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ATIVIDADE AVALIATIVA V

Maria Julia Procópio de Souza (Manhã- Turma A)

Isabelle Catini (Noite- Turma B)

Teoria dos Gêneros

Na teoria dos gêneros o nominalismo é predominante, ou seja, a universalidade é algo


irreal. Como na piada de Hegel utilizada no texto base, a questão das Frutas, representa o que é
lidar com gêneros já que é o modo mais preciso de definir e categorizar determinada produção.
Um gênero é definido a depender do referencial, são convenções aprovadas a fim de que todos
entendam do que se trata, por esse motivo é uma espécie de regulamentação, quando uma
palavra é utilizada para definir um gênero (conjunto), existe a categorização.

Muitos estudiosos insistem em afirmar que “gênero” sequer existe, pois essa
denominação foi criada pelos homens, entretanto, a percepção dos leitores ao ler dois textos
distintos reforça isso, dessa forma o gênero é reconhecido. De antemão é possível afirmar que é
o autor quem decide pela inclusão de sua obra em algum conjunto. Outro ponto a ser discutido é
a não existência de definições normativas consensuais a respeito deste tema, mas não é possível
invalidar a visão de outro estudioso.

Todo gênero, para ser assim considerado, requer constantes estruturais, com o Romance
não seria diferente. Romances são narrativas escritas em prosa e que, normalmente, possuem
grande extensão o que permite encenar processos de dramatização e transformações pessoais de
determinado (s) personagem (s), essas características são fuzzy, ou seja, têm lógica difusa, não é
possível discernir com clareza em um texto onde começa e onde termina o gênero romance. O
gênero em questão, apesar de ter certo grau de estabilidade, a rigidez é pouco assídua, essa
característica garantiu que o romance subsistisse, posto que seja mais permissivo, mas não
frágil. As constantes anteriormente mencionadas não determinam o que ou como um escritor
deve escrever um romance, a ele é concedido o privilégio de poder misturar constantes
estruturais com alto grau de liberdade. Ditas constantes podem ser ‘subvertidas’ ao longo do
tempo, mas não ignoradas. O que acontece é que os gêneros, no geral, vão comportando
inovações e utilizam um plano básico, que categoriza, permite agregar.

O conceito de romance é verdadeiramente vago, agora, um conceito vago não denota


algo como sendo fajuto. Entre uma época e outra se tem mudanças profundas que formam
literaturas diferentes, construindo constantes diferentes, mas essas diferenças só são encontradas
por quem se atenta em encontra-las. Ao mesmo tempo, a partir do momento em que só chama
atenção aquilo que muda, o estudo é raso, já que os olhos são fechados para os elementos que
prevaleceram ao longo dos períodos, o que de fato forma o romance. O significado das palavras
vai mudando sem que nos demos conta, a palavra ‘romance’ há muito tempo vem sendo
utilizada, na mesma medida vai também modificando a noção do que é romance, porque essa
palavra é flexível o suficiente para incluir inovações. É o que de certa forma o excerto abaixo
visa reforçar:

“Desde o período elisabetano não há mais dramas como no período


elisabetano” pág. 18 ‘Todos eles romances’.

Romances como os escritos em 1939, jamais serão encontrados em outra época, porque
cada contexto é um contexto. O conceito de romance vem sendo resignificado constantemente,
devido a também constância do tempo. É isso que constrói eixos longos de conservação.

Contudo, é possível concluir que os gêneros são categorias organizadas como um


conjunto composto por elementos distintos e inevitavelmente sendo ampliado com inovações ao
longo do tempo e, portanto, são através dessas inovações nos quais produzem grande influência
que surge um novo gênero, pois cada modo de produzir varia e não sabemos como será o
impacto dessa inovação o que pode resultar ou não na criação de uma nova categoria.
Entretanto, vale ressaltar que a conservação de certos aspectos de gênero também contribui para
o surgimento de um novo, sem necessariamente uma obra ser completamente inovadora.
Ademais, é notável a diferença entre um gênero e outro quando há uma grande distinção entre
eles, caso contrário é categorizado como um subgênero, como exemplo uma poltrona e um sofá
no qual a diferença dá-se através de pequenos detalhes como forma e tamanho, diferentemente
de uma cadeira e uma mesa no qual assumem funções diferentes e características ainda mais
distintas. Por fim, vimos através da história literária que na construção dos gêneros, tanto os já
existentes quanto os que ainda irão surgir com o tempo, passam por constantes transformações,
seja com elementos inovadores ou conservadores.

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