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ESCOLA ESTADUAL DOUTOR GARCIA DE LIMA

TRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESA

BRUNA VITÓRIA SOARES - 1° ANO 6

CLASSICISMO

PROFESSOR: RUBENS FERNANDO

SÃO JOÃO DEL REI - MG


2021
SUMÁRIO

1.Introdução .............................................................................. 3
2.O que foi o classicismo e contexto histórico ......................... 4
3.Principais autores e obras do classicismo............................... 6,7
4.Influências voltadas para a valorização do homem ............... 8
5.Principais características do classicismo................................ 8
6.Classicismo em Portugal........................................................ 8
7. Biografia de Luís de camões e sua história........................... 9,10
8. Os lusíadas............................................................................ 11,12
INTRODUÇÃO

Hoje abordaremos o classicismo, vamos descobrir o que foi e como


começou e seu contexto histórico, os principais autores e obras, as
influências que tiveram, suas características e vamos embarcar num
conhecimento sobre a vida de Luís Camões, que é um símbolo muito
forte do Classicismo europeu.
Além disso vamos conhecer sua obra mais famosa Os Lusíadas,
uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os
feitos marítimos e guerreiros de Portugal.

O QUE FOI O CLASSICISMO?


O Classicismo foi um movimento artístico cultural que ocorreu durante o
período do Renascimento, ou seja, a partir do século XV. Nesse período, houve a
valorização e o resgate de elementos da cultura clássica (greco-romana).
Nas artes plásticas, teatro e literatura, o classicismo ocorreu no período do
Renascimento Cultural, ou seja, entre os séculos XIV e XVI. Já na música, ele
apareceu na metade do século XVIII e ficou conhecido como Neoclassicismo.

CONTEXTO HISTÓRICO

O período da Idade Média durou cerca de 10 séculos na Europa (século V –


século XV).Durante esse longo período de tempo, o desenvolvimento
científico e cultural dependia do aval ou do aceite da Igreja Católica, que exercia
influência política e socioeconômica em toda a Europa.
Enquanto a riqueza na Idade Média estava relacionada à posse da terra e à
tradição, as trocas comerciais que se estabeleceram com o mercantilismo tornaram
o dinheiro a grande fonte de poder. O intercâmbio com civilizações da Ásia e da
África, sobretudo com povos de origem árabe, abriu para os europeus novos
horizontes, como o desenvolvimento da matemática e os instrumentos de
navegação, como o astrolábio. 
Os espaços geográficos abriam-se, com a descoberta de novas rotas pelo
mar, levando até a chegada aos territórios do grande continente americano: eram
as Grandes Navegações.

Escultura romana de
Menelau, trazendo a proporção e o ideal de beleza grego.

Tudo isso foi possível graças ao Renascimento, movimento científico e cultural


que tomou conta da Europa no século XV. Esquivando-se da censura ideológica da
Igreja, pensadores e cientistas elaboraram novas teorias e invenções: Nicolau
Copérnico propõe o modelo heliocêntrico do Universo, Galileu Galilei descobre as
leis que regem a queda dos corpos, Johann Gutemberg inventa os tipos móveis
para imprimir os livros, tarefa antes delegada aos monges copistas.
O horizonte cultural do Renascimento era a Antiguidade Clássica. A Grécia
Antiga é considerada o berço do pensamento ocidental (tendo influenciado
diretamente a cultura dos romanos), por isso o retorno às formas clássicas foi o
propósito estético dos renascentistas. O Classicismo tem sua gênese na Itália, ao
final do século XIII, com o surgimento do pensamento humanista.
Na idade Média, período que durou dez séculos (V ao XV), o principal atributo
da sociedade era a religião.
Esse momento esteve marcado pelo teocentrismo, cujo lema eram os dogmas
e preceitos da Igreja Católica, que cada vez mais adquiria fiéis.
Assim, pessoas que estivessem contra ou questionassem esses dogmas, eram
excomungados, além de sofrer alijamento da sociedade, ou em último caso, a
morte.
Muitos estudiosos foram capazes de propor novas formas de análise do mundo
e da vida, que estivessem além do divino. Ou seja, apresentavam questões
baseadas na racionalidade humana e no antropocentrismo (homem no centro do
mundo).

Esse momento esteve marcado por grandes transformações e descobertas


históricas:

 as Grandes Navegações;
 a Reforma Protestante (que levou a uma crise religiosa) encabeçada por
Martinho Lutero;
 a invenção da Imprensa pelo alemão Gutenberg;
 o fim do sistema feudal (início do capitalismo);
 o cientificismo de Copérnico e Galileu.

Foi nesse contexto que as pessoas buscavam novas expressões artísticas


pautadas no equilíbrio clássico.
Assim, surgiu o renascimento cultural, período de grandes transformações
artísticas, culturais, políticas e que espalhou-se por todo o continente europeu.

PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS DO CLASSICISMO


Luís Vaz de Camões (1524-1580)

Foi um poeta português, considerado por muitos uma das maiores figuras da
literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental. A sua literatura
envolvia poesias tanto líricas quanto épicas, além de peças teatrais. Foi
responsável por obras muito conhecidas, tais como: “Os Lusíadas”, que é
considerada uma obra-prima.

Essa obra é uma poesia épica, concluída em 1556, mas publicada em 1572 no


período literário do Classicismo. Possui dez cantos, 1.102 estrofes e 8.816 versos
que são oitavas de decassílabas, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC,
oitava rima camoniana.

A obra conta a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da


Gama, que vai descrevendo outros acontecimentos da história de Portugal,
glorificando o povo português.

“As armas e os barões assinalados A

Que, da ocidental praia lusitana, B

Por mares nunca de antes navegados A

Passaram ainda além da Taprobana, B

Em perigos e guerras esforçados, A

Mais do que prometia a força humana, B

E entre gente remota edificaram C

Novo reino, que tanto sublimaram. C”

— “Os Lusíadas”, Canto I, estrofe 1

Sá de Miranda (1481-1558)

Foi um poeta português, introdutor do soneto e do Dolce Stil Nuovo na nossa


língua, considerado o escritor mais lido depois de Camões.

Em suas obras, denuncia os vícios da sociedade, principalmente da Corte, o


abandono dos campos e a preocupação exagerada do luxo. Além de propor a vida
sadia em contato com a natureza, a simplicidade e a felicidade dos lavradores.

A linguagem utilizada em suas obras é sóbria, densa, forte, elíptica,


trabalhada, hermética, difícil de entender e por vezes dura.
Foi responsável por diversas poesias, por escrever a obra “Cleópatra”, as
comédias “Estrangeiros e Vilhalpandos”, e por algumas “Cartas” em verso, sendo
algumas dirigidas ao rei D. João III, de quem o autor era amigo.

Bernardim Riveiro (1482-1552)

Foi um escritor e poeta português renascentista. Sua principal obra é a novela


“Saudades”, mais conhecida como “Menina e Moça”.

“Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe. Que
causa fosse então a daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora
não lhe ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi.
Vivi ali tanto tempo quanto foi necessário para não poder viver em outra parte.
Muito contente fui em aquela terra, mas, coitada de mim, que em breve espaço se
mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava.
Grande desaventura foi a que me fez ser triste ou, per aventura, a que me fez ser
leda. Depois que eu vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa
maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal
que tinha”.

Início de “Menina e Moça”

Antônio Ferreira (1528-1569)

Foi um escritor e humanista português. Ele foi considerado um dos maiores


poetas do classicismo renascentista português, conhecido como “o Horácio
português”.

Destacou-se na elegia, na epístola, nas odes e no teatro. A sua principal obra


é a tragédia “A Castro” ou “Tragédia de Inês de Castro”, uma inspiração clássica
feita em cinco atos.

Tem como tema os amores do príncipe Dom Pedro de Portugal pela nobre
Inês de Castro, e o assassinato dessa moça em 1355.

INFLUÊNCIAS VOLTADAS PRA VALORIZAÇÃO DO HOMEM


As características do Classicismo estão ligadas às formas usadas no
período clássico da Grécia Antiga e da Roma Antiga
Entre os estilos mais usados no Classicismo estão a busca pelo equilíbrio,
pureza e rigor da forma, juntamente com a perfeição e o senso de proporção.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO CLASSICISMO

O classicismo, em relação à temática de suas obras, teve como características


principais a idealização amorosa, o que se dava a partir do cultivo do
neoplatonismo; o predomínio da razão, como uma inspiração humanista advinda
da crença na ciência; o cultivo do paganismo, influência da cultura greco-
romana; a valorização do antropocentrismo, conceito em que o homem é visto
como o centro do universo, o que se contrapunha à crença teocêntrica que vigorou
na Idade Média; o desenvolvimento de uma perspectiva universalista acerca da
realidade; a busca pela clareza e pelo equilíbrio de ideias; e o gosto pelo
nacionalismo em um contexto de intensas investidas comerciais a outros territórios
a partir das navegações.
Quanto aos aspectos formais, o classicismo teve forte apreço pelo soneto,
cultivando-o e difundindo-o como modelo de poema a ser escrito. Além do soneto,
os poetas filiados ao classicismo valorizavam a imitação das formas
clássicas, visando ao equilíbrio formal, além do emprego da medida nova, como
um contraponto à medida velha cultivada na Idade Média.

Classicismo em Portugal

O classicismo em Portugal, assim como o desenvolvido em outros países da


Europa, valorizou temáticas neoplatônicas, vinculadas à concepção de amor
teorizada por Platão na Grécia Antiga, segundo a qual o amor se concretizaria
somente no plano das ideias, e não a partir da matéria carnal. Porém, em razão do
forte contexto de navegações e de expansões territoriais vivido por Portugal no
período do classicismo, esse movimento artístico no país valorizou, sobretudo,
o aspecto nacionalista, já que os grandes feitos nacionais, como as conquistas
do povo português, foram exaltados na poesia épica de Luís Vaz de Camões.
Luís Vaz de Camões (1525-1580)

Camões é um símbolo muito forte do Classicismo


europeu.

Biografia de Luís de Camões

Luís de Camões (1524-1580) foi um poeta português. Autor do poema Os


Lusíadas, uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os
feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo
Português.

Nascimento e Juventude
Luís Vaz de Camões nasceu em Lisboa, Portugal, por volta de 1524. Era filho
de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, aparentada com a casa de
Vimioso, da alta nobreza portuguesa, e sobrinho de D. Bento de Camões, cônego
da Igreja de Santa Cruz de Coimbra.
Em 1527, durante uma epidemia de Peste, em Lisboa, D. João III e a corte
transferiram-se para Coimbra, e Simão, a mulher e o filho, com apenas três anos,
acompanharam o rei.
Luís de Camões viveu sua infância na época das grandes descobertas
marítimas e também no início do Classicismo em Portugal. Foi aluno do colégio do
convento de Santa Maria. Tornando-se um profundo conhecedor de história,
geografia e literatura.
Em 1537, D. João III transferiu a Universidade de Lisboa para Coimbra.
Camões iniciou o curso de Teologia, mas levava uma vida irrequieta, desordeira,
além da fama de conquistador, mostrando pouca vocação para a Igreja.
O Poeta e o Soldado
Em 1544, com 20 anos, deixou as aulas de teologia e ingressou no curso de
filosofia. Já era conhecido como poeta. Nessa época, compôs uma elegia à Paixão
de Cristo, que ofereceu a seu tio. Seus versos revelam que ele estudou os
clássicos da Antiguidade e os humanistas italianos.
Em 1544, com 20 anos, encontra-se com D. Catarina de Ataíde, dama da
rainha D. Catarina da Áustria, esposa de D. João III e, desse encontro nasce uma
ardente paixão, mais tarde imortalizada pelo poeta, que se referia à dama do paço,
com o anagrama “Natércia”.
Nessa época, a intelectualidade nacional era incentivada, sobressaindo-se
escritores, pensadores e poetas, como Sá de Miranda e o próprio Camões.
Em um sarau, seguido de um torneio poético, o espanhol Juan Ramon,
sobrinho de um professor da Universidade, sentiu-se ofendido por causa dos versos
de Camões.
Seguiu-se um duelo e o espanhol saiu ferido, o que terminou na prisão do
poeta, sob o protesto dos estudantes. No final de muitas discussões, Camões é
perdoado, com a condição de ser desterrado durante um ano em Lisboa.
Na capital, os versos do poeta eram apreciados pelas damas da corte. Era
perseguido por outros poetas, sendo vítima de muitas intrigas para desprestigiá-lo e
afastá-lo da corte. Para fugir das perseguições, em 1547, Camões resolve
embarcar, como soldado, para a África. Serviu dois anos em Ceuta. Combateu
contra os mouros e durante uma briga perdeu o olho direito.
Em 1549, Luís de Camões retorna para Lisboa e entrega-se a uma vida
desregrada. Em 1553, envolve-se em novo incidente, ferindo um empregado do
paço. Foi preso e permaneceu um ano encarcerado.
Nessa época, inspirado nas conquistas ultramarinas, nas viagens por mares
desconhecidos, na descoberta de novas terras e no encontro com costumes
diferentes, escreve o primeiro canto de sua imortal poesia épica, Os Lusíadas.
Posto em Liberdade, em 1554, Camões embarca para as Índias. Esteve em
Goa, e toma parte de várias outras expedições militares.
Camões - Retrato pintado em Goa (1581)

É nomeado provedor em Macau, na China e durante sua estada aí, escreveu


mais 6 contos de seu poema épico. Em 1556, parte novamente para Goa, mas sua
embarcação naufraga na foz do rio Nekong.
Camões consegue se salvar nadando, levando consigo os originais
dos Lusíadas. Chegando a Goa, é preso novamente em consequência de novas
intrigas. Ali recebeu a notícia da morte prematura de D. Catarina de Ataíde.

Os Lusíadas
Em 1569, Camões resolve voltar para Portugal e embarca na nau Santa Fé,
levando consigo um escravo, que lhe acompanhou até seus últimos dias. Chega a
Cascais em 7 de abril de 1570. Depois de 16 anos, estava de volta à sua pátria. Em
1572, publica seu poema Os Lusíadas. Que celebra os feitos marítimos e guerreiros
de Portugal.
Camões faz do navegador uma espécie de símbolo da coletividade lusitana e
exalta a glória das conquistas, os novos reinos formados e o ideal de expansão da
fé católica pelo mundo. O poema é composto de dez cantos, cada canto é formado
por estrofes de oito versos. Com o sucesso, Camões recebe do rei D. Sebastião
uma pensão anual, que mesmo assim não o livrou da extrema pobreza em que
vivia.
Inspirado em A Eneida, de Virgílio, Camões narra fatos heroicos da história
de Portugal, em particular a descoberta do caminho marítimo para as Índias por
Vasco da Gama. No poema, Camões mescla fatos da História Portuguesa a intrigas
dos deuses gregos, que procuram ajudar ou atrapalhar o navegador.
Um aspecto que diferencia Os Lusíadas das antigas epopeias clássicas é a
presença de episódios líricos, sem nenhuma relação com o tema central que é a
viagem de Vasco da Gama. Entre os episódios, destaca-se o canto III que relata o
assassinato de Inês de Castro, em 1355, pelos ministros do rei D. Afonso IV de
Borgonha, pai de D. Pedro, seu amante:
Canto III
Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e digno da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que depois de ser morta foi Rainha.
Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa a molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Estavas linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus formosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Conclusão

Esse trabalho nós levou a conhecer o classicismo, de como ele surgiu, sua
história e mostrando pra gente que algumas coisas que aconteceram no passado
influenciaram o que somos hoje, trazendo consigo várias regras, de formas usadas
no período clássico da Grécia Antiga e da Roma Antiga, a valorização e o resgate
de elementos da cultura clássica, e isso modificou muito nas artes plásticas, teatro
e na literatura.
Referências
www.todamateria.com.br
mundoeducacao.uol.com.br
brasilescola.uol.com.br
www.educamaisbrasil.com.br
querobolsa.com.br
descomplica.com.br
www.infoescola.com
conhecimentocientifico.r7.com
beduka.com
www.suapesquisa.com
siteantigo.portaleducacao.com.br
www.ebiografia.com

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