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Características gerais das apraxias da fala

Os pacientes com apraxia da fala demonstram, geralmente, comprometimento


primariamente na articulação, com alterações na seqüência dos movimentos musculares
para a produção voluntária dos fonemas e, secundariamente, alterações prosódicas,
caracterizadas por uma fala mais lenta que o normal e com escassez de padrões de
entonação, ritmo e melodia(1).

As anormalidades prosódicas são usualmente sentidas como sendo secundárias às


dificuldades articulatórias. A falta da fluência na fala é primariamente causada por pausas
e hesitações, que ocorrem na tentativa de produzir corretamente as palavras, surgindo
como uma forma de compensação da contínua dificuldade na articulação (2).

A fala caracteriza-se pelos prolongamentos articulatórios e pela segregação de sílabas. O


prolongamento articulatório se estende, em geral, a todos os elementos de uma ou mais
palavras, dando a impressão de ausência de limites entre as sílabas e as palavras. Já a
segregação das sílabas refere-se às pausas prolongadas entre as sílabas para preparar a
expressão oral seguinte(2).

A apraxia da fala possui características únicas que a diferenciam de qualquer outro


distúrbio de comunicação. A primeira delas é o contraste existente entre a execução
voluntária e involuntária da fala. Nesse sentido, quando um paciente fala improvisando,
repete uma expressão já aprendida ou responde a um estímulo, podendo produzir muitas
palavras com precisão articulatória. Alguns exemplos disso são: contar seqüência de
numerais, recitar um Pai-Nosso, cantar uma canção conhecida, emitir expressões de
saudação ou despedida, sem apresentar esforço nem erros. No entanto, quando esse
paciente é solicitado a emitir algumas palavras, sob teste, não consegue produzi-las,
podendo vir a emiti-las em outro contexto(1).

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