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APOSTILA DESTINADA A

INSTRUTORES DE BOXE NIVEL I

Curso de formação continuada

CARACTERÍSTICAS DE UM INSTRUTOR
O instrutor de boxe tem que ter várias características
diferenciadas.

O instrutor de Boxe tem que ter um linguajar diferente, tem que


ser uma pessoa séria nas suas atitudes e não pode ter
palavreados estranhos, tem que ser pontual em seus
compromissos com seus alunos.

O instrutor não pode em hipótese alguma humilhar,


menosprezar, fazer criticas destrutivas, não faça vergonha, o
aluno errou em alguma atitude, chame em particular, errou no
treino, pare toda a sala e faça com aquele aluno que errou o
correto para todos verem a correção.

ANAMNESE VERBAL
Em Todas as aulas, pergunte para seus alunos como passaram a
noite anterior, como está a família, pergunte também se tem
alguém sentido alguma dor, se alguém passou mal nos últimos 3
dias, depois de todas essas informações.
PLANO DE AULA
Fale do treino do dia.

1-Aquecimento/exercicio específico

* Aquecimento geral/ corrida, pular corda, polichinelo.

*aquecimento específico/membros superiores ou membros


inferiores.

O tempo desse processo será de 10 a 15 minutos.

2-Parte técnica do treino

Uma coisa muito importante, sempre deixe bem clara as técnicas


que você vai trabalhar em sala nesse dia, não esqueça, sempre
fale em alto e bom som.

*Jab, direto (cross) cruzado (hook) e gancho(uppcut)

Essa é a parte superior.

Temos o trabalho dos membros inferiores

-Sobre passo a passo.

É natural ter algum aluno com mais dificuldade que os demais,


como resolver esse problema? Você tem que analisar bem onde
está à dificuldade, depois tente resolver, sempre com muita
calma e sem pressa, para o aluno fazer a técnica sem rapidez.

(o tempo de correção de uma técnica será de no máximo 1


minuto)

São Luís, junho de 2021.


Como se treina Boxe
O boxe é dividido em três partes.

1-Física: A parte física consiste em prepara o aluno, sendo


condicionamento físico, velocidade, força e o específico.

2-Técnica: O aluno tem que manusear bem todas as técnicas do


boxe, sendo elas o jab, direto (cross), cruzado (hook) e gancho
(uppcut) tem a parte das esquivas e bloqueio que são as defesas.

Obs.: Estude Fisiologia e Anatomia Humana.

Referencia: Anatomia do treinamento de força (Bret Contreras)

*Fisiologia é uma área de estudo da biologia responsável em


analisar o funcionamento físico, orgânico, mecânico e
bioquímico dos seres vivo.

Referência: www.m.brasilescola.uol.com.br

*Anatomia Humana: é um campo da Biologia que estuda os


sistemas do corpo humano.

Referência: www.anatomiadocorpo.com.br

3- Parte Tática: Onde vamos utilizar todas as ferramentas


trabalhadas anteriormente.

Falaremos sobre o aluno-atleta no módulo ll


Curiosidade: Em uma luta de boxe até a categoria pesado que
dure 9 minutos, em média, são lançados ou atirados 350 a 400
jabs.

São Luís, junho de 2021.

MANOPLA
MANOPLA DE FOCO:
A manopla- é um equipamento de treino muito importante.

Para que serve a manopla de foco?

A manopla serve para aperfeiçoar as técnicas.

Você como treinador, tome muito cuidado com esse


equipamento, ele pode ser muito perigoso para você e para o
seu aluno.

Por que é perigoso o uso incorreto da manopla?


Com a manopla você treina a distância do aluno ou envergadura,
no decorrer do treinamento com a manopla o aluno se empolga,
é normal se empolgar, controle o aluno, uma observação muito
importante: nunca bata com manopla na mão do aluno, e
também não deixe que o seu aluno treine força na manopla,
porque a sequência errada desse equipamento poderá causar
uma luxação (crônica) nas articulações dos deltóides, tanto nos
deltóides do aluno quanto o seu como instrutor.

https//www.kenhub.com.anatonia

Curiosidade:

Três minutos de manopla é mais desgastante do que três


minutos de luta.

Posso trabalhar manopla todos os dias?


Não é aconselhável fazer o trabalho com manoplas todos os dias,
na verdade, a manopla é usada para corrigir as técnicas e
também trabalhar ou simular lutas.

Obs.: O treino com manopla de foco é muito empolgante, todos


os alunos gostam, com isso, gera um interesse maior pela
modalidade.

Os golpes básicos e principais


Antes de falarmos especificamente sobre cada golpe, iremos ao
princípio básico de qualquer golpe.

Que parte da minha mão deve atingir o alvo ao desferir


o golpe?
O golpe deve ser preferencialmente atingido com o nó do dedo
(cabeça da falange medial) Referência:
www.anatomiadocorpo.com. Mas, por uma questão
biomecânica simples, este além de ser o osso mais protuberante
da mão quando está fechada, é a projeção em linha reta mais
perfeita do antebraço, ele projeta o impacto bem ao centro dos
ossos e músculos do antebraço, a ser estendido também do
braço. Potencializando a sim a energia vinda da execução do
golpe sem um desvio de rota.

Qual a posição do punho ao atingir o alvo?


O punho deve formar uma linha reta da mão com o antebraço, a
fim de direcionar o nó dos dedos para o alvo.

Vou deixar a minha guarda vulnerável ao desferir o


golpe?
A resposta é sim. Não existe golpe que deixe pelo menos um
ponto vulnerável. Lembre-se dos quatro pontos de defesa da
guarda, ao jogar um golpe no mínimo uma estará vulnerável ao
contragolpe.

Quais os 4 pontos de defesa ?


Rosto, peito, abdome e costela, esses quatro pontos tem que ser
guardados pelas suas defesas ou pelo seu (escudo) seus braços.

São Luís, junho 2021.


INTRODUÇÃO
Esse é o terceiro trabalho feito por mim, direcionado a você que
ama a NOBRE ARTE, é o início de uma carreira muito importante
que é EDUCADOR de BOXE, onde aqui você vai ter noções
básicas e você sairá capacitado para ministrar aulas para alunos
iniciantes, teremos mais edições desse curso de formação. Esse é
o MODULO I, após 6 meses teremos o MODULO II.

Tenho aqui algumas dedicações a fazer com esse


trabalho.
Quero em primeiro lugar, agradecer e dedicar ao meu DEUS por
me dá condições para está passando o conhecimento que Ele me
concede, dedico esse trabalho a minha família por me apoiar.

Minha esposa EDIENE NUNES, meus filhos, Jefferson, Jailson e


Jaciellen, que passou o dia ajudando na digitação desse
trabalho, a minha mãe FILICIDADE CARDOSO que não esta mais
entre nós e a meu pai MÁRIO CARDOSO e meu sogro MIGUEL.

Dedico aos alunos atletas: Fábio, Daniel, Henrique, Victor,


Railson, Nunes e a meu amigo Denis Venceslau, também a todos
que não lembro o nome nesse momento.

Dedico em especial ao um grande irmão que não está mais entre


nós, Pantera Rodrigues.

São Luís, junho de 2021.


BOXE

PALESTRANTE: PROF.MÁRIO CARDOSO

São Luís, junho de 2021.


Meu nome é Mário Cardoso, tenho 42 anos de vida, 29 deles é dedicado as Artes
Marciais e lutas, tenho minha formação na modalidade BOXE com o treinador Ulisses
Pereira (treinador do Acelino Popó), sou Formado no curso de Educação Física pela
Faculdade Santa Fé, pós-graduando em PISCANÁLISE, sou instrutor de M.M.A (lutas
mistas), instrutor de Cardiomma, instrutor de LETHWEI, (é uma modalidade popular
na BIRMÂNIA) instrutor formado de KRAV MAGA (defesa pessoal) Árbitro de M.M.A
Profissional e amador, K1 profissional e amador pela ABAL (Associação Brasileira de
Arbitragem de Lutas) CNMMA (Conselho Nacional de MMA), Palestrante
Motivacional de Atletas.

Meus Contatos: Facebook: MÁRIO BOXE CARDOSO

E-mail: aprendendoboxecommariocardoso@hotmail.com

Instagram: Mario_Boxe Cardoso

WhatsApp: 098 9812-504

Fones: (098) 98612-5049, (098) 98728-7105


A História do Boxe

O Boxe ou pugilismo é um esporte de combate, no qual


os lutadores usam apenas os punhos, tanto para a defesa,
quanto para o ataque. A palavra deriva do inglês to box, que
significa bater, ou pugilismo (bater com os punhos), expressão
utilizada na Inglaterra entre 1000 e 1850.

Remontando aos séculos XVIII e XIX (1701 A 1800), quando de


seu nascimento na Inglaterra, o Boxe era praticado com as mãos
nuas. Essas lutas com as mãos descobertas eram
frequentemente brutais, de modo que o Boxe acabou sofrendo
intensas mudanças em 1867, com a formulação das Regras de
Queensberry, que previam rounds de três minutos, separados
por um intervalo de um minuto, além do uso obrigatório das
luvas. Essas regras entraram em vigor em 1872.
O boxe foi primeiramente considerado um desporto
olímpico em 688 a.C., na 23ª olimpíada da antiguidade; seu
vencedor foi Onomastus de Esmirna, que foi quem definiu as
regras do esporte. Posteriormente, quando houve o
ressurgimento dos Jogos Olímpicos da Era Moderna,
nas Olimpíadas de 1896, em Atenas, o boxe não foi incluído
como uma das modalidades da competição. O Boxe então
somente retornou nas Olimpíadas de 1904, a terceira da Era
Moderna, em St. Louis, e desde então foi praticado em todas
suas edições posteriores, com exceção às Olimpíadas de 1912,
em Estocolmo.

São Luís, junho 2021.

A afirmação do Boxe a partir do século XVII

Depois de um período mais conturbado, em que não se assistiu a


qualquer evolução da modalidade, o b-Boxe popularizou-se na
Inglaterra, a partir do século XVII. Os boxeurs passaram a
combater por dinheiro e isso foi suficiente para surgirem novas
técnicas, como a introdução do jogo de pernas e o jogo ofensivo,
o que atraiu milhares de novos praticantes. O nobre inglês
Marquês de Queensbury sentiu a necessidade de regulamentar
este desporto e, como tal, criou determinadas regras para deixar
o Boxe menos violento, como por exemplo:
• Os combates passariam a ser dentro de um ringue de cordas
da forma como hoje é conhecido;
• Os lutadores começaram a ser divididos por pesos e
categorias;
• Os boxeurs utilizavam sempre umas luvas de boxe durante
um combate. Acabava o boxe a punhos nus;
• Passou-se a utilizar uma proteção nos dentes;
• O público ficou separado dos atletas;
• Cada assalto tinha a duração de três minutos com intervalos
de um minuto entre eles para que os atletas conseguissem
recuperar as suas forças.
Estas alterações contribuíram para o desenvolvimento do boxe
como desporto e favoreceram a tática, a velocidade de
execução, o aperfeiçoamento desportivo e a estética. Esta
evolução e mudança de mentalidade garantiram uma emoção
acrescida à prática da modalidade.

DIFERENÇA ENTRE DESPORTO E ESPORTE


A grande diferença entre Educação Física desporto / esporte é
que enquanto a primeira diz respeito a uma disciplina escolar e a
um campo acadêmico ,esporte refere-se às diversas modalidades
organizadas .Esta diferença é muito importante, pois existem
muitas pessoas que consideram estas duas palavras sinônimas.
Educação Física é uma atividade física planejada e estruturada,
com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento
físico. É também o conjunto de atividades físicas não
competitivas, que fundamenta a correta prática destas
atividades. Esporte é uma atividade física que, geralmente,
envolve a competição, exemplo: futebol profissional e Boxe.

São Luís, junho 2021.

TRABALHO DE SACO DE PANCADA

• O trabalho de saco deve ser feito sempre com um


instrutor por perto, é um trabalho muito perigoso, não
deixe seu aluno brincar de “bater saco” o aluno só pode
ir para o trabalho de saco quando ele aprender a
dominar as técnicas com segurança e firmeza, o trabalho
de saco é um dos últimos a ser realizado no processo de
iniciação do aluno.

• Saco é um trabalho de força e tática. Tome muito


cuidado quando for realizar esse trabalho na fase
recreativa, sempre pesa para os alunos baterem com a
“mão dura” (as mãos sempre bem fechadas para
prevenir lesões), sempre é bom colocar duplas para fazer
esse trabalho, um segura e o outro faz o trabalho que o
instrutor estiver ditado.

• Obs.: não permita que durante o tempo de descanso


permitido por você, o aluno chute o saco, sua aula é de
BOXE não de savate.

São Luís, junho 2021.


ÉTICA EM SALA DE AULA
O significado da palavra ética: parte da filosofia responsável
pela investigação dos princípios que motivam, distorcem,
disciplinam ou orientam o comportamento humano,
refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores,
prescrições e exortações presentes em qualquer realidade
social.

P.ext. Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e


moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

Refer ência: https://www.significados.com.br/etica.

Gostaria de falar algumas coisas que não faz parte da nossa ética
profissional, uma delas é o PALAVRIADO que muitas vezes
usamos sem prestar a mínima atenção no que estamos falando,
outra coisa é permitir brincadeiras na sua sala de aula, nunca
deixe aluno treinar sem camisa, não permita que alunos façam
algo que você não autorizou, um dos riscos que tem, é o aluno
está na aula de Boxe e ficar chutando o saco que e para soco.

Sempre trate seu aluno com muito respeito para que você
receba em troca.
Não treine com sua sala, você está sendo pago por eles para que
você os ensine e não para ser seu parceiro de treino, (tenha seu
dia de treinar, seja só ou com outros professores).

ATENÇÃO: Não faça Sparring com alunos, se alguma vez você for
fazer, tome muito cuidado, faça quando tiver poucos alunos e
alunos maduros, ou faça no treino de atletas, ai sim é mais
seguro você fazer.
Não aceite desafio com a sua pessoa, para sua equipe sim, você
não está na sua escola para ser testado e sim para transmitir
conhecimento.
O boxe é uma das competições mais apaixonantes e
vibrantes em todo o mundo. Conheça em que consiste a
história do boxe e compreenda a evolução de um desporto
que combina a inteligência tática à resistência física e
agilidade de movimentos.

O que é o boxe

O boxe é um desporto de combate que coloca frente a frente


dois lutadores que se enfrentam em busca do título de melhor
boxeur. Trata-se de uma arte marcial agressiva, mas que, ao
contrário de outras modalidades como o Muay Thai ou Savate,
utiliza apenas os punhos quer para defender ou atacar. O termo
boxe deriva da expressão inglesa “to box” que significa bater ou
bater com os punhos (pugilismo). Este estilo de luta é praticado
há milhares de anos e tem milhões de adeptos e praticantes em
todo o mundo.

A origem do boxe

O boxe como desporto já é conhecido e praticado há várias


décadas e a sua origem remonta a Creta em 1500 a.C. Começou
por ser praticado na Grécia e em Roma e era um desporto muito
violento e desumano, pois os lutadores enfrentavam-se até à
morte. Este tipo de luta foi adotado mais tarde pela primeira vez
numa Olimpíada em 668 a.C. Tratou-se da 23ª edição dos Jogos
Olímpicos da Antiguidade e os boxeurs utilizavam faixas de couro
nas mãos para proteger os dedos e lutavam até que um deles
caísse inanimado ou admitisse a derrota. Com a queda do
Império Romano, perdeu-se um pouco a cultura do boxe, mas
tudo leva a crer que ele continuou a ser praticado, visto que a
sua prática foi assinalada no fim do século IX, no Sul de
Inglaterra.

A afirmação do boxe a partir do século XVII

Depois de um período mais conturbado, em que não se assistiu a


qualquer evolução da modalidade, o boxe popularizou-se em
Inglaterra, a partir do século XVII. Os boxeurs passaram a
combater por dinheiro e isso foi suficiente para surgirem novas
técnicas, como a introdução do jogo de pernas e o jogo ofensivo,
o que atraiu milhares de novos praticantes. O nobre inglês
Marquês de Queensbury sentiu a necessidade de regulamentar
este desporto e, como tal, criou determinadas regras para deixar
o boxe menos violento, como por exemplo:
• Os combates passariam a ser dentro de um ringue de cordas
da forma como hoje é conhecido;
• Os lutadores começaram a ser divididos por pesos e
categorias;
• Os boxeurs utilizavam sempre umas luvas de boxe durante
um combate. Acabava o boxe a punhos nus;
• Passou-se a utilizar uma proteção nos dentes;
• O público ficou separado dos atletas;
• Cada assalto tinha a duração de três minutos com intervalos
de um minuto entre eles para que os atletas conseguissem
recuperar as suas forças.
Estas alterações contribuíram para o desenvolvimento do boxe
como desporto e favoreceram a tática, a velocidade de
execução, o aperfeiçoamento desportivo e a estética. Esta
evolução e mudança de mentalidade garantiram uma emoção
acrescida à prática da modalidade.
O boxe no século XX

No início do século XX, o boxe já era um desporto muito


conhecido no Continente Europeu e a sua inclusão nos Jogos
Olímpicos de Saint Lois em 1904, fez com que esta arte
marcial ficasse conhecida em todo o mundo. Desde então, o seu
crescimento não parou mais, e na memória de todos ficaram
nomes como Rocky Marciano, Muhammad Ali, Teófilo
Stevenson, Joe Frazier, George Foreman, Lennox Lewis, Jeff
Fenech, Sugar Ray, entre outras lendas.

O aparecimento do boxe no Brasil

O boxe chegou ao Brasil com os emigrantes alemães e italianos


no final do século XIX e início do século XX. Os primeiros
combates foram realizados nas docas de Santos e Rio de Janeiro
entre marinheiros europeus. Este estilo de luta começou a ser
conhecido e praticado por vários atletas, no entanto a sua
difusão foi lenta. A partir dos anos 60, o boxe ganhou um novo
fulgor e isso deveu-se aos contributos do lutador Éder Jofre que
foi campeão mundial em 1961 e 1973. Anos mais tarde, Adilson
Maguila Rodrigues também teve um papel preponderante, pois
em 1989 foi campeão sul-americano e foi segundo no ranking
do Conselho Mundial de Boxe (CMB). No final dos anos 90,
surgiu uma nova promessa do boxe brasileiro: Acelino de Freitas,
mais conhecido como o Popó. Ele foi campeão mundial (1999)
pela Organização Mundial de Boxe (OMB) ao vencer o russo
Anatoly Alexandrov e isso inspirou milhares de praticantes
brasileiros

História O Boxe foi primeiro conhecido em Creta em 1500 anos


a.c e praticado na Grécia e Roma sendo um esporte olímpico a
partir da 23ª olimpíada (688 a.c.). Após esta época tem-se notícia
do Boxe na Inglaterra no Sec. XVII. Nesta época as lutas de Boxe
eram praticadas sem as luvas e permitiam-se golpes e chaves de
luta-livre para derrubar o adversário. O último combate sem as
luvas foi disputado entre os americanos John L. Sullivan e Jake
Kilrain, em 8 de julho de 1889 com 75 rounds, com duração de 2
horas, 16 min e 23 segundos e com a vitória de Sullivan. Além
disso, não havia tempo pré-estabelecidos para os combates e as
lutas só acabavam com a desistência de um dos competidores e
mesmo depois que o adversário caísse, ainda assim, poderia ser
atacado. O primeiro campeão do Boxe sistematizado foi Jack
Broughton (1704-1789), na Inglaterra. Ele utilizou técnicas
menos rudes que outros adversários, dando maior ênfase a jogo
de punhos e pernas. O estilo de Jack Bourghton deu origem a
novas regras que sobreviveram até 1838, com a vinda do novo
código de Londres. Outro grande lutador foi John Jackson
conhecido no sec. XVIII como “Gentleman Jackson” conquistando
o título inglês por derrotar Daniel Mendonza e foi o primeiro
lutador a usar tecnicamente o jogo de pernas e de corpo. John
fundou uma academia de Boxe em Londres, quem introduziu as
luvas acolchoadas atraindo para sua escola nobres rapazes da
elite social da Inglaterra. John instituiu regras, chamadas de
Marques de Queensberry, que regem o esporte até os dias de
hoje, que procuram valorizar a arte e destreza dos lutadores. Em
1872, realizaram-se torneios que pela primeira vez os lutadores
eram pesados e divididos por categorias. O estilo de ringue com
isolamento de cordas dispostas em 3 alturas diferentes,
apareceu no começo do sec. xx. E o protetor de dentes foi
inventado pelo dentista inglês Jack Marks, sendo utilizado até os
dias de hoje em todas as competições. A fim de controlar e
organizar o Boxe na Grã-Bretanha fundou-se em 1884 a
Associação Britânica do Boxe amador e também nos EUA, em
1888 a União Atlética dos Amadores. O Boxe foi incluído como
esporte olímpico em 1904, em sete categorias e mais tarde em
dez categorias nas olimpíadas contemporâneas. O Boxe veio
para o Brasil junto com os emigrantes alemães e Italianos e há
rumores oficiais de lutas no final do sec. XIX e início do XX, mas a
luta era sempre associada aos capoeiristas ou à marginalidade.
Esse preconceito era especialmente forte entre os membros da
elite dirigente do país, na época. E as primeiras exibições de Boxe
foram feitas por marinheiros europeus, que tinham aportado em
Santos e no Rio de Janeiro, e naquela época os marinheiros eram
recrutados das classes mais humildes. Em São Paulo, há registro
da primeira luta de boxe no Brasil, embora apenas como
exibição, entre um pequeno ex-boxeador profissional que fazia
parte de uma companhia de ópera francesa e o atleta Luis
Sucupira, conhecido como o Apolo Brasileiro, em razão de seu
físico avantajado, o qual tornou-se um grande entusiasta do
boxe e seu primeiro grande divulgador. A partir desta época o
boxe é divulgado e legalizado no Brasil. A real divulgação iniciou
apenas em 1919, com Goes Neto, um marinheiro carioca que
havia feito várias viagens à Europa, onde havia aprendido a
boxear. Naquele ano de 1919, Goes Neto retornara ao Brasil e
resolveu fazer várias exibições no Rio de Janeiro. Com as
mesmas, um sobrinho do Presidente da República, Rodrigues
Alves, se apaixonou pela nobre arte. O apoio de Rodrigues Alves
facilitou a difusão do boxe: começaram a surgir academias e logo
esse esporte ganhou a áurea da “legalidade”, de esporte
regulamentado, com a criação das “comissões municipais de
boxe” em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Isso tudo, entre
1920 e 1921. Os primeiros treinadores competentes apareceram
no início da década dos 20’s. O primeiro reconhecido foi
Celestino Caversazio. A dívida do boxe brasileiro para com
Carvesazio é imensa e, se tivermos que apontar sua principal
contribuição, diríamos que foi ser professor dos primeiros
treinadores importantes do Brasil: os irmãos Jofre, Atílio
Lofredo, Chico Sangiovani, etc. Ainda em 1923, no Rio de
Janeiro, foi criada a primeira academia de boxe no Brasil: Brasil
Boxing Club, que muito difundiu o boxe entre os cariocas. No
final de 1922, Benedito dos Santos “Ditão” iniciou a treinar boxe
numa academia de São Paulo. Ditão era um negro de porte
gigantesco, enorme aptidão para o boxe e um direto irresistível.
Em um par de meses, já no início de 1923, estreava como
profissional e, sem nenhuma dificuldade, derrotou seus três
primeiros adversários, todos no primeiro round. Se somarmos o
tempo total de luta desses três combates, não chegaremos a três
minutos. Era essa a experiência profissional de Ditão. “Todos
ficaram enlouquecidos com Ditão; seus três fulminantes
nocautes levaram todos a acreditar que nenhum homem do
mundo poderia resistir à sua pancada devastadora”. Não menor
era o entusiasmo dos empresários da época, os quais viram uma
chance milionária quando passou pelo Brasil o campeão europeu
dos pesados, Hermínio Spalla, que tinha ido até à Argentina
enfrentar o legendário Angel Firpo. Foi organizada uma luta
entre Ditão e Spalla que rendeu 120 contos de réis, uma fortuna
para a época. O início da luta foi quase de encomenda para a
plateia: já de saída, Spalla foi derrubado pela potentíssima
direita de Ditão. O público foi ao delírio, mas não era por nada
que Spalla tinha mais de sessenta lutas com adversários de nível
internacional. O italiano levantou-se e a partir do terceiro round
iniciou a demolir Ditão. Esse qual leão ferido, tentou resistir, mas
acabou caindo no nono round. Teve um derrame cerebral, mas
sobreviveu para terminar seus dias como inválido.
Imediatamente após a derrota de Ditão, os jornais iniciaram uma
campanha contra o boxe, o que levou o governador de São Paulo
a proibir sua prática. Mas não ficou só nisso o impacto da
tragédia de Ditão: por quase dez anos, os empresários brasileiros
ficaram receosos de trazer boxeadores estrangeiros. Após a
proibição, em abril de 1925, o boxe brasileiro voltou a crescer a
partir das sementes lançadas pelos primeiro treinadores
competentes. No período que se seguiu, entre os vários
lutadores de destaque, o maior ídolo foi o peso leve Ítalo Hugo,
o Menino de Ouro. Entre seus maiores feitos está o nocaute, em
primeiro round, sobre o campeão sul-americano dos leves, Juan
Carlos Gazala, em 1931. Em 1932, tivemos novo impasse: a
Revolução de 32 paralisou tudo. E muitos vieram inclusive Eder
Jofre, até que Maguila estreou como profissional em 1983,
tendo Ralph Zumbano como técnico e Kaled Curi como
empresário. Em 1986, já no auge da fama, assinou contrato com
a Luque e passou a treinar com Miguel de Oliveira que alterou
profundamente seu estilo de luta e corrigiu seus defeitos de
defesa. Como consequência, em 1989, chegou a ser o segundo
colocado no ranking do CMB e em rota de colisão com Mike
Tyson, na época, o undisputed champion do mundo. O grande
momento, contudo, nunca ocorreu. Precisou enfrentar dois dos
maiores pesados do século XX: Evander Holyfield e George
Foreman. Perdeu essas duas lutas e isso lhe tirou não só a
chance de disputar o título como o encaminhou para a
obscuridade. Para piorar, Maguila aumentou muito de peso,
perdendo a forma física. Apesar disso, em 1995, chegou a
campeão mundial pela WBF ( Federação Mundial de Boxe ), uma
associação que ainda não havia conseguido grande
respeitabilidade. Com falta de patrocínio, pouco tempo depois,
Maguila foi destituído do título por inatividade. Com o ocaso de
Maguila, também veio o do boxe brasileiro que rapidamente
perdeu o enorme espaço que havia tido na televisão. No final
dos anos 90, surgiu uma nova promessa: Acelino de Freitas, o
Popó. Patrocinado pela Rede Globo de televisão, Popó chegou
ao título de campeão mundial pelo WBO. Ainda é cedo para
avaliarmos a posição que lhe reservará a História.

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