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Muitos estudiosos insistem em afirmar que “gênero” sequer existe, pois essa
denominação foi criada pelos homens, entretanto, a percepção dos leitores ao ler dois textos
distintos reforça isso, dessa forma o gênero é reconhecido. De antemão é possível afirmar que é
o autor quem decide pela inclusão de sua obra em algum conjunto. Outro ponto a ser discutido é
a não existência de definições normativas consensuais a respeito deste tema, mas não é possível
invalidar a visão de outro estudioso.
Todo gênero, para ser assim considerado, requer constantes estruturais, com o Romance
não seria diferente. Romances são narrativas escritas em prosa e que, normalmente, possuem
grande extensão o que permite encenar processos de dramatização e transformações pessoais de
determinado (s) personagem (s), essas características são fuzzy, ou seja, têm lógica difusa, não é
possível discernir com clareza em um texto onde começa e onde termina o gênero romance. O
gênero em questão, apesar de ter certo grau de estabilidade, a rigidez é pouco assídua, essa
característica garantiu que o romance subsistisse, posto que seja mais permissivo, mas não
frágil. As constantes anteriormente mencionadas não determinam o que ou como um escritor
deve escrever um romance, a ele é concedido o privilégio de poder misturar constantes
estruturais com alto grau de liberdade. Ditas constantes podem ser ‘subvertidas’ ao longo do
tempo, mas não ignoradas. O que acontece é que os gêneros, no geral, vão comportando
inovações e utilizam um plano básico, que categoriza, permite agregar.
Romances como os escritos em 1939, jamais serão encontrados em outra época, porque
cada contexto é um contexto. O conceito de romance vem sendo resignificado constantemente,
devido a também constância do tempo. É isso que constrói eixos longos de conservação.