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Podcast
Disciplina: Habilidades visuoespaciais, praxias e gnosias: aspectos
teóricos e instrumentos de avaliação.
Título do tema: Conceitos e tipos de praxia.
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Elisangela Toth

Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre a Apraxia da Fala.

A apraxia da fala ou apraxia verbal é um transtorno que atinge pessoas em


todas as faixas etárias. É considerada como uma disfunção que acomete a
articulação da musculatura responsável por coordenar os movimentos, que
possibilitam a produção dos sons da fala. Ocorre independe de danos nas
estruturas cerebrais responsáveis pela atenção, motricidade, sensibilidade e
comportamento.

É comum observar em indivíduos apráxicos que a compreensão da linguagem


se mantém preservada e que os déficits encontrados, repercutem no
encadeamento de movimentos musculares e no autocontrole para pronunciar
fonemas. Por isso, tais gestos verbais podem ser executados
automaticamente, mas quando há a necessidade de emissão voluntária sofrem
prejuízos.

Quando a manifestação desse transtorno ocorre na infância, este é


denominado uma apraxia do desenvolvimento. Essa classificação diz respeito à
necessidade de maturação das regiões cerebrais que gerenciam o controle
motor da fala, pois somente após o desenvolvimento dessas áreas é possível
que a criança se comunique de forma eficaz.

A evolução da linguagem é estimada como um produto das interações da


criança com as palavras. No entanto, quando a apuração das articulações
verbais não acontece, a fala da criança torna-se comprometida. Diferente de
outros transtornos do neurodesenvolvimento, que implicam em alterações da
fala, as crianças com apraxia do desenvolvimento se expressa de forma muita
parecida aos adultos com apraxia verbal.

Alguns sinais de apraxia do desenvolvimento são: problemas na cadência


durante a emissão da fala, separação na pronúncia das sílabas, discrepâncias
entre o tempo da narrativa e dos acontecimentos.

Na população adulta e idosa a apraxia da fala recebe o nome de apraxia


adquirida. Geralmente, pessoas nesta etapa da vida já aprimoraram sua
capacidade de articular e sequenciar os movimentos necessários para a fala,
mas devido a lesões na região sensório-motora ou área de Broca, perdem a
capacidade de organização desses movimentos.
Na apraxia adquirida destacam-se principalmente os problemas com a
sucessão de movimentos para a verbalização das palavras, seguidos de
lentidão e pobreza no ritmo e entonação. As pausas durante o discurso podem
ser utilizadas como uma estratégia compensatória com o intuito de conseguir a
pronúncia correta.

Pacientes com essa apraxia tem dificuldade na execução voluntária, como


elaborar uma frase quando solicitado. Mas mantém a habilidade pronunciar
sentenças já conhecidas, como uma poesia previamente decorada. Os
esforços para pronunciar as palavras, resultam em erros muito diferentes de
uma pronúncia para a outra, por isso a mesma palavra pode ser verbalizada
com diferentes erros.

Durante a avaliação desses pacientes é importante observar a “raiz” das


dificuldades apresentadas, ou seja, se as estruturas físicas envolvidas na fala
não estão alteradas. Caso elas permaneçam preservadas e ainda sim, há
prejuízo na articulação, identifica-se um critério importante para o diagnóstico
de apraxia adquirida. Nessas situações, o principal comprometimento está na
articulação, gerando consequentemente problemas para a emissão dos sons,
entonação e ritmo.

Os maiores desafios encontrados por esses indivíduos estão em palavras com


maior grau de exigência articulatória, como encontros consonantais, palavras
extensas ou sons irregulares. Desse modo, tendem a distorcer, trocar ou
excluir os fonemas que encontram dificuldades.

Ressalta-se que pessoas com essa disfunção, geralmente demonstram ter


ciência sobre suas limitações. Por isso, é de suma importância que programas
de reabilitação cognitiva sejam implantados para minimizar as alterações
apresentadas, visto que quanto maior o treinamento e repetição dos sons,
menores são os déficits para reproduzi-los.

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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