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Exames contrastados

do sistema locomotor e
glândulas acessórias

Prof.ª: Vanderleia Germano


Agentes de contraste

Dúvidas comuns sobre os meios de contraste iodados

(mitos x veracidade)

Os meios de contraste radiográficos vêm como a ultrassonografia sendo


utilizados há mais de meio século, tornando-se cada vez mais seguros. Com o
surgimento de métodos de imagem e a ressonância magnética, previu-se
erroneamente o desaparecimento dos meios de contraste iodados. Exames
como a tomografia computadorizada e a angiografia digital passaram a ser
feitos aos milhões, utilizando-se até 150 ml de agentes de contraste em cada
exame. E as novas tecnologias que estão tomando o lugar das mais antigas,
como a tomografia multislice substituindo a cinecoronariografia, continuam a
usar altas doses de meios de contraste. Entretanto, quase tão volumosa quanto
a quantidade de meio de contraste utilizada é a ignorância sobre o assunto.

Veracidade e mito

Se os meios de contrastes fossem isentos ou quase totalmente isentos


de risco, o consentimento tornar-se-ia desnecessário. Por outro lado, se o risco
fosse alto, talvez um risco de morte a cada 100 injeções ou mesmo a cada
1000 injeções, o consentimento seria obrigatório. Na verdade, o risco é muito
baixo, menos de uma morte a cada 130.000 injeções (ou seja, se todos os 16
milhões de habitantes da cidade de São Paulo fossem submetidos a exames
de meios de contraste iodado endovenoso, morreriam 16 pessoas). Também é
muito baixa a incidência de eventos graves, como insuficiência renal e Acidente
Vascular Encefálico (AVE). Além disso, o número cada dia maior de exames
impede que o radiologista informe cada paciente e obtenha pessoalmente o
consentimento pra realizar o exame.

Provavelmente um advogado aconselharia quase invariavelmente a


obter o consentimento informado. Entretanto, deve ser lembrado que nos
processos é levada em consideração a prática usual e rotineira. Poucos
radiologistas incluem nesta categoria o consentimento informado. Assim como
em outras áreas da medicina, não existe um padrão absoluto.

O compromisso entre as partes é definido por um folheto informativo. É


importante lembrar que o consentimento informado é um processo que tem por
fim fornecer informações tanto para o paciente quanto para o médico. Para isso
a maior parte desses folhetos investiga a possibilidade de o paciente estar em
condições em que haja maior risco de reações, como os casos de diabetes,
problemas de função renal, reações em exames anteriores e histórias de
alergias.

As perguntas são seguidas por um curto parágrafo que explica os riscos


que podem estar associados com a injeção dos meios de contraste, incluindo
um risco pequeno de morte ou AVE. O paciente também é informado de que se
tiver qualquer dúvida relacionada a o meio de contraste, um radiologista estar
disponível para fornecer informações adicionais.

Em resumo, a injeção de um meio de contraste iodado é muito segura,


particularmente em comparação com outras situações nas quais o
consentimento é obtido, como cirurgia ou angiografia.

As reações aos meios de contraste não são alergias, ainda que a típica
reação ao meio de contraste se assemelhe à reação alérgica, indo de urticária
até o processo de anafilactóide.

Deve ser ressaltado que: 1- as moléculas dos meios de contrastes são


muito pequenas (850 KD) para agirem como antígenos; 2- apesar de
exaustivas investigações, nunca foram encontrados anticorpos aos agentes de
contraste e pacientes que tiveram reações sistêmicas, semelhantes à alergia,
e; 3- em pacientes que previamente apresentou reações ao meio de contraste,
a probabilidade de recorrência é de 8 a 25%. Fosse verdadeiramente alérgica,
a reação ocorreria e 100% dos pacientes.

Na maior parte dos casos é desnecessário evitar a injeção endovenosa


de agentes de contrastes iodados. Entretanto, um pequeno número de
pacientes apresenta reações recorrentes, que parecem ocorrer após diferentes
tipos de contraste e que não são previsíveis com um pré tratamento.

Na maior parte dos casos, esses efeitos adversos se apresentam como


reações cutâneas tardias, que podem ser severas, mas não põem em risco a
vida do paciente. Muito raramente, são reatadas reações recorrentes de morte
e geralmente esses casos são mal documentados.

Uma abordagem razoável é a utilização de um diferente tipo de


contraste, lembrando que por várias vezes é impossível definir
especificamente a reação prévia ou qual foi o meio de contraste utilizado. Uma
história cuidadosa pode ser de auxílio. Se a reação do paciente ocorreu antes
d e1990, é quase certo que não foi utilizado no exame atual, pois os agentes
de contraste sua osmolaridade e viscosidade mais acentuada: um dímero não
iônico isotônico passou a ser disponível a parti de 1997, e poderia ser o
contraste substituto.
Independentemente de qualquer outro aspecto, os dois fatores cruciais
são: estar atento ao fato de ter ou não ocorrido reação prévia; e ter o
equipamento correto e estar capacitado a tratar qualquer reação alérgica que
possa ocorrer.

A utilização de um regime pré-tratamento, incluindo a administração de


corticosteroides com ou sem anti-histamínicos ou outras drogas, tem se
mostrado seguras. Sua eficiência tem sido comprovada, mas com a falha de
prevenir comprovadamente reações menores.

Estudos prospectivos de pré- tratamento são muito pequenos para


avaliar com confiabilidade se o pré- tratamento é fundamental. Vale lembrar
que prejudicar o paciente não vai. A administração de esteroides deve começar
cerca de 12 horas antes da injeção de contraste para prevenir até pequenas
reações, e o radiologista e os técnicos devem continuar preparados para tratar
uma reação.

Em resumo, a menos que o paciente tenha uma história claramente


documentada de várias reações anteriores ( e isto é muito raro) ou reação
grave (como edema de glote), não existe a necessidade de evitar a injeção de
meio de contraste em paciente que apresentou reação prévia. Pré- tratamento
com esteroides certamente não fará mal ao paciente, porém irá atrasar o
procedimento em pelo menos 12 horas. O uso de um agente de contraste ao
qual o paciente não foi exposto previamente também pode ajudar, mas o
elemento crucial é estar pronto e ser capaz de tratar uma reação com risco de
morte.

Uma história de asma também se acredita que seja um bom indicador de


risco aumentado.

Empiricamente, a presença de asma parece aumentar o risco de


broncoespasmo, não de outras reações. O risco (novamente empírico) parece
ser particularmente alto em pacientes com asma ativa. Felizmente, esses
pacientes estão geralmente familiarizados com o uso de inaladores agonistas e
sempre carregam um com eles. Apesar disso, esses inaladores deveriam estar
sempre disponíveis em locais em que o meio de contraste endovenoso é
utilizado.

No passado, muito acreditavam que a alergia a frutos do mar era um


indicador de risco aumentado de reações do meio de contraste,
presumidamente porque tanto os frutos do mar como os meios de contraste
contêm iodo. Esta relação definitivamente não existe. Iodeto orgânico
encontrados no fruto do mar é um elemento essencial, de maneira que as
pessoas não podem ser alérgicas a ele.
Para pacientes que apresentam níveis séricos de ureia e creatinina
antes da injeção do agente de contraste, os riscos de desenvolver nefropatia
induzida por meio de contraste é maior e, portanto precisam de avaliações
recentes de ureia e creatinina, mas o risco maior é daqueles pacientes que
apresentam comprometimento da função renal normal.

Se um paciente é sabidamente portador de disfunção renal, é importante


que se tenham mensurações recentes de ureia e creatinina séricas realizadas
dentro do mês anterior ao exame. Para todos os outros pacientes, é importante
saber se eles tem outros fatores de risco de problemas renais. Estes fatores
incluem diabetes mellitus, história de litíase urinária ou infecção urinária
recorrente; história de obstrução ao esvaziamento vesical, hipertrofia
prostática; história recente de um evento que possa causar lesão renal, como
cirurgia de grande porte, desidratação ou choque cardiogênico; uso de
medicamentos nefrotóxicos, como gentamicina, anti-inflamatórios não
esteroides em altas doses ou certas drogas quimioterápicas

Não é claro se o risco da diabetes mellitus é diferente para os tipos 1 e


2. O risco é mais provavelmente é mais uma função da duração da diabetes do
que o controle da taxa de glicemia. Em geral, o melhor é errar por excesso e
obter nível sérico de ureia (como indicador grosseiro de hidratação) e de
creatinina (indicando se há disfunção renal real).

A frequência com que serão adiados os exames contrastados em razão


de ausência de informações sobre a função renal depende da população de
pacientes, da abordagem usual dos médicos solicitantes e dos protocolos de
cada serviço de radiologia. Se os pacientes são bem avaliados e os médicos
solicitantes, devidamente orientados, a maior probabilidade é que exames
contrastados não sejam adiados ou cancelados.

Existe algumas drogas ou medicamentos que são contraindicados ao


uso após administração do meio de contraste no paciente, sugerindo a
suspensão por até 48 horas antes do exame, bem como drogas que devem ser
suspensas na véspera do exame radiodiagnóstico. Podemos citar o uso de
anti- hipoglicêmico, que apresenta um diferente desafio para o radiologista.

Dacriocistografia
O aparelho lacrimal inclui a glândula lacrimal, que secreta as lágrimas, o saco
lacrimal e os ductos lacrimais, por meio dos quais as lágrimas chegam até o
nariz. A Glândula lacrimal está localizada na região superior externa da órbita e
libera lágrimas que lavam os olhos, as quais são conduzidas para o saco
lacrimal através de pequenos canais chamados de punta lacrimal. O saco
lacrimal drena para o nariz, através do ducto nasolacrimal, desembocando na
concha nasal inferior.

Exame:

Após anestesiar o olho a ser examinado com duas gotas do colírio anestésico,
deve-se introduzir o cateter no orifício inferior da órbita( ducto lacrimal ) e
injetar de 3 a 5ml de contraste iodado diluído em água ( 60% contraste para
40% de água).

Neste momento, ou seja, ao injetar o contraste, realizam-se as


incidências:

1º- Crânio AP localizada;

2º- Crânio tangencial (15°) localizada;

3º- Face Waters (invertido), utilizada para o estudo da saco lacrimal;

4º- Perfil face – localizada.

Indicação clínica:

Obstrução do canal lacrimal.


Imagens de Dacriocistografia:

AP localizada

Crânio tangencial 15°


Waters invertido

Perfil face – localizada


Sialografia

As glândulas salivares
As glândulas salivares se dividem em:

 Parótidas: de cada lado da bochecha;


 Submandibulares: paralelas ao corpo mandibular;
 Sublingual: dispostas no assoalho da boca

As glândulas secretam salivas em seus respectivos ductos, chegando à boca.


A saliva contém uma enzima digestiva (ptialise), que lubrificam a mucosa da
boca. Quando surgem cálculos nos ductos salivares, estes podem obstruir e,
consequentemente, aumentar o volume das glândulas.

Indicações:

 Cálculos nos ductos;


 Ausência de secreção.

Objetivo:

Sialografia: É um exame radiológico dos canais excretores das glândulas


salivares com prévia repleção por uma substância contrastante. A glândula que
se presta a examinar é a parótida, sendo o contraste injetado no seu canal
excretor ( Canal de Stenon) por um especialista que usa uma agulha de ponta
romba. Para melhor visualização do orifício do canal, pede-se que o paciente,
antes do exame, esprema a metade de um limão dentro da boca (prova de
estímulo).
Preparo:

 Jejum absoluto de seis horas;


 O paciente deverá trazer um limão para utilização no exame;
 O paciente é orientado a não fumar nem mascar chicletes.

É utilizado um scalp fino (21 a 25), o qual deve possuir uma ponta romba, que
por sua vez deve ser introduzida no Canal de Stenon ( canal parotídeo). Feito
isso, injeta-se 3ml de contraste iodado diluído em água.

OBS: Quando o estudo é das glândulas submandibulares, introduzir o cateter


no Canal de Wharton.

Incidências:

São realizadas Incidências como as da mandíbula.

AP , Perfil e Oblíquas.

Imagens de Sialografia:

AP de Sialografia
Perfil de Sialografia

Oblíqua de Sialografia

Ductografia

É um exame radiológico que se utiliza da radiografia e um meio de


contraste iodado infundido no ducto com descarga papilar, obtendo-se imagens
chamadas ductografia ou galactografia, do interior dos ductos lácteos. A mama
é constituída principalmente das seguintes estruturas: gorduras, lóbulos
(produz o leite) e os condutos lácteos ( transportam o leite dos lóbulos ao
mamilo. Apesar da mamografia, o ultrassom e a ressonância magnética são
excelentes formas de avaliar as imagens mamárias, não visualizam o interior
dos condutos lácteos na mesma proporção da ductografia.
Indicações:

Descarga papilar serossanguinolenta.

Preparação:

Não utilizar talcos, desodorantes e perfumes nas mamas e nas regiões axilares
no dia do exame.

Equipamentos:

O equipamento de mamografia consiste de uma caixa regular que


contém ampola de Raio X que gera as radiações ionizantes. É um equipamento
dedicado ao estudo radiológico das mamas, com acessórios específicos que só
as mamas se expõem aos Raios X. Junto ao equipamento temos um
dispositivo que sustenta (bandeja ) e comprime ( compressor ) a mama e a
posiciona para obter as imagens em diferentes ângulos. Outro equipamento
necessário para este exame pode incluir pequenas sondas chamadas
dilatadores, um pequeno cateter com conector de plástico e uma agulha de
ponta romba que se insere no ostium do ducto com descarga papilar infundindo
uma pequena quantidade de meio de contraste iodado.

Imagem de ductografia
Realização:

Na ductografia se infunde uma pequena quantidade de meio de


contraste no conduto lácteo com descarga papilar e se realiza a mamografia
para se visualizar o ducto opacificado.

Princípios:

A realização deve ser realizado, analisado e interpretado por um médico


radiologista habilitado para tal procedimento.

Benefícios:

Através da realização desse exame podem-se encontrar tumores intraductais e


ajuda na melhor localização dos mesmos.

Riscos:

A dose da radiação efetiva de uma ductografia é ao redor de 0,7 mSV,


que corresponde a radiação do meio ambiente de 3 meses. É impossível
lesionar o ducto, durante a inserção do cateter ou ao infundir o meio de
contraste. A cura se faz por se só.

Limitações:

Se não tem secreção no momento do exame, o conduto não é


identificado, portanto não é possível realizar o exame. As vezes, os condutos
são bastantes estreitos e não podem ser dilatados. Portanto, se o meio de
contraste é infundido o conduto não é o correto, podendo se realizar
diagnóstico incorreto.

Artrografia / Pneumoartrografia

A Artrografia é o exame dos espaços articulares, feito com injeção de


contraste. Este exame pode ser realizado para todas as grandes e em muita
das pequenas articulações do sistema esquelético do corpo humano. Pode-se
injetar material radiopaco e ar ( frequentemente ambos- Pneumoartrografia), o
que é seguido de radiografia simples ou da TC.

Esta Técnica tem a vantagem de proporcionar realce de contraste e


permitir a amostragem do líquido do espaço articular. Contudo estes exames
são evasivos e só mostram a parte interna do espaço articular. A capacidade
de fornecer a imagem da medula óssea, dos tecidos moles, da cartilagem
articular, do menisco e do espaço articular fez com que a RM substituísse a
Artrografia na maioria dos exames:

 Do joelho;
 Do ombro;
 Do quadril;
 Da articulação temporomandibular.

A Artrografia simples também é frequentemente substituída pela RM


quando há necessidade de estudo, por imagens, de articulações menores. A
Artrografia ainda é usada no diagnóstico de lesões complexas, na identificação
de corpos livres intra-articulares e na lesão da cartilagem articular. O exame
requer conhecimento da estrutura anatômica da articulação normal e atenção
para as soluções de continuidade das margens, falhas de enchimento e
inibição da cartilagem anormal pelo contraste. O extravasamento de contraste
para cavidades articulares distintas no ombro e no punho permite o diagnóstico
da ruptura articular.

Imagens de Artrografias

Artrografia do joelho
Artrografia do ombro

Objetivo do exame:

A Pneumoartrografia do joelho é realizada para demonstrar e avaliar


patologias da articulação do joelho e estruturas de tecidos moles associados.

As estruturas que mais interessam incluir são:

 Cápsula articular;
 Os meniscos;
 Os ligamentos colaterais, cruzados, outros menores.

Estas estruturas são visualizadas pela introdução de um meio de contraste


na cápsula articular, com detalhes fluoroscópicos e imagens radiológicas de
rotina, utilizados para registrar uma imagem permanente.

Indicação Clínica para o Exame

A Pneumoartrografia do joelho é indicada quando há suspeita de ruptura:

 Da cápsula articular;
 Dos meniscos;
 Dos ligamentos colaterais.
Colangiopancreatografia Endoscópica Retrógrada
A Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER) permite ao
médico diagnosticar afecções no fígado, vesícula biliar, ductos biliares e
pâncreas. O fígado é um órgão que, entre outras coisas, faz um líquido
chamado bile que auxilia a digestão. A vesícula biliar é um órgão pequeno, em
forma de pera, que armazena a bile até que seja necessária para a digestão.
Os ductos biliares são canais que transportam a bile do fígado para a vesícula
biliar e intestino delgado. Estes ductos são chamados algumas vezes de árvore
biliar. O pâncreas é um órgão que produz substâncias químicas que ajudam a
digestão e hormônios como a insulina.
A CPER é utilizada primordialmente para diagnosticar e tratar condições
dos ductos biliares como cálculos de colédoco, estenoses inflamatórias
(cicatriciais), extravasamentos (por trauma ou cirurgia) e câncer. A CPER
combina o uso de raios X e um endoscópio, o qual é um tubo longo e flexível,
com iluminação e uma microcâmara na sua ponta. Através dele o médico pode
ver o estômago e o duodeno por dentro, encontrar a papila de Vater (saída no
intestino dos ductos biliar e pancreático), introduzir um cateter (sonda muito
fina) através dele e injetar contraste para opacificar a árvore biliar e o pâncreas
permitindo que sejam vistos aos raios X.
Para o procedimento, você deitará sobre o lado esquerdo numa mesa de
exame na sala de raios X. Será administrado um medicamento para adormecer
a sua garganta e um sedativo para auxiliar o seu relaxamento durante o
exame. O endoscópio será introduzido através da sua boca e o médico o
dirigirá através do esôfago, estômago e duodeno até atingir o ponto onde os
ductos da árvore biliar e do pâncreas se abrem no duodeno (papila de Vater).
Nesta ocasião, você será virado de barriga para baixo e o médico passará uma
pequena sonda de plástico (cateter) através do canal de trabalho do
endoscópio e o introduzirá, pelo orifício da papila, no ducto a ser estudado. Por
este cateter o médico injetará contraste nos ductos para eles aparecerem de
maneira clara aos raios X. Os raios X são tirados logo após o contraste ser
injetado. Se o exame evidenciar um cálculo ou estreitamento dos ductos, o
médico pode inserir acessórios pelo canal de trabalho do endoscópio para
remover o cálculo ou aliviar a obstrução. Também poderão ser retiradas
amostras de tecido (biópsias) para exame posterior.
As possíveis complicações das CPER são a pancreatite (inflamação do
pâncreas), infecção, hemorragia e perfuração do duodeno. Excetuando-se a
pancreatite, tais problemas não são comuns.
A CPER demora de 30 minutos a 2 horas. Você sentir algum desconforto
quando o médico injetar ar no seu duodeno e contraste nos ductos. Entretanto,
os analgésicos e sedativos farão com que você não sinta muito desconforto.
Após o procedimento, você ficará no hospital por 1 a duas horas até que
termine a ação do sedativo. O médico se certificará que você não tem sinais de
complicações antes de você ir embora. Se for executado algum tipo
procedimento terapêutico durante a CPER, tal como a remoção de um cálculo,
é aconselhado a observação hospitalar por 24 horas.
Imagens de Colangiopancreatografia Endoscópica Retrógrada
Preparo:
O seu estômago e duodeno precisam estar vazios para o procedimento ser
acurado e seguro. Você não deve beber nem comer nada após as 20 horas da
noite anterior ao procedimento, ou por 6 a 8 horas anteriores, dependendo do
horário do exame. O médico precisará saber se você tem algum tipo de alergia,
especialmente ao iodo, pois o contraste é iodado. Você também precisa
providenciar alguém para leva-lo para casa pois não será permitido que você
dirija automóvel, por causa dos sedativos. O médico poderá lhe fornecer outras
instruções especiais.

Mielografia
Objetivo:
A mielografia é o estudo radiológico da medula espinhal e de suas raízes
nervosas que utiliza um meio de contraste. A medula espinhal e as raízes
nervosas são delimitadas injetando um meio de contraste no espaço
subaracnóide. O formato e o contorno do meio de contraste são avaliados para
detectar possível patologia. Como a maioria das patologias ocorre nas regiões
lombar e cervical, é mais comum a realização de mielografia destas áreas.
Indicações:
A mielografia é realizada quando os sintomas do paciente indicam a
presença de uma lesão que pode estar presente dentro do canal medular ou
salientando-se para o interior do canal. Se isso acontecer o paciente terá
sintomas que podem incluir dor e dormência, frequentemente nos membros
superiores ou inferiores. As lesões mais comuns demonstradas incluem núcleo
pulposo herniado (NPH ), tumores cancerosos ou benignos, cistos e ( no caso
de traumatismo ) possíveis fragmentos ósseos. No caso de uma lesão, a
mielografia serve para identificar a extensão, o tamanho e o nível da patologia.
Outro aspecto importante nesse exame é a identificação de múltiplas lesões. O
achado patológico mais comum da mielografia é HNP( herniação do núcleo
pulposo do disco intervertebral ).
Contraindicações:
O exame é contraindicado quando há sangue no liquido cérebro-
espinhal ( LCE), aracnoidite ( inflamação da membrana aracnoide ), aumento
da pressão intracraniana, ou uma punção lombar recente ( realizada duas
semanas antes do exame atual ). A presença de sangue no LCE indica
provável irritação no canal medular que pode se agravar pelo meio de
contraste. É contraindicado no caso de aracnoidite porque o meio de contraste
pode aumentar a intensidade da inflamação. Em casos de elevação
intracraniana, a punção do espaço subaracnóide durante o posicionamento da
agulha pode causar graves complicações ao paciente quando a pressão iguala-
se entre as áreas do cérebro e da medula espinhal. Já a realização do exame
em um paciente submetido a uma punção lombar recente pode resultar no
extravasamento do meio de contraste para fora do espaço subaracnóide
através do orifício deixado pela punção anterior.
Imagens de mielografia

Preparo do paciente:
Geralmente em exames desse tipo os pacientes se mostram
apreensivos, em alguns casos é administrado, uma hora antes do inicio do
exame, um sedativo/relaxante muscular injetável, com indicação do radiologista
que irá realizar o procedimento. Antes do exame, todo o procedimento e
possíveis complicações devem ser explicados ao paciente pelo médico, e o
paciente deve assinar um consentimento informado.
Equipamento principal:
É necessária uma sala de radiologia/Fluoroscopia com mesa basculante
a 90º/15º, apoio para os pés e suporte para os ombros ou apoio para as mãos.
Pois o exame pode exigir inclinação do paciente em Trendelenburg e a
realização das radiografias é feita com o paciente em semi-ortostática.
Punção:
A introdução do meio de contraste para mielografia é realizada através
de uma punção do espaço subaracnóide. Geralmente há duas localizações
para o local da punção; as áreas lombar (L 3-4) e cervical (C 1-2 ). Sendo que
a área lombar é considerada a mais segura, mais fácil e a mais comumente
usada para o procedimento. A punção cervical é indicada se a área lombar for
contraindicada, ou se a patologia indicar um bloqueio completo do canal
vertebral acima da área lombar que obstrua o fluxo do meio de contraste para a
região medular superior. Após a seleção do local de punção, o radiologista
pode submeter o paciente à Fluoroscopia a fim de facilitar o posicionamento da
agulha. O posicionamento para a punção lombar pode ser com o paciente
sentado em ortostática ou em uma posição lateral esquerda com a coluna
vertebral fletida.
A flexão da coluna vertebral alarga o espaço Inter espinhoso, o que
facilita a introdução da agulha de punção. O mesmo valendo para a posição em
ortostática, onde o paciente deve fletir a coluna. O local da punção deve ser
limpo com o uso de solução antisséptica, sendo então seca com gaze estéril e
coberta com um campo fenestrado (um campo com abertura central). O
anestésico local é administrado utilizando-se uma seringa de 5cc com agulha
de 22g ou 25g. Com a área anestesiada, a agulha de punção lombar é
introduzida através da pele e dos tecidos subjacentes até o espaço
subaracnóide.
A localização da agulha no espaço subaracnóide é verificada por um
fluxo contínuo de líquido cerebrospinal (LCE) que geralmente flui através da
agulha. Uma amostra de LCE é colhida e enviada ao laboratório para análise. A
quantidade colhida é ditada pela necessidade dos testes laboratoriais
solicitados. Após colher o LCE, a agulha de punção é deixada no lugar para a
injeção do meio de contraste, que é injetado no espaço subaracnóide,
utilizando-se uma seringa de 20cc. Ao término da injeção, a agulha é removida,
aplica-se um curativo no local. Após esses procedimentos são iniciadas a
seriografia fluoroscópica e as radiografias convencionais na mesa.
Meio de contraste:
O melhor tipo meio de contraste para mielografia é aquele que se
mistura bem com o líquido cerebrospinal, facilmente absorvido, atóxico, inerte
(não reativo), e tem boa radiopacidade. Nenhum tipo de meio de contraste
atende a todos os critérios citados anteriormente. No passado, foram usados ar
ou gás (radiotransparente) e meio iodado oleoso (radiopaco). Atualmente são
usados meios iodados hidrossolúveis iônicos ou aniônicos. Os meios de
contraste hidrossolúveis proporcionam excelente visualização das raízes da
calda equina; são facilmente absorvidos pelo sistema vascular; e são
excretados pelos rins. A absorção começa aproximadamente 30 minutos após
a injeção com boa radiopacidade até cerca de 1 hora depois da injeção. Após 4
à 5 horas, o meio de contraste apresentará um efeito radiológico turvo, e é
radiologicamente indetectável após 24 horas.
Rotinas de posicionamento:
Durante a Fluoroscopia, a mesa (e o paciente) é inclinada para a
posição de Trendelenburg. Isso facilita o fluxo do meio de contraste para a área
a ser examinada. Sob controle fluoroscópico, após o meio de contraste ter
atingido a área desejada, inicia-se a documentação radiográfica.
São realizadas em AP; PA; Perfil; e Oblíquas. Usamos para documentação
filmes 24x30cm.
Referências:

LEAL, R. et al; Posicionamentos em exames contrastados; São Paulo:


Ed. Escolar, 2006.

BONTRAGER, Kenneth L., Tratado de técnicas radiológicas e Base


anatômica; 3ª edição; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

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