Você está na página 1de 5

A República Velha (1889-1930)

A) A República da Espada (1889-94)

Governo Deodoro da Fonseca


No brasil houve dois presidentes militares e eles governaram entre 1889 e
1894 e esse período ficou conhecido como Republica da espada. O
primeiro presidente foi marechal Deodoro da Fonseca, ele queria
entender o credito e incentivar a industrialização do país, Rui Barbosa
apoio-o e autorizou quatro bancos a circulação de dinheiro para conceder
empréstimos aqueles que desejassem abrir uma empresa. Porem não teve
sucesso, muitas pessoas roubaram, criando empresas que só existiam no
papel, criaram ações falsas, e passando de mão em mão, essas ações
subiram de preço e enriqueceram os que faziam a especulação, tirando
assim dinheiro de pessoas que investiram para isso desse certo, quando os
investidores percebiam que tinham investido em empresas-fantasmas,
tentavam vender mas acabavam descobrindo que o papel que tinham não
valia nada.
Os preços das ações caíram e os investidores perderam seu dinheiro e
muitas firmas faliram.
Com o aumento do dinheiro em circulação sem um crescimento das
produções de mercadorias provocou um grande aumento de preço!
a crise foi apelidada de encilhamento.

A primeira Constituição da República


A primeira Constituição republicana foi aprovada por uma Assembleia
Constituinte, em 24
de fevereiro de 1891 suas principais características eram:
o Federalismo segundo o qual os estados tiveram
grande autonomia; cada estado podia contrair empréstimos no exterior,
ter forças militares
próprias, criar e cobrar impostos, eleger o governador, fazer leis etc.
O Brasil passou a ser uma República federativa presidencialista com três
poderes: Executivo – liderado pelo presidente da República, por um
período de quatro anos;
Legislativo – exercido pelo Congresso Nacional, formado pela Câmara dos Deputados e pelo

Senado; e Judiciário – exercido por juízes nomeados pelo presidente da República, tinha como

órgão máximo o Supremo Tribunal Federal.

A Igreja Católica foi separada do Estado e os brasileiros passaram a ter liberdade de

culto.Alem disso, Foi criado um registro civil para nascimento, casamento e óbito.

Voto universal masculino, só os homens maiores de 21 anos, brasileiros e

alfabetizados, tinham direito ao voto. Já os soldados e religiosos do clero regular, como


monges e

frades, mesmo brasileiros e maiores de 21 anos, não podiam votar.

No Brasil, a primeira eleição para presidente foi indireta . Eleito, Deodoro da Fonseca teve

de enfrentar dificuldades: muitos parlamentares o responsabilizavam pelo “encilhamento”.

Esses parlamentares aprovaram um projeto que limitava seu poder como presidente da
República.

Deodoro reagiu de modo autoritário mandando fechar o Congresso.

Diante disso, os militares da Marinha ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro, caso

Deodoro não renunciasse; esse episódio é conhecido como Primeira Revolta da Armada.

então Deodoro da Fonseca renunciou e a presidência foi ocupada por seu vice, Floriano.

Governo Floriano Peixoto

Floriano Peixoto reabriu o Congresso e formou seu ministério com alguns representantes

dos cafeicultores paulistas.ele reduziu os aluguéis e tabelou o preço de alguns

alimentos, como carne, feijão, pão e batata. E com isso Floriano Peixoto ficou popular!

Mas seus adversários, entre os quais estavam vários generais do Exército, fizeram uma

campanha exigindo que ele renunciasse . então ele aposentou os generais. Os militares da
Marinha, também se levantaram contra seu governo e, chegaram a

bombardear o Rio de Janeiro com tiros de canhão, para exigir a renúncia do presidente; o
episódio ficou conhecido como Segunda Revolta da Armada (1893).

Mas o floriano peixoto conseguiu dinheiro com os cafeicultores paulistas, comprou

navios e com o apoio dos soldados do Exército ele conseguiu vencer!

E Para defender o presidente, conhecido então como “Marechal de Ferro”,

formaram-se batalhões populares; era o florianismo contagiando o povo.

No final do seu governo, Floriano passou o poder para Prudente de

Morais, líder republicano paulista e expressão dos valores oligárquicos. A “República da


Espada”

se transformava no “Condomínio de Fazendeiros”.

Características políticas da Primeira República

Oligarquias no poder

Durante o Império, o governo central impunha seu poder às províncias, nomeando quem

iria governá-las. Com o estabelecimento da República, porém, a situação mudou: as famílias


mais

poderosas de cada estado, isto é, as oligarquias 4 estaduais, passaram a ter um enorme poder

político. Vejamos como isso se deu.

O coronelismo

Para conquistar e manter o poder, os políticos saídos das famílias mais poderosas de cada

estado induziam os eleitores a votar nos candidatos por eles indicados. Muitos desses políticos

eram grandes fazendeiros e coronéis da Guarda Nacional 5 ; daí serem chamados de


“coronéis”.

Quase sempre, o coronel conseguia o voto do eleitor por meio da troca de favores: ele

oferecia “favores”, como sacolas de alimentos, remédios, proteção, dinheiro emprestado ou

emprego. Em troca desses “favores”, exigia que votassem nos candidatos indicados por ele.
Esse

voto controlado pelo coronel é chamado de voto de cabresto. Na época, a fraude eleitoral era

generalizada: falsificação de resultados, roubo de urnas, inclusão dos votos de crianças, de

defuntos, de pessoas inexistentes eram práticas comuns nas eleições. Era assim que os

poderosos de cada localidade ou estado se perpetuavam no poder.

Os coronéis mais poderosos de cada região faziam alianças entre si e elegiam o


presidente de estado (cargo equivalente hoje ao de governador). Este, por sua vez, retribuía o

“favor”, enviando verbas para a construção de escolas, praças, igrejas etc., nas cidades

controladas por aqueles coronéis.

A política dos governadores

4 Oligarquia: palavra de origem grega que significa governo exercido por poucos indivíduos ou

famílias poderosas.

5 Guarda Nacional: milícia composta de cidadãos armados e fardados não pertencentes ao

Exército. Foi criada em 1831 pelo regente Feijó para manter a ordem nas províncias.

Usando as mesmas práticas (troca de favores e corrupção eleitoral), as oligarquias

estaduais ajudavam a eleger deputados e senadores favoráveis ao presidente da República.

Este, por sua vez, retribuía o “favor” liberando verbas, benefícios e dando apoio político a elas.

Esse esquema político que ligava os governos estaduais ao presidente da República foi

concebido pelo presidente Campos Sales (1898-1902) e recebeu o nome de política dos

governadores.

Assim, por meio de alianças e trocas de favores que uniam municípios, estados e governo

federal, as oligarquias mantiveram-se no poder durante a maior parte da Primeira República.

Observe o esquema.

Café com leite ou café com política?

Durante muito tempo se acreditou que a aliança entre São Paulo (café) e Minas Gerais

(grande produtor de leite), os estados mais ricos e mais populosos na época, teria permitido às

oligarquias desses dois estados o controle exclusivo do poder na Primeira República. Estudos

recentes mostram, no entanto, que não foi bem assim. Veja o que a historiadora Cláudia
Viscardi

diz sobre o assunto.

"a famosa aliança entre Minas Gerais e São Paulo, chamada de política do “café com

leite”, não controlou de forma exclusiva o regime republicano.

Havia outros quatros estados, pelo menos, com acentuada importância no cenário político:

Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Os seis, para garantirem sua
hegemonia, possuíam uma forte economia e (ou) uma elite política [...] bem representada no

Parlamento 6 . E, juntos ou separados, participaram ativamente de todas as sucessões

presidenciais ocorridas no período. [...]

O poder de Minas Gerais nesse período é explicado não pela força econômica do gado de

leite, mas pela sua projeção política garantida pela bancada de 37 deputados, a maior do país.

6 Parlamento: Congresso Nacional, isto é, Câmara dos deputados federais e Senado.

Você também pode gostar