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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA

A ORA PARTA AGRAVANTE, já devidamente qualificada


nos autos em epígrafe, por seu advogado e procurador infra-firmado, em
Razão do Agravo de Instrumento interposto às fls., interpor AGRAVO
INTERNO com pedido de reconsideração da decisão que não
conheceu o Recurso de Apelação, ao EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DE SANTA CATARINA, conforme razões inclusas. Corridos
os trâmites legais, requer seja apreciado o presente Agravo, nos moldes
do artigo 1.021 do Código de Processo Civil/2015, reformando-se
inteiramente a r. decisão.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Florianópolis/SC, segunda-feira, 31 de maio de 2021.


A COLENDA CÂMARA

E. DESEMBARGADORES

Interpôs o Recurso de Apelação, contra sentença que


extinguiu a Ação Revisional prematuramente sem que a parte Apelante
fosse intimada para juntar nos autos contrato(s) revisando(s) ou
demonstrar a impossibilidade de fazê-lo; discriminar as cláusulas
contratuais que alega serem abusivas e juntar memorial de cálculo, bem
como revogou a justiça gratuita deferida.
A parte Agravante interpôs recurso de Apelante, o qual foi
parcialmente provido apenas para cassar a sentença na parte da
revogação da justiça gratuita, vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO
BANCÁRIO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E DANOS MORAIS.
SENTENÇA DE INDEFERIMENTO DA INICIAL. RECURSO DA
PARTE AUTORA.
PRELIMINARES EM CONTRARRAZÕES. DESERÇÃO.
INSUBSISTÊNCIA. RECURSO QUE TAMBÉM VERSA SOBRE A
REVOGAÇÃO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. PREPARO
DISPENSADO. OFENSA À DIALETICIDADE. NÃO
OCORRÊNCIA.
REVOGAÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA. DOCUMENTOS
ACOSTADOS À INICIAL SUFICIENTE PARA COMPROVAR A
HIPOSSUFICIÊNCIA ALEGADA. REVOGAÇÃO DE OFÍCIO
PELO JUÍZO QUE DEPENDE DE MODIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO
DE MISERABILIDADE ECONÔMICA. ALTERAÇÃO NÃO
DEMONSTRADA. MANUTENÇÃO DA BENESSE QUE SE IMPÕE.
NULIDADE DA SENTENÇA POR AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO
PESSOAL (ART. 485, § 1º, CPC) E DE REQUERIMENTO DO
RÉU (SÚMULA 240 DO STJ). REJEIÇÃO. EXTINÇÃO DO FEITO
POR INDEFERIMENTO DA INICIAL, E NÃO POR ABANDONO
DA CAUSA, SITUAÇÃO QUE DISPENSA A INTIMAÇÃO
PESSOAL OU DE REQUERIMENTO DO RÉU.
EMENDA À EXORDIAL NÃO CUMPRIDA. ÔNUS DA AUTORA
DE APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS OU
COMPROVAR A NEGATIVA DO BANCO RÉU EM FORNECÊ-
LOS, ALÉM DE INDICAR PRECISAMENTE AS CLÁUSULAS QUE
PRETENDE CONTROVERTER (ART. 330, § 2º, DO CPC).
SENTENÇA MANTIDA.
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. POSSIBILIDADE DE
FIXAÇÃO ANTE A CONSTITUIÇÃO DE ADVOGADO PELO
BANCO E APRESENTAÇÃO DE CONTRARRAZÕES.
HONORÁRIOS RECURSAIS. NÃO CABIMENTO.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
No entanto, o ora Agravante, entende data vênia, a Ilustre
Relatora, em que pesem suas r. argumentações, laborou em gritante
equívoco ao assim despachar, devendo a decisão garreada ser reformada
por este Ínclito Colegiado, consoante as razões abaixo esposadas e o
uníssono entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.
Sendo assim Excelências, a decisão agravada deve
reconsiderada in totum, eis que se mantida for, acarretará danos
irreversíveis ao Agravante.

PRELIMINARMENTE

A parte Agravante protesta pela necessária reparação do


direito, com a anulação total da r. sentença proferida no MM. Juízo
Monocrático a quo, conforme os fundamentos adiante aduzidos,
objetivando assim, elaborar justiça, segundo as razões sobre as quais
não se fundou a decisão de primeiro grau jurisdicional.
O MM. Juiz a quo proferiu a r. sentença ora recorrida, sob o
fundamento de que, apesar de instada a manifestar-se nos autos para
emendar a petição inicial juntando os documentos solicitados, a ora parte
Apelante quedou-se inerte, o que denotaria o seu desinteresse.
Entendendo Sua Excelência pelo cabimento da análise da
matéria suscitada no Recurso Especial, esta deverá ser levada a
julgamento da Turma, de forma colegiada, para não causar ao
agravante grande prejuízo.
Por todas as razões expendidas, padece de insanável
nulidade a decisão proferida em juízo monocrático.

CONHECIMENTO E PROVIMENTO
Outrossim, acaso não suceda a reconsideração, REQUER
seja colocado em mesa o presente agravo/pedido de reconsideração,
dando pela sua ADMISSÃO E CONHECIMENTO, ao fim de que seja dado
PROVIMENTO ao Agravo interno, cassando a sentença quanto a extinção
por falta de emenda a inicial.

DAS RAZÕES DA REFORMA

Em primeiro lugar a Agravante tem plena ciência que o


Agravo Interno, agora previsto no Novo Código de Processo Civil, não se
presta à discussão do mérito da decisão da Comarca de Criciúma, mas sim
a decisão que não deu o total provimento ao recurso de apelação.
Data máxima vênia, entendemos que este entendimento
não traduz a melhor interpretação do Direito ao caso concreto.
É necessário esclarecer que a parte Agravante não se
manteve inerte, uma vez que juntou petição nos autos justificando a
impossibilidade de juntar os documentos as fls. 102/104 e sequer foram
analisados.
Demais, a parte Apelante foi intimada para emenda a inicial
juntando contrato(s) revisando(s) ou demonstrar a impossibilidade de
fazê-lo; discriminar as cláusulas contratuais que alega serem abusivas e
juntar memorial de cálculo que demonstre, com clareza e de forma
metódica, o valor que alega ser devido.
Referente aos contratos, é dever o Banco o
fornecimento,por conseguinte, o de exibir a documentação que a contenha
é obrigação decorrente de lei, de integração contratual compulsória. Não
pode ser objeto de recusa nem de condicionantes, face ao princípio da
boa-fé objetiva. - Se pode o cliente a qualquer tempo requerer da
instituição financeira prestação de contas, pode postular a exibição dos
extratos de suas contas correntes, bem como as contas gráficas dos
empréstimos efetuados, sem ter que adiantar para tanto os custos dessa
operação.\" (STJ. REsp n.º 330261/SC, 3ª Turma, Min. Nancy Andrighi, DJ
de 08.04.2002, p. 00212).
É irretorquível, pois, que a parte Apelante tem direito de
conhecer documentos que são de seu interesse e que encontram em
poder da Apelada.
É de se observar, no momento, que a apresentação de tais
documentos não acarretaria nenhum prejuízo fatual sobre o Banco
Apelado, de certo que, a não exibição dos mesmos, por outro lado,
molesta a Apelante, que passa a ver seu direito prescrever no tempo.
Sendo assim, quem deveria juntar demais documentos seria
o Agravado no curso do processo e não a parte Agravante, uma vez que
toda a documentação que tinha disponível foi juntada com a inicial.
Ademais,tais documentos solicitados não seriam
analisados pelo juiz antes mesmo do Banco/Agravado apresentar defesa,
no entanto foram cobrados documentos e cálculos sem antes mesmo
haver intimação da parte Ré, o que levou a extinção do processo
prematuramente.
Deveria no caso ter sido aplicada a inversão do ônus da
prova, para que o Banco/Agravado junte os extratos, contratos e demais
documentos que se acharem necessários, vez que este é detentor dos
bancos de dados o qual o documento está arquivado.
Além disso, como o não cumprimento da imposição não
poderia defluir como consequência de extinção do processo, por perda de
interesse processual no curso da demanda, deveria o togado
monocrático, data vênia, verificar, de forma objetiva, se ORA PARTE
AGRAVANTE foi devidamente intimada pessoalmente da diligência, o que
nunca aconteceu.
Tais acontecimentos só fizeram atrapalhar o andamento do
processo e confundir a parte Agravante, levando ao injusto não
conhecimento do recurso. A parte Agravante não pode ser
prejudicada por isso.
Destarte, sendo cristalina a similitude entre as hipóteses
contrastadas, ocorrendo, entretanto, diversidade de soluções que
caracterizam a divergência jurisprudencial, e, autorizam o processamento
de recursos de para as instâncias superiores, nos termos do dispositivo
constitucional indicado.
PERMISSA VENIA, o Acórdão atacado violou lei federal,
qual art. 4º, § 1º, da Lei 1.060/50, sendo lacônico a decisão que
determinou pagamento de preparo do recurso sem antes revogar da
justiça gratuita deferida pelo Juiz de Primeiro Grau. Ademais, limitou-se a
declarar o prequestionamento da decisão, atentando destarte o mesmo
as normas legais referidas como já decidiram o Colendo STJ e o Excelso
STF.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
Nestes termos, a decisão ora agravada, deve ser
reconsiderada para dar prosseguimento ao julgamento do recurso de
apelação.

CONHECIMENTO E PROVIMENTO

Outrossim, acaso não suceda a reconsideração, REQUER


seja colocado em mesa o presente agravo interno/pedido de
reconsideração, dando pela sua ADMISSÃO E CONHECIMENTO, ao fim de
ser DADO PROVIMENTO e reforma a r. decisão agravada, cassando a
decisão que não deu provimento ao recurso de apelação quanto a extinção
do processo por falta de emenda a inicial e juntada de documentos.

DOS PEDIDOS

Posto isso, o presente Agravo Interno merece ser conhecido


e provido, principalmente quando foram comprovados os pressupostos de
sua admissibilidade, onde se pede que:
(i) recebimento do presente agravo nos seus efeitos ativo e
suspensivo;
(ii) a revisão da decisão agravada, para que seja julgado o
Recurso de Apelação totalmente procedente.
Nestes termos,
Pede deferimento.

Florianópolis/SC, segunda-feira, 31 de maio de 2021.

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