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GÊNERO EM “A INTRUSA” DE JULIA LOPES DE ALMEIDA A LUZ DA

DESCONSTRUÇÃO DE JACQUES DERRIDA

Luciana Brito de Sousa 1

RESUMO

O objetivo deste estudo é examinar o romance A Intrusa, de Júlia Lopes de Almeida, que foi
escrito inicialmente como um folhetim em 1905 e posteriormente publicado como um livro
em 1908. Dessa forma, essa análise consiste na base teórica da Desconstrução, de Jacques
Derrida, destacando a importância da escrita e do discurso para entender os significados
dessas relações percebidos durante a construção da narrativa, já que Derrida propõe uma visão
de mundo que se negava a possibilidade de adquirir a verdade. Para realização deste trabalho
foi utilizada como metodologia: pesquisa bibliográfica, revisão de literatura, livros,
documentos, revistas e artigos científicos, para demonstrar os objetivos propostos. Entretanto,
resultando na comparação da construção estrutural da teoria, com os reais sentidos da obra,
visando as relações de poderes como foco principal, assim com a finalidade de fazer essa
relação de forma significativa de uma obra literária com uma corrente critica da literatura. Ele
também coloca no contexto política-social da época em que foi escrito e apresentando que
fazem com que a autora e sua obra sejam pertinentes ao estudar o final do século XIX e início
do século XX. Além disso, discutiremos a relação entre história e literatura, pois os romances
refletem elementos históricos significativos da época, como a construção de identidades, as
distinções entre público e privado e questões de gênero e preconceito.

Palavras-chave. Desconstrução. Pós-Estruturalismo. Gênero e Preconceito.

The aim of this study is to examine the novel A Intrusa, by Júlia Lopes de Almeida, written
initially as a pamphlet in 1905 and later published as a book in 1908. Thus, this analysis
consists of the theoretical basis of the Deconstruction, of Jacques Derrida, highlighting the
importance of writing and discourse to understand the meanings of these relations perceived
during the construction of the narrative, since Derride proposes a world view that denied the
possibility of acquiring the truth. For this work it was used as a methodology: bibliographic
research, review of literature, books, documents, journals and scientific articles, to
demonstrate the proposed objectives. Meanwhile, resulting in the comparison of the structural
construction of the theory, with the real senses of the work, targeting the power relations as
the main focus, so to make this relationship significantly of a literary work with a current
criticised literature. It also places in the political-social context of the time in which it was
written and presenting that make the author and his work relevant when studying the late
nineteenth century and early twentieth century. In addition, we will discuss the relationship
between history and literature, as novels reflect significant historical elements of the time,
such as the construction of identities, the distinctions between public and private, and gender
and prejudice issues.

1 Graduanda em Letras e Literaturas da Língua Portuguesa – CESC/UEMA


E-mail:luciana_brito98@outlook.com
CONSIDERAÇÕES INICIAS

Este artigo traz uma discussão sobre a teoria pós-estruturalista de Jacques Derrida
(1930-2004), franco- mangrebino do século XX, que elaborou a Corrente Pós-Moderna da
Desconstrução, a qual teve origem através da obra Gramatologia publicada em 1967, com o
propósito de traduzir e adaptar palavras do filósofo Martin Heidegger. Entretanto, Derrida
defende que não existe verdade absoluta, tudo pode ser modificado inclusive na literatura,
pois cada leitor tem uma concepção diferente de mundo, porém, desconstruindo a ideia inicial
e ressignificando a partir de uma verdade existente, ou também a relação de signo,
significante e significado, que podemos ver na teoria estruturalista de Ferdinand Saussure,
segundo a qual a construção de significado ocorre a partir de significante, pois sua teoria pós-
moderna tem por explicação, incorporações de questões da filosofia, metafisica, linguística
entre outras.
A partir disso, surge a problemática e a necessidade de conceituar as relações de
poder. Nesse trabalho, logo o objetivo é analisar a influência na linguística e na literatura
para dinamizar os significados na construção do romance A Intrusa de Julia Lopes de
Almeida (1962-1934); autora brasileira, contista, cronista, romancista, teatróloga, apoiadora
da abolição e da república, que publicou algumas obras como: A falência (1901), Ânsia
eterna (1902), A intrusa (1908); esta última que foi objeto desse estudo.

A desconstrução na ótica de Derrida

A desconstrução deve ser entendida como estratégia do pensamento ocidental de


contradições, ou seja, a não aceitação de fatos já existentes, por tanto ao expressarmos uma
leitura estamos nos colocando no lugar do outro, e esse outro é o próprio autor.
Jacques Derrida, traz na Gramatologia, o termo différence se dá pelo diante do
texto pelo resultado das palavras usadas, mais do que a referência que elas representam,
opondo-se ao conceito da significação saussuriana em linguística. Outro fato que ele
comprova é que a interpretação não é uma qualidade, mas a liberdade que se apoia na
ausência de limitações metodológicas.
Nesse processo, analisaremos a linguagem logocêntrica que define o sexo
masculino sendo positivo, opondo-se ao feminino negativo, ou seja, a união do sentido do
texto com o sentido da leitura para poder abrir uma discussão no item a seguir.
Derrida (2004) traz em sua teoria, preocupação logocêntrica de presença, com a
finalidade de gerar significação diante de textos já estruturados na busca de um novo
significado, ou ainda significados ocultos deixados por autores para transparecer suas obras,
ou ainda apenas que eles fizeram denúncias, como no caso de Júlia Lopes de Almeida;
escritora que não poderia assinar suas obras e seu esposo fez isso até ela que fosse
reconhecida por seu trabalho. Para o teórico supracitado:

Entre o ser e a alma, as coisas e as afeções, haveria uma relação de tradução ou de


significação natural; entre a alma e o logos, uma relação de simbolização
convencional. E a primeira convenção, a que se referiria imediatamente à ordem da
significação natural e universal, produzir-se-ia como linguagem falada. A
linguagem escrita fixaria convenções, que ligariam entre si outras convenções
(DERRIDA, 2004, p. 13).

A citação acima retoma à veracidade dos fatos existentes na obra em análise, por
meio das relações sociais de classes existentes no século XX, na cidade do Rio de Janeiro,
tratados por Júlia Lopes de Almeida como uma forma de crítica social, em que Alice Galba-
protagonista- era tratada como uma mulher inferior à sociedade, mas tendo uma boa-fé de
cuidar do lar e da filha de Argemiro, seu patrão, sofrendo a diferença por não ser a mãe da
garota e fazer o papel de sua mãe.
Nesse processo, Alice acaba sendo vista como uma intrusa no seu lugar de
trabalho, e podemos perceber esses fatos tanto na oralidade da época, quanto na escrita como
podemos observar pela forma de expressão no fragmento a seguir: “[...] Andar uma menina de
boa família colocada às saias encardidas de uma mulher suspeita por ruas da cidade! [...] a
República estragou a nossa terra! Agora qualquer criatura parece digna de toda confiança
[...]’’ (ALMEIDA, 1994, p. 46).
Entretanto, remete a Escritura e a Diferença, pois a construção estrutural é exata,
mas essa diferenciação da língua oral e da linguagem escrita, e todo esse conjunto da
significação diante dos contextos históricos existentes, que desestabilizam conceitos efetivos
ao longo dos tempos, é bastante coerente, pois os tempos mudam e a forma de civilização e
comportamentos humanos também, que traz para a Filosofia e para a Literatura a necessidade
de pensar de um modo mais que particular.
Portanto, para desconstruirmos o significado dessas relações entre o homem e a
mulher, e ainda o preconceito presente na obra de Júlia Lopes de Almeida, já que a autora
escreveu o romance como forma de crítica dos tratamentos das relações de pessoas daquela
época, e para isso teremos que nos remeter a uma pluralidade de significados de palavras que
compõem os textos literários e que vai além da significação filosófica ou de um dicionário.
Por exemplo, a palavra “preconceito”, no dicionário da Língua Portuguesa, tem por definição:
julgamento ou opinião preconcebidos sobre algo ou alguém que para a verdade, o
preconceito não é uma verdade absoluta, mas uma forma de a sociedade designar pessoas
críticas exclusivas, como podemos ver na afirmativa de Garcia.

Exemplificando: possuímos uma certeza imediata do preto que vemos ou da dor que
sentimos, isto consiste na presença ou realidade imediata de um objeto. Dessa
maneira, são verdadeiros todos os juízos que assentam em uma presença ou
realidade imediata do objeto pensado. Fala- se também da evidência; cabe perguntar
se o critério da evidência imediata é válido, não só para os conteúdos da percepção,
mas também para os conteúdos do pensamento. Essa questão equivale à de se além
da evidência do pensamento conceptual, podemos ver nela um critério de verdade
(GARCIA, p. 252)

Nessa afirmativa, é possível notar que a presença da verdade, percebidos diante da


evidência do pensamento pode ser válido, porém um pensamento que ainda está por vir da
realidade, mas não em sentido de futuro e sim um de momento breve e passageiro, que podem
acontecer, mas a percepção não será a mesma, por exemplo, comer um chocolate amargo pela
primeira vez, pode não será a mesma sensação.
Entretanto, os interesses não estão voltados para a sociedade sem distinção das
raças e poderes, e isso acaba distanciando da verdadeira democracia, criando conceitos
diferentes e prejudicando o crescimento individual e de pequenos grupos sem desigualdades.
Em outro fragmento de Julia Lopes: “Pobres vão lá... Às vezes até tenho vontade
de enxotar aquela canalha toda..., mas o patrão deu licença... – Impostora! Que dinheiro ela
ganha para poder fazer tanta caridade! – Não, senhora, são os restos... ela tem lá uns devotos
para a ceia... (ALMEIDA, 1994, p. 61).
Questões que sempre desconstruímos na nossa realidade, por ela está em
constante modificação, mas nem sempre é percebido pelo leitor as variedades de signos
linguísticos nos textos, ou podemos dizer que a escrita sempre será um segundo plano, pois a
oralidade sempre é mais clara que a escrita. Podemos ver nas figuras de linguagens de Roman
Jacobson, que transmite na sua teoria de comunicação, as ideias a partir de enunciados da
linguística.
Contudo, o discurso se distancia bastante da escrita, pela facilidade da fala e a
múltipla interpretação e ainda a segmentação gramatical, porque poderia mudar a ordem com
uma facilidade e até deixar de usar as pontuações, por exemplo, “o negro mentira, mas não se
enganará, pois realmente o negro está omitindo” (ALMEIDA, 1994, p. 68).
Portanto, os pensadores Nietzsche, Foucault, Aristóteles criticam a verdade como
profundidade do discurso pela interpretação diante da metafisica, uma vez que a interpretação
parte da inconsciência do ser humano diante dos fatos existentes ou não. Dessa forma, Derrida
(2004) trata do logos como centro do texto e do discurso, tendo ciência desse conhecimento
ocidental podemos analisar os textos de Julia Lopes, como uma verdade diante da Teoria Pós-
Estruturalista, que decodifica o dentro e fora da narrativa.

A desconstrução de Gênero com viés de Derrida

Neste tópico iremos abordar o discurso masculino sobre o feminino, mas com
uma concepção de desconstrução de significação ou melhor a significação de poder do
homem sobre a mulher na obra A intrusa de Júlia Lopes de Almeida. Assim, a autora mostrará
na sua produção literária uma influência significativa sobre o cotidiano. O gênero aparece
como expressão de ideias que criam ou mantêm relações desiguais, assimétricas e injustas.
Quando se transforma em um sistema de preconceitos, a falsa consciência ajuda a manter o
sistema hegemônico de desigualdades obscurecendo a realidade, suas características
sociológicas, pois acredita que o preconceito é resultado de juízos de valores que têm origem
histórica e está presente no comportamento e pensamento cotidiano; basicamente, é empírico.
Nesse contexto, cabe trazer o seguinte trecho da narrativa:

Eu não dizia que o Feliciano era um abismo? Que diferença! basta olhar. Tu, que és
mais observador, repara: está tudo luminoso, tudo límpido, tudo bem arranjadinho...
hein? Há outra atmosfera nesta casa; estou melhor aqui do que em parte nenhuma,
porque em tudo me parece haver o propósito de me ser agradável... Esta mulher
deve ter sido criada com luxo (ALMEIDA, 1994, p. 43).

Tendo em vista essa fragmentação, a mulher é representada pelas funções de casa,


até porque comparando Feliciano a Alice Galba, os dois estão na mesma casa, mas Feliciano
não executava as funções com o mesmo aprimoramento da mulher, e diante da conceção
filosófica de Rousseau, a mulher é considerada frágil para trabalhos pesados, pois carrega o
papel de ser mãe, dificultando as saídas para trabalhar fora de casa.
Todavia, nos dias atuais, a mulher trabalha nas mesmas funções dos homens
como: engenheira, motoristas de cargas pesadas, na política, trabalhos braçais em geral. Logo,
o conceito sobre gênero foi desconstruindo, possibilitando através dos tempos, novos lugares
de trabalho feminino e independência.
Para conectar essa conversa sobre a diferença, Derrida examina o significado do
signo - baseado em Saussure, que vê o signo como um fator diferencial e arbitrário –
demonstrando o jogo de influências que ocorrem no processo de significação. Devido ao fato
de que não podemos tocar na "coisa" presente (ente-presente), servimos-nos dos signos. Essa
é a reflexão que Derrida traz à tona. Como resultado, o signo representa "o presente na sua
ausência", ou o presente alternativo.
No entanto, o autor observa que não se refere an uma escola de pensamento
específica, pois incorpora uma variedade de técnicas e conhecimentos críticos. Ele destaca a
importância da análise da linguagem e das formas simbólicas como componentes da
subjetividade, e não como constituídas por esta. Portanto, pós-estruturalistas consideram a
linguagem e a cultura como sistemas simbólicos e usam a realidade como uma construção
social subjetiva na elaboração de estratégias de análise.
Desse modo, o pensamento em que a mulher deve obediência ao homem, torna-se
sexista. Ao longo das discussões podemos exemplificar um gênero sobre outro a partir da
citação Ferreira, mencionado por Juliana Pachecco:

Na aparente neutralidade do binômio masculino feminino, fruto da observação dos


fenômenos da vida, paulatinamente se foram estabelecendo valorações, afirmando-
se um elemento forte e um elemento fraco, um polo que domina e outro que
obedece, algo que representa a norma e algo que personifica a divergência. A
hierarquia instala- se, pois, um dos pares categoriais coloca-se como modelo a
seguir, enquanto o outro é visto como negação ou falha (PACHECO, 2015, p. 16
apud)

Tendo essa definição binomial, a crítica se faz diante da construção estrutural do


texto e seu significado não se encontra forma balanceada para uma comunicação em se
tratando de um texto, onde a escrita é vista de forma secular de maior interpretação, e quanto
mais se lê mais interpretativo fica e o discurso, sendo positivamente original, pela presença
porque é percebido de forma imediata como se pode perceber a seguir: “– Tal qual, não: basta
dizer que à D. Alice eu não a vejo nunca, e que estava sempre ao pé de tua mãe; mas para
manter a ordem da casa e dirigi-la, é como se fosse” (ALMEIDA, 1994, p. 31)
Nesse contexto, vale ressaltar que os textos literários são dotados de significados
sociais, culturais e de percepção individual do escritor, explicando através uma linguagem
gramatical e semântica, as necessidades sociolinguísticas que permitem repassar de tempos
em tempos como são vistas as situações de mundo e as novas formas adotadas de palavras
já existentes dos vocabulários antigos em relação ao novo.
Qualquer crítica da linguagem que não atinja as raízes ideológicas do
funcionamento gramatical e semântico corre o risco de permanecer superficial e impotente,
pois é necessário considerar implicações sociolinguísticas, culturais e identitárias para tal
desconstrução literária. Nesse sentido, enfatiza-se o trecho abaixo:
[...] Maria recostou-se no sofá, esmagando no estofo as papoilas do seu chapéu à
jardineira. A antipatia da avó sugerira-lhe instintiva repugnância por essa intrusa,
como chamavam lá em casa a governanta das Laranjeiras. Ah, mas Glória tinha o
seu plano, não deixaria que a outra tomasse confiança consigo. Uma alugada, uma
mercenária! (ALMEIDA, 1994, p. 27).

Nesse trecho, a mulher está sendo vista como mercenária, fugindo do conceito da
mulher na sociedade e vai além do poder da palavra sobre a mulher. Como a diferença faz
com que o movimento da significação não esteja, é justamente an essa reflexão que o excerto
que estamos analisando faz referência apenas baseado em presenças, mas sempre relacionado
ao ausente, com um outro "que não ele mesmo".
Tendo isso em vista, Simone Beauvoir, em sua concepção fala que:

“Por certo, essa atitude não é definida por uma escolha refletida; mas não é preciso
pensar uma situação para existi- la. De maneira imediata a criança de peito vive o
drama original de todo existente, que é o drama de sua relação com o Outro. É na
angústia que o homem sente seu abandono. Fugindo à sua liberdade, à sua
subjetividade, êle gostaria de perder-se no seio do Todo: aí se encontra a origem de
seus devaneios cósmicos e panteísticos, de seu desejo de esquecimento, de sono, de
êxtase, de morte. Êle nunca consegue abolir seu eu separado: pelo menos deseja
atingir a solidez do em-si, ser petrificado na coisa; é, singularmente, quando
imobilizado pelo olhar de outrem, que se revela a si mesmo como um ser. ”
(SIMONE DE BEAUVOIR, 1967, p. 10)

É justamente isso que a sociedade tem como padrão para uma mulher, mas cabe a
mulher decidir onde ela quer se destacar quanto cidadã, exercendo a sua independência e
sendo livre pra decidir seus parâmetros, mas na concepção de Derrida, apenas abordar a
significação de um texto, não a perspetiva em geral da sociedade, pois acaba sendo uma
diferença muito grande entre o texto e a lógica real da sociedade.
A mulher era obrigada a cuidar da casa, mas an atividade intelectual não a
deixaria menos feminina nem menos atraente fisicamente. Podemos, no entanto, chegar à
conclusão de que o feminismo controverso da escritora não era dirigido a todas as mulheres;
em vez disso, era dirigido às mulheres brancas, ainda que pobres.
Ao usar obras literárias como fontes históricas, o objetivo não é reconstruir o
passado, mas sim entender os pensamentos das pessoas que viviam naquela época. Júlia se
opôs a isso, colocando sua imagem entre o público e o privado, como uma mulher esposa e
mãe lutando pelos direitos das mulheres. Escrevia seus livros como um representante de sua
comunidade, expressando suas opiniões, em outras palavras, a varonilidade presente em seus
escritos permitiu que essas escritoras escrevessem bem, o que, no entanto, não impediu que
elas permanecessem atraentes como escritoras femininas.
A autora discute e retoma os pares de oposição que sustentam a filosofia e o
discurso, levantando a noção de que existe uma necessidade dos termos sempre aparece como
uma distinção entre eles, ou seja, a cultura como uma entidade distinta. Aqui, o foco está nas
contribuições de vários autores que contribuíram para o desenvolvimento do conceito de
diferença. Torna-se interessante destacarmos porque o trecho que estamos analisando é
bastante "forte" - ou seja, bastante complexo - e precisa de uma explicação detalhada para
demonstrar que esse conceito faz parte de uma discussão mais ampla sobre noções de filosofia
e psicanálise.

CONCLUSÃO

O presente trabalho, acerca da corrente teórica estruturalista, analisando trechos


da obra literária de A Intrusa de Júlia Lopes de Almeida, com objetivo de desconstruirmos os
conceitos de preconceito e gênero na narrativa, que se olharmos desde o passado até os dias
atuais essas questões sociais estão cada mais discutíveis, tanto em sociedade quanto aceitação
familiar, a princípio da preocupação de um pai em educar a filha, sendo que já visava que a
filha crescesse no padrão social da época.
Entretanto, após pesquisas e análise, o intuito foi relacionar as concepções de
significados do texto em relação à concentração dos autores diante da crítica literária da
desconstrução, tendo em vista o contexto da obra analisada e seu momento histórico, que
aborda o papel da mulher, a abolição da escravatura e o todo o contexto do século XX, para
Contudo, vale ressaltar que a linguagem e a interpretação ocorrem diante das
implicações sociolinguísticas, culturais e identitárias. Nisso mostramos a diferença de uma
teoria para a prática de reconceituar as palavras de uma autora renomada como Júlia Lopes de
Almeida, que se propôs a descrever as questões de sua época. Vale ressaltar que alguns
conceitos trabalhados pela autora se fazem presentes no século XXI, o que mostra que
literatura apenas ressignificou diante dos contextos históricos e sociais, linguísticos, literários
e construção estrutural do texto e da comunicação a partir da divergência de sentidos da teoria
da Desconstrução.
Jacques Derrida, permitiu levantar todas as possibilidades semânticas da
estruturação da escrita de uma narrativa, diversificando a significação, sendo de fundamental
importância a Teoria da Desconstrução, pois se opõe aos conceitos ocidentais. Facilitando ou
dificultando o entendimento da interpretação de sua obra.
Enfim, o resultado esperado é a interpretação da teoria da Desconstrução com a
significação interna e externa do romance A intrusa, com compreensão múltipla uma vez que
a sociedade está sempre se ressignificando os conceitos a longo prazo, pois, a iniciativa se deu
a partir da necessidade de ampliar os conhecimentos da corrente da critica literária,
enfatizando aspectos positivos, pois apesar da teoria ser complexa, é satisfatório para o
percurso acadêmico

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Júlia Lopes de. A Intrusa [1908]. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional.
Departamento Nacional do Livro, 1994.

DERRIDA, Jacques. A escritura e a diferença (2004) São Paulo: Editora Perspectiva.

JUNIOR, Neurivaldo Campos Pedroso. DERRIDA E A DESCONSTRUÇÃO: UMA


INTRODUÇÃO. Disponível em
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4323406/mod_resource/content/1/
Derrida_e_a_Desconstrucao_Uma_introducao%20%281%29.pdf. Acesso em 26 de jun 2021

PACHECO, Juliana (Org.) Mulher e filosofia (2015): as relações de gênero no pensamento


filosófico. [recurso eletrônico] / Juliana Pacheco (Org.) -- Porto Alegre, RS: Editora Fi.
Acesso em 29 de jun 2021

BEAUVOIR, Simone de. Segundo Sexo (1967). Disponível em


https://azdoc.tips/documents/o-segundo-sexo-vl-2-5c1303d0b44c2. Acesso em 16 de jun
2021.

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