Diego, nos EUA Alysson R. Muotri, estudam o autismo e sua origem.
6
Pesquisa sobre Autismo: in Mais uma possível causa do autismo : Revista Pesquisa Fapesp
https://revistapesquisa.fapesp.br › 2018/01/16 › mais-uma-possivel-causa-d... acesso em 20/07/2019.
152
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/es/2019/07/22/otra-causa-posible-del-
autismo/ acessado em 20/07/19
Como não há essa seleção neural, o cérebro do autista é maior, fato este que
dificultará a organização das informações recebidas pelo ambiente externo, pois as
células que ficam, não são necessariamente eficientes. É importante ressaltar que
153
essa quantidade excessiva de neurônios terá como resultado diferentes espectros
autistas. Vejamos como acontecem as conexões cerebrais.
Repare o caos
conectivo do cérebro de um
autista!
154
É nessa variedade que se apresenta o espectro autista, que desencadeiam em
nomenclatura de síndrome devido à complexidade neuronal envolvida.
155
3.2.2.2. Demência Frontotemporal
A criança, logo que entra em contato com o meio social, passa a desenvolver
mecanismos de comunicação, diferenciando sons, imagens e face, que será
aprendido conforme o nível de interação propiciado a ela, mais suas capacidades
biológicas inatas.
156
a) O pragmático referente ao uso da linguagem no ambiente social;
b) O fonológico que envolve a percepção e o som para falar;
c) O semântico que se relaciona ao significado da palavra e
d) O gramatical, que envolve as regras para combinação de palavras.
Esse processo descrito acima envolve uma rede de neurônios que estão em
várias regiões cerebrais, diferenciação de sons, o ouvido sincronizando o sinal
auditivo complexo para decodificar e transformar em impulsos elétricos que
percorrerão por células do córtex cerebral e lobo temporal. Algo complexo que quando
uma criança fala, deve ser levado em consideração todo tramite realizado pelo cérebro
em sintonia com o meio ambiente.
A leitura faz com que a escrita seja validada, portanto quando essa relação é
quebrada ou pelo distúrbio da escrita ou pela leitura esse meio de comunicação perde
o sentido.
157
3.4 Distúrbios de Aprendizagem
158
Após essas leituras esclarecedoras sobre dois distúrbios relacionados à escrita
(Anexos VII e VIII – Dislexia, disgrafia e disortogrfia) faça a atividade sugerida abaixo.
Atividade de Aplicação
159
Figura 93. Quadro de critério de diagnóstico
160
Há contextos sociais que afetam, de maneira consideráveis na apreensão,
compreensão do mundo e execução de tarefas. É preciso não generalizar a atenção
e a percepção das crianças rotulando-as com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade, quando apenas são mais ativas e energéticas.
Nossa sociedade passa por uma fase de excessivo estímulo que nem sempre
desencadeia satisfação e resultados positivos, gerando um estado de ansiedade
constante e uma busca de sucesso que culmina em fracassos escolares e de baixo
rendimento, tornando um ciclo constante a ser analisado e pesquisado, para que ele
seja rompido e trabalhado.
Para um trabalho efetivo com crianças com TDAH é necessário que o professor
pense em uma prática pedagógica que oportuniza o aprender de maneira que a
criança explore materiais e investigue diferentes tipos de materiais para que ele
perceba e entenda o seu ritmo de aprender, propiciar vivências e intercalar atividades
que utilizem a leitura e a escrita adequando o aprender ao tempo da criança. Procurar
estimular a criatividade e atividade que o aluno ocupe a posição ativa na
aprendizagem e os combinados devem ser claros e simples, para que ele possa
compreender.
161
3.6 Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
162
Uma criança autista requer rotinas bem definidas e uma comunicação
alternativa que pode ser o PECs, um material conhecido e de fácil aprendizagem.
Consiste em um painel com figuras que representam as tarefas que você pretende
que ela execute. A comunicação deve ser conjugada com a verbal e a figura,
auxiliando e incentivando a criança comunicar-se.
Figura 94 - PECs
163
Fonte:< https://lagartavirapupa.com.br/dicas-para-iniciar-o-uso-do-pecs/>
acessado 20/05/2019
O PECs são figuras que enfatizam as atitudes que deseja que a criança realize
e incentiva a responder. Sempre que desejar que a criança execute alguma tarefa
você deve pegar a figura na frente da criança e verbalizar. Assim, com o tempo,
mesmo que a criança não verbalize ela aprenderá a se comunicar.
O PECs não tem como objetivo substituir a linguagem oral, mas estimular e
desenvolver a comunicação.
164
Figura 95 - Síndrome de Down e Mosaicismo
Fonte <https://liagen2017.wixsite.com/liagen/single-
post/2017/06/06/S%C3%8DNDROME-DE-DOWN-ENTENDENDO-UM-POUCO-
MAIS> acessado 05/05/19
Fonte:<
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_cuidados_sindrome_down.pdf>
acessado 20/05/19
Não foi comprovado o que leva uma criança nascer com Síndrome de Down,
mas fatores mostram que gestantes a cima de 35 anos tem uma incidência maior de
terem filhos com SD.
165
3.6.3 Síndrome do X-Frágil
https://dle.com.br/biologia-molecular-genetica-humana/sindrome-do-x-fragil
166
Acredita-se que os sintomas nos homens aparecem mais pelo fato deles terem
apenas um X defeituoso, e não tendo outro para compensar, tornando a incidência no
sexo masculino maior.
É sugerido a leitura de
167
Paralisia Cerebral- PC é uma das mais comuns que no Brasil não existem
muitas pesquisas sobre essa desordem infantil, mas estima-se 20.000 casos. Uma
doença que não evolui, mas provoca alterações, devido às características da doença.
Uma criança paralítica cerebral, poderá ou não ter a cognição afetada, dependendo
da extensão da lesão encefálica; portanto, associar paralisia cerebral com deficiência
cognitiva é errado.
A escola deve buscar informações sobre como deve ser organizada a sala de
aula e quais são as adaptações necessárias para que a criança paralítica cerebral se
desenvolva de maneira integral.
Uma pessoa convulsiona quando há uma descarga elétrica anormal nas células
cerebrais/neurônios, podendo ser ou não percebida, conforme a intensidade da
descarga.
Não tem um momento e nem causa certa, mas algumas situações podem
desencadear a convulsão, como febre alta, traumatismo cefálico e a epilepsia-
distúrbio paroxístico da função cerebral que resulta em ataques súbitos e rápidos que
alteram a consciência e a atividade motora. Possíveis desencadeantes são as drogas
e a hipoglicemia.
168
3.7 Outras alterações sindrômicas mais comuns na população infanto-
juvenil, relacionadas à cognição e à aprendizagem
169
(Vide anexo IX ao final deste Livro-Texto)
Atividade de Aplicação
170
Figura 97 - Fenótipo da Síndrome de Williams
Fonte: http://www.gentedeopiniao.com.br/saude/conhece-a-sindrome-de-
williams
171
Como todas as síndromes a SW deve ser diagnosticado logo na primeira
infância para começar um trabalho multidisciplinar de desenvolvimento cognitivo,
motor e comportamental.
172
Figura 98 - Sindrome de Tourette
173
3.7.4 Síndrome de Rett
O quarto estágio, por volta dos 10 anos com a deterioração mental, epilepsia e
presença de escoliose, levando a cadeira de rodas. Com todos esses
comprometimentos, a pessoa com SR (do sexo feminino) chega a viver 35 anos, tendo
relatos de pessoas com SR de 50 anos com forte comprometimento.
174
Nessa unidade você pode ter contato com alguns transtornos e síndromes.
Pudemos diferenciar os termos: dificuldade de aprendizagem, distúrbio de
aprendizagem, transtorno de aprendizagem e síndromes em geral, bem como
pudemos entender que, independente da condição em que o aluno se apresenta, cabe
ao psicopedagogo buscar conhecimentos para desenvolver o máximo a criança.
Boas leituras!
175
UNIDADE IV
Olá, aluno(a)!
Para finalizarmos nossos estudos vamos nos adentrar, agora, ao mundo dos
aspectos neurológicos das desordens neuroquímicas que afetam a cognição e a vida
social.
Preparado(a)?
176
hereditário, mas mesmo assim a crença da relação com o místico não foi dissipada e
o avanço pouco se deu até a renascença
Foi no século II, em 175 d.C., que Galeno reconheceu a epilepsia como doença
do cérebro que poderia ser sem uma causa precisa ou decorrente à uma doença. Na
idade média, especificamente em 1484, a perseguição aos hereges, loucos e
epilépticos eram candidatos à fogueira, pois acreditava-se que doenças
desconhecidas eram resultado de feitiçaria.
No século XVIII, começa a surgir conceitos mais fortes sobre a epilepsia não
ser uma doença ligada a misticismo, mas a ideia de possessão ainda prevalecia,
ligando as ocorrências à mudança da Lua.
Foi no século XIX que a ciência evolui e marcada pelo positivismo que a
epilepsia passa a ser vista como uma doença. Para tanto, tivemos a contribuição da
neurofisiologia, especificamente devido aos estudos de Hughling Jackson que coloca
epilepsia dentro do quadro de doença mental (desordem mental), com uma teoria que
tinha como base a ideia de quatro dogmas:
O cérebro não era visto como algo estático e sim hierárquico e a epilepsia é
apresentada como parte da doença mental e nessa época, devido aos estudos das
doenças mentais, houve um crescimento do sistema hospitalar psiquiátrico e eles
fechavam as portas para os epilépticos tamanha a resistência em relação a essa
doença.
177
Muito se tem se avançado na área de pesquisa e, no século XX, em 1933, Hans
Berges descobre o eletroencefalograma que se tornou um divisor de águas nessa e
em muitas áreas. Esse aparelho passou a auxiliar nos estudos e diagnósticos de
epilepsia e episódios epiléptico.
178
Figura 99 - tipos de Acidente Vascular Cerebral
O Acidente Vascular Cerebral- AVC, quando não leva a morte pode deixar
sequelas irreversíveis sendo aconselhável levar ao hospital logo que a família, a
escola ou conhecidos desconfiarem de um AVC.
Alguns sinais podem ser observados, como fala confusa com desorganização
mental, formigamento de um lado do corpo (face e braço), visão embaçada, tontura e
desequilíbrio com tontura ou dor de cabeça forte.
179
envolvidas no processo de aprendizagem com atenção, percepção, memória,
abstração, linguagem, habilidade acadêmica, visuoconstrução, relação inter e
intrapessoal, funções motoras e executivas, processamento de informações e outras
também importantes para o aprender.
180
Conseguir manter o foco e o estímulo em um determinado assunto é fator
desencadeador da aprendizagem. A função executiva caracterizada pelo processo
cognitivo (controle do pensamento, comportamento, tomada de decisão, memória e
afetividade) é essencial para que a aprendizagem aconteça. Nas execuções das
tarefas o indivíduo precisa adaptar suas ações e pensamentos, buscando as
experiências previas e alternativas para resolver as situações problemas que
aparecerão. Adaptar-se as novas situações demanda disposição orgânica e desejo
da pessoa.
181
Figura 100 - Exercícios de recuperação de movimento
Fonte:
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/neurocientistas_tratam_da_reabilitacao_
motora_de_pacientes_com_avc_em_livro.html
Fonte: http://www.engeplus.com.br/noticia/saude/2015/unesc-recebe-nova-
tecnologia-para-reabilitacao-motora
182
Fonte: http://fisioworkrs.com.br/blog/wp-content/uploads/2016/08/rv.jpg
183
avalição a ser feita, deve ser analisado juntamente com a avaliação comportamental
e as demais já citadas.
Uma avaliação pode ter o foco nas funções cognitivas, mas não se pode
ignorar, a personalidade e as condições emocionais, pois esses fatores contribuirão
para traçar o programa e no resultado final.
184
A neuropsicologia tem o cuidado em olhar cada pessoa dentro de sua
especificidade e fase da vida, levando em consideração a realidade que a cerca. É
uma área que necessita como discutido anteriormente, de uma ação interdisciplinar e
multidisciplinar na relação entre o trabalho a ser realizado e as disciplinas que
contribuirão, tendo como exemplo a pediatria, neurologista, infectologista, ortopedia,
psiquiatria, sociólogo e outros.
Vygotsky (2011) traz uma grande contribuição para o estudo da mente humana,
inclusive no funcionamento da mente da pessoa deficiente. A psicologia histórica
cultural permite compreender a deficiência estendendo para o contexto no qual
ocorreu, deslocando o foco da pessoa e indo para a atribuição dada pelo ambiente
que o sujeito se insere.
185
Esse texto (Anexo X) possibilita entender o cerebro da pessoa e com isso nos
leva uma reflexão importante sobre o nosso fazer e ser enquanto profissional
psicopedagogo.
Atividade de Aplicação
186
Muitas vezes, ao se ter um olhar externo da situação pode parecer que a
criança está sendo vista de maneira fragmentada, ignorando o todo, muito pelo
contrário, as múltiplas visões profissionais traçarão uma visão do todo da situação e
criança, pois ele será visto dentro de um contexto de filho, aluno, família e escola e o
perfil da situação/pessoa auxiliará no planejamento da ação.
Essa ideia perdura por anos, sendo adequada conforme a situação e interesse
da sociedade. Hoje se espera que a pessoa saiba ler e escrever de maneira que
transite na sociedade dentro de um padrão estipulados pelo meio, sendo fatores
relevantes para inserção do ser humano no meio social.
Já vimos nos textos anteriores que aprender não é fácil e envolve aspectos
sociais, cognitivos e biológicos. Percebemos que a dificuldade de aprendizagem
envolve uma gama de profissionais que apoiarão o trabalho de investigação do
problema apresentado.
Dificuldade remete a uma barreira no aprender que pode ser social, cultural,
ambiental e emocional, que devem ser levados em consideração no momento da
investigação. Muitas vezes o problema da dificuldade pode ser resolvido no ambiente
escolar com o professor ou um psicopedagogo, com a intervenção correta.
4.4.1 Anamnese
187
Esse ato de trazer para o presente se caracteriza em entrevista estruturada
para se compreender o contexto o qual a criança está inserida e que envolve a queixa
que se apresenta, olhando a pessoa como todo.
Algumas técnicas para abordagem são estar abertos à escuta sobre a história
trazida pela pessoa e seus familiares. Expressar desejo em ouvir é o primeiro passo
para se ter um bom perfil do paciente, os 20 primeiros minutos são cruciais para um
bom resultado contato visual, observação da postura, distanciamento do paciente da
sua mesa ou de você, como ele está vestido, idade, sexo, tonalidade de voz utilizada,
as expressões no decorrer da conversa e outros detalhes que podem influenciar no
entendimento da pessoa que se apresenta.
188
importância para um bom planejamento de ação. Não se de ignorar a situação
vulnerável que ele se encontra.
189
Figura 101 - Provas Piagetianas
Fonte:
https://d26lpennugtm8s.cloudfront.net/stores/299/468/products/1214_provas-
piagetianas1-d619050ae8998b8f7615632877150607-1024-1024.jpg
O raciocínio lógico auxilia faz com que o pensamento percorra um caminho que
chegue no conhecimento correto, verdadeiro. Para Piaget (1975) o conhecimento
percorre uma evolução de raciocínio que passa por estágios que vão se estruturando
e mudando conforme o estímulo que recebe.
Segundo o autor esses estágios percorrem uma ordem sendo elas: sensório
motor (0-2 anos), pré operatório (2- 7anos), operatório concreto (7 – 11 anos) e
190
operatório formal (12 anos em diante). Para o autor é na fase formal que o pensamento
da criança se estrutura como adulto.
Fatores biológicos estão relacionados a danos ocorridos nos períodos pré, peri
e pós-parto, que podem conduzir a deficiências e problemas no desenvolvimento
neurológico. Fatores ambientais devem ser levados em consideração, tais como
alimentação, higiene, conforto, estímulo e vida social.
191
por uma bateria de exercícios voltados para analisar o desenvolvimento motor de
crianças dos 2 aos 11 anos de idade. Essa escala é entendida como uma prova
específica que permite medir uma determinada característica motora de um indivíduo
e comparar seus resultados com os de outros indivíduos.
Os transtornos precisam ser bem documentados para que não haja um erro por
conta da situação que a escola ou a família apresenta, dentro de uma expectativa
criada pelo grupo.
192
Alimentação, acolhimento, higiene e roupa são situações que a criança não tem como
identificar e resolver sozinha.
Isto posto, é necessário entender a criança como sujeito completo e não sujeito
lacunar e, a partir desse olhar traçar uma linha de trabalho para desenvolvê-la.
193
Porque será que esses dados
apresentados estão tão diferentes?
Será que estão avaliando
corretamente as crianças?
194
O DUA tem como objetivo uma educação para todos, um currículo que atenda
a todas necessidades, que o docente possa fazer as intervenções necessárias para
um aprendizado efetivo e significativo tanto para alunos considerados normais
(neurotípicos) quanto para alunos deficientes.
O interessabnte que essa ideia vai ao encontro a teoria de Vygotsky que traça
três pré requisitos para o aprender, já mencionadas anteriormente:
195
Esse texto (Anexo XI) auxiliará no entendimento do conceito de Desenho
Universal de Aprendizagem, portanto é importante que o leia por inteiro e faça a
atividade proposta abaixo.
Atividade de Aplicação
196
os profissionais da educação, mantendo uma postura ética em suas colocações e
sugestões.
Fonte:http://www.clinicanossoespaco.com.br/desc-
servicos.php?id=45&nome=AVALIA%C3%87%C3%83O%20NEUROPSICOL%C3%
93GICA:%20%20EM%20BREVE acessado 20/05/19
197
comportamental. Disponível < http://www.scielo.br/pdf/rpc/v35n1/v35n1a02.pdf>
para uma compreensão maior a respeito do tema estudado.
A criança nasce com a via auditiva pronta que vai desenvolver conforme
estímulo e experiências sonoras que são proporcionados nos primeiros 4 anos de
vida, o qual forma as primeiras conexões neuronais.
198
Figura 103 - Processo Auditivo
Fonte:< https://www.clinicasphera.com.br/wp-
content/uploads/2018/07/pac.jpg>
199
4.5.3 Avaliação Psicológica
O psicólogo embora apto para aplicação de testes deve ter consciência o que
implica uma avaliação e diagnóstico.
200
realizada por conversa informal ou testes que solicitem nomear e identificar figuras ou
repetição de palavras
A avaliação, nos últimos anos teve grande avanço, pois de testes rápidos e
muitas vezes desestruturados, passou para testes que envolvem avaliações mais
complexas com base em pesquisas de resultado. O inventário fonético deve avaliar
os sons contrastantes das crianças e, os diferentes fonemas.
201
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVAREZ, A.M.M.A., Taub, A., Carvalho, I.A.M., Yassuda, M.S. Memória. São Paulo:
Editora Atheneu, 2005.
ANDRADE, M.V., Santos, F.H., Bueno, O.F.A., Neuropsicologia Hoje. Porto Alegre:
Editora Artes Médicas Ltda. 2004.
202
COSENZA, R.M e GUERRA, L. B. Neurociência e Educação. São Paulo: Artmed,
2011.
________. E o Cérebro Criou o Homem. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
EDWARDS, M.R. From a soup or a seed? Pyritic metabolic complexes in the origino
f life. Trends in Ecology & Evolution.v.13, n.6.1998.
FARAONE, S.V.; PERLIS, R.H.; DOYLE, A.E.; SMOLLER, J.W.; GORALNICK, J.J. e
SKLAR, P. Molecular genetics of attention-Deficit/Hyperactivity disorder. Biol.
Psychiatry. 2005
FISCHER, K. W., Rose, S. P. Growth cycles of the brain and mind. Educational
Leadership, 1998.
LEDOUX, J. Synaptic self: how our brains become who we are. New York: Viking,
2002.
203
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São
Paulo: Atheneu, 2010.
PAPALIA, D. & Olds, S. Desenvolvimento Humano. (D. Bueno, trad.) Porto Alegre:
Artmed, 2000.
204
__________. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros humanos na
sala de aula. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2010
SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. Rio de Janeiro:
Imago, 1985.
SCLIAR, M. Sífilis, AIDS: a história se repete? Humanidades, n.14, ano IV, ago-out.
1987.
TRIMBLE, M.R. The psychoses of epilepsy. New York: Raven Press, 1991.
_________ LS. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes; 1999.
205
ANEXO I
Anos mais tarde sua teoria foi comprovada pois a extração bilateral da parte
anterior dos lobos temporais (estudo feito em macacos Rhesus) lesou estruturas do
sistema límbico causando alteração comportamental, deixando os animais
impossibilitados de avaliar situações de perigo diante de situações adversas.
Fonte:
http://www.infoescola.com/wp-
content/uploads/2010/10/circuito-
papez-limbico.jpg
206
Hoje, entretanto, sabemos que grandes estruturas do encéfalo estão
relacionadas as emoções, dentre elas temos em destaque o sistema límbico,
hipotálamo e a área pré-frontal.
Fontes:
207
memória emocional que temos das coisas. É importante para o
reconhecimento, formação e manutenção das emoções envolvidas com o
medo. A lesão desta região é responsável pela redução na capacidade de
detecção do medo diminuição da emocionalidade, e seu estímulo leva a um
estado de ansiedade, medo e atenção aumentada.
Giro cingulado - está relacionada com o controle visual, auditivo e as
alterações das emoções, medicamentos que estimulem essa estrutura
podem causar efeitos alucinógenos.
Área pré frontal - esta área não faz parte do sistema límbico porém suas
conexões estão diretamente ligadas a ele em estruturas como a amígdala
e o tálamo. No caso de lesão desta região o paciente apresenta redução
na concentração e perde o senso das responsabilidades sociais.
Referências:
MORAES, A.P.Q. O livro do cérebro. Vol 1. São Paulo, editora Duetto - 2009. pag 64.
http://www.guia.heu.nom.br/sistema_limbico.htm
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/emocoes.htm
https://www.infoescola.com/anatomia-humana/sistema-limbico/
208
ANEXO II
Glia: dos velhos conceitos às novas funções de hoje e as que ainda virão
Flávia Carvalho Alcantara Gomes, Vanessa Pereira Tortelli e Luan Diniz
209
[...]
Disponível.http://www.scielo.br/pdf/ea/v27n77/v27n77a06.pdf acessado:
20/05/2019
210
ANEXO III
211
existem neurotransmissores excitatórios e inibitórios. (COSENZA E GUERRA, 2011).
Portanto, a figura a seguir nos auxilia na compreensão da formação de um neurônio.
Relvas (2009, p. 40) mais uma vez vem de encontro com a escrita e dialoga
afirmando que:
Para auxiliar na explicação, Cosenza e Guerra (2011, p.13) apontam que “um
neurônio normalmente pode estabelecer sinapses com centenas de outros neurônios,
ao mesmo tempo em que recebe informações vindas de outras centenas de células”.
Desta forma, dados da neurociência apontam que quanto mais precoce for a
lesão, ou seja, ainda na infância, o cérebro lesado tem maior capacidade de
regeneração devido a maior plasticidade em cérebros “novos”, quando as funções
neurais são limitadas, por consequência de alguma lesão, os neurônios podem se
adaptar e assumir outras funções, regenerando suas células e criando novas
conexões sinápticas.
212
O estudo relacionado à neurociência, com ênfase na plasticidade neural, nos
intriga a investigar o funcionamento da vida cerebral, sendo que estes estudos terão
respaldo principalmente no trabalho pedagógico e interdisciplinar nas escolas, isso
acontecerá quando o educador entender que o educando é um ser integral, e que
principalmente é mutável de acordo com as novas experiências vivenciadas.
[...]
213
ANEXO IV
O cérebro é o último órgão humano a revelar seus segredos. Durante muito tempo, as
pessoas não entendiam nem mesmo para que serve o cérebro. A descoberta da
anatomia, das funções e dos processos do cérebro tem sido uma longa e vagarosa
viagem através dos milênios.
Exploração do cérebro:
O cérebro é difícil de ser investigado porque suas estruturas são minúsculas e seu
funcionamento não pode ser observado a olho nu. Seu produto mais interessante – a
consciência – não era percebido como um processo físico; por tanto, não havia razões
para que nossos ancestrais a relacionassem ao cérebro. Mas, nos últimos 25 anos
com o advento das técnicas de imageamento, os neurocientistas conseguiram
produzir um mapa detalhado do que já foi um território inteiramente misterioso.
Cronologia:
214
anatomia de Galeno, usadas por gerações de médicos, tiveram como base
principal em macacos e porcos.
8) 1543: Andreas Versalius, medico europeu publica o primeiro livro de anatomia
(moderno) com ilustrações detalhadas do cérebro humano.
9) 1649: Para o filosofo francês Renê Descartes, o cérebro é um sistema hidráulico
que controla o comportamento. Funções mentais “mais elevadas” seriam geradas
por uma entidade espiritual, que interagiria com o corpo e a glândula pineal.
10) 1664: Médico de Oxford, Thomas Willis, publica o primeiro atlas do cérebro,
localizando as diversas funções nos diferentes “módulos” do órgão.
11) 1774: O médico alemão Franz Anton Mesme introduz “Magnetismo animal”, mais
tarde chamado de hipnose.
12) 1791: Luiz Galvani, físico italiano descobre a base elétrica da atividade nervosa
fazendo a perna de uma rã se retorcer.
13) 1848: Phineas Gage tem o cérebro perfurado por uma barra de ferro.
14) 1849: O físico alemão Hermann Von Helmeholtz mede a velocidade da condução
nervosa e subsequentemente desenvolve a ideia de que a percepção depende de
“inferências inconscientes”.
15) 1850: Franz Joseph Gall funda a frenologia que atribui diferentes traços de
personalidade a áreas especificas do crânio.
16) 1859: Charles Darwin publica a origem das espécies.
17) 1862 – 1874: Broca e Wernicke descobrem as duas áreas principais da linguagem
no cérebro.
18) 1873: O cientista italiano Camilo Golgi publica o método do nitrato de prata,
possibilitando a observação completa dos nervos. Ganha o Prêmio Nobel de 1906.
19) 1874: Carl Wernicke publica o seu trabalho sobre afasia “distúrbios de linguagem
após lesão cerebral.”
20) 1889: Santiago Ramón y Cajal, em A doutrina do neurônio, propõe que os
neurônios são elementos independentes e unidades básicas do cérebro. Divide o
Prêmio Nobel de 1906 com Camilo Golgi.
21) Por volta de 1900 Sigmund Freud abandona a neurologia ainda no início para
estudar psicodinâmica. O sucesso da psicanálise freudiana ofuscou a psiquiatria
fisiológica por meio século.
22) 1906: Santiago Ramón y Cajal descrevem como os neurônios se comunicam.
Ainda em 1906 Alóis Alzheimer descreve a degeneração pré-senil.
23) 1909: Korbinian Broadman descreve as 52 áreas corticais distintas com base na
estrutura neural. Essas áreas são utilizadas até hoje.
24) 1914: O fisiologista britânico Henry Hallett Dale isola a acetilcolina o primeiro
neurotransmissor descoberto. Ganha o primeiro Prêmio Nobel em 1936.
25) 1919: O neurologista irlandês Gordon Morgan Holmes relaciona a visão com a
córtex estriado (a córtex visual primário).
26) 1924: Os primeiros eletroencefalogramas (ECG) são desenvolvidos por Hans
Berger.
215
27) 1934: O neurologista português Egas Moniz executa a primeira operação de
leucotomia (conhecida como mais tarde por lobotomia). Ele também inventou a
angiografia, uma das primeiras técnicas que captava a imagem do cérebro.
28) 1953: Brenda Milner descreve o paciente H.M que perde a memória após remoção
cirúrgica de porção da ambos os lobos temporais.
29) 1957: W.Penfield e T.Rasmussen concebem os “homúnculos motor e sensorial”.
30) 1970-80: Desenvolve-se a tecnologia de escaneamento do cérebro. Durante essa
década surgem o PET SCAN o SPECT o IRM e o MEG.
31) 1981: Roger Wolcott Sperry ganha o Prêmio Nobel pelo estudo das diferentes
funções nos dois hemisférios cerebrais.
32) 1983: Benjamin Libert escrever sobre a determinação do (“timing”) da volição
consciente.
33) 1992: Os neurônios espelho são descobertos por Giacomo Rizzolatti em Parma.
34) 2009: A exploração prossegue e os grupos de pesquisa avançam continuamente
para um entendimento maior.
Marcos da neurociência:
216
Este educado e benquisto supervisor de obras ferrovias americano passou por
uma transformação, tornando-se agressivo e desrespeitoso depois que teve parte do
cérebro destruída em um acidente. O estudo deste paciente demonstrou que
faculdades como o juízo moral e social podem estar localizados no lobos frontais.
Lesão Fatídica: As lesões no crânio de Phineas Gage mostram como a barra de ferro
lesionou os lobos frontais.
217
f) Lobotomia - Egas Moniz
Em 1953, aos 27 anos "HM" foi submetido a uma cirurgia nos EUA para tratar de
uma epilepsia grave. Os cirurgiões, que na época desconheciam as funções do
hipocampo, retiraram uma grande parte dele. O paciente se tornou incapaz de formar
novas memórias até o fim da vida. Esse acidente trágico demonstrou o papel crucial
do hipocampo na memória. Henry G. Molaison - geralmente conhecido apenas como
"HM" - foi um dos pacientes mais estudados na história da medicina moderna.
218
implicações filosóficas, porque os resultados sugerem que não temos uma escolha
consciente sobre o que faremos e, portanto, não temos livre arbítrio.
MORAES, Alberto Parahyba Quartim de - O Livro do cérebro. Vol 1. São Paulo. SP,
Editora Duetto - 2009. Pp. 8-11.
219
ANEXO V
NEUROCIÊNCIA DA APRENDIZAGEM
[...]
O QUE É A MEMÓRIA?
220
priming, que é a memória relacionada ao reconhecimento de palavras,
ocorre no neocórtex;
procedural, que está relacionada a procedimentos motores, como quando
andamos de bicicleta ou dirigimos, acontece no estriatum;
associativa, que está relacionada aos condicionamentos e depende da
amígdala ou do cerebelo quando é exclusiva mente motora;
e não associativa, que inclui a habituação e sensibilização e depende de
várias vias reflexas.
[...]
221
PLASTICIDADE NEURAL E APRENDIZAGEM
[...]
222
ANEXO VI
223
modificações em seus esquemas assimiladores “para dar conta da nova ação que
sentiu ser insuficiente. Um novo ciclo de ações pode ser inaugurado se o sujeito
resolver continuar e voltar a agir sobre o objeto, agora com capacidade de assimilação
melhorada” (Becker, 2014, p. 110-11) (equilibração majorante).
Como resultado, temos um sujeito mais capaz. “As novas construções resultam
das ações do sujeito em resposta às resistências do objeto” (Becker, 2014, p. 111).
Desse modo, o desequilíbrio pode ser majorante ou não. Por desequilíbrio majorante
Piaget define o desequilíbrio que leva o sujeito a um processo de acomodação da
estrutura cognitiva. Ocorre a modificação dos Esquemas de Assimilação de maneira
a assimilar o novo objeto, mas se o objeto está muito longe das possibilidades de
assimilação dos Esquemas atuais, ocorre um desequilíbrio que não é majorante.
Nesse caso, o sujeito nega o objeto ou o ignora, ocorrendo então a manutenção da
situação atual. Ademais, o próprio processo assimilador também faz intervir o
mecanismo de regulação, desencadeando a tomada de consciência.
[...]
224
Para Vygotsky (1995), toda função no desenvolvimento cultural da criança
aparece duas vezes, em dois planos; primeiro no plano social (categoria
interpsíquica), e depois no psicológico (categoria intrapsíquica). Essa análise de
Vygotsky traz implicações diretas para o ensino, na própria medida em que ressalta a
dependência do desenvolvimento psicológico da criança em relação aos processos
educativos. Ao concluir que as funções psicológicas superiores têm gênese
fundamentalmente cultural e não biológica, aparece como evidente a necessidade de
o ensino não basear-se na expectativa da maturação espontânea de tais funções e
nem tomar tal maturação como condição prévia para as aprendizagens.
[...]
225
ANEXO VII
[...]
Muitos alunos têm na escola sua principal fonte de contato com a linguagem
escrita e, considerando que muitas metodologias atuais de alfabetização não utilizam
procedimentos de correção e ensino eficazes da escrita, estas acabam por manter os
alunos em situação de desconhecimento da ortografia
226
interferem nas funções auditivas superiores e nas habilidades linguístico-perceptivas
A disortografia é parte do quadro da dislexia do desenvolvimento.
[...]
Assim, enquanto existe uma variedade muito grande de sons, só existem letras
para representar a língua portuguesa escrita
227
ANEXO VIII
[...]
Isso vem comprovar que tanto a fala quanto a escrita utilizam diferentes formas
gramaticais, mas as duas compartilham de processos comuns, como a construção e
o planejamento inicial da frase, destaca Ellis.
Outro fator que difere a leitura da escrita refere-se à articulação dos fonemas
(sons das letras) e a produção das letras respectivamente, ou seja, quando estamos
aprendendo a escrever, o domínio envolvido no idioma escrito é o formal, o que
comprova um desconforto no momento de nos expressarmos através da escrita,
promovendo com isso os "erros" que, anteriormente à invenção da imprensa e do
dicionário, eram aceitos normalmente, mesmo porque estas escritas comunicavam o
som das palavras sem nenhum problema.
228
Conforme Ellis, para a escrita também existe um modelo funcional apropriado
ao armazenamento lexical (conjunto das palavras usadas) dedicados à ortografia das
palavras familiares, reconhecido pelo nome de "léxico de produção dos grafemas".
229
Tanto quanto no diagrama da leitura, o mesmo se dá para a escrita, ou seja, o
reconhecimento das palavras se dá através de diferentes subsistemas cognitivos
independentes uns dos outros e nomeados como "módulos".
[...]
230
ANEXO IX
[...]
Etiologia
231
Em mosaicos (45X/ 46XX) encontra-se a presença de cromatina sexual,
estando ausente em indivíduos de cariótipo 45X (Otto, 1984). A provável falha
genética responsável pela gênese de um indivíduo 45X resulta de perda
cromossômica durante a gametogênese em qualquer dos genitores, ou de um erro
mitótico durante uma das divisões de clivagem do zigoto fertilizado.
Alguns sinais somáticos como baixa estatura, entre outros, são resultado da
perda de material genético, no ramo curto do cromossoma X. E quando o material
genético falha, no ramo curto ou longo do X, gônadas estriadas surgem (Motta, 1993).
[...]
232
ANEXO X
Antes de tudo, em seu sentido mais amplo, essa palavra indica que tudo o que
é cultural é social. A cultura também é produto da vida em sociedade e da atividade
social do homem e, por isso, a própria colocação do problema do desenvolvimento
cultural já nos introduz diretamente no plano social do desenvolvimento. Além disso,
seria possível apontar para o fato de que o signo localizado fora do organismo, assim
como o instrumento, está separado do indivíduo e consiste, em essência, num órgão
da sociedade ou num meio social. Ademais, poderíamos dizer que todas as funções
superiores se formaram não na biologia nem na história da filogênese pura – esse
mecanismo, que se encontra na base das funções psíquicas superiores, tem sua
matriz no social.
Um exemplo simples:
233
Vamos imaginar que precisamos escolher em qual de dois grupos há mais
objetos, ou, então, que precisamos dividir determinado grupo de objetos em certo
número de partes (dividir brinquedos ou peças entre algumas pessoas presentes). A
operação mais simples seria a seguinte: dividir os objetos a olho, como fazem as
crianças mais novas ou o homem primitivo.
Do mesmo modo, a criança começa a contar nos dedos quando, por não estar
em condições de dar uma resposta direta à pergunta do professor sobre o resultado
de 6 mais 2, ela conta nos dedos 6, depois 2 e diz: 8. Aqui temos novamente a
estrutura do caminho indireto para a realização de determinada operação – uma
conta: a criança, sem ter uma resposta pronta, automática, utiliza as próprias mãos,
que antes eram para ela somente pano de fundo. Nesse caso, as mãos, que não
possuem relação direta com a pergunta, adquirem significado de instrumento assim
que a execução da tarefa pelo caminho direto se mostra impedida para a criança.
234
Diferentemente do experimento de Piaget, dificultamos o comportamento da criança.
Nós a observamos no momento de seu desenho livre, mas organizamos a atividade
de modo que falte à criança determinado lápis de cor. Enquanto ela está entretida com
o desenho, nós retiramos, imperceptivelmente, o modelo a partir do qual ela desenha;
quando ela copia o desenho em um papel de seda, retiramos, imperceptivelmente, a
tachinha e a folha se solta.
235
ANEXO XI
[...]
O DUA foi desenvolvido por David Rose, Anne Meyer e outros pesquisadores
do Center for Applied Special Technology (CAST) e apoiado pelo Departamento de
Educação dos Estados Unidos, em 1999, em Massachusetts (CAST UDL, 2006). A
projeção de edifícios e espaços públicos pela arquitetura, baseada no conceito do
Design Universal, de modo que todos possam ter acesso, sem qualquer limitação, foi
a inspiração para o surgimento do DUA (Nelson, 2013).
236
Um exemplo que deixa mais clara a compreensão desse conceito é a
concepção de rampa. Uma rampa pode ser utilizada tanto por pessoas que
apresentam uma deficiência física e dificuldade de locomoção quanto por pessoas
que não apresentam nenhuma deficiência, como um idoso, uma pessoa obesa ou uma
mãe empurrando um carrinho de bebê.
[...]
237