Você está na página 1de 5

- 79-

FUNCIONÁRIO PÚBLICO - DIPLOMATA - APOSENTA.DORIA

- Interpretação do art. 100 § 2. 0 da Constituição.

- Idem, da Lei n. O 4.415, de 24-9-1964.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Sotero Cosme versus Exmo. Sr. Presidente da República

Mandado de segurança n.O 17.971 - Relator: Sr. Ministro

OSVALDO TRIGUEl1tO

ACÓRDÃO o § 1.0 do art. 38 da Lei n,o 3.917, de


14-7-61, combinado com os artigos 177 e 187
Vistos, relatados e discutidos êstes autos. da Lei n,o 1.711, de 28-10-52.
acordam os Ministros do Supremo Tribu- 3. O art. 1.0 da Lei n.O 4.415, de 24-9-64.
nal Federal, em sessão plenária, na confor· tem o seguinte teor:
midade da ata do julgamento e das notas "Assegurados aos atuais Diplomatas, até
taquigráficas, por unanimidade de votos. que sejam promovidos à classe imediatamen-
indeferir o pedido. te superior, os limites fixados na legisla.
Brasília, 6 de março de 1968. - Luís Gal· çl[o anterior, o § 1.0 do art. 38, da Lei nú-
lotti, Presidente - Osvaldo Trigueiro, Re· mero 3.917, de 14-7-61., passa a ter a se-
lator. guinte redação:
"§ 1.0 Serão aposentados compulsOriamen.
te os Diplomatas que atingirem os seguin-
UUTÓRIO
tes limites de idade:
!"
o Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro - Sote· Ministros de Primeira Classe - 65 anos;
ro Cosme impetra segurança contra o ato Ministros de Segunda Classe - 60 anos;
do Sr. Presidente da República que o apo· Primeiros-Secretários - 55 anos;
sentou, compulsOriamente, no cargo de Mi- Segundos·Secretários - 50 anos."
nistro de Segunda Classe da carreira de Di.
plomata, por via de decreto datado de 4. O § 1.0 do art. 38 da Lei n.O 3.917.
20-3·67 e publicado no Diário Oficial de 3r de 14-7·61, estava assim redigido:
do mesmo mês: "Sedo aposentados compulsOriamente os
Diplomatas que atingirem os seguintes li·
mites de idade:
Alega:
Ministros de Primeira Classe, 65 anos;
"I. O suplicante é Diplomata, Ministro Ministros de Segunda Classe, 62 anos;
de 2.a classe, do Quadro do Pessoal, Parte Primeiros-Secretários, 60 anos;
Permanente, do Ministério das Relações Ex- Segundos-Secretários, 55 anos."
teriores, cargo a que foi promovido por ato
de 19·3·63, publicado no Diário Oficial, de 5. Têm a seguinte redação os artigos 177
20 de março do mesmo ano, página 2.963. e 187 da Lei n,o 1. 7ll, de 1952 (Estatuto
2. No Didrio Oficial de 31-3-67, p. 3.783, dos Funcionários Públicos Civis da União).
surpreendentemente, foi publicado ato do citados no ato de aposentadoria do impe-
Exmo. Sr. Presidente da República, refe· trante:
rendado pelo Ministro de Estado das Re- "Art. 177. A redução do limite de idade
lações Exteriores, pelo qual o suplicante se para aposentadoria compulsória será regula-
viu aposentado, de acOrdo com o art. 1.0 da em lei especial, atendida a natureza de
da Lei n.O 4.415, de 24-9-64, que modificou cada serviço".
- 80-

"Art. 187. t automática a aposentadoria j!'e. Decretado em 20 de março, não podia


compulsória" . deixar de ter em conta a Constituicão de
6. O Govêrno, portanto, aplicando lei 1967, que entrara em vigor a 15 de l~arço.
especial, autorizada pelo Estatuto dos Fun· ~enhuma atenção lhe dispensou. Se o tives·
cionários, em função da natureza especial se feito. teria percebido que a Lei número
do serviço, aposentou compulsoriamente o 4.415. de 1964, estava em franca incompa-
impetrante como ~finistro de Segunda tibilidade com o ~ 2.° do art. 100 da Carta.
Classe. in verbis:
7. Assim fazendo, violou a própria lei "Atendendo à natureza especial do serviço.
que invocara, pois o caput do artigo 1.0 da a lei federal poderá reduzir os limites de
Lei n.o 4.415, de 24·9·64, continha uma res- idade e de tempo de serviço, nunca inferio-
salva, totalmente ignorada no ato de apo- res a 65 anos e 25 anos, respectivamente.
sentadoria, aquela que assegurava aos então para a aposentadoria compulsória e faculta-
Diplomatas os limites fixados na legislação
tiva. com as vantagens do item I. do arti-
anterior, até que fôssem promovidos à clas-
se imediatamente superior. Com essa ga- go 101."
rantia, o requerimento, que era Ministro de 12. Quer, portanto. se entenda que o
2. a Classe, tinha assegurada a sua promo- problema criado pela incompatibilidade en-
ção a Ministro de La Classe, que era a tre a lei anterior e a Constituição é proble-
imediatamente superior a em que se acha- ma de revogação da anterior pela lei pos-
va e, portanto, a redução de limite de idade terior - e de suma hierarquia - quer se
operada pela Lei n.o 4.415, estabelecendo
veja no caso uma questão de inconstitucio-
para os Ministros de 2. a Classe a aposen-
tadoria compulsória aos 60 anos, em lugar nalidade (a discussão é irrelevante para o
dos 62 anos da Lei n.O 3.917. não lhe podia direito ao requerente), o certo é que não
ser imposta, salvo, como foi, em flagrante se legitimava a aplicação, ao impetrante. de
con tradição à lei. aposentadoria compulsória por limite de
8. Tendo, com efeito. o impetrante com- idade. quando o constante da lei tinha sido
pletado, em 22-3-67, a idade de 62 anos. alterado' pela Constituição. como se vê cla-
pois nasceu aos 22-3-1905. foi aposentado ra e expressamente do ~ 2.° do art. 100.
compulsôriamente: a) sem ter sido promo- 13. Em resumo: a) o impetrante. Mini,·
vido à classe imediatamente superior, asse- tro de 2.a Classe. foi aposentado antes de
guração do caput do art. 1.0 da Lei núme- completar 62 anos: b) mas a lei invocada no
ro 4.415: b) sem mesmo ter completado os seu decreto de aposentadoria, embora fixas-
62 anos, limite fixado na legislação anterior. se os 60 anos como limite de idade para a
pois o ato de aposentadoria é de 20-3-67,
aposentadoria compulsória dos Ministros de
precipitando-se dois dias ao que atingiu o
2.a classe. tinha resguardado aos Diplomatas
impetrante a idade-limite, mesmo que se
na incidência da regra nova, ao assegurar-
relegasse o direito consagrado no item a.
lhes o direito de se beneficiarem dos limi·
9. A redação do art. 1.0 da Lei n.o 4.415 tes da lei anterior. até serem promovidos
não permite outra interpretação: OS Diplo- à classe imediatamente superior (artigo 1.0
matas ficaram resguardados dos efeitos da da Lei n,o 4.415. de 24-9-64); c) assim. o
aplicação imediata da lei nova, que reduzia limite de idade da lei nova só seria aplicado
o limite de idade para a aposentadoria ao impetrante depois que promovido à clas-
compulsória, limite êsse que só viria a inci- se imediatamente superior; d) mesmo, po-
dir depois de promovido o Diploma, ou rém, que não se tenha em conta o direito à
seja, que só o alcançaria na classe imedia- promoção como benefício assegurado ao im-
tamente superior. petrante, não há dúvida de que a sua apo-
\O. Sendo assim, não podia o impetran- sentadoria compulsória se deu antes que
te sofrer a incidência da lei nova, pois não completasse a idade-limite fixada em lei ano
fôra promovido à classe imediatamente su- tiga; e) finalmente, qualquer que fôsse a so-
perior, a de Ministro de La Classe, na qual lução resultante do confronto dos dispositi-
o limite de idade é de 65 anos. vos das Leis n.·· 3.917, de 1961, e 4.415, de
11. Não ficou, porém, nessa bem de- 1964, o advento da Constituição de 1967,
monstrada ilegalidade o malsinado ato de em vigor desde 15 de março, fulminou ir-
aposentadoria do impetrante. Foi mais lon- remediàvelmente o ato, por decretar aposen-
- 81 -

tadoria compulsória aos 62 anos incomple· no Itamarati - inclusive declaração de fa-


tos, quando a Carta estabelecia no § 2.° do milia firmada de próprio punho pelo imo
art. 100 que os limites de idade para a llCtrante - dá êste como nascido a 20 de
aposentadoria compulsória especial nunca março. Aliás, isso está confirmado pela cer·
seriam inferiores a 65 anos. tidão de registro civil com que se instruiu
14. Revela·se, em conclusão, ilegal e in· a inicial (fls. 8). É certo que nela se diz que
constitucional o ato de decretação da apo· o registro foi lavrado a 22 de março, mas
sentadoria compulsória do impetrante, que no assentamento se diz que o registrado nas·
tem direito de permanecer na carreira, a ceu no dia 20. A data do registro não alte-
salvo dessa medida, até completar 6:; anos rou a do nascimento, e desta é que se conta
de idade. Para resguardá-lo da ilegalidade, a idade.
pede ao Colendo Supremo Tribunal Federal Segundo fundamento é o de que a Lei
que lhe conceda mandado de segurança, em n.O 4.415, de 24-9-64, que alterou a escala
salutar aplicação de preceito constitucional da aposentadoria compulsória teria assegu-
expresso". rado ao impetrante o direito de permanecer
no serviço ativo enquanto não fósse promo-
Em resposta ao pedido de informações, a yido.
autoridade impetrada enviou exposição ela· Com efeito, o art. 1.0 da lei invocada
borada pelo Chefe do Departamento de Ad· diz:
ministração do Ministério das Relações Ex· "Art. 1.0 Assegurados aos atuais diploma-
teriores (fls. 16), acompanhada de cópia de tas, até que sejam promovidos à classe ime-
parecer de autoria do Professor Haroldo Va· diatamente superior, os limites fixados na
ladão (fls. 22) . legislação anterior, o § 1.0 do art. 38, da
Oficiando a fls. 1111, a douta Procuradoria· Lei n.O 3.917, de 14-7-61, passa a ter a se-
Geral da República opinou contràriamente guinte redação:
ao deferimento da impetração. ~ 1.° Serão aposentados compulsoriamente
os diplomatas que atingirem os seguintes li-
VOTO mites de idade:

o Sr. Ministro Osvaldo Trigueiro (Rela- Ministros de Primeira Classe - 65 ano~:


tor) - Para demonstrar a ilegalidade do ato Ministros de Segunda Classe - 60 anos;
Primeiros-Secretários - 55 anos;
presidencial, alega o impetrante em resu-
Segundos-Secretários - 50 anos.
mo: a) que foi aposentado dias antl'S de
completar sessenta e dois anos de idade; b) Como é evidente, o propósito da lei foi o
que a lei, em que se baseou o decreto de de antecipar a abertura de vagas, para o
aposentadoria, assegura ao impetrante o rejuvenescimento do quadro diplomático.
direito de permanecer em atividade até ser Para isso, baixou os limites de idade em
promovido à classe superior; c) que o ato todos os níveis da carreira, exceto o último.
de aposentadoria foi praticado já na vigên- Não quis a lei, entretanto, que a nova ta-
cia da atual Constituição, segundo a qual bela tivesse aplicação imediata, do que po-
o limite de idade para a aposentadoria deriam resultar numerosas aposentadorias,
compulsória, no serviço público, nunca será com prejuízo para o serviço. ocorrendo ain-
inferior a sessenta e cinco anos de idade. da a circunstância de que haveria trata-
A primeira argüição, além de irrelevante, mento desigual, e por isso injusto, quanto
carece de procedência. Diz o impetrante ao tempo de permanência no serviço de to-
que foi aposentado a 20 de março, quando dos os servidores atingidos pela nova com-
sOmente a 22 do mesmo mês seria alcançado pulsória. O impetrante, por exemplo, te-
pela compulsória. Ainda que assim fósse, a ria sido aposentado em 20-3-65, permane-
aposentadoria não foi antecipada de 48 ho- cendo no cargo de Ministro menos dois anos
ras, porque o decreto sOmente veio a ser do que lhe assegurava a lei vigente ao tem-
publicado no Diário Oficial de 111 (fls. 7) . po em que teve a última promoção.
De todo modo, a prova dos autos não abo- Assim, parece fora de dúvida que a lei
na a alegação. A informação é explicita em citada quis apenas impedir que os diploma-
afirmar que tôda a documentação existente tas fôssem atingidos pelos novos limites da
- 82-

compulsória nos níveis em que se encontra- radoxalmente. que essa lei não pode ser
vam. quando a lei entrou em vigor. O que aplicada por ter sido revogada pela atual
ela teve em vista. e expressamente declarou. Constituição ou ser com esta incompatível.
foi que aos atuais diplomatas. enquanto não Já agora invoca. em amparo de sua pre·
fôssem promovidos. seriam assegurados. para tensão. o art. 100 da vigente Constituição.
a aposentadoria compulsória. os limites fi- cujo § 2.° dispõe:
xados na legislação anterior. "§ 2.° Atendendo à natureza especial do
Exemplifiquemos com a hipótese de um serviço. a lei federal poderá reduzir os limi-
Segundo-Secretário que tivesse completado tes de idade e de tempo de serviço. nunca
51 anos na data da nova lei. Continuaria inferiores a sessenta e cinco e vinte e cinco
em atividade. porque lhe ficou assegurado anos. respectivamente. para a aposentadoria
compulsória e a facultativa. com as vanta-
o limite compulsório de 55 anos. de acôrdo
gens do item I. do art. 101."
com a lei anterior. Se fôsse promovido a-
1.0 Secretário aos 52 ou 5!1 anos. nesse nl- O que está dito no artigo citado. quanto
vel permaneceria até os 55. limite fixado à aposentadoria compulsória. pode ser tra·
pela nova lei. duzido nestas três normas: I. todo funcio·
nário será aposentado compulsôriamente ao
Parece-me curial que o que se tem de
atingir setenta anos de idade; 2. a lei fe-
indagar. em cada, caso concreto. é se o fun-
deral poderá reduzir êsse limite atendendo
cionário está sujeito à compulsória pela es-
à natureza especial do serviço; !I. não poderá
cala anterior ou pela escala atual.
haver. entretanto. aposentadoria compulsó-
Mas a tese sustentada pelo impetrante des- ria. abaixo de sessenta e cinco anos. com as
cobre uma terceira situação que me parece vantagens do art. 101. I. isto é. com pro·
injurídica: a de que o diplomata n!io pro- ventos integrais.
movido. após a Lei n.O 4.415. escapa à com-
Teria razão o impetrante se do preceito
pulsória. quer pela escala antiga. quer pela
atual. só podendo ser aposentado ao atin- invocado n!io constasse a cláusula final. que
gir o limite final. estabelecido para os Mi- limita o alcance da norma. Assim. o § 2.°
do art. 100 não diz. irrestritamente. que
nistros de primeira classe.
não pode ser fixada abaixo de 65 anos tôda
Assim. onde a lei diz claramente. que. até e qualquer aposentadoria compulsória. O
que sejam promovidos à classe superior. os que diz. diversamente. é que não pode ser
atuais diplomatas estão sujeitos aos limites fixada abaixo de 65 anos a aposentadoria
fixados na legislação anterior. pretende a compulsória com proventos integrais. Está
impetração que daí se extraia a norma dia- claro. ao que me parece. que a proibição
metralmente contrária de que. até que se- não é extensiva à aposentadoria compulsó.
jam promovidos. os atuais diplomatas n!io ria - com vencimentos proporcionais ao
est!io sujeitos aos limites estabelecidos para tempo de serviço - que a lei por ventura
a compulsória. pela lei precedente. estabelecer. atendendo à natureza especial
A lei pode n!io ter redaç!io primorosa. de determinadas carreiras. como é da tra·
mas não me parece que sua interpretação dição de nosso direito administrativo.
dê lugar a dúvida razoável. O que ela diz Essa interpretação corresponde ao propó-
é que os diplomatas. enquanto não promo- sito do legislador constituinte. que quis sa-
vidos. se aposentam pela escala antiga; de- bidamente coarctar excessos de liberalidade.
pois de promovidos. passam a aposentar-se tanto das leis federais quanto das estaduais
pela nova escala. Se a norma sujeita os e municipais. em matéria de aposentadoria.
diplomatas não promovidos à legislação an- ~ sabido que. enquanto a Constituição de
terior. é óbvio que esta tem que ser aplica- 1946 sômente assegurava aposentadoria com
da quando êles chegam. sem promoç!io. ao vencimentos integrais. aos funcionários em
limite da compulsória. Se assim não se en- geral. após !lO anos de serviço. em alguns
tender. o preceito ficará sem sentido. Estados êsse limite era de 25 anos. Em ou-
O impetrante pretende permanecer na tros o tempo valia em dôbro. para certos
carreira até ser promovido. ex vi do pre· serviços. de modo que o servidor que nêles
ceituado na Lei n.O 4.415. a prevalecer a ingressasse aos 18 anos. aposentar-se-ia fa-
interpretação que dá ao artigo 1.0 dêsse di· cultativamente aos !I!I. com todos os venci·
ploma. Mas ao mesmo tempo sustenta. pa- mentos.
-83

A essa situação é que o texto constitucio- se aplica à aposentadoria compulsória com


nal quis atender, não só impedindo a apo- vencimentos proporcionais ao tempo de ser-
sentadoria compulsória com vencimentos in- viço, que pode ter limite infelior variável,
tegrais abaixo de 65 anos, como prescreven- como é de nossa tradição legislativa.
do que a redução do limite compulsório, Por estas razões, indefiro o pedido.
pela natureza do serviço, sOmente pode ser
adotada por lei federal.
EX11tA1'O DA ATA
Em concludo, o pedido parece-me sem
amparo legal, por qualquer de seus funda- MS 17.971 - DE - ReI., Ministro Os-
mentos. valdo Trigueiro. Requerente Sotero Cosme
A Lei n.O 4.415: não prejudicou o impe. (Adv. Miguel Lins). Requerido. Exmo Sr.
trante, que teve assegurado o direito de Presidente da República.
sOmente ser aposentado compulsOriamente, Decisllo: Indeferida a segurança, unâni-
como ocorreu, quando alcançasse a idade-li- memente. Impedido, o Senhor Ministro
mite prevista na legislação anterior. Mas Evandro Lins. Falou o Doutor Aguiar Dias
não vejo como entender-se que, por essa lei, pelo requerente e o Dr. Décio Miranda.
os diplomatas se tivessem libertado dos li- pela União Federal.
mites compulsórios intermediários, quando Presidência do Sr. Ministro Luis Gallotti.
ela expressamente afirma o contrário. Presentes os Senhores Ministros Amaral San-
Por outro lado, nllo me parece que a im- tos, Temistocles Cavalcânti, Barros Montei-
petração encontre amparo no nôvo diploma ro, Adauto Cardoso, Djaci Falcão, Elói da
constitucional, cujo artigo l()() sOmente im- Rocha, Aliomar Baleeiro, Osvaldo Triguei-
pede que a lei fixe limite inferior a 65 anos, ro, Hermes Lima, Vitor Nunes e Gonçalves
para a aposentadoria compulsória com ven- de Oliveira. Licenciados, os Srs. Ministros
cimentos integrais. A meu ver a regra não Adalício Nogueira e Lafayette de Andrade.

FUNCIONÁRIO PÚBliCO - DEMISSÃO - ATO INSTITUCIONAL


N.o 1, DE 1964.

- O Poder Judiciário não tem competência para anular ato de de-


missão de funcionário, com, base no Ato Institucional n.D 1, de 1964, e,
em conseqüência, aposentar o servidor 4

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Fazenda do Estado veTSUS Luís Vallota

Recurso extraodinário n.O 59.603 - Relator: Sr. Ministro


OSVALDO TIuGUEIIlo

ACÓRDÃO RELATÓRIO

Vistos, relatados e discutidos êstes autos, O Sr. MinistTo Osvaldo TTigueiTo - A Se-
acordam os Ministros da Primeira Turma gunda Câmara Civil do Tribunal de Justiça
do Supremo Tribunal Federal, na confor- de São Paulo concedeu segurança a Luis
midade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade de votos, dar Valotta, funcionário da Prefeitura Municipal
provimento, em parte, ao recurso. de São João da Boa Vista, demitido de seu
Brasília, 4 de dezembro de 1967. - Vitor cargo por ato do Govem~or do Estado,
Nunes Leal. Presidente. - Osvaldo Triguei- expedido de acôrdo com o art. 7.°, § 2.°,
TO, Rélator. do Ato Institucional n.O 1.

Você também pode gostar