Você está na página 1de 202

2

SUMÁRIO
Apresentação.............................................................................................................................. 8
1 - Introdução............................................................................................................................. 10
2 - Código de Trânsito Brasileiro............................................................................................. 12
1 - Introdução................................................................................................................................. 12
2 - Conceitos e definições básicas................................................................................................ 16
3 - Sistema de trânsito no Brasil.................................................................................................... 18
4 - Direção perigosa de veículos ...................................................................................................21
5 - Ultrapassagem.......................................................................................................................... 23
6 - Estacionamento ....................................................................................................................... 24
7 - Ciclistas, animais e tração animal............................................................................................. 25
8 - Motocicletas.............................................................................................................................. 25
9 - Pedestres ................................................................................................................................. 26
10 - Educação para o trânsito........................................................................................................ 29
11 - Equipamentos obrigatórios..................................................................................................... 29
12 - Utilização adequada dos meios de transporte........................................................................ 32
13 - Habilitação formal................................................................................................................... 36
14 - Multas...................................................................................................................................... 37
15 - O papel da autoridade policial................................................................................................. 41
16 - Cinto de segurança................................................................................................................. 42
17 - Álcool e drogas....................................................................................................................... 45
18 - Uso do celular & volante......................................................................................................... 48
19 - A história do Trânsito Brasileiro.............................................................................................. 50
20 - Dicas importantes................................................................................................................... 55

3 - Noções Básicas de Primeiros Socorros............................................................................. 62


1 - Apresentação......................................................................................................................... 62
2 - Educando com valores.............................................................................................................. 63
3 - Riscos, perigos e acidentes...................................................................................................... 64
4 - Importância das Noções de Primeiros Socorros....................................................................... 65
5 - O que são os Primeiros Socorros............................................................................................. 66
6 - A Seqüência das Ações de Socorro......................................................................................... 65
7 - Como Manter a Calma.............................................................................................................. 67
8 - Como Controlar a Situação....................................................................................................... 68
9 - Acionando o Socorro................................................................................................................. 69
10 - Você pode melhorar o Socorro, pelo telefone......................................................................... 72
11 - A sinalização do local e a segurança...................................................................................... 73
12 - Que materiais podem ser utilizados na sinalização................................................................ 74
13 - Onde deve ficar o início da sinalização...................................................................................75
14 - Como identificar Riscos para garantir mais segurança........................................................... 76
15 - Quais os riscos mais comuns e quais os cuidados iniciais..................................................... 77
16 - Iniciando o socorro às vítimas................................................................................................. 81
17 - O que não se deve fazer com uma vítima de acidente........................................................... 84
3
18 - Primeiros Socorros – A importância de um Curso Prático...................................................... 86
19 - Recapitulando - Perguntas e Respostas................................................................................. 87

4 - Engenharia de Tráfego......................................................................................................... 99
1 - Conceito.................................................................................................................................... 99
2 - Área de abrangência................................................................................................................ 100
3 - Atividades que o engenheiro de tráfego desenvolve............................................................... 102
4 - Sistema viário........................................................................................................................... 104
5 - Comportamento do usuário...................................................................................................... 106
6 - Sinalização............................................................................................................................... 107
7 - Nomenclatura das rodovias..................................................................................................... 110
8 - Sinalização viária..................................................................................................................... 112
9 - Sinalização vertical.................................................................................................................. 113
10 - Sinalização horizontal............................................................................................................ 115
11 - Sinalização semafórica.......................................................................................................... 116
12 - Outras Sinalizações............................................................................................................... 116
13 - Planejamento......................................................................................................................... 117
14 - Exemplo de medida moderadora de tráfego.......................................................................... 119
15 - Terminologia utilizada na engenharia de trânsito.................................................................. 119
16 - Dicas para o professor........................................................................................................... 129

5 - Psicologia do Trânsito........................................................................................................ 133


1 - Sensibilização.......................................................................................................................... 133
2 - Área de atuação da psicologia do trânsito............................................................................... 133
3 - Caracterização do trânsito como sistema social e dinâmico, gerador de conflitos.................. 134
4 - Fatores geradores de segurança ou risco............................................................................... 135
5 - As emoções e suas conseqüências no trânsito....................................................................... 138
6 - Influência do fator humano para ocorrências de acidentes - causas endógenas e exógenas.138
7 - Aspectos da personalidade...................................................................................................... 145
8 - O papel da psicologia na melhoria da qualidade de vida......................................................... 147
9 - Distúrbios que interferem no comportamento dos indivíduos no trânsito................................ 148
10 - Como ajudar acidentados no trânsito e seus familiares........................................................ 152
11 - Aspectos psicológicos que devem ser considerados para a educação da criança e do jovem no
trânsito........................................................................................................................................... 153
12 - Aprendizagem significativa (Carl Rogers)..............................................................................155

6 - Educação de Trânsito como Tema Transversal.............................................................. 162


1 - Educação para o trânsito ética e cidadania............................................................................. 162
2 - Histórico, conceito e concepções atuais ................................................................................. 164
3 - Relevância na educação de valores........................................................................................ 166
4 - Aprendizagem de conceito, atitudes e procedimentos............................................................ 167
5 - O que ensinar e o que aprender sobre temas transversais – transversalidade como proposta da
instituição de ensino...................................................................................................................... 168
6 - Considerações didáticas para os temas transversais.............................................................. 169
7 - Parâmetros curriculares nacionais (PCN), temas transversais e trânsito................................ 172
4
8 - A importância da inserção do tema trânsito no currículo escolar como tema transversal....... 173
9 - Política nacional de trânsito e educação.................................................................................. 176
10 - Código de trânsito brasileiro e a educação para o trânsito.................................................... 176
11 - Trânsito e currículo................................................................................................................ 180
12 - Transversalidade e interdisciplinaridade – o tema trânsito integrado às áreas curriculares.. 181
13 - Conteúdos de educação para o trânsito na educação infantil............................................... 181
14 - Conteúdos de educação para o trânsito para o ensino fundamental – organização dos conteú-
dos................................................................................................................................................. 185
15 - Saiba mais ............................................................................................................................ 190

5
6
7
Apresentação
O Código de Trânsito Brasileiro - CTB, Lei Federal nº. 9.503, de 23
de setembro de 1997, em seu capítulo VI, define que a educação
para o trânsito é direito de todos, e deverá ser promovida na pré-
escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus.

O crescente número de vítimas fatais, ou com sequelas irreversíveis,


por acidentes de trânsito fez com que fosse instituído oficialmente,
pela Organização das Nações Unidas - ONU, o período entre
os anos de 2011 a 2020, como a Década Mundial de Ação pela
Segurança no Trânsito, com o objetivo de reduzir pela metade o
número de fatalidades no trânsito mundial e estimular esforços
para conter e reverter a tendência crescente de fatalidades e
ferimentos graves em acidentes no trânsito em nosso planeta.

O Brasil registra um índice de 18,9 fatalidades por grupo de 100


mil habitantes. Em países desenvolvidos, alguns deles europeus
e outros asiáticos, registram uma taxa de 5 mortes por 100 mil
habitantes. Naturalmente, os órgãos responsáveis pelo trânsito
e a sociedade brasileira, na qualidade de vítima em potencial
dessa violência, necessitam acatar integralmente as ações desta
Década.

De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2008, referente


a mortes por causas externas, o acidente de trânsito é o primeiro
colocado na faixa etária de 5 a 14 anos.

Os alunos da Educação Básica estão morrendo no trânsito


como pedestre, ciclista ou passageiros dos veículos. Portanto,
entendemos que deve ser um compromisso da escola promover
ações educativas que ampliem a visão conceitual sobre trânsito,
favorecendo a consolidação de novos comportamentos.

A proposta da escola não deve ser de formar futuros motoristas.


Sua finalidade é mostrar à sociedade brasileira a importância de
educar crianças e jovens para o exercício da cidadania no espaço
público, como pedestres, passageiros, ciclistas...

Visando colaborar com o processo de ensino-aprendizagem,


o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas
Gerais, através da Gerência de Educação para o Trânsito,
desenvolveu o curso de Capacitação de Educadores para o
Trânsito a distância.
8
Acreditamos que a Educação para o Trânsito é um dos
instrumentos que podem favorecer a adoção de atitudes que
visem o bem comum através da construção de conhecimentos,
de valores, de posturas éticas e de cidadania.

Desejamos que o curso possa contribuir para ampliar


conhecimentos e conquistar novos educadores de trânsito.

Bom curso a todos !!!

9
1 - Introdução

O curso de Capacitação Para Educadores de Trânsito, a Distância


vem ao encontro da concepção difundida pelo Código de Trânsito
Brasileiro - CTB, uma vez que traz aos educadores a importância
da realização de um trabalho sério, consistente e sistemático
sobre o tema trânsito em sala de aula.

Seguindo as orientações das Diretrizes Nacionais da Educação


para o Trânsito na pré-escola e no ensino fundamental, elaboradas
pelo Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, o curso
apresenta os conteúdos básicos necessários para que o educador
possa ter um novo olhar e compreender a complexidade do
tema trânsito:
• Código de Trânsito Brasileiro
• Noções Básicas de Primeiros Socorros
• Engenharia de Tráfego
• Psicologia do Trânsito
• Educação para o Trânsito como Tema Transversal;

Objetivos:

• Sensibilizar professores e especialistas em educação sobre a


necessidade de inclusão do tema Trânsito, de forma interdisciplinar
obedecendo a transversalidade no currículo das instituições de
ensino do Estado de Minas Gerais.

• Capacitar e instrumentalizar professores e especialistas em


educação para um trabalho sistemático e contínuo envolvendo
conteúdos de trânsito.

• Conscientizar professores e especialistas em educação quanto à


responsabilidade da busca de soluções que venham minimizar as
causas fundamentais dos acidentes de trânsito.

• Instrumentalizar professores e especialistas em educação para


atitudes favoráveis a uma melhor convivência entre homem/via/
veículo/ meio ambiente, com a conseqüente mudança de hábito e
atitudes comportamentais que garantam a própria segurança e a
da coletividade em seu cotidiano circular.

10
Resultados esperados:

• Implementação de ações educativas de trânsito nas escolas


de ensino regular, respeitando a legislação educacional vigente.

• Entendimento que a ética e a cidadania devem nortear as


ações educativas de trânsito.

• Compromisso de cada agente educador de ser e atuar como


responsável pela segurança no trânsito.

Período do Curso: 30 dias

Carga Horária: equivalência de 40 (quarenta) horas


presenciais

Modalidade: 100% Ensino a distância – EaD

Configuração mínima necessária dos


computadores (hardware)

Computador: Pentium II 400


Memória RAM: 32 MB
HDD de 4 GB
Fax Modem de 56 kbps
Monitor Colorido

Programas necessários (software)


Navegador recomendado: Internet Explorer 7 ou superior.
Ou Navegador: Firefox 2 ou superior
Resolução de Tela: 1024x768
Programas:
. plugin do Adobe FLASH 10 (para visualizar as animações)
. Adobe Acrobat Reader

11
2- Código de Trânsito Brasileiro

1 - Introdução

Toda nação precisa de instituir seu Código de Trânsito.


O Brasil já possuiu outros dois Códigos de Trânsito. O primeiro em
1941 e o segundo em 1968.

O atual Código está valendo desde janeiro de 1998. Ele foi


sancionado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e é
chamado de CTB – Código de Trânsito Brasileiro.

O CTB foi muito bem elaborado e não fica devendo nada aos
Códigos de outros países.

Porém, o mais importante não é termos um código brilhante. Ele


precisa ser cumprido e respeitado por todos os cidadãos.

O CTB está dividido em capítulos, para facilitar a sua leitura e


entendimento.

Os três capítulos mais destacados do CTB são: aquele que trata


das normas e condutas dos usuários do trânsito; outro que trata
das proibições e das respectivas penalidades e ainda, capítulo
específico que menciona sobre os onze crimes de trânsito, assunto
que nunca foi tratado nos outros dois Códigos de Trânsito.

O CTB ainda possui dois grandes anexos. O primeiro, que funciona


como um dicionário, conceituando e definindo várias palavras
utilizadas naquela lei. O segundo anexo mostra cada sinalização
prevista e a sua respectiva ilustração.

Temos ainda as Resoluções do CTB, cuja maior função é de


particularizar artigos que precisam de detalhamento.

Quando se tem interesse pelo trânsito, a leitura do CTB se torna


algo muito agradável. Deixa de ser um livro de muitas páginas e
passa a ser uma fonte de informações sobre segurança.

De uma forma resumida, os Capítulos do CTB estão assim


distribuídos:

12
Capítulo I – Disposições Preliminares
Trata dos objetivos e aplicação do Código, da definição de
trânsito e de vias.

Capítulo II – Sistema Nacional de Trânsito

Versa sobre a composição e objetivos de cada órgão


componente de um sistema de controle do trânsito em todo o
território brasileiro.

Também comenta sobre os Tratados Internacionais de Trânsito,


bem como da formulação de Resoluções pelo CONTRAN e
Portarias pelo DENATRAN.

Capítulo III – Normas Gerais de Circulação e Conduta

Aborda as normas que regem a circulação de veículos e


pedestres. Comenta sobre a manutenção dos veículos e seus
equipamentos obrigatórios, sobre os veículos de serviço de
urgência, sobre a circulação de animais, de motocicletas e
de bicicletas. Detalha as formas prudentes e seguras de se
efetivar cada manobra possível.

Capítulo IV – Pedestres e Condutores de Veículos não


Motorizados

Institui os padrões de conduta dos pedestres e daqueles que


conduzem veículos que não possuem motor.

Capítulo V – O Cidadão

Enfatiza o direito do cidadão de solicitar serviços pertinentes


ao Código.

Capítulo VI – Educação para o Trânsito

Define as diretrizes para se promover a genuína educação de


trânsito para as diversas sociedades organizadas do país.

Capítulo VII – Sinalização de Trânsito

Apresenta orientações sobre as boas práticas de uma


sinalização eficiente, enfatizando a subdivisão técnica destes
sinais, conforme uma padronização internacional. Os detalhes
são encontrados no Anexo II do CTB.
13
Capítulo VIII – Engenharia, Operação e Fiscalização do Trânsito

Aborda as diretrizes para estes importantes segmentos do Sistema


Nacional de Trânsito.

Capítulo IX – Veículos

Define e classifica os mais diversos veículos, em razão de suas


características, tratando ainda sobre o transporte escolar e
coletivo.

Capítulo X – Circulação Internacional

Trata da circulação de veículos estrangeiros no país, de acordo


com os acordos internacionais acatados pelo Brasil.

Capítulo XI – Registro de Veículos

Institui sobre o Registro Nacional de Veículos – RENAVAM e


também aborda o eventual registro de veículos de propulsão
humana, de tração animal e dos ciclomotores.

Capítulo XII – Licenciamento

Define as regras para o necessário licenciamento anual dos


veículos automotores, destacando aqueles que prestam serviços
de transporte regular.

Capítulo XIII – Escolares

Define os requisitos para este segmento específico, tratando tanto


dos veículos, bem como dos condutores e suas habilitações.

Capítulo XIV – Habilitação

Define e detalha os níveis de habilitação, bem como o processo e


exames para se obter e renovar a Carteira Nacional de Habilitação
– CNH.

Capítulo XV – Infrações

Define as ações negativas no trânsito, atribuindo a cada uma


o respectivo nível de rigor da infração. Versa também sobre a
correlacionada penalidade adicional, ou seja, da responsabilidade
do ato, da pontuação negativa no prontuário, da eventual apreensão
14
do veículo e da CNH e do valor da multa pecuniária. Na vida
prática, trata-se do capítulo de maior destaque do Código
de Trânsito.

Capítulo XVI – Penalidades

Define e doutrina cada uma das penalidades que são aplicadas


aos condutores e veículos, em razão das notificações efetivadas
no dia a dia pelos fiscais de trânsito.

Capítulo XVII – Medidas Administrativas

Ressalta os tipos de medidas administrativas que são aplicadas


pelos fiscais de trânsito.

Capítulo XVIII – Processo Administrativo

Destaca sobre o preenchimento dos autos de infração pelos


fiscais de trânsito, bem como os ritos próprios para se apresentar
um recurso no órgão denominado JARI.

Capítulo XIX – Crimes de Trânsito

O CTB prevê o cometimento de onze tipos de crimes, inovando


sobre o Código anterior. Define as consequências e punições
de cada crime.

Capítulo XX – Finalizações

Comenta as situações transitórias, destacando a destinação


de arrecadação de multas, leilões de veículos apreendidos,
dentre outros.

Com o propósito didático, os principais temas do Código serão


aqui estudados numa cronologia diferente desta apresentada
no CTB.

Para que você também conheça e respeite o CTB, foram


listadas adiante alguns conceitos relacionadas com o trânsito.

15
2 - Conceitos e definições básicas

O que é trânsito?

É o resultado concreto da concentração de deslocamentos de


pessoas, em função do desejo dos usuários da via.

Trânsito é o somatório de todos os deslocamentos que decorrem


da decisão de ir e vir do ser humano, numa área pública, a pé ou
utilizando-se de um meio de transporte, tudo numa infra-estrutura
viária que abrigue esse trajeto.

Trânsito é a ação de passagem de pedestres, animais e veículos


de qualquer natureza por vias terrestres, aquáticas e aéreas,
aberta à circulação pública.

Trânsito nos remete aos caminhos abertos à locomoção humana.


Caminhos que conduzem pessoas, que traçam a história dos
lugares, que interligam espaços, que transportam riquezas.

Considera-se trânsito a utilização das vias, por pessoas, veículos


e animais, para fins de circulação, parada, estacionamento e
operação de carga ou descarga. (Art. 1º § 1º do CTB).

O trânsito em condições seguras é um direito de todos e um dever


dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito, aos
quais cabe adotar as medidas necessárias para assegurar esse
direito. (Art. 1º § 2º do CTB).

O que é tráfego?

Tráfego é o estudo da passagem de pedestres, animais e veículos,


de qualquer natureza, por vias terrestres, aquáticas e aéreas,
abertas ao trânsito público (ABNT, 1978).

Pode-se dizer que a matéria da qual o tráfego trata diz respeito ao


fluxo de trânsito, ao ato de circular.

O que é transporte?

No Brasil o transporte abrange o estudo de todas as modalidades


pelo qual o escoamento é feito, podendo ser aeroviário, ferroviário,
aquaviário e rodoviário.

O transporte rodoviário ocupa um papel fundamental no trânsito


do Brasil.

Estima-se que 96% das distâncias percorridas pelas pessoas


ocorram em vias urbanas e rurais, 2 % em ferrovias e metrôs e o
restante por hidrovias e meios aéreos.

16
Em relação às cargas, 60 % são transportadas em vias urbanas
e rurais, 20% em ferrovias, 15% em hidrovias e o restante por
gasodutos/oleodutos, ou por meios aéreos (GEIPOT, 2001).

O que é mobilidade?

Face à mobilidade, os indivíduos podem ser pedestres, ciclistas,


cavaleiros, usuários de transportes coletivos, motoristas ou
passageiros de veículos particulares.

A mobilidade, um atributo associado às pessoas e aos bens


corresponde às diferentes respostas dadas por indivíduos e
agentes econômicos às suas necessidades de deslocamento,
consideradas as dimensões do espaço urbano e a complexidade
das atividades nele desenvolvidas. (Política Nacional de
Mobilidade Urbana Sustentável – Ministério das Cidades).

O que é deslocamento?

Nas áreas urbanas, os deslocamentos a pé e o uso do ônibus


são as formas dominantes de deslocamento.

“O número de veículos no Brasil tem crescido rapidamente


nas últimas décadas: de 500.000 em 1950, para 3 milhões em
1970, chegando a 37 milhões em 2003.” (Prof. Msc. Paulo José
Santos Lindoso - IBETRAN – Instituto Brasileiro de Estudos do
Trânsito -2008).

Estima-se que no ano de 2001 estavam em circulação cerca


de 115.000 ônibus, transportando 65 milhões de passageiros
por dia.

Os sistemas metroviários e ferroviários em operação nas


regiões metropolitanas e grandes cidades transportam um
volume diário da ordem de 5 milhões de passageiros.

A produção anual brasileira de automóveis já supera 2 milhões


de unidades.

O uso de combustíveis à base de petróleo e o crescimento


da demanda do transporte rodoviário incidem diretamente na
emissão de poluentes pelos veículos motorizados.

Embora compensado em parte pelo fato dos novos veículos


produzidos pela indústria nacional emitirem menor quantidade
de poluentes, a gravidade do problema se expressa por meio
dos prejuízos à saúde da população em geral.
O crescimento da população urbana e da frota de veículos
tende a agravar mais essa situação.

Admitindo-se um crescimento anual de 2% a 3% da população


urbana e de 4% da frota de veículos, estima-se que até no
17
ano 2010 foram acrescentados cerca de cinquenta milhões de
habitantes às áreas urbanas e vinte milhões de veículos à frota
nacional.

O grande desafio é como acomodar, com qualidade e eficiência,


esses contingentes populacionais adicionais e os deslocamentos
que eles farão, considerando que o aumento da frota de automóveis,
de seu uso cotidiano e da respectiva mobilidade tendem a agravar
os problemas de congestionamento e poluição.

Tradicionalmente, as ações dos técnicos e decisões das


autoridades têm privilegiado a circulação do automóvel, exigindo
contínuas adaptações e ampliações do sistema viário, que ocorrem
frequentemente a custos elevados.

Considerando que a ocupação per capita do espaço viário pelo


automóvel é bem maior do que em relação ao ônibus, esta
prioridade ao transporte individual consome recursos que, em
muitos casos, poderiam ser orientados para a melhoria do
transporte público.

A adaptação das cidades para o uso intensivo do automóvel


tem levado à violação da natureza, das áreas residenciais e de
uso coletivo, bem como à degradação do patrimônio histórico e
arquitetônico.

3 - Sistema de Trânsito no Brasil

O Sistema Nacional de Trânsito - SNT é formado pelos órgãos


e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. É norteado pela Política Nacional de Trânsito.

O Anexo I da Resolução nº 166, de 2004 aprova as diretrizes


dessa Política Nacional de Trânsito.

A Política Nacional de Trânsito - PNT foca o cidadão brasileiro


como seu maior beneficiário. Traça rumos e cria condições para
a abordagem do trânsito de forma integrada ao uso do solo,
ao desenvolvimento urbano e regional, ao transporte em suas
diferentes modalidades, à educação, à saúde e ao meio ambiente.

A PNT se harmoniza com as políticas estabelecidas por outros


Conselhos Nacionais, em especial com o Conselho das Cidades,
órgão colegiado que reúne representantes do poder público e da
sociedade civil. Tem por foco o desenvolvimento urbano e regional,
a política fundiária e de habitação, o saneamento ambiental, o
trânsito e o transporte e mobilidade urbana, além do Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, e do Conselho Nacional
da Saúde - CNS.
18
A Política Nacional de Trânsito, tem por base a Constituição
Federal, simultaneamente presta submissão à Convenção de
Viena, bem como ao Acordo Mercosul, sobre a Regulamentação
Básica Unificada de Trânsito entre Brasil, Argentina, Bolívia,
Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, (autorizado por Decreto de 3
de agosto de 1993).

Os agentes ou integrantes do Sistema Nacional de Trânsito


– SNT são responsáveis pelo exercício das atividades de
planejamento, administração, normalização, pesquisa, registro
e licenciamento de veículos, formação, habilitação e educação
continuada de condutores, educação, engenharia, operação
do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de
infrações e de recursos e aplicação de penalidades.

A gestão do trânsito brasileiro é responsabilidade de um amplo


conjunto de órgãos e entidades, devendo os mesmos estar
em constante integração, dentro da gestão federativa, para a
efetiva aplicação do CTB e cumprimento da Política Nacional
de Trânsito, conforme descrição sucinta a seguir:

a) Ministério das Cidades: os assuntos de sua competência


são o saneamento ambiental, os programas urbanos, a
habitação, o trânsito e o transporte e mobilidade urbana.
O Ministério das Cidades é o coordenador máximo do
Sistema Nacional de Trânsito - SNT e a ele está vinculado o
Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN e subordinado o
Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN. Cabe ao
Ministério presidir o Conselho das Cidades e participação na
Câmara Interministerial de Trânsito.

b) Câmara Interministerial de Trânsito: constituída por dez


Ministérios, tem o objetivo de harmonizar os respectivos orça-
mentos destinados às questões de trânsito.

c) Conselho Nacional de Trânsito: constituído por


representantes de sete Ministérios, tem por competência,
dentre outras, estabelecer as normas regulamentares referidas
no Código de Trânsito Brasileiro e estabelecer as diretrizes da
Política Nacional de Trânsito.

d) Conferência Nacional das Cidades: prevista no Estatuto


das Cidades, é realizada a cada dois anos e tem por objetivo
propor princípios e diretrizes para as políticas setoriais e para
a política nacional das cidades.
19
e) Conselho das Cidades: colegiado constituído por represen-
tantes do estado em seus três níveis de governo e da sociedade
civil - 71 membros titulares e igual número de suplentes, e mais 27
observadores. Tem por objetivo estudar e propor diretrizes para o
desenvolvimento urbano e regional com a participação social.

f) Departamento Nacional de Trânsito: órgão executivo máximo


da União, cujo dirigente preside o Contran e que tem por finalidade,
dentre outras, a coordenação e a supervisão dos órgãos delegados
e a execução da Política Nacional de Trânsito.

g) Câmaras Temáticas: órgãos técnicos compostos por repre-


sentantes do estado e da sociedade civil e que tem a finalidade
de estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico para de-
cisões do Contran. São seis Câmaras Temáticas, cada qual com
treze membros titulares e respectivos suplentes.

h) Fórum Consultivo de Trânsito: colegiado constituído por


54 representantes e igual número de suplentes, dos órgãos
e entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e que tem por
finalidade assessorar o Contran em suas decisões.

i) Sistema Nacional de Trânsito: conjunto de órgãos e entidades


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
tem por finalidade: o exercício das atividades de planejamento,
administração, normalização, pesquisa, registro e licenciamento
de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores,
educação, engenharia, operação e fiscalização de trânsito,
policiamento, julgamento de recursos a infrações de trânsito
e aplicação de penalidades. Conta, atualmente, com cerca de
1.240 órgãos e entidades municipais, 162 estaduais e 6 federais,
congregando mais de 50.000 mil profissionais.

20
4 - Direção perigosa de veículos

Observe a seguir as várias dicas de segurança previstas no


CTB.
Todas elas objetivam um comportamento em prol da segurança.
Será considerada direção perigosa toda situação que contrariar
as referências a seguir.

Confira:

• Os usuários das vias terrestres devem:

a) abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo


para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda
causar danos a propriedades públicas ou privadas;

b) abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando,


depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias,
ou nela criando qualquer outro obstáculo.

• Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas,


o condutor deverá verificar a existência e as boas condições
de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem
como assegurar-se da existência de combustível suficiente
para chegar ao local de destino.

• O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu


veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
segurança do trânsito.
21
• O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-
se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da
via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando
sua posição, sua direção e sua velocidade.

• O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:

a) - em imobilizações ou situações de emergência;

b) - quando a regulamentação da via assim o determinar;

• Durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz


de placa;

• O condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando


o veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque
de passageiros e carga ou descarga de mercadorias.

• Os veículos de transporte coletivo regular de passageiros,


quando circularem em faixas próprias a eles destinadas, e os
ciclos motorizados deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante
o dia e a noite.

• O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que


em toque breve, nas seguintes situações:

a) para fazer as advertências necessárias a fim de evitar aciden-


tes;

b) fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir um


condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.

• Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar


constantemente as condições físicas da via, do veículo e da
carga, as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito,
obedecendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos
para a via, além de:

a) não obstruir a marcha normal dos demais veículos em


circulação sem causa justificada, transitando a uma velocidade
anormalmente reduzida;

b) sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo


deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem
inconveniências para os outros condutores, a não ser que haja
22
perigo iminente;

c) indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a


sinalização devida, a manobra de redução de velocidade.

• Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor


do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em
velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo
com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos
que tenham o direito de preferência.

• Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja


favorável, nenhum condutor pode entrar em uma interseção se
houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo na
área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do
trânsito transversal.

• Sempre que for necessária a imobilização temporária de um


veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser
providenciada a imediata sinalização de advertência, na forma
estabelecida pelo CONTRAN.

5 - Ultrapassagem
No Brasil, a ultrapassagem será feita pela esquerda,
previamente planejada e sinalizada pelo condutor e ainda com
total segurança para os demais usuários da via.

A ultrapassagem nunca será realizada nas interseções, dotadas


ou não de sinalização específica.

Os artigos 40 e 41 do CTB apresentam um comportamento


já amplamente difundido nos cursos de direção defensiva,
determinando que o condutor que intencionar ultrapassar o
veículo que segue à frente, deve adverti-lo, lampejando os
faróis por curto período de tempo ou ainda fazendo uso da
buzina com toque breve.

• A ultrapassagem pela direita somente será permitida, quando


o condutor da vanguarda indicar através de sinalização que vai
convergir à esquerda.

• Não confundir com passagem, que pode ocorrer no mesmo


ou contrário sentido de tráfego. Nos dois casos, não ocorrerá
mudança de faixa de trânsito.
23
• Os veículos lentos transitando em fila indiana devem evitar a
formação de comboio, permitindo que veículos possam realizar
ultrapassagens intercaladas com maior segurança.

• O veículo que estiver inadvertidamente trafegando na faixa mais


à esquerda da via, dentro de sua mão direcional, deverá ceder
passagem ao outro que tem o propósito de ultrapassá-lo.

• Exceto quando permitido pela sinalização, a manobra de


ultrapassagem é proibida nos trechos curvos e em aclive, sem
visibilidade suficiente e ainda nas passagens de nível, pontes,
viadutos e nas travessias de pedestres.

6 - Estacionamento
Para estacionar um veículo na via pública, o condutor deverá
respeitar as normas específicas para esta manobra.

Não confundir estacionamento com parada de veículo, que


permitirá ao usuário permanecer naquele local o tempo suficiente
para embarque e desembarque de passageiros, juntamente com
suas respectivas bagagens de pequeno porte.

A operação de carga e descarga está condicionada à


regulamentação pelo órgão com jurisdição sobre a via.

• Não computadas as exceções devidamente sinalizadas, o


estacionamento do veículo de carga será realizado paralelo à guia
da calçada.

• Nas vias rurais a parada será realizada no acostamento.

• A imobilização do veículo para a operação de carga e


descarga deverá ocorrer pelo tempo estritamente necessário ao
carregamento ou descarregamento de animais ou mercadorias,
obedecidas ainda as orientações fornecidas pelo órgão de trânsito
com jurisdição sobre a via.

• Tal fato objetiva a otimização daquele espaço específico,


permitindo que um número maior de operações possa ser
concretizado, no menor espaço de tempo. O Código nada comenta
sobre a possibilidade de um automóvel de passageiros realizar a
sobredita manobra.

• O condutor deve manter os faroletes acesos, quando efetivando


24
a operação de carga e descarga à noite e ainda, sob chuva
forte ou neblina.

7 - Ciclistas, animais e tração animal


O ciclista deve sempre circular nas ciclo-faixas, ciclovias ou
acostamentos, quando houver. Caso contrário, deve circular
na borda da faixa mais à direita da via, no mesmo sentido do
fluxo dos veículos.

Como equipamentos obrigatórios, a bicicleta, cujo aro seja


igual ou superior a 20 polegadas de diâmetro, deve possuir
retrovisor esquerdo, campainha e dispositivos refletivos nos
quatro lados do veículo, bem como em seus pedais.

O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao


pedestre em direitos e deveres.

A critério da autoridade municipal de trânsito, pode-se


regulamentar o registro e licenciamento anual dos veículos de
propulsão humana, de tração animal e ciclomotores, bem como
suas respectivas habilitações.

Os veículos de tração animal devem ser conduzidos pela


direita da pista, junto à guia da calçada ou no acostamento,
devendo seus condutores obedecer às normas de circulação
viária previstas no CTB.

Os rebanhos só podem circular em vias públicas quando


conduzidos por um guia, sempre próximo ao bordo da pista, no
mesmo sentido do fluxo dos veículos.

8 - Motocicletas
As motocicletas e seus similares devem fazer uso dos faróis
durante o dia e a noite, objetivando melhor evidenciá-las no
trânsito. Tal obrigatoriedade se estende aos ônibus urbanos e
ciclomotores.

Considera-se ciclomotor o veículo de duas ou três rodas,


provido de motor a combustão, cuja cilindrada não exceda a 50
cc e ainda sua velocidade máxima de fabricação não supere 50
quilômetros por hora.

• Os ciclomotores devem ser conduzidos pela faixa mais à


25
direita da pista de rolamento, ocupando sua porção mediana,
quando não houver faixa especial de tráfego. Não é permitida a
circulação destes veículos sobre calçadas e nas vias de trânsito
rápido.

• A Resolução nº 18/98 recomenda que os veículos automotores


mantenham o farol baixo aceso durante o dia, quando transitando
em rodovias.

• O condutor de motocicletas, ciclomotores e similares além de


vestuário de proteção, deve utilizar capacete de segurança e ai-
nda viseira ou óculos de proteção para a visão, inclusive para o
passageiro.

• Como equipamentos obrigatórios, os ciclomotores devem possuir


dois retrovisores, farol dianteiro, lanterna traseira, luz de freio, luz
de placa traseira, luz de setas, velocímetro, buzina, silencioso da
descarga e pneus em bom estado.

• O transporte de menores de sete anos em motocicletas e


ciclomotores é considerado infração gravíssima.

• Não é permitido ao motociclista fazer malabarismo, transitar


somente em uma das rodas, rebocando outro veículo, sem segurar
o guidão, com passageiro fora da posição correta e transportar
carga incompatível com suas especificações.

• O estacionamento de motocicletas e similares em vias públicas


será feito perpendicularmente à guia da calçada, salvo se houver
sinalização versando outra orientação.

9 - Pedestres
No trânsito da cidade, as pessoas cumprem diversos papéis como
cidadãos. Quando estão dentro de um veículo - seja um carro,
ônibus, moto ou bicicleta - são motoristas ou passageiros e devem
comportar-se com segurança, dirigindo com atenção, usando
capacete ou cinto de segurança nos bancos da frente e traseiros.
Quando estão caminhando, são pedestres e também devem ser
responsáveis e cuidadosos no trânsito.

O pedestre deve cuidar da sua segurança e andar com muita


atenção, pois não possui acessórios ou equipamentos de
proteção contra as situações de risco que enfrenta no dia-a-dia do
26
trânsito. Por isso é muito importante seguir algumas regras de
comportamento, como respeitar as placas, faixas e sinalizações,
para prevenir acidentes. A imprudência é a principal causa de
acidentes envolvendo pedestres.

Devem ser conhecidos os seguintes artigos do CTB:

Artigo 68 - É Assegurada ao pedestre a utilização dos


passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos
acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a
autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada
para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de
pedestres.

§ 2º - Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou


quando não for possível a utilização destes, a circulação de
pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade
sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto
em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
segurança ficar comprometida.

§ 3º - Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou


quando não for possível a utilização dele, a circulação de
pedestres, na pista de rolamento, será feita com prioridade
sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em
sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em
locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
segurança ficar comprometida.

§ 5º - Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte


a serem construídas, deve ser previsto passeio destinado à
circulação dos pedestres, que não deverão, nessas condições,
usar o acostamento.

§ 6º - Onde houver obstrução da calçada ou da passagem


para pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre
a via deverá assegurar a devida sinalização e proteção para
circulação de pedestres.

Artigo 69 - Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará


precauções de segurança, levando em conta, principalmente,
a visibilidade, distância e a velocidade dos veículos, utilizando
sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre
que estas existirem numa distância de até cinquenta metros,
observadas as seguintes disposições:
27
I - Onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via dever
ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;

II - Para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou


delimitada por marcas sobre a pista:

a) onde houver foco de pedestres, obedecer as indicações das


luzes;
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo
ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos;

III - Nas interseções e em suas proximidades, onde não existam


faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na
continuação da calçada, observadas as seguintes normas:

a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que


podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não
deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela
sem necessidade.

Artigo 70 - Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre


as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem,
exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser
respeitadas as disposições deste Código.

Parágrafo Único - Nos locais em que houver sinalização semafórica


de controle de passagem será dada preferência aos pedestres que
não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança
do semáforo, liberando a passagem dos veículos.

Artigo 71 - O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via


manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em
boas condições de visibilidade, higiene, segurança e sinalização.

Lembre-se: O pedestre também precisa avaliar o uso do celular,


quando estiver utilizando a via pública. Vale a pena parar por um
breve período, num local seguro e atender o celular.

Antes de desembarcar de um automóvel ou ônibus, o passageiro


deve olhar para o ambiente externo, conferindo se pode sair do
veículo com segurança.

Da mesma forma, ao adentrar ou levantar num ônibus ou


microônibus, deve cercar-se de maiores cuidados, principalmente
28
providenciando sua fixação em pontos seguros e adequados
para tal. No caso da ocorrência de uma freada emergencial, a
pessoa não estará susceptível a quedas e contusões.

10 - Educação para o Trânsito


Chamamos de Educação para o Trânsito toda matéria que
objetiva melhorar nosso conhecimento e percepção sobre o
trânsito de pessoas e mercadorias.

A Educação de Trânsito está contemplada no artigo 23, inciso


XII da Constituição Federal de1988. Veja:

“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios:

XII – estabelecer e implantar política de educação para a


segurança do trânsito.

No Código de Trânsito Brasileiro, no capítulo VI, no artigo 74,


temos:

“A educação para o trânsito é direito de todos e constitui


dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de
Trânsito”.

E ainda, no mesmo Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo


1° § 2º lemos:

“O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever


dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional
de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas
competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse
direito.”

11 - Equipamentos obrigatórios
De forma genérica, são exigidos os seguintes equipamentos
obrigatórios, a serem constatados pelos fiscais de trânsito:

• Para-choques dianteiro e traseiro;


• Para-lamas ou protetores das rodas traseiras dos caminhões;

• Retrovisores interno e externo esquerdo;


• Limpador e lavador de para-brisa;
29
• Para-sol esquerdo;

• Faroletes dianteiros e traseiros;

• Faróis altos e baixos, regulados;

• Luz de freio nos padrões regulamentados;

• Luz de placa traseira;

• Luzes de setas nas cores regulamentadas;

• Pisca alerta independente;

• Lanterna de marcha à ré (veículos fabricados a partir de 1990);

• Refletores traseiros, também chamados de olhos de gato;

• Buzina;

• Velocímetro com funcionamento normal;

• Extintor de incêndio compatível com o veículo e com selo de


validade;

• Triângulo de segurança aprovado por regulamentação;

• Freio de estacionamento, com comandos independentes;

• Cintos de segurança em número compatível com o veículo;

• Silencioso no sistema de descarga dos gases do motor;

• Pneus não lisos, com profundidade de frisos superiores a 1,6


mm;

• Macaco mecânico ou similar, compatível com o peso do veículo;

• Chave de fenda, existente na extremidade da chave de roda;


• Chave de roda adequada aos parafusos;

• Pneu estepe em satisfatório estado de conservação.

Os motoristas habilitados devem ter uma noção segura destes


equipamentos, uma vez que a falta ou imperfeito funcionamento
30
de algum deles acarretará em multa e respectiva pontuação
negativa no prontuário do condutor, caso abordados pela
fiscalização de trânsito.

Observações:

1. Os equipamentos não podem apresentar defeitos ou inad-


equações de uso.

2. O veículo não pode apresentar insuficiente estado de con-


servação.

3. Os veículos coletivos de passageiros com mais de dez


assentos, os de carga com capacidade máxima de tração
superior a 19 toneladas e os destinados ao transporte de
escolares devem possuir aparelho tacógrafo ou similar.

4. Não se exigirá o tacógrafo dos veículos de passageiros da


categoria particular.

5. Os veículos de grandes dimensões devem possuir lanternas


laterais e delimitadoras.

6. O encosto de cabeça será exigido dos veículos fabricados a


partir de 1999.

7. Os veículos produzidos a partir 1999 deverão ser dotados de


dois retrovisores externos.

As dimensões máximas estipuladas para os veículos são:

• 2,60 metros de largura

• 4,40 metros de altura

• 14,00 metros de comprimento para veículos simples

• 19,80 metros de comprimento para os veículos articulados

• 45,00 toneladas de peso bruto total combinado – PBTC

• 10,00 toneladas de peso bruto máximo por eixo isolado

O veículo que transporta carga, com excesso de peso e/ou


dimensão, deve obter junto ao Órgão de Trânsito uma AET-
31
Autorização Especial de Trânsito, cujos limites máximos serão:

• 2,60 metros de largura

• 4,70 metros de altura

• 30,00 metros de comprimento para veículo articulado

• 74,00 toneladas de Peso Bruto Total Combinado

Não se pode fazer quaisquer modificações nos veículos que


alterem as características originais de fábrica, sem autorização
expressa da autoridade de trânsito competente (art. 98 e 124).

Para se efetivar o licenciamento anual, além do cumprimento das


diversas obrigações previstas no CTB, o proprietário deverá
quitar os tributos e multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao
veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações
cometidas.

12 - Utilização adequada dos meios de


transporte

O transporte público compreende os meios de transporte em que


os passageiros não são seus proprietários. Podem ser fornecidos
tanto por empresas públicas como privadas.

Os transportes públicos numa cidade providenciam o deslocamento


de pessoas de um ponto a outro na área dessa cidade. A grande
maioria das áreas urbanas de médio e grande porte possuem
algum tipo de transporte público urbano. No Brasil, é geralmente de
responsabilidade municipal, embora o município possa conceder
licenças, às vezes acompanhadas de subsídios, a companhias
particulares.

O transporte público urbano é parte essencial de uma cidade.


Diminui a poluição, uma vez que menos carros são utilizados para
a locomoção de pessoas, além de permitir o deslocamento de
pessoas que, não possuindo meios de adquirir um carro, precisam
percorrer longas distâncias para o local de trabalho.

Os ônibus são práticos e eficientes em rotas de curta e média


distância, sendo frequentemente o meio de transporte mais utilizado
no transporte público, por constituir uma opção econômica. A
32
maior vantagem do ônibus é sua flexibilidade.

As companhias de transporte procuram estabelecer uma rota


baseada num número aproximado de passageiros na área a
ser tomada. Uma vez estabelecida a rota, são construídos os
pontos de ônibus, ao longo dessa rota.

Porém, dada a sua baixa capacidade de passageiros, ônibus


não são eficientes em rotas de maior uso. Ônibus, em rotas
altamente usadas, causam muita poluição, devido ao maior
número de ônibus necessários para o transporte eficiente de
passageiros nesta dada rota. Neste caso, é considerada a
substituição da linha de ônibus por outra linha, usando bondes
ou mesmo um metrô.

Para aumentar a capacidade do sistema, muitas cidades estão


aderindo à construção de vias exclusivas para ônibus, sistema
conhecido como Veículo Leve Sobre Pneus (VLP), que foi
primeiramente implantado na cidade brasileira de Curitiba.

Os bondes são veículos que se movimentam sobre trilhos


construídos no solo e são alimentados por eletricidade, via
cabos de eletricidade instalados ao longo da rota. Podem
transportar mais passageiros do que um ônibus não-articulado
e não poluem diretamente o meio ambiente.

Porém, devido à impossibilidade de locomoção lateral, podem


causar problemas de trânsito em ruas cujo tráfego é pesado,
especialmente porque a linha de bonde é instalada geralmente
no centro da rua.

Quando o deslocamento de passageiros é feito numa via


pública comum, sempre que o bonde pára nas suas paradas
semelhantes às de ônibus (ao invés de uma estação à parte),
todos os veículos que o seguem são forçados a parar, até que
o deslocamento de passageiros dentro e fora do bonde tenha
terminado. Para a resolução deste problema, a construção de
uma via pública exclusiva para bondes pode ser considerada.

Os bondes são, além disso, mais caros de se manter, por causa


da constante manutenção necessária das linhas de eletricidade
que alimentam o bonde.

33
O metrô é utilizado quando os ônibus ou bondes não atendem
de modo eficiente a demanda de transporte de passageiros em
certas rotas da cidade. Isto acontece quando os passageiros
precisam percorrer longas distâncias ou se as rotas de ônibus/
bondes ficam frequentemente congestionadas.

O metrô é alimentado por eletricidade e é totalmente separado


de espaços de acesso público, como ruas, estradas, ferrovias,
parques e outros. O metrô pode rodar em túneis abaixo do solo,
em terra (quase sempre separada de outras áreas através de
cercas) ou no ar, suspensas através de pilares. Os passageiros
embarcam em estações construídas ao longo da linha de metrô.

O metrô é um meio de transporte que não implica grandes custos,


em nível ecológico/ambiental, sendo ideal para o transporte em
massa de passageiros. Porém, sua manutenção é muito cara, e
só é economicamente viável em rotas de alta densidade. Além
disso, ao contrário dos ônibus, as rotas de metrô precisam ser
cuidadosamente planejadas.

O trem é um tipo de transporte público interurbano, mais usado


para o transporte de passageiros em massa, cobrindo uma
rota entre dois pontos bem afastados, sendo, geralmente, de
responsabilidade nacional.

Às vezes são de responsabilidade regional quando são usados


como meio de transporte de passageiros numa grande cidade, ou
entre diferentes cidades localizadas próximas uma da outra.
Geralmente, aos passageiros usando trens interurbanos não é
concedido o direito de transferência para outros meios de transporte
público de uma dada cidade sem antes pagar taxa integral para o
uso de tal transporte.

As balsas cobrem certos trechos entre dois pontos separados por


um corpo de água, que não possuem acesso entre si por meio de
pontes e/ou túneis, ou quando tais conexões estão muito afastadas
de certas rotas de interesse público.

Outros tipos de transportes públicos:

• Avião: usado por pessoas que precisam deslocar-se por longas


distâncias ou para uma região isolada.
• Elevador: Facilitam bastante o movimento vertical de pessoas
em prédios e torres.

34
• Escadas rolantes e esteiras rolantes: deslocam pessoas em
curtas distâncias.

• Helicóptero: usado para deslocamentos rápidos e


emergenciais.Comum em Nova Iorque e em São Paulo.

• Ônibus escolar: usado para locomoção de estudantes, de


suas casas para suas escolas.

• Táxi: usado por pessoas que preferem conforto e agilidade,


ou quando outro transporte público numa dada região é
inexistente.

No planejamento de um sistema de transportes públicos


urbanos é preciso ter em conta a eficiência do mesmo,
permitindo aos seus usuários tomar o mínimo de rotas possíveis
e/ou a menor distância possível. O sistema precisa também ser
economicamente viável para os seus usuários.

O Plano Estratégico de Logística de Transportes, PELT-Minas,


é o instrumento de planejamento voltado para o atendimento
das necessidades atuais e futuras no setor de Logística de
Transportes em Minas Gerais.

Link indicado:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_público

35
13 - Habilitação formal

O Código de Trânsito Brasileiro exige que os cidadãos, condutores


de motocicletas, automóveis, ônibus, caminhões e carretas
portem um documento chamado de CNH – Carteira Nacional de
Habilitação.

Esta CNH é emitida pelos DETRANs de cada Estado.


Como pré-requisitos, será exigido que o candidato tenha 18 anos
completos, seja alfabetizado e possua identidade civil.
Estarão impedidos de obter a CNH os não reabilitados por
condenação judicial, os que estejam cumprindo suspensão ou
proibição do direito de dirigir e aqueles considerados inaptos pelos
exames médicos e psicológicos.

Após inscrito no DETRAN, o candidato será submetido aos


seguintes exames e cursos :

• exame médico (verificação do estado geral de saúde e visão)

• exame psicotécnico (avaliação de condições psicológicas,


personalidade, coordenação motora, atenção, emoção e
agressividade)

• curso teórico de legislação de trânsito, direção defensiva,


primeiros socorros, cidadania, meio ambiente e mecânica básica.

• prova escrita de 30 questões, com aproveitamento mínimo de


70% .

• curso de prática de direção,

• prova prática de direção veicular, em que o candidato não poderá


ultrapassar a três pontos negativos durante o exame.

As categorias das CNHs são baseadas nas duas principais


espécies dos veículos, ou seja, referem-se sempre aos termos
passageiro ou carga .

Veja a seguir as carteiras existentes:

Observações importantes sobre as CNHs:


O operador de tratores de todos os modelos, quando utilizando a
via pública, deve possuir CNH das categorias C - D ou E.

36
Os exames médicos e psicológicos de cada categoria de CNH
possuem validade de 05 anos para pessoas até 65 anos de
idade e 03 anos, para condutores acima desta faixa etária.
(artigo 149 e resolução 80).

Pode-se engatar pequenos reboques nos automóveis, mesmo


com a categoria B, desde que esta unidade acoplada não se
trate de veículo trailer ou dotadas de dois eixos.

Os veículos semelhantes à Topic, Sprinter, Micro Ônibus,


Ônibus, Besta e Trafic, que possuem capacidade para 09 ou
mais passageiros, requerem a CNH categoria D ou obviamente,
a categoria E.

14 - Multas
Ocorrendo uma infração prevista no CTB, será lavrado o auto
de infração pelo fiscal com jurisdição sobre a via (Policial Militar,
Policial Rodoviário, Guardas Municipais e Outros).

A autoridade de trânsito (exemplo: Delegado de Polícia) julgará


a coerência do auto de infração e então aplicará a penalidade
cabível.

A infração será arquivada ou cancelada pelo JARI (Junta que


avalia as solicitações de revisão das multas aplicadas), se o
infrator não for regularmente notificado, no prazo máximo de
trinta dias, a contar da data da infração.

Antes da aplicação de uma multa, o condutor infrator será


notificado no endereço de registro do veículo que conduzia.
Esta notificação é chamada de medida administrativa.

As medidas administrativas estão relacionadas com as


atividades externas dos fiscais de trânsito, dentro de suas
regiões de atuação, perfazendo um total de 08 possibilidades.

1. Retenção do veículo

Detenção do veículo até que seja sanada a irregularidade no


local.

Exemplos : falta do cinto de segurança, falta do selo de inspeção


veicular, falta de equipamento obrigatório e dimensões ou
lotação excedentes.
37
2. Remoção do veículo

Guinchar para os depósitos do poder público, geralmente


relacionado com estacionamento irregular, sem a presença do
condutor.

Exemplos : estacionar a menos de cinco metros das esquinas,


estacionar a menos de dez metros em torno do ponto de ônibus
e estacionar ao lado de canteiros centrais.

3. Recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação - CNH

Será aplicada mediante contra-recibo, por motivo de infração


específica ou suspeita da autenticidade do documento.

Exemplos: dirigir veículo de categoria diferente daquela


especificada na CNH, dirigir sob influência do álcool, transitar em
velocidade superior à 50 % do estabelecido para a via, falta de
capacete e óculos de proteção.

4. Recolhimento dos Documentos do Veículo

Será aplicada mediante contra –recibo, além dos casos de


infrações específicas por falta de transferência de propriedade.
(artigos 240 e 273)
Exemplo: não promover a baixa do veículo irrecuperável.

5. Transbordo de Carga

Retirada do excesso de carga à expensas do proprietário.

6. Teste de alcoolemia (teste do bafômetro)

Verificação do nível ou presença de álcool, bem como das demais


substâncias de efeitos análogos, no organismo.

7. Recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias


públicas.

8. Notificação

Quando o fiscal de trânsito flagra o condutor cometendo algum ato


infracional. A notificação da autuação deve ser encaminhada ao
proprietário do veículo em no máximo 30 dias.

38
Além da multa, o condutor pode sofrer as seguintes
penalidades :

1. Advertência por escrito

Aplicada pela autoridade por entender esta providência como


educativa, considerando o prontuário do infrator. Válida
somente não sendo reincindente o infrator na mesma infração,
nos últimos 12 meses, e sendo de natureza leve ou média.

2. Multa

As multas estão relacionadas com a gravidade das infrações.


Os valores das multas são corrigidas no primeiro dia útil de
cada mês pela variação da UFIR.

3. Suspensão do direito de dirigir

Será aplicada conforme a gravidade da infração,


destacadamente, quando o condutor contabilizar 20 pontos
negativos em seu prontuário (art. 259).
Pelo prazo mínimo de um mês até o máximo de 1 ano. No caso
de reincidência no período de 12 meses, pelo prazo mínimo de
6 meses até o máximo 2 anos.

4. Apreensão do veículo

O veículo será apreendido e recolhido ao depósito, com ônus


pra o seu proprietário. O agente de trânsito deverá recolher o
documento Certificado de Licenciamento Anual. A restituição
ocorrerá mediante prévio pagamento das multas e outros
encargos decorrentes da apreensão, quando será também
devolvido o documento do veículo.

Exemplos: dirigir sem estar habilitado, transportar passageiros


no compartimento de carga de camionetes ou caminhões e
veículo com placa ilegível.

5. Cassação da Carteira Nacional de Habilitação

Ocorre quando o condutor insiste em dirigir, estando sua CNH


suspensa, quando condenado judicialmente por delito de
trânsito ou no caso de reincidência no prazo de doze meses.
Exemplos:
- condução de veículo de categoria diferente da autorizada,
- entregar a direção a pessoa não habilitada,
- conduzir veículo sob efeitos do álcool, por envolvimento em
competição automobilística não autorizada e ainda, por
39
direção perigosa.

Decorridos dois anos da cassação da CNH, o infrator poderá


requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames
previstos para a primeira habilitação.

6. Cassação da permissão para dirigir (PPD)

Ocorre quando o candidato à habilitação, no período da concessão


da PPD, que é de 1 ano, comete infração de natureza grave ou
gravíssima, ou seja, reincidente em infração média.Neste caso, o
candidato tem que reiniciar todo o processo de habilitação.

7. Frequência obrigatória em curso de reciclagem

O infrator será submetido a curso de reciclagem na forma


estabelecida pelo CONTRAN:

Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma


estabelecida pelo CONTRAN:
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;
II - quando suspenso do direito de dirigir;
III - quando se envolver em acidente grave para o qual haja
contribuído, independentemente de processo judicial;
IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito;
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está
colocando em risco a segurança do trânsito;
VI - em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN.

Observações:

Toda penalidade já aplicada será no prontuário do condutor –


chamado de RENACH – Registro Nacional de Habilitação.

No caso de retenção do veículo, sendo possível sanar a


irregularidade no local da infração, o veículo será automaticamente
liberado.

Caso contrário, poderá ser entregue à condutor habilitado, mediante


recolhimento do CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento
do Veículo), com prazo estipulado para apresentar-se ao órgão
competente, já com a irregularidade sanada.

A restituição do veículo apreendido somente ocorrerá quando


quitadas as respectivas multas, taxas de remoção, estada e ainda,
o devido reparo ou fixação de equipamento obrigatório previsto no
Código. (artigo 262)

As INFRAÇÕES perfazem um total de 243 possibilidades de


multas.

40
Resumidamente, as multas são assim classificadas:

Total máximo = 20 pontos no somatório dos últimos 12 meses.


A contagem destes 20 pontos é atualizada diariamente, ou
seja, o sistema informatizado verifica se o condutor somou esta
pontuação nos últimos 365 dias.

15 – O papel da autoridade policial


O vocábulo trânsito somente tem sentido quando agrupamos
os três elementos essenciais à sua existência, ou seja, no
momento em que se estabelece uma estrutura que abriga um
veículo, orientado por um condutor e que faz uso de uma via.

Classicamente, o trânsito é gerenciado por três segmentos


de naturezas diferentes, cujo objetivo central é o pleno
desenvolvimento da circulação de veículos e pedestres.

São eles: a fiscalização, a engenharia e a educação.

O Sistema Nacional de Trânsito é composto pelo Conselho


Nacional de Trânsito - CONTRAN, que é o órgão federal
máximo, para fins normativos e consultivos; pelo Departamento
Nacional de Trânsito - DENATRAN, órgão executivo de trânsito
da União e pelos órgãos executivos de trânsito dos Estados -
DETRANs; dentre outros.

Ao Estado cabe a responsabilidade de todo o processo


de Habilitação e Controle do Condutor, com emissão dos
documentos pertinentes à habilitação formal, através do
DETRAN. Também gerenciará a anotação de pontuação
negativa nos prontuários dos condutores infratores e respectiva
notificação via postal.

O registro e licenciamento anual de veículos também são de


competência exclusiva do Estado. O mesmo opera e fiscaliza
as rodovias estaduais. A Polícia Militar poderá atuar na
fiscalização de trânsito, quando houver convênio firmado com
o órgão executivo municipal e estadual de trânsito urbano ou
41
rural.

A operação de trânsito é o monitoramento técnico das condições


de fluidez nas vias.

A atuação dos agentes de operação nas vias tem por objetivo a


otimização do sistema viário.

O CTB aborda dispositivos que condicionam o prévio estudo de


um pólo atrativo de trânsito, por órgãos municipais de trânsito,
antes da liberação do projeto para setores afetos à utilização do
solo e urbanismo (art. 93).

O CONTRAN deverá expedir as necessárias resoluções novas e/


ou revisar as anteriores ao CTB, que continuaram em vigor até
suas respectivas revogações, priorizando os temas que objetivam
atenuar o índice de acidentes do país.

A municipalização do trânsito é uma das principais novidades do


CTB. O CONTRAN entende que cada municipalidade deve gerir
seu próprio trânsito local (art.24). Poderá contar com a colaboração
da Polícia Militar, através de convênio formal.

O poder público passou a ser co-responsável direto pela segurança


no trânsito, podendo ser responsabilizado civil e criminalmente
pelos acidentes de trânsito, cuja causa tenha sido a omissão
de órgãos executivos de trânsito, em especial pela incorreta,
insuficiente ou inexistência de sinalização específica.

No contexto urbano, a fiscalização de trânsito competirá


prioritariamente ao Órgão Executivo Municipal (Órgão Municipal),
que poderá também celebrar convênio com a Polícia Militar do
Estado, delegando atividades previstas no CTB, com vistas à
maior eficiência e segurança para os usuários da via. Notório é,
portanto, que os fiscais municipais passam a exercer o regular
Poder de Polícia de Trânsito, nos limites de sua municipalidade.

Há de se relembrar que os valores de arrecadação de multas de


trânsito pelo município serão aplicados na operação, sinalização,
educação e fiscalização do trânsito municipal.

16 - Cinto de segurança
Durante uma viagem qualquer, todos estão sujeitos a se
envolverem em acidentes com o veículo que ocupam.

Suponhamos que o seu veículo derrape numa curva da rodovia e


em consequência, venha a capotar junto a um precipício localizado
à margem daquela via.

Estatisticamente a maior probabilidade indica que um caminhoneiro


tentará socorrer você e os demais ocupantes do veículo.

42
Este fato tem uma explicação lógica: o número expressivo de
caminhões que circulam nas estradas e ainda a familiaridade
com que os caminhoneiros tratam deste assunto.

É como se o acidente tivesse ocorrido na “sala” da casa deste


profissional, aliás, é ali que ele passa a maior parte de sua vida.

Infelizmente, um significativo número de filmes exibido no


cinema e na televisão mostra veículos explodindo após
colisões e capotamentos. Este fato puramente sensacionalista
não encontra amparo técnico para sua consumação.

Carros não explodem! Seu projeto construtivo inviabiliza a


ocorrência de uma explosão. Podem ser obviamente envolvidos
em um incêndio, porém, casos de explosões são raríssimos.

Mas ninguém avisou isto ao desatento caminhoneiro e quando


ele inicia o socorro dos feridos no acidente, estará convicto de
que o veículo sinistrado poderá explodir a qualquer momento.

Aqueles que conhecem um pouco sobre técnicas de primeiros


socorros sabem que a análise primária do acidentado
(conferência da respiração e pulsação e ainda, controle de
grandes hemorragias) se faz de preferência no exato local onde
encontramos o ferido. Lembre-se que foi este o procedimento
adotado com o Ayrton Sena, no trágico acidente de 1994.

Não é fato desconhecido que a maioria dos motoristas


brasileiros não possui treinamento referente às técnicas de
primeiros socorros.

Logo, existe uma grande probabilidade de que você seja


socorrido por uma pessoa despreparada e que usando de um
equivocado bom senso, intencionará retirá-lo às pressas do
veículo, porque acredita que ele vai explodir num curto espaço
de tempo.E neste momento sua integridade física continua
correndo perigo.

Se você porventura desmaiar durante o acidente, estará então


à mercê do estilo de salvamento idealizado pelo caminhoneiro
que, embora munido de ótimas intenções, poderá promover
uma sequela irreversível em sua coluna cervical, por exemplo.

Se você contrair uma simples fratura fechada (sem separação


acentuada) num osso da perna e não sendo adequadamente
imobilizado antes da remoção, poderá ocorrer a exposição dos
fragmentos do osso durante o translado, causando rompimento
de artérias sanguíneas, nervos e tecidos da epiderme. Ora, os
desmaiados não reclamam de maus tratos!

Entretanto, se você estiver sóbrio e acordado, poderá contribuir


para a otimização do socorro e também reclamar de atitudes
inconvenientes, porventura praticadas pelo socorrista imaturo.
43
Então, qual é o remédio eficaz para que você não venha a
desmaiar?

Além de uma série de atitudes relativas às formas seguras de


se conduzir um veículo, o motorista deverá utilizar o cinto de
segurança de forma adequada.

No exemplo do capotamento, o cinto é capaz de proteger você


contra colisões de seu corpo contra o conjunto do volante do
veículo, contra o para-brisa, contra o retrovisor interno e da
alavanca do câmbio, por exemplo.

O cinto não pode cooperar para evitar a colisão externa, não


obstante, ele é decisivo na proteção dos ocupantes, evitando o
agravamento das lesões advindas de uma desaceleração brusca.

Se, em consequência do acidente, o veículo vier a empenar as


suas portas, o motorista lúcido, pode facilmente destravar a fivela
do cinto e executar sua fuga através das janelas do automóvel. Se
for necessário quebrar o vidro, lembre-se de utilizar o extintor de
incêndio que sempre fica afixado sob o banco do motorista.

Ocorrendo um incêndio no veículo ou ainda sua queda numa lagoa


ou curso d’água, o condutor não desmaiado poderá facilmente
livrar-se do cinto e estabelecer planos de fuga, evitando sequelas
maiores.

Desta forma, constatamos com clareza que, se não formos


convencidos de utilizar o cinto de segurança por intermédios de
argumentos técnicos, deveremos utilizá-lo simplesmente pelo
temor ao desmaio após um acidente viário, o que seguramente
nos expõe a toda sorte de pseudo-socorros.

Os tipos básicos de cintos de segurança são: subabdominal,


diagonal e de três pontos (retrátil ou não).

O cinto funciona da seguinte forma:

A fivela é facilmente destravada, pois o fecho é universal e


necessita somente de uma pequena pressão.

O uso correto não provoca ferimentos, entretanto, alguns modelos


provocam incômodos às pessoas de baixa estatura.

A maior função do cinto é de evitar colisões internas do usuário


contra o seu próprio veículo.

Ele propicia segurança tanto nas áreas urbanas, como nas


rodovias.

Nos casos de imersão e nos casos de incêndios ele também


evidencia eficácia, pois seus usuários não perderão a consciência
e então, poderão empreender a adequada fuga.
44
A não utilização do cinto pode produzir sérias lesões no rosto e
em caso de capotamento, as pessoas embarcadas podem ser
lançadas para fora do veículo, piorando a situação.

O cinto de segurança precisa de pequena manutenção de


limpeza. Deve sempre ser utilizado de forma conjugada com
encosto de cabeça. Se o veículo se envolver em um acidente
grave, o cinto deve ser avaliado e até mesmo substituído, para
que possa oferecer a mesma segurança desejada inicialmente.

17 - Álcool e drogas
Dúvidas não há de que a ingestão de bebida alcoólica contribui
significativamente para o aumento dos índices de acidentes.
Importante fato é entendermos como o álcool realmente
colabora nesta questão.

Caso o condutor se envolva em acidente de trânsito,


independentemente da dosagem de álcool apurada, terá
cometido um crime. Ao aprofundarmos no estudo desta matéria,
chegaremos à conclusão de que todos bebem em busca do
prazer.

O álcool é o maior cúmplice de acidentes viários no Brasil,


perdendo somente para doenças do coração e câncer.

Sua ingestão perturba o julgamento de situações potencialmente


perigosas; provoca a redução visão, da audição, da fala, da
orientação, do equilíbrio e principalmente do reflexo. Consegue
inclusive desativar a ponderação de nosso comportamento
social.

No Brasil, não existe ainda a cultura do equilíbrio entre os


usuários da bebida. Na prática, o álcool acarreta a piora no
tempo de reação e fortalece a imprudência. Por isto, incentiva o
aumento da velocidade, fato que por si só, já começa a explicar
a sua participação na causa dos acidentes.

Sua eliminação pelo organismo ocorre no mínimo cinco horas


após a ingestão. A intoxicação legal é obtida com qualquer
quantidade de cerveja, aguardente ou whisky.

O teste de alcoolemia não é obrigatório, mas a recusa pressupõe


a influência do álcool.

A maioria dos conselhos atenuadores dos efeitos do álcool


no organismo são falsos. Citamos aquele que afirma que um
banho frio faz estancar os efeitos da bebida alcoólica. Como
pode uma simples água na pele interferir no metabolismo do
álcool que já circula em nossa corrente sanguínea?

Reflexos piorados pelo uso do álcool


45
Todas as pesquisas relacionadas à ingestão do álcool apontam
que seu efeito mais significativo e danoso é o de retardar os
reflexos do usuário.

Como amplamente comentado, o ser humano necessita de cerca


de um segundo para reagir aos impulsos da visão, sentido mais
importante durante a condução de um veículo.

O álcool pode comprometer esta reação, chegando a triplicar este


tempo.Na iminência de um acidente, esta pouca diferença de
tempo fará toda a diferença.

Para se ter uma idéia numérica do fato, lembre-se que quando


estamos trafegando a 80 km / hora, equivale a dizer que estamos
dirigindo numa velocidade de 22 metros a cada segundo. Ao
depararmos com um obstáculo, necessitaremos de cerca de 22
metros para retirarmos o pé do acelerador e acionarmos o pedal
de freio. Se alcoolizado, este mesmo condutor pode percorrer
cerca de 66 metros antes de iniciar sua frenagem propriamente
dita.

Recordando a lei, sempre que o agente de trânsito suspeitar que


o condutor estiver sob influência do álcool, deverá encaminhá-lo à
presença do Delegado de Polícia.

Apurada a influência do álcool, em qualquer dosagem, ficará


determinado que o condutor cometeu uma infração gravíssima,
terá suspenso o direito de dirigir e retenção do veículo até
apresentação de condutor habilitado.

A lei seca ajudou a reduzir acidentes?

Em se tratando de prevenção de acidentes e de mortes, vale tudo!


Exatamente isto: vale qualquer coisa! Não temos dúvidas que os
efeitos desta lei apelidada de Lei Seca poderiam e deveriam ser
muito mais eficientes. Mas não foi, infelizmente!
Não obstante, neste período, alguma vida foi preservada? Alguém
deixou de contrair lesões e sequelas? Óbvio que sim!

Foram poucas vidas preservadas, mas mortes e acidentes foram


evitados. Poderia ter ocorrido um acidente contigo, leitor, ou com
o editor de um jornal ou até comigo ou um parente próximo. Não
existem meios para fazer tal medição. Tenhamos certeza que
alguém deixou de assumir o volante, após ter ingerido bebida
alcoólica neste período de um ano. Ainda que foram poucos, terá
valido a pena. Seguramente que alguns aproveitaram o evento da
lei para tomarem decisões há muito desejadas: nunca mais irei
misturar álcool e volante.

Ou será que não acreditamos que aquela chuva de informações


sobre a tolerância zero previstas na lei, veiculadas na mídia, não
sensibilizou ninguém, nenhum cidadão brasileiro? Lógico que
46
alguns foram convencidos a se renderem à lógica e cidadania.
Quem possui caráter não tem a intenção de afrontar a lei e o
Estado.

Pessoas que sabem o que é cidadania logo


optaram pela tolerância zero, no que diz respeito
ao volante e álcool.

Pessoas cidadãs respeitam o direito dos outros! Beber e logo


depois assumir o volante de um carro configura-se numa afronta
ao direito de meu semelhante e uma afronta ao estado e suas
leis. Nesta situação, o condutor alcoolizado está admitindo que
somente sua vida tem valor e que não se lixa ou importa para
a vida dos demais usuários do trânsito. Assumirei a direção
de meu veículo, ainda que esta situação coloque em extremo
risco a vida de meus semelhantes.

Ainda existem cidadãos de bem em nosso país! Vários


assumiram uma nova postura diante da nova lei. Postura
positiva e prevencionista.Não tenhamos dúvida de uma coisa:
colhemos o que plantamos! Se o leitor desta coluna ainda não
entendeu o caráter científico deste provérbio, busque entendê-
lo e aplicá-lo o quanto antes. Se você admite que pode assumir
o volante de seu carro logo após ter tomado uma cerveja,
prepare-se para colher os efeitos de seus atos: morte, cadeira
de roda, homicídio, condenação, remorso e muita tormenta
mental.

O plantio é opcional, mas a colheita compulsória.

Também é sabido que os deputados ligados ao tema buscam


criar instrumentos que tornem a fiscalização da lei seca
mais eficiente, no menor espaço de tempo. Existe o risco
de os índices voltarem a aumentar depois de uma suposta
“acomodação inicial”. É importante que as várias organizações
não governamentais se mobilizem para impedir que pessoas
dirijam depois de ingerir bebida alcoólica.

Atualmente, ninguém é preso se não soprar o bafômetro, mas


o teste é necessário para que o motorista tenha sua CNH
restituída. Quem se recusa a fazer o exame do bafômetro,
atualmente tem a CNH suspensa por um ano, o veículo retido
até a apresentação de um motorista em condições normais,
sofre multa de R$ 957,70 e perde 7 pontos no prontuário.
O CISA ( Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) em
conjunto com o Instituto Criar, apresenta o vídeo da campanha
“Álcool ou Direção”. O vídeo apresentado pelo ator Lázaro
Ramos e pelo Presidente do CISA, Dr. Arthur Guerra, demonstra
as relações e consequências entre beber e dirigir.

47
Assista ao vídeo no site no DENATRAN:
http://www.denatran.gov.br/campanhas/show_camp01.
asp?cod=002

18 - Uso do celular & volante


O Código de Trânsito prevê a “proibição do uso de apenas uma
das mãos na condução do veículo” e ainda “proíbe dirigir o veículo
utilizando-se de fones nos ouvidos conectados em aparelhagem
sonora ou de telefone celular.

Quem for flagrado falando ao celular enquanto dirigir, em qualquer


situação, estará sujeito ao pagamento de multa de R$ 85,13. A
infração é considerada média e vale três pontos negativos no
prontuário.

O DENATRAN constatou que o uso do celular no trânsito


representa um sério risco ao motorista, mesmo que ele esteja com
as duas mãos no volante, pois não se trata de um problema de
coordenação motora, mas sim de desvio de atenção.

Em geral, quem está ao celular dirige de uma forma que não


é segura, pois tende a reduzir a velocidade em vias rápidas e pode
se esquecer de olhar os espelhos retrovisores.

Segundo a ABETRANS (Associação Brasileira de Empresas do


Setor de Trânsito), um estudo realizado no Canadá, durante 14
meses, contando com uma amostragem de 699 motoristas que
tinham telefones celulares, mostra que estes foram responsáveis
por acidentes com perdas materiais relativamente graves, porém
sem acidentes pessoais. O resultado demonstrou que o
número de acidentes acontecidos durante ou imediatamente após
uma conversa ao telefone foi mais de quatro vezes maior do que
o esperado na direção normal de veículos, bem como motoristas
mais jovens têm maior tendência a problemas nessa situação do
que os mais velhos.

Foi comprovado também que os condutores utilizando-se de


aparelho de viva-voz, correm o mesmo risco de sofrer acidentes
do que aqueles que seguram o aparelho enquanto dirigem.

A questão perpassa pela limitação sobre o que você pode fazer


com seu cérebro, ou seja, alterações de atenção, controle das
emoções, raciocínio, entre outras reações que são percebidas
quando falamos ao telefone. Esta visão contraria a suposição de
que o viva-voz não interferiria na direção por não necessitar de
esforço motor.
A conversação no telefone é bem diferente do que a realizada com
o passageiro, pois este funciona até mesmo como um auxílio para
percepção de algumas situações na via. O passageiro coopera
com o condutor, mostrando melhores saídas, apontando algum
desleixo do condutor, chamando atenção para perigos que possam
surgir, já que a própria vida está condicionada a uma boa direção.
48
Ação do motorista Tempo Gasto (estimado) Distância percorrer à
100 km/h
Acender um cigarro 3 segundos 80 metros
Beber um copo d’água 4 segundos 110 metros
Sintonizar o rádio 4 segundos 110 metros
Procurar objeto na carteira mais de 3 segundos mais de 80 metros
Consultar um mapa mais de 4 segundos mais de 110 metros
Discar o número de telefone 5 segundos 140 metros
Fonte: Volkswagen

A pessoa externa que conversa com o condutor através do


aparelho celular não sabe o que está acontecendo no trânsito,
transmite uma série de emoções e sentimentos que podem
prejudicar a condução. Neste momento, o condutor desliga
o celular e fica idealizando tudo o que conversou, sem ter
ninguém para lhe confortar, podendo causar acidente até após
desligar o telefone como reação do que acabou de saber.

Pensemos, por exemplo, numa conversa onde o condutor fica


sabendo que sua mãe está muito doente. Ele corre em disparada
para atendê-la. Daí ele inflige o sinal vermelho, dirige em alta
velocidade, não observa as placas de sinalização, entre outras
situações de risco.

Se a notícia fosse dada por um passageiro, por exemplo,


este confortaria o condutor através de uma conversa sensata
e apontaria para os erros cometidos no trânsito, que afetaria
duas vidas além do desfalecimento da mãe.

Ao acrescentarmos o uso do celular com as variáveis, como


idade, sexo, uso de álcool, velocidade e níveis de distrações, o
risco de se envolver em colisões é muito maior.

Todos os estudos não revelam nenhuma vantagem em termos


de segurança no trânsito entre o uso de aparelhos viva-voz e
aparelhos manuais.

Uma pesquisa realizada pela ABRAMET (Associação Brasileira


de Medicina de Tráfego) revelou que o nível de concentração
no trânsito diminui muito quando se está falando ao telefone.
Os reflexos dos motoristas também são seriamente afetados.

Em seu estudo considera fatores operacionais, destacando o ato


de pegar o telefone no bolso ou em qualquer lugar como já
prejudicial no desvio da atenção do motorista no trânsito.

Os fatores motores já representam um risco no uso do aparelho


celular, acrescentam-se mais recentemente, inclusive neste
estudo, os fatores psicológicos e cognitivos dispensados neste
uso, já reconhecendo o desvio de atenção na utilização do
aparelho viva-voz.
49
Como podemos perceber neste quadro, entre todas as ações, a
discagem do número de telefone requer maior tempo, afetando
na distração do condutor. O ritual começa desde a procura do
aparelho até depois da conversa.
Lembre-se: Vale a pena parar o veículo em local seguro para
atender o celular. É bom para o bolso e é para sua segurança.

19 - A história do Trânsito Brasileiro


Acompanhe agora um resumo desta fascinante história que
relaciona o povo brasileiro à evolução do automóvel, desde o final
do século XIX.

Você vai conhecer dados extremamente curiosos! Ao longo de


apenas 100 anos, os fatos ocorreram com muita rapidez. Confira:

Observe como foram gradativas e aceleradas as descobertas e


invenções relativas aos meios de transportes.

Tudo começou há muito tempo!

1854 - Primeira locomotiva a vapor do Brasil, Estrada de Ferro


Mauá, ligando Rio de Janeiro a Raiz da Serra, perto de Petrópolis.

1858 - É construída a segunda estrada de ferro do Brasil, em


Pernambuco, Estrada de Ferro D. Pedro II, ligando Pernambuco
ao São Francisco, atual Central do Brasil.

1864 - Primeira referência de extração de petróleo no Brasil, com


a extração de turfa deste óleo em Ilhéus, 80 na Bahia.

1867 - Início da construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí

1868 - Inaugurada no Rio de Janeiro a primeira linha de bondeno


Brasil. Era usada a tração animal para puxar os bondes.

1874 – Início das atividades da estrada de Ferro Leopoldina,


ligando Porto Alegre a São Paulo.

1888 - Patente do escocês John Dunlop, para os primeiros pneus


para bicicletas, posteriormente desenvolvido para veículos.

1891 - Henrique Santos Dumont (irmão de Alberto) trouxe de Paris


o 1º carro a circular no país, em São Paulo, da marca Peugeot,
com motor Daimler, de patente alemã.

1894 - Inauguração do primeiro bonde elétrico, na cidade do Rio


de Janeiro.

1897 - No Rio de Janeiro, o abolicionista José do Patrocínio, sai


pelas ruas dirigindo um veículo a vapor, importado da França.

1898 – O Brasil passa a importar bicicletas da Europa.


50
1900 - Em Petrópolis – RJ, Fernando Guerra Duval dirige o
primeiro carro de motor a explosão, um Decauville de 6 cavalos,
movido à benzina.

1903 - Em São Paulo, Francisco Matarazzo licenciava o primeiro


automóvel no Brasil. Francisco Fido Fontana traz o primeiro
automóvel para Curitiba.

1904 - Primeiros veículos da Ford a serem importados.

1910 - Decreto do Governo aprova o regulamento para o serviço


de transportes de passageiros ou mercadorias por meio de
automóveis industriais, ligando dois ou mais Estados da União
ou dentro de um só Estado.

1917 - I Congresso Nacional de Estradas de Rodagem

1919 - A Ford Motor Company em Detroit (EUA) decide criar


subsidiária no Brasil, iniciando suas atividades no Brasil, no dia
1º de Maio.

1921 - Inauguração da linha de montagem (FORD) em SP.

1921 - Criada Diretoria de Obras Públicas, uma inspetoria de


Estrada e Rodagem, estabelecendo normas para o estudo,
construção e conservação, segurança e policiamento das
estradas de rodagem (“Lei Magnífica”).

1925 - Montagem da Linha GM – General Motors, empresa


norte americana.

1927 - Henry Ford planta seringais no Pará, para abastecer de


borracha suas fábricas.

1928 – Através de Decreto fica criada a “Polícia de Estradas” e


define as regras de trânsito rodoviário da época.

1929 - O Decreto 19.038 promulga a convenção internacional


relativa à circulação de automóveis, firmada em Paris a 24 de
abril de 1926.

1930 - “GOVERNAR É ABRIR ESTRADAS”, Presidente


Washington Luiz Pereira de Souza.

A partir de 1930, as placas de trânsito começaram a ser


implantadas no Brasil.

1934 - Início das importações de caminhões e automóveis


VOLVO para o mercado brasileiro.

1934 – Ford constrói Fordlândia, no Médio Tapajós. Uma praga


arrasa dois milhões de seringueiras. O americano Ford insiste
51
e começa tudo de novo, a 80 quilômetros, construindo Belterra e
tudo se repete. Fordlândia hoje é uma cidade fantasma e Belterra,
com um pequeno número de habitantes, mantém os ares de uma
pacata cidade do velho oeste.

1938 - Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional de Petróleo –


CNP.

1938 – Foi criado o Departamento do Serviço de Trânsito (DST) -


atual DETRAN / PR, ligado à Polícia Civil.

1938 - Início da construção da rodovia que liga Rio - Bahia, (BR-


393/BR-116). Primeira estrada brasileira de longo percurso e a
primeira via efetiva de integração nacional.

1940 - 250 mil veículos, frota circulante entre importados e


montados no Brasil. (atualmente nossa frota supera 30 milhões
de veículos).

1941 - Instituído o primeiro Código Nacional de Trânsito - CNT.

1941 - É criado o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, com


sede no Distrito Federal e subordinado diretamente ao Ministério da
Justiça e Negócios Interiores, bem como os Conselhos Regionais
de Trânsito – CRT, nas capitais dos Estados, subordinados aos
respectivos governos.

1945 - Após a Segunda Guerra Mundial, as motocicletas tornaram-


se veículos populares, no entanto, caíram em desuso devido à
dificuldade de importação.

1945 – Criou-se o Departamento Nacional de Estradas e Rodagem


– DNER, e os Distritos Rodoviários Federais. Surge a partir daí a
denominação Polícia Rodoviária Federal, uma vez que o artigo
2º concede ao DNER o direito de exercer o poder de polícia de
tráfego.

1949 - Começou a produção de bicicletas no país, pela CALOI.

1949 - Primeiro modelo de caminhão produzido pela Fábrica


Nacional de Motores – FNM.

1950 – Década de maior expansão das rodovias no País.

1950 - A Volkswagen começa a montar o VW Sedan, o popular


“Fusca”, com componentes importados da Alemanha.

1952 - Criado em Curitiba o Batalhão de Polícia de Trânsito, com


o nome de Serviço de Guarda Sinaleira de Trânsito da Polícia
Militar.

1953 - Proibição da importação de veículos, reaberta no Governo


Collor.
52
1953 - Criada a Petrobrás.

1954 - Início das atividades da Petrobrás, com a produção de


2.700 barris de petróleo/dia. (Hoje são produzidos mais de 1,9
milhão de barris de petróleo/dia).

1956 - Inauguração da Mercedes-Benz do Brasil S/A, em São


Bernardo do Campo - SP, com a produção do L-312, o primeiro
caminhão brasileiro.

1956 - O presidente Juscelino Kubitschek criou o Grupo


Executivo da Indústria Automobilística – GEIA, que estabeleceu
as normas para a fabricação de automotores integralmente
brasileiros.

1956 - É criada a Associação Nacional dos Fabricantes de


Veículos Automotores – ANFAVEA.

1957 - A RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A. foi criada pelo


governo federal. Controla hoje mais de 20 mil quilômetros de
vias férreas, transportando mercadorias diversificadas.

1957 - Inauguração da Fábrica Volkswagen em São Bernardo


do Campo, com a produção da Kombi.

1957 - A Scania-Vabis Motores Diesel é instalada.

1957 - O primeiro Sedã 1200, o “Fusca”, totalmente fabricado


no Brasil.

1957 - Fundação da KARMANN–GHIA no Brasil.

1957 - Década 60 - Produção de Veículos 100% Nacional.

1959 - Inaugurada a Fernão Dias (BR-381), ligando São Paulo


a Belo Horizonte, estimava um volume de tráfego de 1.500
veículos por dia. Atualmente, na região de Mairiporã, em São
Paulo, transitam 21.000 veículos ao dia.

1960 - Com a investida das fábricas japonesas no mercado


internacional, as motocicletas voltaram a ter destaque no
mercado brasileiro.

1961 - Construída a Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), trecho


que liga São Paulo a Curitiba, projetada para receber 8.000
automóveis por dia. Hoje, comporta mais de 32.000 veículos,
dos quais 25.000 são caminhões.

1962 - Inauguração da Fábrica da Toyota, em São Bernardo


do Campo.

1966 - Instituído o segundo Código Nacional de Trânsito, porém


não regulamentado.
53
1967 - Criado o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN,
integrante do Ministério da Justiça e Negócios Interiores.

1968 - Regulamentado o Código Nacional de Trânsito.

1970 – Inicia-se a construção da Rodovia Transamazônica (BR-


230), com extensão de 5.600 quilômetros, ligando João Pessoa
à fronteira com o Peru, atravessando toda a floresta tropical
amazônica.

Durante os anos 70, ônibus e caminhões percorreram essa


estrada. Atualmente está abandonada e em muitos trechos, torna-
se intransitável na época de chuvas.

1975 - O governo federal cria o Programa Nacional do Álcool –


denominado PROÁLCOOL.

1976 - Inauguração da FIAT, em Betim, Minas Gerais.

1977 - Criação da Volvo do Brasil Motores e Veículos, em Curitiba,


Paraná.

1979 - Início da produção de carros Fiat a álcool, o Fiat 147.

1981 – O Presidente João Batista Figueiredo promulga um Decreto,


determinando que a Convenção de Viena sobre o Trânsito Viário
deva ser cumprida em todo o território brasileiro. Esta Convenção
foi elaborada pela ONU em 1966, contando com a presença e
apoio da maioria das nações amigas naquela época.

1986 - Criado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente o


Programa de Controle de Poluição por Veículos Automotores –
PRONCOVE.

1997 - 23 de setembro, Lei n.º 9.503 institui o atual Código de


Trânsito Brasileiro, prevendo sua vigência à partir de janeiro de
1998.

1999 - O Brasil possui 436 rodovias transitáveis, das quais 150


são rodovias federais.
Rodovias pavimentadas: 164.244 km (10%),
Rodovias não pavimentadas: 1.560.678 km (90%).

2010 - O Brasil possui entre Municipais, Estaduais e Federal


1.751.872 km de rodovias pavimentadas e não pavimentadas.
Desse total 14,4% são de rodovias estaduais, 78,8% são de
rodovias municipais e 6,7% são de estradas federais. Nesse total
estão inclusos 141.000 km de vias inacabadas e em construção.
As estradas não pavimentadas são a maioria, sendo 88,8% de
estradas de chão, contra apenas 11,1% de rodovias pavimentadas,
ou seja, somente 196.093 km de rodovias asfaltadas.

54
Fontes de Consulta:
* Indústria Automobilística Brasileira. Uma História de Desafios.
ANFAVEA.
* A Distribuição de Veículos no Brasil. Relatório de Pesquisa Histórica.
FENABRAVE, São Paulo, maio de 1998.
* 500 anos de trânsito no Brasil: convite a uma viagem. Juciara
Rodrigues.
* Anuário estatístico 1999, DNER.
* Pequena História do Petróleo e Breve História do Petróleo no Brasil,
Petrobrás.
* http://www.erasmo.kit.net/historiatransito.htm

20 - Dicas importantes
Principais fatores que afetam a segurança do
trânsito

As causas dos acidentes de trânsito estão relacionadas a cada


um dos fatores citados abaixo ou a uma combinação deles.
Se essas falhas fossem corrigidas a tempo, certamente todo e
qualquer acidente poderia ser evitado.

Eliminando-se as possíveis causas, podemos afirmar que:


TODO ACIDENTE É EVITÁVEL.

A pergunta que fica para ser respondida é QUEM DEVERIA


EVITÁ-LO, no âmbito do sistema de circulação?

Veja as principais causas:

1. O sistema viário e o ambiente construído;

2. Os veículos e seus mecanismos;

3. Os usuários das vias (os condutores e os pedestres);

4. As normas de trânsito e a fiscalização;

5. O meio ambiente e suas interferências diretas no trânsito.

Fonte: Prof. Msc. Paulo José Santos Lindoso - IBETRAN – Instituto


Brasileiro de Estudos do Trânsito – 2008

A criança e o trânsito:

A grande maioria das crianças menores de 10 anos de idades


não consegue lidar seguramente com o trânsito, pois:

• Têm dificuldade de julgar a velocidade em que os carros


estão se movendo, a qual distância eles se encontram e de
que direção os sons do trânsito estão vindo;

55
• Têm opiniões equivocadas e fantasiosas sobre carros, pensando
que podem parar instantaneamente e se elas podem ver o
motorista, acham que ele também pode vê-las;

Você sabia?

• Para uma criança de 14 kg, uma colisão a 50 km/h equivale a ser


jogada do 2° andar de um prédio?

• Num acidente, se a criança estiver sem cinto de segurança, ela


é arremessada contra o pára-brisa podendo sofrer traumatismo
craniano e lesão na medula que causam tetraplegia (não mexer o
corpo do pescoço para baixo)?

• Que uma criança de 22 Kg, dentro de carro, que esteja transitando


a 50Km/h se não estiver usando cadeira de segurança, ela atinge
o para-brisa com um peso igual a 1 tonelada?

• Duas crianças não podem dividir o mesmo cinto de segurança,


pois num caso de colisão, o impacto pode fazer uma delas esmagar
a outra?

• Que crianças só podem assentar no banco da frente após os


10 anos de idade?

Atitudes a serem desenvolvidas com as crianças:

• Lembre-se: o bom exemplo é praticado pelas crianças quando


assim o percebem nos pais, responsáveis e professores.

• Crianças menores de 10 anos não devem atravessar as ruas


sozinhas. A supervisão de um adulto é vital até que a criança
demonstre habilidades e capacidade de julgamento do trânsito;

• Entradas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos


não são locais seguros para as crianças brincarem;

• Tenha certeza de que as crianças sempre usem o mesmo trajeto


para destinos comuns (escola, padaria, entre outros). Procure
conhecer os destinos da criança para identificar o caminho mais
seguro. É sempre mais aconselhável escolher o trajeto mais reto,
com poucas ruas para atravessar;

• A atenção deve ser redobrada quando o volume de tráfego é


grande, o número de veículos estacionados na rua é alto, os
limites de velocidade são altos também, há ausência de rodovias
divididas, de passarelas e lombadas eletrônicas.

Fonte: Departamento Estadual do Trânsito de Mato Grosso

56
Curiosidades:
• Um carro, numa colisão a 65 km/h, os passageiros sofrem um
impacto equivalente a 820 kg.

• Mais de 50 mil pessoas morrem no trânsito todos os anos.


São mais de 80 pessoas por dia ou 1 a cada 18 minutos.

• No Brasil anualmente morrem mais de 6 mil pessoas


atropeladas e ocorrem mais de 300 mil acidentes.

• No Japão a multa por dirigir falando no celular é de 90 dólares,


na Espanha é de 100 dólares e em Cingapura chega a 600
dólares, mais a suspensão da Carteira de Habilitação por 6
meses.

• Um carro, ao bater num objeto fixo a uma velocidade de


60km/h, equivale a cair de um prédio de 4 andares (numa altura
de aproximadamente 14 metros)

• Se a velocidade for de 80 km/h, o impacto equivale ao de uma


queda livre de 25 metros.

• Uma pessoa adulta só consegue suportar um peso que seja,


no máximo, 3 vezes superior ao seu próprio peso.

• Mesmo que um veículo esteja numa velocidade de 20 km/h,


o impacto num objeto fixo resulta numa força superior a até 15
vezes ao peso da pessoa. Daí que em muitos casos, resultam
os graves ferimentos e que podem ser fatais.

• Quando dois veículos transitando a 25 km/h se chocam, as


velocidades se somam, resultando num impacto correspondente
a 50 km/h.

• 40% das mortes em acidentes são causadas por choque em


para-brisas ou o painel de instrumentos.

• 30% das lesões fatais em colisões foram causadas porque a


vítima bateu contra o volante.

• Uma em cada 5 lesões aconteceu porque as pessoas dentro


do veículo bateram-se umas contra as outras.

• 8 em cada 10 pessoas que não usavam cinto de segurança


morreram em acidentes, com pelo menos um dos veículos a
menos de 20 Km/h.
• Os cintos de segurança são desenvolvidos tendo por base o
indivíduo adulto. Por isto, não devem ser usados por crianças
com menos de 1,40m de altura.

• O corpo humano tem pouca resistência ao impacto. Um


pedestre atropelado por um automóvel trafegando a 30km/h
57
tem 95% de chance de sobreviver; a 40km/h tem 85%; a 50km/h
tem 55% e a 60km/h tem 30% de chance de sobreviver.

• Café forte, banho frio e “tomar ar” não protegem a vida de


um motorista alcoolizado, e que em alguns países não existe
um mínimo tolerado, lá a tolerância é zero e com a suspensão
definitiva da habilitação.

• Em uma colisão a 60 km/h, o peso é multiplicado por 50, uma


mala de 7kg atinge 350 kg, um cachorro de 10kg atinge 500kg,
uma criança de 20kg atinge 1.000kg, peso de um urso, uma mulher
de 50kg atinge 2.500kg, peso de um rinoceronte, e um homem de
70kg atinge 3.500 kg, peso de um hipopótamo.

• Se um adulto levar uma criança no colo quando o carro está em


movimento, no caso de acidente, ambos são projetados para a
frente e o adulto espreme a criança contra o banco dianteiro ou
contra o painel, ferindo-a gravemente.

• Cerca de 75% dos acidentes ocorrem num raio de 30 km da


residência do motorista.

• Se você estiver sem cinto de segurança, a força dos braços só


é eficaz para evitar que você se machuque dentro do carro se ele
estiver a 10km/h.

• Se o veículo estiver a 40 km/h o motorista sem cinto de


segurança pode ser atirado violentamente contra o para-brisas ou
arremessado para fora do carro.

• O acidente de trânsito é o segundo maior problema de saúde


pública do Brasil, perdendo apenas para a desnutrição.

• O trânsito é a terceira causa de morte do país, ficando atrás


apenas das doenças do coração e do câncer.

• Mais de 50% dos leitos em hospitais são ocupados por vítimas


de acidente de trânsito.

• Para cada pessoa que morre no trânsito duas ficam inválidas e


sete ficam com sequelas.

• Existe uma associação brasileira que luta pelos direitos dos


pedestres. ABRASPE (Associação Brasileira dos Pedestres)

• Na maioria dos atropelamentos o pedestre é arremessado para


o alto e rola por cima do capô.
• 35% da população do país se locomovem a pé, 32% utilizam o
transporte público, 28% locomovem-se de carro, 3% de bicicleta e
2% utilizam a motocicleta.

• O uso de equipamento de segurança, como bebê-conforto,


cadeirinhas, assento para crianças e cintos de segurança de três
58
pontos, reduzem em 70% os riscos de mortes e lesões graves
em crianças num acidente de trânsito.

• A cada 5 minutos é registrado um acidente em rodovias fed-


erais, uma pessoa perde a vida a cada 84 minutos e uma pes-
soa é ferida a cada 8.8 minutos.

• Em um acidente a parte do corpo com maior risco de se ter


uma lesão é a cabeça, com 75% de probabilidade.

• Mais de 50% dos acidentes são causados por motoristas


alcoolizados.

Fonte: Departamento Estadual do Transito de Mato Grosso

Links interessantes para melhores pesquisas:

www.denatran.gov.br

www.dnit.gov.br

www.perkons.com.br

www.criancasegura.org.br

www.ruaviva.org.br

http://logisticaetransportes.blogspot.com

www.cestp.com.br

www.transitobrasil.com.br

www.eptc.com.br

www.tecnodataeducacional.com.br

www.sinaldetransito.com.br

htpp://asp11.volvo.com.br

www.fenasdetran.com.br

www.estradas.com.br

www.transportes.com.br

www.antt.gov.br

www.fenasdetran.com.br

59
http://www.infoseg.gov.br/renaest

www.pedestre.org.br

http://www.detran.mt.gov.br/index.php?pg=educacao&interno=coorden
adoria_educacao

http://www.detran.mt.gov.br/index.php?pg=educacao&interno=coorden
adoria_educacao

60
Sugestão de Atividade Extra Para Alunos do
6º ao 9º ano do Ensino Fundamental
Conteúdo: CTB

Aplicado dentro dos conteúdos: História, Geografia, Português


e Matemática

1 - Realização de pesquisa / entrevista com cinco ou seis


familiares, vizinhos ou amigos de cada aluno, por meio das
seguintes perguntas:

*Quantos deslocamentos mais longos você faz por dia?

*Qual a sua forma de locomoção?

*Por qual motivo você faz estes deslocamentos?

*Quais os tipos de sinalização de trânsito existentes no trajeto?

Após a realização de entrevista, tabular os dados, gerando


gráficos e relatórios, apontando o número total de
deslocamentos, qual o meio de transporte mais utilizado,
quantas pessoas se deslocaram movidas pela necessidade de
trabalho, quantas pela escola e quantas pelo lazer, etc.

*Propor debate e reflexão sobre os diferentes meios de


transportes. Quais trajetos melhoram ou priorizam minha
segurança?

*Quais as formas de deslocamentos (modalidade)


predominante? Como seria o trânsito se houvesse maior
equilíbrio entre as modalidades?

2 - Apresentando... Praticando

Consulte o Código de Trânsito Brasileiro Capitulo III - Normas


Gerais de Circulação e Conduta.

*Descreva a orientação fornecida pelo Artigo 59 do Código de


Trânsito.

*Quais as 4 infrações descritas nos Artigos 196, 214, 252 e 255


do CTB?

*Quais os equipamentos obrigatórios para as bicicletas


indicadas pelo CTB?

61
3 – Noções Básicas de Primeiros
Socorros
Este módulo foi criado e publicado pela Associação Brasileira de
Medicina de Tráfego - ABRAMET - no ano de 2005, e sua utilização
autorizada para este curso.

1 - Apresentação
Em 23 de setembro de 1997 é promulgada pelo Congresso
Nacional a Lei 9.503 que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro,
sancionada pela Presidência da República, entrando em vigor em
22 de janeiro de 1998, estabelecendo, logo em seu artigo primeiro,
aquela que seria a maior de suas diretrizes, qual seja, a de que
o “trânsito seguro é um direito de todos e um dever dos órgãos e
entidades do Sistema Nacional de Trânsito”.

No intuito do aprimoramento da formação do condutor, dados


os alarmantes índices de acidentalidade no trânsito, que hoje
representam 1,5 milhão de ocorrências, com 34 mil mortes e
400 mil feridos por ano, com um custo social estimado em R$
10 bilhões, o Código de Trânsito Brasileiro trouxe a exigência de
cursos teórico-técnicos e de prática de direção veicular, incluindo
direção defensiva, proteção ao meio ambiente e primeiros socorros.

Estendeu, ainda, essa exigência aos condutores já habilitados,


por ocasião da renovação da Carteira Nacional de Habilitação
(art. 150), de modo a também atualizá-los e instrumentalizá-los
na identificação de situações de risco no trânsito, estimulando
comportamentos seguros, tendo como meta a redução de
acidentes de trânsito no Brasil.

Como resultado de amplas discussões no âmbito do Sistema


Nacional de Trânsito, o processo de habilitação foi revisto e
consolidado na Resolução nº168 do Conselho Nacional de Trânsito
- CONTRAN, que entrou em vigor em 19 de junho de 2005, em
substituição à Resolução nº 50.

Visando a melhora do processo de ensino-aprendizagem nos


cursos de habilitação de condutores, o Ministério das Cidades/
Denatran apóia a publicação deste material didático sobre Primeiros
Socorros, por representar uma importante meta do Governo Lula
em relação à Política Nacional de Trânsito, divulgada em setembro
de 2004, tendo como foco o aprimoramento da formação do
condutor brasileiro.

Olívio de Oliveira Dutra Ailton Brasiliense Pires


Ministro de Estado das Cidades Presidente do CONTRAN

62
2 - Educando com valores

O trânsito é feito pelas pessoas. E, como nas outras


atividades humanas, quatro princípios são importantes para o
relacionamento e a convivência social no trânsito.

O primeiro deles é a dignidade da pessoa humana, do


qual derivam os Direitos Humanos e os valores e atitudes
fundamentais para o convívio social democrático, como o
respeito mútuo e o repúdio às discriminações de qualquer
espécie, atitude necessária à promoção da justiça.

O segundo princípio é a igualdade de direitos. Todos têm a


possibilidade de exercer a cidadania plenamente e, para isso,
é necessário ter equidade, isto é, a necessidade de considerar
as diferenças das pessoas para garantir a igualdade o que, por
sua vez, fundamenta a solidariedade.

Um outro é o da participação, que fundamenta a mobilização


da sociedade para organizar-se em torno dos problemas de
trânsito e de suas consequências.

Finalmente, o princípio da co-responsabilidade pela vida


social, que diz respeito à formação de atitudes e ao aprender a
valorizar comportamentos necessários à segurança no trânsito,
à efetivação do direito de mobilidade a todos os cidadãos e
o de exigir dos governantes ações de melhoria dos espaços
públicos.

Comportamentos expressam princípios e valores que a


sociedade constrói e referenda e que cada pessoa toma para
si e leva para o trânsito. Os valores, por sua vez, expressam
as contradições e conflitos entre os segmentos sociais e
mesmo entre os papéis que cada pessoa desempenha. Ser
“veloz”, “esperto”, “levar vantagem” ou “ter o automóvel como
status”, são valores presentes em parte da sociedade. Mas
são insustentáveis do ponto de vista das necessidades da vida
coletiva, da saúde e do direito de todos.
É preciso mudar.

Mudar comportamentos para uma vida coletiva com qualidade


e respeito exige uma tomada de consciência das questões em
jogo no convívio social, portanto na convivência no trânsito. É a
escolha dos princípios e dos valores que irá levar a um trânsito
mais humano, harmonioso, mais seguro e mais justo.
63
3 - Riscos, perigos e acidentes

Em tudo o que fazemos há uma dose de risco: seja no trabalho,


quando consertamos alguma coisa em casa, brincando, dançando,
praticando um esporte ou mesmo transitando pelas ruas da cidade.

Quando uma situação de risco não é percebida, ou quando uma


pessoa não consegue visualizar o perigo, aumentam as chances
de acontecer um acidente.

Os acidentes de trânsito resultam em danos aos veículos e suas


cargas e geram lesões em pessoas. Nem é preciso dizer que eles
são sempre ruins para todos. Mas você pode ajudar a evitá-los e
colaborar para diminuir:

• O sofrimento de muitas pessoas, causados por mortes e


ferimentos. Inclusive com sequelas físicas e/ou mentais, muitas
vezes irreparáveis;

• Prejuízos financeiros, por perda de renda e afastamento do


trabalho;

• Constrangimentos legais, por inquéritos policiais e processos


judiciais, que podem exigir o pagamento de indenizações e até
mesmo prisão dos responsáveis;

Custa caro para a sociedade brasileira pagar os prejuízos dos


acidentes. Estima-se em 10 bilhões de reais, todos os anos,
que poderiam ser aproveitados, por exemplo, na construção de
milhares de casas populares para melhorar a vida de muitos
brasileiros.

Por isso, é fundamental a capacitação dos motoristas para o


comportamento seguro no trânsito, atendendo a diretriz da
“preservação da vida, da saúde e do meio ambiente” das Políticas
Nacionais de Trânsito.

Acidentes de trânsito podem acontecer com todos. Mas poucos


sabem como agir na hora que eles acontecem. Por isso, todos os
motoristas devem saber os procedimentos básicos no caso de um
acidente de trânsito.

Assim, este módulo traz “Informações Básicas” que você deve


conhecer para atuar com segurança caso ocorra um acidente.
Para isso, elas foram escritas de forma simples e direta.
64
Atenção: não é objetivo deste módulo ensinar
Primeiros Socorros que necessitem de treinamento.

Medidas de Socorro como respiração boca-a-boca, massagens


cardíacas, imobilizações, entre outros procedimentos, exigem
treinamento específico, dado por entidades credenciadas.
Caso estes aprendizados sejam de seu interesse, procure uma
destas entidades.

4 - Importância das Noções de Primeiros


Socorros

Se existem os Serviços Profissionais de Socorro, como SAMU


e Resgate, por que é importante saber fazer algo pela vítima de
um acidente de trânsito?

Dirigir faz parte da sua vida. Mas cada vez que você entra
num veículo surgem riscos de acidentes, riscos a sua vida
e à de outras pessoas. São muitos os acidentes de trânsito
que acontecem todos os dias. Deixando milhares de vítimas,
pessoas feridas, às vezes com lesões irreversíveis, muitas
mortes.

Cada vez se investe mais na prevenção e no atendimento às


vítimas. Mas, por mais que se aparelhem hospitais e pronto-
socorros, ou se criem os Serviços de Resgate e SAMUs –
Serviços de Atendimento Móvel de Urgência – sempre vai
haver um tempo até a chegada do atendimento profissional.
E, nesses minutos, muita coisa pode acontecer. Nesse tempo,
as únicas pessoas presentes são as que foram envolvidas no
acidente e as que passam pelo local.

Nessa hora, duas coisas são importantes nessas pessoas:

1) O espírito de solidariedade;

2) Informações básicas sobre o que fazer e o que não fazer nas


situações de acidente.

São conceitos e técnicas fáceis de aprender e, unidos à vontade


e à decisão de ajudar, podem impedir que um acidente tenha
maiores consequências, aumentando bastante as chances de
uma melhor recuperação das vítimas.

65
5 - O que são os Primeiros Socorros?

Primeiros Socorros são as primeiras providências


tomadas no local do acidente. É o atendimento
inicial e temporário, até a chegada de um socorro
profissional.

Quais são essas providências?

Uma rápida avaliação da vítima;

Aliviar as condições que ameacem a vida ou que possam


agravar o quadro da vítima, com a utilização de técnicas simples;

Acionar corretamente um serviço de emergência local.

Simples, não é?

As técnicas de Primeiros Socorros têm sido divulgadas para toda


a sociedade, em todas as partes do mundo. E agora, uma parte
delas vai estar disponível para você, aqui neste módulo. Leve-as
a sério, elas podem salvar vidas. E não há nada no mundo que
valha mais que isso.

6 - A Sequência das Ações de Socorro

O que eu devo fazer primeiro? E depois?

É claro que cada acidente é diferente do outro. E, por isso, só se


pode falar na melhor forma de socorro quando se sabe quais as
suas características.

Um veículo que está se incendiando, um local perigoso (uma


curva, por exemplo), vítimas presas nas ferragens, a presença de
cargas tóxicas etc, tudo isso interfere na forma do socorro.

Suas ações também vão ser diferentes caso haja outras pessoas
iniciando os socorros, ou mesmo se você estiver ferido.

Mas a sequência das ações a serem realizadas vai sempre ser


a mesma:

1) Manter a calma;
66
2) Garantir a segurança;

3) Pedir socorro;

4) Controlar a situação;

5) Verificar a situação das vítimas;

6) Realizar algumas ações com as vítimas.

Cada uma dessas ações vai ser detalhada nas próximas aulas.

O importante agora é fixar, ter sempre em mente a sequência


delas.

E também saber que uma ação pode ser iniciada sem que
outra tenha sido terminada. Você pode, por exemplo, começar
a garantir a segurança, sinalizando o local, parar para pedir
socorro e voltar depois a completar a segurança do local.

Com calma e bom senso, os primeiros socorros podem evitar


que as consequências do acidente sejam ampliadas.

7 - Como Manter a Calma

Vamos manter a Calma?

Você já viu que manter a calma é a primeira atitude que você


deve tomar no caso de um acidente.

Só que cada pessoa reage de forma diferente, e é claro que


é muito difícil ter atitudes racionais e coerentes na situação:
o susto, as perdas materiais, a raiva pelo ocorrido, o pânico
no caso de vítimas, etc. Tudo colabora para que as nossas
reações sejam intempestivas, mal pensadas.

Mas tenha cuidado, pois ações desesperadas normalmente


acabam agravando a situação.

Por isso, é fundamental que, antes de agir, você recobre


rapidamente a sua lucidez, reorganize seus pensamentos e se
mantenha calmo.

67
Mas, como é que se faz para ficar calmo após um
acidente?

Num intervalo de segundos a poucos minutos, é fundamental


que você siga o seguinte roteiro:

1) Pare e pense! Não faça nada por instinto ou por impulso;

2) Respire profundamente, algumas vezes;

3) Veja se você sofreu ferimentos;

4) Avalie a gravidade geral do acidente;

5) Conforte os ocupantes do seu veículo;

6) Mantenha a calma. Você precisa dela para controlar a situação


e agir.

8 - Como Controlar a Situação

Alguém já tomou a iniciativa e está à frente das


ações? Ótimo! Ofereça-se para ajudar, solidariedade
nunca é demais.

Se ninguém ainda tomou a frente, verifique se entre as pessoas


presentes há algum médico, bombeiro, policial, ou qualquer
profissional acostumado a lidar com este tipo de emergência.

Se não houver ninguém mais capacitado, assuma o controle


e comece as ações. Com calma você vai identificar o que é
preciso fazer primeiro, mas tenha sempre em sua cabeça que:

A ação inicial define todo o desenvolvimento do atendimento;

Você precisa identificar os riscos para definir as ações;

Nem todo mundo está preparado para assumir a liderança


após um acidente. Este pode ser o seu caso, mas numa
emergência, você poderá ter que tomar a frente. Siga as
recomendações adiante, para que todos trabalhem de forma
organizada e eficiente, diminuindo o impacto do acidente:

Mostre decisão e firmeza nas suas ações;


68
Peça ajuda aos outros envolvidos no acidente e aos que
estiverem próximos;

Distribua tarefas às pessoas;

Forme equipes para executar as tarefas;

Não perca tempo discutindo;

Passe as tarefas mais simples, nos locais mais afastados


do acidente, às pessoas que estejam mais desequilibradas ou
contestadoras;

Trabalhe muito, não fique só dando ordens;

Motive todos, elogiando e agradecendo cada ação realizada.

9 - Acionando o Socorro

Quanto mais cedo chegar um socorro profissional, melhor para


as vítimas de um acidente. Solicite um, o mais rápido possível.

Hoje, em grande parte do Brasil, nós podemos contar com


serviços de atendimento às emergências.

O chamado Resgate, ligado aos Corpos de Bombeiros, os


SAMUs, os atendimentos das próprias rodovias ou outros
tipos de socorro, recebem chamados por telefone, fazem uma
triagem prévia e enviam equipes treinadas em ambulâncias
equipadas.

No próprio local, após uma primeira avaliação, os feridos


são atendidos emergencialmente para, em seguida, serem
transferidos aos hospitais.

São serviços gratuitos, que têm, em muitos casos, números de


telefones padronizados em todo o Brasil. Use o seu celular, o de
outra pessoa, os telefones dos acostamentos das rodovias, os
telefones públicos ou peça para alguém que esteja passando
pelo local que vá até um telefone ou um posto rodoviário e
acione rapidamente o Socorro. A seguir estão listados os
telefones de emergência mais comuns.
69
Serviços e telefones para
Quando acionar
acionamento
Vítimas presas nas ferragens.

Qualquer perigo identificado como


fogo, fumaça, faíscas, vazamento
de substâncias, gases, líquidos,
combustíveis, ou ainda locais
instáveis como ribanceiras, muros
caídos, valas, etc.

Em algumas regiões do país o


Resgate do Corpo de Bombeiros Resgate-193 é utilizado para todo
193 tipo de emergência relacionada
à saúde. Em outras, é utilizado
prioritariamente para qualquer
emergência em via pública.

O Resgate pode acionar outros


serviços quando existirem e se
houver esta necessidade.

Procure saber se existe e como


funciona o Resgate em sua região.

Qualquer tipo de acidente.

Mal súbito em via pública ou


rodovia.

O SAMU foi idealizado para atender


qualquer tipo de emergência
relacionada à saúde, incluindo
acidentes de trânsito.

Pode ser acionado também para


socorrer pessoas que passam
SAMU Serviço de Atendimento mal dentro dos veículos. O
Móvel de Urgência 192 SAMU pode acionar o serviço de
Resgate ou outros, se houver esta
necessidade.

Procure saber se existe e como


funciona o SAMU em sua região.

70
Serviços e telefones para
Quando acionar
acionamento

Acione sempre que ocorrer uma


emergência em locais sem serviços
próprios de socorro.

Acidentes nas localidades que não


possuem um sistema de emergên-
Polícia Militar 190 cia poderão contar com o apoio da
Polícia Militar local.

Estes profissionais, ainda que


sem os equipamentos e materiais
necessários para o atendimento e
transporte de uma vítima, são as
únicas opções nesses casos.

Acione sempre que ocorrer


qualquer emergência nas rodovias.

Todas as rodovias devem divulgar


o número do telefone a ser chama-
do em caso de emergência. Pode
ser da Polícia Rodoviária Federal,
Estadual, do serviço de uma con-
cessionária ou serviço público
próprio. Estes serviços não pos-
suem um número único de tele-
fone, variando de uma rodovia a
outra.
Polícia Rodoviária Federal ou
Estadual Muitas rodovias dispõem de tele-
fones de emergência nos acos-
Serviço de Atendimento ao tamentos, geralmente (mas nem
Usuário-SAU sempre) dispostos a cada quilô-
metro. Nestes telefones é só retirar
o fone do gancho, aguardar o aten-
Serviços Rodoviários
dimento e passar as informações
Federais ou Estaduais
solicitadas pelo atendente.
Serviços dos Municípios mais
Próximos O Serviço de Atendimento ao
Telefones variáveis Usuário-SAU é obrigatório nas
rodovias administradas por con-
cessionárias. Executa procedimen-
tos de resgate, lida com riscos po-
tenciais e realiza atendimento às
vítimas. Seus telefones geralmente
iniciam com 0800.

Mantenha sempre atualizado o


número dos telefones das rodovias
que você utiliza. Anote o número
da emergência logo que entrar
na estrada. Regrinha eficiente
para quem utiliza celular é deixar
registrado no seu aparelho, e
pronto para ser usado, o número
da emergência.

Não confie na sua memória. Procure


saber como acionar o atendimento
nas rodovias que você utiliza.
71
Algumas localidades ou regiões
possuem serviços distintos dos
citados acima. Muitas vezes estes
não têm a responsabilidade de dar o
atendimento, mas o fazem. Podem
ser ambulâncias de hospitais, de
serviços privados, de empresas,
grupos particulares, ou ainda
voluntários que, acionados por
Outros recursos existentes na telefones específicos, podemser
comunidade os únicos recursos disponíveis.

Se você circula habitualmente por


áreas que não contam com nenhum
serviço de socorro, procure saber
ou pensar antecipadamente como
conseguir auxílio caso venha a
sofrer um acidente.

10 - Você pode melhorar o Socorro, pelo


telefone

Mesmo com toda a urgência de atender ao acidente, os atendentes


do chamado de socorro vão fazer algumas perguntas para você.
São perguntas para orientar a equipe, informações que vão ajudar
a prestar um socorro mais adequado e eficiente.

Dentro do possível, ao chamar o socorro, tenha as


respostas para as perguntas:

tipo do acidente (carro, motocicleta, colisão, atropelamento);

gravidade aparente do acidente;

nome da rua e número próximo;

número aproximado de vítimas envolvidas;

pessoas presas nas ferragens;

vazamento de combustível ou produtos químicos;

ônibus ou caminhões envolvidos.

72
11 - A sinalização do local e a segurança

Como Sinalizar?

Como garantir a segurança de todos?


Você já viu que as diversas ações num acidente de trânsito
podem ser feitas por mais de uma pessoa, ao mesmo tempo.
Enquanto uma pessoa telefona, outra sinaliza o local e assim
por diante. Assim, se ganha tempo para o atendimento, fazer a
sinalização e garantir a segurança no local.

A importância de sinalizar o local do acidente


Os acidentes acontecem nas ruas e estradas, impedindo ou
dificultando a passagem normal dos outros veículos. Por isso,
esteja certo de que situações de perigo vão ocorrer (novos
acidentes ou atropelamentos), se você demorar muito ou não
sinalizar o local de forma adequada.

Algumas regras são fundamentais para você fazer a


sinalização do acidente:

Inicie a sinalização em um ponto em que os motoristas


ainda não possam ver o acidente.

Não adianta ver o acidente quando já não há tempo suficiente


para parar ou diminuir a velocidade. No caso de vias de fluxo
rápido, com veículos ou obstáculos na pista, é preciso alertar
os motoristas antes que eles percebam o acidente. Assim, vai
dar tempo para reduzir a velocidade, concentrar a atenção
e desviar. Então não se esqueça de que a sinalização deve
começar antes do local do acidente ser visível.

Nem é preciso dizer que a sinalização deverá ser feita antes da


visualização nos dois sentidos (ida e volta) nos casos em que o
acidente interferir no tráfego das duas mãos de direção.

Demarque todo o desvio do tráfego até o acidente


Não é só a sinalização que deve se iniciar bem antes do acidente.
É necessário que todo o trecho, do início da sinalização até o
acidente, seja demarcado, indicando quando houver desvio de
direção. Se isso não puder ser feito de forma completa, faça
o melhor que puder, aguardando as equipes de socorro, que
deverão completar a sinalização e os desvios.

73
Mantenha o tráfego fluindo
Outro objetivo importante na sinalização é manter a fluidez do
tráfego, isto é, apesar do afunilamento provocado pelo acidente,
deve sempre ser mantida uma via segura para os veículos
passarem.

Faça isso por duas razões: se ocorrer uma parada no tráfego,


o congestionamento, ao surgir repentinamente, pode provocar
novas colisões. Além disso, não se esqueça que, com o trânsito
parado, as viaturas de socorro vão demorar mais a chegar.

Para manter o tráfego fluindo, tome as seguintes


providências:

Mantenha, dentro do possível, as vias livres para o tráfego fluir;

Coloque pessoas ao longo do trecho sinalizado para cuidarem


da fluidez;

Não permita que curiosos parem na via destinada ao tráfego;

Sinalize no local do acidente.

Ao passarem pelo acidente, todos ficam curiosos e querem ver o


que ocorreu, diminuindo a marcha ou até parando. Para evitar
isso, alguém deverá ficar sinalizando no local do acidente, para
manter o tráfego fluindo e garantir a segurança.

12 - Que materiais podem ser utilizados na


sinalização

Existem muitos materiais fabricados especialmente para


sinalização, mas na hora do acidente, provavelmente, você terá
apenas o triângulo de segurança à mão, já que ele é um dos itens
obrigatórios de todos os veículos. Use o seu triângulo e os dos
motoristas que estejam no local. Não se preocupe, pois com a
chegada das viaturas de socorro, eles já poderão ser substituídos
por equipamentos mais adequados e devolvidos aos seus donos.

Outros itens que forem encontrados nas imediações também


podem ser usados, como: galhos de árvore, cavaletes de obra,
latas, pedaços de madeira, pedaços de tecidos, plásticos, etc.

À noite ou com neblina, a sinalização deve ser feita com materiais


luminosos. Lanternas, pisca-alerta e faróis dos veículos devem
sempre ser utilizados.
74
O importante é lembrar que tudo o que for usado para sinalização
deve ser de fácil visualização e não pode oferecer risco,
transformando-se em verdadeiras armadilhas para os
passantes e outros motoristas.

O emprego de pessoas sinalizando é bastante eficiente, porém


é sempre arriscado.

Ao se colocar pessoas na sinalização, é necessário tomar


alguns cuidados:

Suas roupas devem ser coloridas e contrastar com o terreno;

As pessoas devem ficar na lateral da pista sempre de frente


para o fluxo dos veículos;

Devem ficar o tempo todo agitando um pano colorido para


alertar os motoristas;

Prestar muita atenção e estar sempre preparado para o


caso de surgir algum veículo desgovernado;

As pessoas nunca devem ficar logo depois de uma curva


ou em outro local perigoso. Elas têm que ser vistas, de longe,
pelos motoristas.

13 - Onde deve ficar o início da sinalização

Como você já viu, a sinalização deve ser iniciada para ser


visível pelos motoristas de outros veículos antes que eles
vejam o acidente.

Não adianta falar em metros, é melhor falar em passos, que


podem ser medidos em qualquer situação.

Cada passo bem longo (ou largo) de um adulto corresponde a


aproximadamente um metro.

As distâncias para o início da sinalização são calculadas com


base no espaço necessário para o veículo parar após iniciar
a frenagem, mais o tempo de reação do motorista. Assim,
quanto maior a velocidade, maior deverá ser a distância para
iniciar a sinalização. Na prática, a recomendação é seguir a
tabela abaixo, onde o número de passos longos corresponde à
velocidade máxima permitida no local.

75
Distância do acidente para início da sinalização

Distância
Velocidade Distância
para início da
máxima para início da
Tipo da via sinalização
Permitida sinalização
(chuva, neblina,
(pista seca)
fumaça, à noite)

Vias locais 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos

120 passos
Avenidas 60 km/h 60 passos longos
longos

Vias de fluxo 160 passos


80 km/h 80 passos longos
rápido longos

100 passos 200 passos


Rodovias 100 km/h
longos longos

Não se esqueça de que os passos devem ser longos e dados


por um adulto. Se não puder, peça a outra pessoa para medir a
distância.

Como se vê na tabela, existem casos onde as distâncias deverão


ser dobradas, como à noite, com chuva, neblina, fumaça.

À noite, além de aumentar a distância, a sinalização deverá ser


feita com materiais luminosos.

Existem ainda outros casos que comprometem a visibilidade do


acidente, como Curvas e Lombadas. Veja como proceder nestes
casos:

Quando você estiver contando os passos e encontrar uma curva,


pare a contagem. Caminhe até o final da curva e então recomece
a contar a partir do zero. Faça a mesma coisa quando o acidente
ocorrer no topo de uma elevação, sem visibilidade para os veículos
que estão subindo.

14 - Como identificar Riscos para garantir mais


segurança

O maior objetivo deste módulo é dar orientações para que,


numa situação de acidente, você possa tomar providências
que:

76
1) Evitem agravamento do acidente, com novas colisões,
atropelamentos ou incêndios;

2) Garantam que as vítimas não terão suas lesões agravadas


por uma demora no socorro ou uma remoção mal feita.

Sempre, além das providências já vistas (como acionar


o socorro, sinalizar o acidente e assumir o controle
da situação), você deve também observar os itens
complementares de segurança, tendo em mente as
seguintes questões:

Eu estou seguro?

Minha família e os passageiros de meu veículo estão


seguros?

As vítimas estão seguras?

Outras pessoas podem se ferir?

O acidente pode tomar maiores proporções?

Para isso, é preciso evitar os riscos que surgem em cada


acidente, agindo rapidamente para evitá-los.

15 - Quais os riscos mais comuns e quais os


cuidados iniciais

É só acontecer um acidente, que podem ocorrer várias situações


de risco. As principais são:

Novas colisões;

Atropelamentos;

Incêndio;

Explosão;

Cabos de eletricidade;

Óleo e obstáculos na pista;

Vazamento de produtos perigosos;

Doenças infecto-contagiosas.

77
Novas Colisões

Você já viu como sinalizar adequadamente o local do acidente.


Seguindo as instruções fica bem reduzida a possibilidade de novas
colisões. Porém, imprevistos acontecem. Por isso, nunca é demais
usar simultaneamente mais de um procedimento, aumentando
ainda mais a segurança.

Atropelamentos

Adote as mesmas providências empregadas para evitar novas


colisões. Mantenha o fluxo de veículos na pista livre. Oriente para
que curiosos não parem na área de fluxo e que pedestres não
fiquem caminhando pela via.

Isole o local do acidente e evite a presença de curiosos.

Faça isso sempre solicitando auxílio e distribuindo tarefas entre as


pessoas que querem ajudar, mesmo que precisem ser orientadas
para isso.

Incêndio

Sempre existe o risco de incêndio. E ele aumenta bastante quando


ocorre vazamento de combustível.

Nesses casos é importante adotar os seguintes procedimentos:

Afaste os curiosos;

Se for fácil e seguro, desligue o motor do veículo acidentado;

Oriente para que não fumem no local;

Pegue o extintor de seu veículo e deixe-o pronto para uso, a


uma distância segura do local de risco;

Se houver risco elevado de incêndio e, principalmente com


vítimas presas nas ferragens, peça a outros motoristas que façam
o mesmo com seus extintores, até a chegada do socorro.

Há dois tipos de extintor para uso em veículo: o do tipo BC,


destinado a apagar fogo em combustível e em sistemas elétricos,
e o do tipo ABC, que também apaga o fogo em componentes de
tapeçaria, painéis, bancos e carroçaria.

78
O extintor tipo BC deve ser substituído pelo tipo
ABC até janeiro de 2015, ou assim que expirar a
validade do teste hidrostático (validade do cilindro)
- Resolução 157/04 reestabelecida pela Resolução
333/09 Contran.

Verifique o tipo do extintor do seu veículo e a validade do


cilindro.

Saiba sempre onde ele está em seu veículo. Normalmente,


seu lugar é próximo ao motorista para facilitar a utilização.
Dependendo do veículo, ele pode estar fixado no banco sob as
pernas do motorista, na lateral próximo aos pedais, na lateral
do banco ou sob o painel do lado do passageiro.

Verifique também, como é que se faz para tirá-lo de sua posição,


não deixe para ver isso numa emergência.

Nunca um extintor deve ser guardado no porta-malas ou em


outro lugar, de difícil acesso. Mantenha sempre seu extintor
carregado e com a pressão adequada. Troque a carga conforme
a regulamentação de trânsito e também, sempre que o ponteiro
do medidor de pressão estiver na área vermelha.

Para usar o extintor, siga as instruções:

Mantenha o extintor em pé, na posição vertical;

Quebre o lacre e acione o gatilho;

Dirija o jato para a base das chamas e não para o meio do


fogo;

Faça movimentos em forma de leque, cobrindo toda a área


em chamas.

Não jogue o conteúdo aos poucos. Para um melhor resultado,


empregue grandes quantidades de produto, se possível com o
uso de vários extintores ao mesmo tempo.

Explosão

Se o acidente envolver algum caminhão de combustível, gás,


ou outro material inflamável, que esteja vazando ou já em
chamas, a via deve ser totalmente interditada, conforme as
distâncias recomendadas e todo o local evacuado.
79
Cabos de eletricidade

Nas colisões com postes é muito comum que cabos elétricos


se rompam e, fiquem energizados, na pista ou mesmo sobre os
veículos. Alguns desses cabos são de alta voltagem, e podem
causar mortes. Jamais tenha contato com esses cabos, mesmo
que ache que eles não estão energizados.

No interior dos veículos, as pessoas estão seguras, desde que os


pneus estejam intactos e não haja nenhum contato com o chão.
Se o cabo estiver sobre o veículo, elas podem ser eletrocutadas ao
tocar o solo. Isso já não ocorre se permanecerem no seu interior,
pois o mesmo está isolado pelos pneus.

Outro risco é do cabo chicotear próximo a um vazamento de


combustível, pois a faísca produzida poderá causar um incêndio.

Mesmo não havendo esses riscos, não mexa nos cabos, apenas
isole o local e afaste os curiosos.

Caso exista qualquer dos riscos citados ou alguém eletrocutado,


use um cano longo de plástico ou uma madeira seca e, num
movimento brusco, afaste o cabo. Não faça isso com bambu,
metal ou madeira molhada. Nem nunca imagine que o cabo já
esteja desligado.

Óleo e obstáculos na pista

Os fragmentos dos veículos acidentados devem ser removidos da


pista onde há trânsito de veículos e, se possível, jogue terra ou
areia sobre o óleo derramado.

Normalmente isso é feito depois, pelas equipes de socorro, mas


se você tiver segurança para se adiantar, pode evitar mais riscos
no local.

Vazamento de produtos perigosos

Interdite totalmente a pista e evacue a área, quando veículos que


transportam produtos perigosos estiverem envolvidos no acidente
e existir algum vazamento. Faça a sinalização como já foi descrito.

Doenças infecto-contagiosas

Hoje, as doenças infecto-contagiosas são uma realidade. Evite


80
qualquer contato com o sangue ou secreções das vítimas nos
acidentes. Tenha sempre em seu veículo, um par de luvas de
borracha para tais situações. Podem ser luvas de procedimentos
usadas pelos profissionais ou simples luvas de borracha para
uso doméstico.

Limpeza da pista

Encerrado o atendimento e não havendo equipes especializadas


no local, retire da pista a sinalização de advertência do acidente
e outros objetos que possam representar riscos ao trânsito de
veículos.

16 - Iniciando o socorro às vítimas

O que é possível fazer?

As limitações no atendimento às vítimas.

Você não é um profissional de resgate e por isso deve se


limitar a fazer o mínimo necessário com a vítima até a chegada
do socorro. Infelizmente, vão existir algumas situações que o
socorro, mesmo chegando rapidamente e com equipamentos e
profissionais treinados, pouco poderá fazer pela vítima. Você,
mesmo com toda a boa vontade, também poderá encarar uma
situação em que seja necessário mais que a solidariedade que
você pode oferecer. Mesmo nestas situações difíceis, não se
espera que você faça algo para o qual não esteja preparado ou
treinado.

Fazendo contato com a vítima

Depois de garantido pelo menos o básico em segurança e


a solicitação do socorro, é o momento em que você poderá
iniciar contato com a vítima. Se a janela estiver aberta, fale
com a vítima sem abrir a porta. Se for abrir a porta, faça-o
com muito cuidado para não movimentar a vítima. Você poderá
pedir a algum ocupante do veículo para destravar as portas,
caso necessário.

Ao iniciar seu contato com a vítima, faça tudo sempre com


base em 4 atitudes: informe, ouça, aceite e seja solidário.

Informe à vítima o que você está fazendo para ajudá-la e,


81
com certeza ela vai ser mais receptiva aos seus cuidados.

Ouça e aceite suas queixas e a sua expressão de ansiedade,


respondendo as perguntas com calma e de forma apaziguadora.

Não minta e não dê informações que causem impacto ou


estimulem a discussão sobre a culpa no acidente.

Seja solidário e permaneça junto à vítima em um local onde ela


possa ver você, sem que isso coloque em risco sua segurança.

Algumas vítimas de um acidente podem tornar-se agressivas,


não permitindo acesso ou auxílio. Tente a ajuda de familiares ou
conhecidos dela, se houver algum, mas se a situação colocar você
em risco, afaste-se.

Cintos de segurança e a respiração

Veja se o cinto de segurança está dificultando a respiração da


vítima. Neste caso, e só neste caso, você deverá soltá-lo, sem
movimentar o seu corpo.

Impedindo movimentos da cabeça

É procedimento importante e fácil de ser aplicado, mesmo em


vítimas de atropelamento. Segure a cabeça da vítima, pressionando
a região das orelhas, impedindo a movimentação da cabeça. Se a
vítima estiver de bruços ou de lado, procure alguém treinado para
avaliar se ela necessita ser virada e de como fazê-lo, antes do
socorro chegar. Em geral ela só deverá ser virada se não estiver
respirando. Se estiver de bruços e respirando, sustente a cabeça
nesta posição e aguarde o socorro chegar.

Se a vítima estiver sentada no carro, mantenha a cabeça na


posição encontrada. Como na situação anterior, ela poderá ser
movimentada se não estiver respirando, mas a ajuda de alguém
com treinamento prático será necessária.

Vítima inconsciente

Ao tentar manter contato com a vítima, faça perguntas simples e


diretas como:

– Você está bem? Qual é seu nome? O que aconteceu? Você


sabe onde está?

82
O objetivo dessas perguntas é apenas identificar a consciência
da vítima. Ela poderá responder bem e naturalmente suas
perguntas, e isto é um bom sinal, mas poderá estar confusa ou
mesmo nada responder.

Se ela não apresentar nenhuma resposta demonstrando estar


inconsciente ou desmaiada, mesmo depois de você chamá-
la em voz alta, ligue novamente para o serviço de socorro,
complemente as informações e siga as orientações que receber.

Além disso, indague entre as pessoas que estão no local, se


existe alguém treinado e preparado para atuar nesta situação.
Em um acidente, a movimentação de vítima inconsciente e
mesmo a identificação de uma parada respiratória ou cardíaca,
exige treinamento prático específico.

Controlando uma Hemorragia Externa

São diversas as técnicas para conter uma hemorragia externa.


Algumas são simples e outras complexas que só devem ser
aplicadas por profissionais. A mais simples que qualquer pessoa
pode realizar, é a compressão do ferimento, diretamente sobre
ele, com uma gaze ou pano limpo. Você poderá necessitar de
luvas para sua proteção, para não se contaminar. Naturalmente
você deverá cuidar só das lesões facilmente visíveis que
continuam sangrando e daquelas que podem ser cuidadas sem
a movimentação da vítima.

Só aja em lesões e hemorragias se você se sentir seguro para


isso.

Escolha um local seguro para as vítimas

Muitas das pessoas envolvidas no acidente já podem ter


saído sozinhas dos seus veículos, e também podem estar
desorientadas e traumatizadas com o acontecido.

É importante que você localize um local sem riscos e junte


estas pessoas nele. Isto irá facilitar muito o atendimento e o
controle da situação, quando chegarem as equipes de socorro.

Proteção contra frio, sol, chuva

Você já deve ter ouvido que aquecer uma vitima é um


procedimento que impede o agravamento de seu estado.
83
É verdade, mas aquecer uma vítima não é elevar sua temperatura,
mas sim protegê-la para que ela não perca o calor de seu próprio
corpo. Ela também não pode ficar exposta ao sol. Por isso, proteja-a
do sol, da chuva ou do frio, utilizando qualquer peça de vestimenta
disponível. Em dias frios ou chuvosos as pessoas andam com os
vidros dos veículos fechados, muitas vezes sem agasalho.

Após o acidente ficam expostas e precisam ser protegidas do


tempo, que pode agravar sua situação.

17 - O que não se deve fazer com uma vítima


de acidente

Você só quer ajudar, mas muitos são os procedimentos que podem


agravar a situação das vítimas.

Os mais comuns e que você deve evitar são:

Movimentar uma vítima;

Retirar capacetes de motociclistas;

Aplicar torniquetes para estancar hemorragias;

Dar alguma coisa para a vítima tomar.

Não movimente a vítima

A movimentação da vítima poderá causar piora de uma lesão na


coluna ou em uma fratura de um braço ou perna.

A movimentação da cabeça ou do tronco de uma vítima que sofreu


um acidente com impacto que deforma ou amassa veículos, ou
num atropelamento, pode agravar muito uma lesão de coluna.

Num acidente pode haver uma fratura ou deslocamento de uma


vértebra da coluna, por onde passa a medula espinhal. É ela que
transporta todo o comando nervoso do corpo, que sai do cérebro
e atinge o tronco, os braços e as pernas. Movimentando a vítima
nessa situação, você pode deslocar ainda mais a vértebra lesada
e danificar a medula, causando paralisia dos membros ou ainda da
respiração, o que com certeza vai provocar danos muito maiores,
talvez irreversíveis.

No caso dos membros fraturados, a movimentação pode causar


agravamento das lesões internas no ponto de fratura, provocando
84
o rompimento de vasos sanguíneos ou lesões nos nervos,
levando a graves complicações.

Assim, a movimentação de uma vítima só deve ser realizada


antes da chegada de uma equipe de socorro, se houver perigos
imediatos como incêndio, perigo do veículo cair, ou seja, desde
que esteja presente algum risco incontrolável.

Não havendo risco imediato, não movimente as


vítimas.

Até mesmo no caso das vítimas que saem andando do acidente,


é melhor que não se movimentem e aguardem o socorro chegar
para uma melhor avaliação. Aconselhe-as a aguardar sentadas
no veículo, ou em outro lugar seguro.

Não tire o capacete de um motociclista

Retirar o capacete de um motociclista que se acidenta é uma


ação de alto risco. A atitude será de maior risco ainda, se ele
estiver inconsciente. A simples retirada do capacete pode
movimentar intensamente a cabeça e agravar lesões existentes
no pescoço ou mesmo no crânio. Aguarde a equipe de socorro
ou pessoas habilitadas para que eles realizem essa ação.

Não aplique torniquetes

O torniquete não deve ser realizado para estancar hemorragias


externas.

Atualmente este procedimento é feito só por profissionais


treinados e mesmo assim, em caráter de exceção, quase nunca
é aconselhado.

Não dê nada para a vítima ingerir

Nada deve ser dado para ingerir a uma vítima de acidente


que possa ter lesões internas ou fraturas e certamente será
transportada para um hospital. Nem mesmo água.

Se o socorro já foi chamado, aguarde os profissionais que vão


decidir sobre a conveniência ou não. O motivo é que a ingestão
de qualquer substância poderá interferir de forma negativa
nos procedimentos hospitalares. Por exemplo, se a vítima for
submetida à cirurgia, o estômago com água ou alimentos, é
85
fator que aumenta o risco no atendimento hospitalar.
Como exceção, os casos de pessoas cardíacas que fazem uso de
alguns medicamentos em situações de emergência, geralmente
aplicados em baixo da língua. Não os impeça de fazer uso dos
medicamentos se for rotina para eles.

18 - Primeiros Socorros – A importância de um


Curso Prático

Você já estudou neste módulo e já sabe quais são as primeiras


ações a serem tomadas num acidente. Mesmo assim, é importante
fazer um Curso Prático de Primeiros Socorros?

Um treinamento em Primeiros Socorros vai ser sempre de grande


utilidade em qualquer momento de sua vida, seja em casa, no
trabalho ou no lazer. Podem ser muitas e variadas as situações
em que o seu conhecimento pode levar a uma ação imediata
e garantir a sobrevida de uma vítima. Isso, tanto em casos de
acidente, como em situações de emergência que não envolvem
trauma ou ferimentos.

Atuar em Primeiros Socorros requer o domínio de habilidades


que só podem ser adquiridas em treinamentos práticos, como
a compressão torácica externa, conhecida como massagem
cardíaca, apenas para citar um exemplo.

Outras técnicas de socorro são diferentes para casos de trauma e


emergências sem trauma, como por exemplo, a abertura das vias
aéreas para que uma vítima respire, ou ainda a necessidade e a
forma de se movimentar uma vítima, etc. Estas diferenças, que
implicam em procedimentos distintos, devem ser adquiridas em
treinamentos sob supervisão de um instrutor qualificado.
Outras habilidades a serem desenvolvidas em treinamentos são
as maneiras de se utilizar os materiais (como talas, bandagens
triangulares, máscaras para realizar a respiração), como atuar
em áreas com material contaminado, quando e quais materiais se
pode utilizar para imobilizar uma coluna cervical (o pescoço), etc.
São muitas situações que poderão ser aprendidas em um curso
prático.

Mesmo assim, nenhum treinamento em Primeiros Socorros dará


a qualquer pessoa a condição de substituir completamente um
sistema profissional de socorro.

86
19 – Recapitulando - Perguntas e Respostas

Por que um motorista deve conhecer Noções de


Primeiros Socorros relacionados aos acidentes de
trânsito?

Para reduzir alguns riscos e prestar auxílio inicial em um


acidente de trânsito.

Para que você possa auxiliar uma vítima em um


acidente de trânsito é necessário:

Ter o espírito de solidariedade e os conhecimentos básicos


sobre o que fazer e o que não fazer nestas situações.

Se, após um acidente de trânsito, você adotar


corretamente algumas ações iniciais mínimas de
socorro, espera-se que:

Os riscos de ampliação do acidente ficam reduzidos.

Uma boa sequência no atendimento ou auxílio


inicial em caso de acidente é:

1. Recobrar a calma;

2. Garantir a segurança inicial, mesmo parcial;

3. Pedir socorro.

Considerando a sequência das ações que devem


ser realizadas em um acidente antes da chegada
dos profissionais de socorro, podemos afirmar:

Podemos passar para a ação seguinte e depois retornar para


ações anteriores para completá-las, melhorá-las ou revisá-las.

Respirar profundamente algumas vezes, observar


o seu próprio corpo em busca de ferimentos
e confortar os ocupantes do seu veículo são
providências que devem ser tomadas para:

Recobrar a calma.

Você pode assumir a liderança das ações após um


87
acidente automobilístico:
Sentindo-se em condições, e até a chegada do profissional que
deverá prestar o socorro.

Você sabe quais as providências iniciais que devem


ser tomadas em um acidente. Quais maneiras são
mais adequadas na tentativa de assumir a liderança?

Sempre motivar a todos, elogiando e agradecendo cada ação bem


sucedida.

Na maioria das regiões do Brasil, os telefones dos


Bombeiros, SAMU- Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência e Polícia, são:

Bombeiro: 193, SAMU: 192 e Polícia: 190

Por que devemos sinalizar o local de um acidente?

Para alertar outros motoristas sobre a existência de um perigo,


antes mesmo que tenham visto o acidente.

Em um acidente com vítimas, quando possível,


devemos manter o tráfego fluindo por vários motivos.
Para a vítima, o motivo mais importante é:

Possibilitar a chegada mais rápida de uma equipe de socorro.

Qual a distância correta para iniciar a sinalização em


uma avenida com velocidade máxima permitida de 60
quilômetros por hora, em caso de acidente?

60 passos largos ou 60 metros.

Qual a distância correta para iniciar a sinalização


em uma rua com velocidade máxima permitida de 40
quilômetros por hora, em caso de acidente?

40 passos largos ou 40 metros.

Você está medindo a distância para sinalizar o local


de um acidente, mas existe uma curva antes de
completar a medida necessária. O que você deverá
fazer?

88
Iniciar novamente a contagem a partir da curva.
Em relação às condições adotadas durante o dia,
a distância para sinalizar o local de um acidente à
noite ou sob chuva deverá ser:

Dobrada com a utilização de dispositivos luminosos.

Ao utilizar o extintor de incêndio de um veículo, o


jato de seu conteúdo deverá ser:

Dirigido para a base das chamas, com movimentos horizontais


na forma de um leque.

O extintor de incêndio de um veículo deve ser


recarregado sempre que:

O ponteiro estiver no vermelho ou se já venceu o prazo de


validade.

O extintor de incêndio de um veículo sempre deverá


estar posicionado:

Em um local de fácil acesso para o motorista, sem que ele


precise sair do veículo.

Sempre que auxiliar vítimas que estejam sangrando


é aconselhável que:

Utilize uma luva de borracha ou similar.


Quais são os aspectos que você deve ter em mente
ao fazer contato com a vítima?

Informar, ouvir, aceitar e ser solidário.

Em que situação e como você deve soltar o cinto de


segurança de uma vítima que sofreu um acidente?

Quando o cinto de segurança dificultar a respiração, solte-o


sem movimentar o corpo da vítima.

Segurar a cabeça da vítima, pressionando a região


das orelhas é procedimento para:

Impedir que a vítima movimente a cabeça.

89
O que você pode fazer para controlar uma hemorragia
externa de um ferimento?

Fazer uma compressão no local do ferimento com gaze ou pano


limpo.

Qual é o procedimento inicial mais adequado se


você não estiver treinado e encontrar uma vítima
inconsciente (desmaiada), após acidente de trânsito?

Ligar novamente para o serviço de emergência; se a ligação já


tiver sido feita, completar as informações e depois indagar entre as
pessoas que estão no local, se existe alguém treinado e preparado
para atuar nesta situação.

Que atitude você deve tomar quando uma vítima sai


andando após um acidente?

Aconselhá-la a parar de se movimentar e aguardar o socorro em


local seguro.

As lesões da coluna vertebral são algumas das


principais consequências dos acidentes de trânsito.
O que fazer para não agravá-las?

Não movimentar a vítima e aguardar o socorro profissional.

Em qual situação devemos retirar uma vítima do


veículo, antes da chegada do socorro profissional?

Quando houver perigo imediato de incêndio ou outros riscos


evidentes.

Quanto ao uso de torniquete, podemos afirmar que:

É utilizado apenas por profissionais e, mesmo assim, em caráter


de exceção.

Como proceder diante de um motociclista acidentado?

Não retirar o capacete, porque movimentar a cabeça pode agravar


uma lesão da coluna.

Por que é importante termos algum treinamento em


Primeiros Socorros?
90
Porque são diversas as situações em que uma ação imediata e
por vezes simples pode melhorar a chance de sobrevida de
uma vítima ou evitar que ela fique com graves sequelas.

Por que é importante frequentarmos um curso


prático se quisermos aprender Primeiros Socorros?

Porque muitas técnicas precisam ser praticadas na presença


de um instrutor para que possamos realizar as ações de so-
corro de forma correta.

Um curso prático de Primeiros Socorros deve ser


ministrado por um instrutor qualificado. Com esta
afirmação podemos considerar que:

Um instrutor qualificado está preparado para nos ensinar


técnicas atuais e corretas em Primeiros Socorros.

91
Sugestão de Atividades

1 - As pessoas presentes no local de um acidente de trânsito,


imediatamente após sua ocorrência, podem ter uma influência
determinante sobre as consequências do mesmo. Baseado
nas informações do módulo de Primeiros Socorros deste curso,
responda:

*O que é necessário fazer para socorrer a vitima de um acidente?

*O que não se deve fazer com as vitimas de acidentes de trânsito?

2- Em sua cidade a quem devemos recorrer, através de contato


telefônico, em caso de acidente?

3- Para que aconteça uma intervenção rápida e eficaz, no caso


de um acidente, quais as informações deverão ser repassadas ao
Serviço de Urgência?

92
ACIDENTES DOMÉSTICOS

Procedimentos que podem e devem ser adotados.

Os Primeiros Socorros tratam das primeiras providências


tomadas no caso de um acidente. São somente procedimentos
básicos ministrados por leigos, pessoas voluntárias, dotadas
de pequeno conhecimento e bom senso, até a chegada de
ajuda especializada.

1. Fraturas

É o rompimento de um ou mais ossos, podendo ser fechado


quando não há rompimento de pele ou aberto, quando o osso
se exterioriza.

Podem ser sinais de fraturas:

Dor intensa no local

Edema

Coloração roxa no local da fratura

Membro ou local afetado em posição disforme

Dificuldade para movimentar ou ausência de movimentos

Presença ou não de pulso no membro.

Como proceder:

• Evite movimentar o osso fraturado.

• Quando for possível, chamar o socorro especializado, não


tente transportar a vítima. Caso contrário, será necessária uma
imobilização adequada antes de removê-la.

• Se a fratura ocorrer no braço, dedo ou perna retire objetos


que possam interferir na circulação (relógios, anéis, pulseiras,
etc.) porque pode ocorrer edema no membro atingido.

• Se ocorrer fratura exposta, também haverá sangramento.


Proteja a área com um pano limpo e com uma atadura no local
do sangramento.

• Evite comprimir o osso.

93
• Improvise uma tala: utilize revistas, papelão, madeiras. Imobilize
o membro da maneira que se encontra, sem movimentá-lo.

• Fixe as extremidades com tiras largas.

• Não tente recolocar o osso no lugar, isso é um procedimento


médico realizado dentro do hospital.

• Se você suspeitar que tenha ocorrido fratura de crânio ou coluna


cervical, proteja a cabeça da vítima de forma que ela não possa
realizar qualquer movimento.

• Em caso de fratura de bacia, o risco de hemorragia interna deve


ser avaliado. Caso tenha de transportar, imobilize a vítima, o ideal
é uma superfície rígida, tipo uma tábua. Fixe-a com tiras largas.

2. Queimaduras

Queimadura é uma lesão produzida no tecido de revestimento do


organismo, podendo ser através de agentes térmicos, produtos
químicos ou irradiação ionizante.

Pode-se dividir a queimadura em graus, de acordo com a


profundidade.

Gravidade - São consideradas graves todas as queimaduras que


atingirem genitália, vias áreas, olhos , 2% da cabeça ou mais
que 10% da área corpórea, ou ainda as provenientes de choque
elétrico, produtos químicos ou radioativos.

Podem ser assim classificadas:

Primeiro grau – atinge somente a epiderme. Caracteriza-se por


dor local e vermelhidão da área atingida.

Segundo grau – atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se


por dor local, vermelhidão e formação de bolhas de água.

Terceiro grau – atinge o tecido de revestimento, alcançando o


tecido muscular, podendo chegar até o ósseo. Caracteriza-se pela
pele escurecida ou esbranquiçada e as vítimas podem se queixar
de muita dor.

Também podem não referenciar dor alguma na área queimada,


por ter havido a destruição de terminais sensitivos.
94
De todo modo, ao redor de queimaduras de 3.º grau haverá
queimaduras de 2.º e de 1.º graus, que frequentemente serão
motivos de fortes dores.

Procedimento em caso de Queimaduras Térmicas

Como socorrer:

• Retirar parte da roupa que esteja em volta da área queimada.

• Retirar anéis e pulseiras da vítima, para não estrangular as


extremidades dos membros, quando incharem.

• As queimaduras de 1.º grau podem ser banhadas com água


fria para amenizar a dor.

• Não perfurar as bolhas em queimaduras de 2.º grau.

• Não aplicar medicamentos nas queimaduras.

• Cobrir a área queimada com um plástico limpo ou com um


pano realmente limpo.

• Se a vítima estiver consciente, oferecer água.

• Transportar a vítima com urgência para um hospital


especializado.

Procedimento em caso de queimaduras Químicas

Como socorrer:

• Retirar a roupa da vítima impregnada com agente químico.

• Lavar o local afetado com água corrente sem esfregá-lo – 5


minutos para ácidos, 15 minutos para álcalis e 20 minutos para
cáusticos desconhecidos.

• Se o agente agressor for cal virgem seco, não usar água;


removê-lo com escova macia.

• Nos demais casos, proceder como nas queimaduras térmicas.

95
3. Hemorragia Nasal

Ocorre quando a pessoa fica exposta a altas temperaturas ou em


casos de choques traumáticos.

Deve-se agir da seguinte maneira:

• Sentar a vítima na cadeira, acalmando-a.

• Inclinar a vítima ligeiramente para frente, incentivando a


respiração pela boca.

• Comprimir a narina que está sangrando com os dedos.

• Colocar compressa de pano frio ou bolsa de gelo no nariz.

• Encaminhar a vítima para um serviço de emergência, se


necessário.

4. Contusões e Hematomas

Nesses casos, o repouso da parte contundida é o melhor remédio.

Deve-se aplicar gelo até melhorar a dor, até que o inchaço se


estabilize.

Sendo possível, deve-se elevar a parte atingida.

5. Insolação

Ocorre por exposição excessiva ao calor, podendo a vítima


desmaiar subitamente, ou antecedido por enjoo, dor de cabeça,
pele seca, pele quente ou febre alta.

Como socorrer:

• Retirar a vítima do local de exposição, colocando-a na sombra.

• Colocar compressas frias sobre a cabeça.

• Envolver o corpo com toalhas constantemente molhadas.

• Se estiver consciente, dê-lhe água para beber.

96
6. Desmaios
Normalmente, o desmaio não passa de um acidente leve, só se
agravando quando é causado por grandes hemorragias.

Como socorrer:

• Se a pessoa estiver prestes a desmaiar, coloque-a sentada


com a cabeça entre as pernas.

• Se o desmaio já ocorreu, deitar a vítima no chão.

• Verificar respiração e palidez.

• Afrouxar as roupas.

• Erguer os membros inferiores.

• Se a vítima não se recuperar em até 3 minutos, procurar


assistência médica.

7. Convulsão

Sinais e sintomas:

Agitação psicomotora;

Espasmos (contrações) musculares;

Salivação intensa;

Perda dos sentidos;

Relaxamento dos esfíncteres, podendo urinar ou evacuar


durante a convulsão;

Apresentar os olhos virados para cima.

Como socorrer:

• Afastar os objetos do chão que possam causar lesões ou


fraturas.

• Afastar os curiosos – dar espaço para a vítima.

• Proteger a cabeça da vítima – mão, travesseiro ou roupas.

• Lateralizar (colocar a cabeça de lado) a cabeça para que a


97
saliva escorra.

• Não imobilizar os membros – deixá-los livres.

• Afrouxar roupas.

• Não inserir objetos dentro da boca para tentar evitar ferimentos.

Após passar a convulsão, se a vítima quiser dormir, deixe-a


descansar enquanto aguarda socorro.

Se a convulsão foi provocada por febre alta – geralmente crianças


– atenda-a e, quando possível, dê um banho de água morna de
chuveiro e vista-a com roupas leves.

Se a convulsão for provocada por acidente ou atropelamento, não


retire a vítima do lugar – atenda-a e aguarde a chegada do socorro.

Estado Pós-convulsivo:

Sono

Dificuldade para falar

Palavra sem nexo

Sair caminhando sem direção. Não deixe a vítima sozinha


nesta fase.

Veja mais informações sobre segurança das crianças no site:


www.criancasegura.com.br

98
4 - Engenharia de Tráfego

1 - Conceito
Define-se a Engenharia de Tráfego como “a parte da engenharia
que trata do planejamento, do projeto e da operação das vias
públicas e de suas áreas adjacentes, assim como do seu uso,
para fins de transporte, sob os pontos de vista de segurança,
conveniência e economia”. (ABNT NBR 7032/78 – Engenharia
de Tráfego).

Portanto, o trânsito não é uma entidade abstrata sobre a qual


comentamos como se não tivéssemos nada a ver com ela. Nós
todos fazemos o trânsito. Nos nossos deslocamentos diários,
contribuímos para que ele seja pior, ou melhor. (Apostila
“Municipalização do trânsito - Roteiro para implantação –
DENATRAN – 2000”).

Podemos dizer então que, quanto mais seguro for o


deslocamento de pessoas e bens numa cidade, Estado ou
País, maior será a qualidade de vida destas pessoas.

Objetivo

O objetivo da engenharia de tráfego ou de trânsito é assegurar


o movimento ordenado e seguro das pessoas, veículos e
animais para fins de circulação, parada, estacionamento e
operações especiais, tendo por base o Código de Trânsito
Brasileiro - CTB.

Nota: Para mais informações sobre os conceitos relativos a tráfego e


trânsito, ver o trabalho TRÁFEGO - Fenômeno Sócio-Econômico, do
Arquiteto José Ignácio Sequeira de Almeida.

Importância

As ações da engenharia de tráfego permitem ao cidadão o


acesso seguro e eficiente aos espaços urbanos e vias públicas.
Trata das questões ligadas ao comportamento humano do
motorista e do pedestre e sua relação como o meio ambiente,
ou seja, sua importância pode ser traduzida pela melhoria da
qualidade de vida da população.

99
Componentes
São considerados componentes da engenharia de tráfego:
• usuários (pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas e os
ocupantes dos veículos)

• veículos (automóveis, ônibus, caminhões, motocicletas, triciclos,


bicicletas, carroças, bondes, trens)

• vias (superfícies por onde transitam veículos, pessoas e animais,


sejam ruas, avenidas, rodovias, estradas, caminhos, passagens
ou praias abertas à circulação pública).

Parâmetros básicos

Os parâmetros básicos que orientam os estudos, planejamento


e projetos de engenharia de tráfego são: Segurança, Fluidez,
Acessibilidade e Qualidade de Vida.

2 - Área de abrangência

As vias públicas não são construídas do dia para a noite. É


necessário estudo, planejamento e investimento de tempo e
dinheiro.

A área de abrangência da engenharia de tráfego é diversificada


e são considerados os aspectos sociais, econômicos, jurídicos e
urbanísticos, visto que a implantação de uma ação pode afetar o
cotidiano de toda uma comunidade.

A engenharia de tráfego trabalha com estudos e coletas de dados,


ligados aos fatores humanos (comportamento do pedestre e do
motorista, educação para o trânsito), aos veículos (volumes e
velocidades, congestionamentos, fluidez, circulação viária), e
às vias (projetos viários de geometria, sinalização e segurança
viária, operação de carga e descarga de mercadorias, terminais e
integração junto a outros modos de transporte).

Os engenheiros de tráfego devem trabalhar em benefício do bem


comum, identificando as vantagens e as desvantagens de qualquer
ação pretendida. Os interesses do ser humano como indivíduo,
nunca devem se sobrepor aos interesses da comunidade.

Os conflitos existem entre motoristas, pedestres e moradores e


entre o transporte público e privado.

100
No caso do motorista, seu desejo primordial é chegar o mais
rápido possível ao seu destino, sem qualquer tipo de bloqueio.

Se fôssemos olhar só o lado do motorista a solução seria muito


simples; bastaria construir vias expressas, sem cruzamentos
de nível e sem desvios.

Mas a consequência de uma ação como essa levaria à redução


de espaço urbano para os pedestres, podendo alterar as
características e aspectos físicos da estrutura urbana e mesmo
modificar a circulação através de zonas residenciais e de lazer.

E o pedestre? Seu desejo principal é poder caminhar sem a


interferência de veículos, de forma a fazer seu percurso com
tranquilidade e segurança.

A solução do ponto de vista do pedestre também seria muito


simples; bastaria reservar áreas exclusivas para o fluxo de
pedestres, dentro da cidade.

Mas a consequência desta ação levaria ao aumento do


percurso, aumento do tempo de viagem e mais interrupções no
deslocamento do motorista.

E o morador? Seu desejo é a qualidade de vida, ou seja, ele


quer ar puro, silêncio e segurança. Então, a solução do seu
ponto de vista seria fazer o bloqueio na sua rua, impedindo o
tráfego de passagem de veículos. A consequência dessa ação
seria o aumento do percurso e tempo de viagem dos motoristas.

Da mesma forma, os conflitos entre transporte público e privado


sempre existiram.

De um lado, quem usa o transporte público deseja um


transporte rápido, seguro, barato, de fácil acesso e confortável.
Uma solução poderia ser o tratamento prioritário das vias,
com a implantação de faixas exclusivas de ônibus em toda a
cidade, mas a consequência dessa ação seria a redução de
área disponível para a circulação dos veículos particulares.

Por outro lado, quem usa o transporte individual, por exemplo,


um comprador, deseja parar seu veículo e desembarcar
na porta do estabelecimento comercial. Para tal, deveria
existir estacionamento regulamentado na porta deste
estabelecimento, o que resultaria na redução da capacidade
101
da via e na interferência com os demais veículos.

Assim, está estabelecido o conflito de interesses entre motoristas,


pedestres e moradores e entre transporte particular e coletivo, e
é a solução para esse conflito que o engenheiro de tráfego deve
encontrar.

3 - Atividades que o engenheiro de tráfego


desenvolve

Para se ter uma idéia do trabalho que o engenheiro de tráfego


desenvolve, podemos citar as seguintes atividades:

Fase 1: Coleta de Dados e Planejamento


Nesta fase são realizados os estudos e coletas de dados, que
sistematizados, servirão como subsídio para a elaboração do
planejamento do sistema viário. São exemplos: pesquisas de
contagens de veículos e de pedestres; pesquisas de origem e
destino; levantamentos de acidentes de trânsito.

São estudados também vários parâmetros tais como: Capacidade


da via, nível de serviço da via, velocidade da via, densidade, fluxo
de tráfego, volume de tráfego da via, etc.

Fase 2: Projeto
Com base nos dados coletados, estudos realizados e do
planejamento do sistema viário, o engenheiro de tráfego elabora
o projeto viário mais apropriado ao local ou trecho da via. São
exemplos: projeto geométrico de vias urbanas ou rurais; projetos de
estacionamentos e terminais; projetos de sinalização semafórica,
vertical e horizontal; projeto de medidas moderadoras de tráfego.

Fase 3: Operação da Via


Consiste na elaboração de planos de circulação e no monitoramento
das vias, observando-se as condições de fluidez e segurança.
São exemplos: implantar desvios e sinalização adequada para a
execução de obras; autorizar e monitorar a realização de eventos
especiais; monitorar corredores de tráfego em horários críticos,
monitorar as condições da via, acompanhamento de veículos com
cargas perigosas.

Vale destacar que, em geral, as fases para a elaboração de um


Projeto Viário são as seguintes:

102
a) Estudos
• Estudos preliminares - a fase caracterizada pela coleta de
dados;
• Estudos Topográficos – a fase caracterizada por representar
no papel a situação real da região estudada, em termos de
relevo;
• Estudos Geológico/Geotécnicos – a fase caracterizada pelas
pesquisas de materiais naturais (pedreiras, argila) a serem
usados na construção da rodovia, definições de fundações de
aterro, estabilidade de taludes, obras de arte especiais (pontes,
túneis e viadutos);
• Estudos Hidrológicos – a fase caracterizada pela coleta de
dados sobre máxima cheia dos cursos d’água que atravessam
a região, para dimensionamento dos dispositivos de drenagem;
• Avaliação do pavimento existente, em se tratando de via já
pavimentada;
• Estudos de impactos ambientais e plano funcional.

b) Projetos
• Geométricos;
• De terraplenagem (distribuição dos materiais a serem
escavados e sua classificação);
• De drenagem (pontes, galerias, redes, dispositivos de
drenagem superficial e profunda);
• De pavimentação e/ou Restauração (projeto das espessuras
e constituição das camadas do pavimento, em virtude da carga
que irão suportar e da durabilidade esperada);
• De interseções, sejam elas, em nível (no mesmo plano da
rodovia) ou em níveis diferentes (viaduto);
• De redes – esgoto, água, energia elétrica, gás, telefonia;
• De locação de serviços públicos (pontos de ônibus);
• De mobiliário urbano (praças, bancos de jardim, abrigo para
passageiros de transporte coletivo);
• De paisagismo;
• De obras de arte especais (pontes, viadutos, túneis);
• De sinalização e segurança viária, incluindo sinalização
vertical, horizontal, semafórica, dispositivos de segurança do
tipo redutores eletrônicos de velocidade, barreiras metálicas
ou de concreto, dentre outros;
• De desapropriação dos lotes próximos (lindeiros) às vias
públicas.

Nota: Para saber mais sobre cada uma destas fases, visite o site
www.der.mg.gov.br, normas técnicas e faça o download gratuito na
norma RT-01.46.d
103
Tais atividades são citadas apenas para se ter idéia da quantidade
de estudos e projetos que são necessários nas fases antes e após
a implantação de um projeto de engenharia de trânsito.

Não cabe um detalhamento maior nesse curso com relação aos


parâmetros, metodologias e fórmulas, mas devemos ter em mente
que, ao optar por uma ação, o engenheiro o faz baseado em uma
tecnologia efetiva e não em “palpite”. Qualquer solução deve ser
objeto de análise por parte do engenheiro de trânsito, em conjunto
com a política local e sociedade.

Devemos lembrar ainda que podem ser feitas alterações no projeto


original, visando otimizar a segurança e fluidez, pois o trânsito
pode ter se alterado no espaço de tempo decorrido entre o término
do projeto e o início real das obras.

As alterações feitas devem constar no projeto original ou em


novo projeto ao qual se dá o nome de “as built” (ou seja, “como
construído”), que servirá de memória quando intervenções futuras
forem necessárias.

É muito importante que o engenheiro de trânsito faça uma visita


ao trecho ou via projetada por ele, após sua implantação, para
observar o comportamento do trânsito e caso necessário, fazer as
adaptações ou alterações devidas.

4 - Sistema viário

Os deslocamentos partem da necessidade das pessoas e seu


acesso às facilidades, serviços e oportunidades que a cidade
oferece.

Esses deslocamentos são feitos relacionando-se o sistema viário


e de transportes às funções da cidade, por exemplo, às interações
dos transportes com as políticas de meio ambiente e segurança e
à localização de equipamentos urbanos.

Equipamentos urbanos são as escolas, hospitais, locais de


emprego, moradia e lazer, disponíveis à população em geral.

Dessa forma, o sistema viário é o elemento que determina as


condições de circulação de pessoas e de veículos e delimita os
espaços urbanos.

Assim o sistema viário pode ser urbano, quando liga um bairro


104
a outro bairro ou quando liga uma rua a uma avenida. E pode
ser rural quando, através de uma estrada ou rodovia, liga uma
cidade à outra, ou um estado a outro.

No sistema viário interagem ao mesmo tempo: o usuário


(pedestre, ciclista, motociclista e motorista), o veículo
(automóveis, ônibus, caminhões, motocicletas, triciclos,
bicicletas, carroças) e o ambiente viário (ruas, avenidas,
rodovias, caminhos, passagens, praias abertas à circulação
pública, áreas residenciais, comerciais, industriais e outras).

Um sistema viário seja urbano ou rural, adequa-


damente planejado e convenientemente operado
irá resultar em:

• Melhor fluidez do tráfego, que pode ser medida através


da velocidade dos deslocamentos e da diminuição dos atrasos,
reduzindo assim os congestionamentos;
• Maior segurança no trânsito, que pode ser medida
através da menor probabilidade de ocorrência de acidentes;
principalmente com crianças e idosos, que passam a dispor de
passarelas e travessias sinalizadas para pedestres, permitindo
uma travessia mais segura;
• Maior acessibilidade, que pode ser medida através da
facilidade de acesso ao destino final.

Visto que as vias urbanas ligam as diferentes áreas de uma


cidade e que as vias rurais ligam as diferentes cidades de um
estado e os estados entre si, entende-se que as características
de um tipo de via sejam diferentes das outras. As vias públicas
são classificadas de acordo com sua função no sistema viário,
os indicadores físicos e a velocidade máxima permitida,
conforme o artigo 60 do CTB.

Vias rurais:
Estradas (vias rurais não pavimentadas)

Rodovias (vias rurais pavimentadas).

Vias urbanas:
Via de trânsito rápido: aquela caracterizada por acessos
especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem
acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de
pedestres em nível.
105
Via arterial: aquela caracterizada por interseções em nível,
geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes
lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito
entre as regiões da cidade.

Via coletora: aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito


que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido
ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade.

Via local: aquela caracterizada por interseções em nível, não


semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas
restritas.

Cabe salientar que o órgão ou entidade de trânsito com circun-


scrição sobre a via pode regulamentar, por meio de sinalização,
velocidades superiores ou inferiores àquelas estabelecidas (§ 2º,
art.61, CTB). Por exemplo, a placa de “velocidade máxima permi-
tida” deve ser utilizada sempre que os estudos de engenharia indi-
carem sua necessidade. Os fatores que determinam a velocidade
máxima são:
• A zona de aplicação (urbana ou rural)
• Características do pavimento
• Estado dos acostamentos
• Condições de alinhamento vertical e horizontal
• A velocidade abaixo da qual trafegam 85% dos veículos
• As condições específicas de segurança em curvas ou locais
específicos com potencial de perigo
• Os registros de acidentes

5 - Comportamento do usuário

Qualquer pessoa que viva em sociedade tem direitos e deveres


como cidadão. Ele deve atuar em benefício da sociedade, para
que ela lhe garanta os direitos básicos à moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, telefonia, energia elétrica, rede de água e
esgoto, trabalho e transporte.

Exercer a cidadania é conhecer e respeitar as leis do trânsito. O


usuário da via deve perceber o ambiente em que ele está inserido,
se urbano ou rural, e assim adequar seu comportamento.
Pedestres e ciclistas não devem disputar espaço com veículos em
alta velocidade, numa rodovia, pois estão muito mais vulneráveis.
Por isso é que são construídas as passarelas e as ciclovias.

Veículos de movimentação lenta que estejam circulando num


povoado junto da rodovia devem utilizar uma via lateral, ao invés
106
de usarem a própria rodovia, pois o diferencial na velocidade
entre estes veículos pode ocasionar um acidente.

É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou


passagens apropriadas nas vias urbanas e nos acostamentos
nas vias rurais para circulação, podendo a autoridade
competente permitir a utilização de parte da calçada para
outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres
(art.68, do CTB).

Assim, exerce a sua cidadania e não permita que sua cidade


implante qualquer obstáculo ao seu livre caminhamento, por
exemplo, bancas de jornal, quiosques diversos e outros.

Um dos principais mandamentos do trânsito é “ver e ser


visto”; assim, o pedestre deve usar roupas de cores claras e,
caso ande numa via pública, onde não exista acostamento a
ele destinado, deve andar contra o sentido do fluxo de veículos.

É importante lembrar que o pedestre:

Não deve correr entre os carros, para encurtar caminho.


Não deve atravessar a via pública fora da travessia de
pedestres.
Não deve atravessar a via em viadutos, pontes ou túneis.

Os pedestres devem estar atentos aos locais de travessia,


principalmente onde existe muito movimento, tais como centros
de compras, pontos de ônibus, hospitais, templos religiosos e
no entorno das escolas, principalmente nos horários de entrada
e saída de alunos, utilizando sempre as calçadas e observando
atentamente a sinalização.

Motoristas e pedestres devem obedecer aos sinais luminosos


de trânsito (semáforos) que controlam os movimentos de
veículos e pedestres, garantindo a segurança de todos.

Seja um cidadão educado, não ocupe o lugar destinado aos


portadores de necessidades especiais e idosos nos ônibus.
Não jogue lixo ou objetos pela janela do carro, pois os objetos
podem provocar acidentes e o lixo pode entupir os bueiros
que irão transbordar na época de chuvas, além de sujar a via
pública.

6 - Sinalização
No Império Romano, já existia a proibição de tráfego de
veículos com rodas no centro de Roma, ruas de mão única e
estacionamentos para carroças, mas só em finais do século
XIX: com o advento do automóvel, é iniciado o desenvolvimento
da sinalização viária.

107
A primeira tentativa de padronização quanto à sinalização é
realizada na Convenção de Viena (1970). Posteriormente, são
realizadas as Convenções de Caracas (1971), Quito (1979),
Montevidéu (1985), Uruguai (1991). Da Convenção de Caracas
surgiu o “Manual Pan-americano”, que é revisto periodicamente.

No Brasil, o CTB estabelece as cores, formatos, tipos de letras e


símbolos a serem adotados na sinalização viária vertical, horizontal
e semafórica.

Sinalização é a comunicação entre a autoridade de


trânsito e o usuário da via pública.

E, sabendo que a recepção das informações se dá através do


uso dos sentidos, principalmente através da visão, podemos
entender por que a informação precisa ter algumas características
(contraste, legibilidade, forma, tamanho, cor e visibilidade), para
ser recebida pelo usuário e usada a tempo de executar a manobra
necessária de forma eficiente e segura.

Podemos ver graças à luz que penetra na íris dos nossos olhos
dentro de uma lente côncava chamada retina.

Mas não é só a luz que deve chegar a nós para que possamos
perceber os corpos. São importantes também o formato e o
contraste. As cores têm papel importante na visão, por isso se
busca diferenciar por cores aqueles objetos que devem chamar
nossa atenção, por exemplo, as placas de sinalização.

Porém, a recepção da informação acontece graças a:

• Tempo de Reação: é o tempo decorrido entre a recepção da


informação, seu processamento e a ação. Varia de pessoa para
pessoa e é função da complexidade do ambiente e da expectativa
do usuário da via.

• Expectativa: se refere à prontidão do usuário em responder às


informações de forma previsível e segura. Quando as expectativas
são reforçadas, o tempo de reação é reduzido, mas quando são
violadas conduzem à indecisão, respostas inadequadas e erros.

Assim, por exemplo, para garantir visibilidade e legibilidade


adequadas, o engenheiro de tráfego dimensiona as placas
de indicação, a partir da velocidade da via. A cada velocidade,
corresponde um tamanho de letra. As letras justapostas vão se
constituir na legenda e as dimensões da legenda vão determinar
as dimensões finais da placa.

Dessa forma também o engenheiro deve determinar qual é o


melhor material a ser utilizado na sinalização para que se possa
proporcionar ao motorista a informação visual necessária para
que ele possa guiar um veículo com segurança.

108
Por exemplo, para se garantir a necessária visibilidade à noite,
ainda que em condições de chuva ou neblina, devem-se utilizar
materiais retrorrefletivos¹ nas placas de sinalização vertical e
na sinalização horizontal.

Uma das formas de se conferir retrorrefletividade aos materiais


de demarcação viária ou às películas que recobrem as placas
de sinalização é agregar a eles “microesferas de vidro” que
atuam como lentes que coletam e concentram a luz emitida
pelos faróis dos veículos e devolvem-na aos olhos do motorista.

Na sinalização horizontal, podem ser utilizadas tintas, massas


plásticas de dois componentes, massas termoplásticas,
plásticos aplicáveis a frio, películas pré-fabricadas, dentre
outros.

Já as placas de sinalização podem ser pintadas, retrorrefletivas,


luminosas (dotadas de iluminação interna) ou iluminadas
(dotadas de iluminação externa frontal).

Nas vias públicas as placas devem ser visíveis e legíveis à


noite.

Os materiais mais adequados a serem utilizados como


substratos para a confecção das placas de sinalização são o
aço, o alumínio, o plástico reforçado, a fibra de vidro e madeira
imunizada.

Os materiais mais utilizados para confecção do fundo são as


tintas e as películas.

As tintas utilizadas são o esmalte sintético, fosco ou semifosco,


ou a pintura eletrostática.

As películas utilizadas são as plásticas (não retrorrefletivas) ou


as retrorrefletivas.

Muitos equipamentos e tecnologia são necessários para a


fabricação e implantação da sinalização viária.

Por isso, uma placa de sinalização implantada pode variar de


R$300,00 a R$500,00 (trezentos a quinhentos reais) por metro
quadrado, conforme a planilha denominada “Referencial de
preços para obras rodoviárias”, de outubro de /2008, do DER/
MG.

É importante que se conheça o valor do patrimônio que


existe em nossas vias públicas, para que possamos zelar
por ele, de forma que possa continuar a nos oferecer
segurança.

Por isso, quem depreda uma placa de sinalização está


tirando da população um bem público que foi pago por ela,
através dos cofres públicos, como está também sendo o
109
1
RETRORREFLEXÃO – ocorre quando um feixe de luz que incide sobre uma superfície
é redirecionado diretamente de volta à fonte de luz.
responsável por um acidente de trânsito que venha a ocorrer
por falta daquela placa.

É importante observar que também as queimadas nas matas


agridem o meio ambiente, provocam fumaça que prejudica
a visibilidade dos motoristas podendo ocasionar acidentes,
além de danificarem as placas de sinalização.

Qualquer via pública e toda a sinalização ou mobiliário


urbano nela implantado é patrimônio público e cuidar desse
patrimônio é um exercício de cidadania e é nosso dever como
cidadãos.

7 - Nomenclatura das rodovias

As nomenclaturas das rodovias são estabelecidas de acordo com


as definições do Plano Nacional de Viação - PNV².

O PNV concebeu a infraestrutura de um sistema integrado e


estabeleceu um conjunto de princípios e normas fundamentais,
visando à integração entre os sistemas rodoviários federal,
estaduais e municipais. A numeração das rodovias Federais,
Estaduais ou Municipais segue o mesmo procedimento. Assim,
tomando como exemplo uma rodovia federal, têm-se:

Rodovias Federais

São definidas pela sigla BR, que significa que a rodovia é federal,
seguida por três algarismos. Podem ser radiais, longitudinais ou
transversais, diagonais ou de ligação. O primeiro algarismo indica
a categoria da rodovia e os outros dois definem a posição, a partir
da orientação geral da rodovia, relativamente à Capital Federal e
aos limites do país (norte, sul, leste e oeste).

Rodovias Radiais:

São as rodovias que partem da Capital Federal em direção aos


extremos do país.

Nomenclatura: BR-0XX
A numeração dessas rodovias pode variar de 05 a 95, segundo a
razão numérica 05 e no sentido horário.
Exemplo: BR-040

2
A Lei federal 5.917, de 10 de setembro de 1973 aprovou o Plano Nacional de Viação
(PNV), contendo seções que tratam do Sistema Nacional de Viação, da Conceituação
Geral e das Nomenclaturas e Relações descritivas do Sistema Rodoviário Nacional,
110 do Sistema Ferroviário Nacional, do Sistema Portuário, do Sistema Hidroviário e do
Sistema Aeroviário Nacional.
Rodovias Longitudinais:

São as rodovias que cortam o país na direção norte-sul.


Nomenclatura: BR-1XX
A numeração varia de 00, no extremo leste do país, a 50, na
Capital, e de 50 a 99, no extremo oeste. O número de uma
rodovia longitudinal é obtido por interpolação entre 00 e 50, se
a rodovia estiver a leste de Brasília, e entre 50 e 99, se estiver
a oeste, em função da distância da rodovia ao meridiano da
Capital Federal. Exemplos: BR-101, BR-153, BR-174

Rodovias Transversais:

São as rodovias que cortam o país na direção leste-oeste.


Nomenclatura: BR-2XX
A numeração varia de 00, no extremo norte do país, a 50, na
Capital Federal, e de 50 a 99 no extremo sul. O número de
uma rodovia transversal é obtido por interpolação, entre 00 e
50, se a rodovia estiver ao norte da Capital, e entre 50 e 99, se
estiver ao sul, em função da distância da rodovia ao paralelo de
Brasília. Exemplos: BR-230, BR-262, BR-290

Rodovias Diagonais:

Estas rodovias podem apresentar dois modos de orientação:


Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste.
Nomenclatura: BR-3XX
A numeração dessas rodovias obedece ao critério especificado
abaixo:

Diagonais orientadas na direção geral NO-SE: A numeração


varia, segundo números pares, de 00, no extremo Nordeste
do país, a 50, em Brasília, e de 50 a 98, no extremo Sudoeste.
Obtém-se o número da rodovia mediante interpolação entre os
limites consignados, em função da distância da rodovia a uma
linha com a direção Noroeste-Sudeste, passando pela Capital
Federal. Exemplos: BR-304, BR-324, BR-364.

Diagonais orientadas na direção geral NE-SO: A numeração


varia, segundo números ímpares, de 01, no extremo Noroeste
do país, a 51, em Brasília, e de 51 a 99, no extremo Sudeste.
Obtém-se o número aproximado da rodovia mediante
interpolação entre os limites consignados, em função da
distância da rodovia a uma linha com a direção Nordeste -
Sudoeste, passando pela Capital Federal. Exemplos: BR-319,
111
BR-365, BR-381.

Rodovias de Ligação: Estas rodovias apresentam-se em


qualquer direção, geralmente ligando rodovias federais, ou pelo
menos uma rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou
ainda a nossas fronteiras internacionais.

8 - Sinalização viária

Definições

Sinalização de Trânsito³ - conjunto de sinais de trânsito e


dispositivos de segurança colocados na via pública com o objetivo
de garantir sua utilização adequada, possibilitando melhor fluidez
no trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que nela
circulam.

Sinais de Trânsito - são elementos de sinalização viária que


se utilizam de placas, marcas viárias, equipamento de controle
luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, destinados
exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e
pedestres.

Placas - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado


ou suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter
permanente e, eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou
legendas pré-reconhecidas e legalmente instituídas como sinais
de trânsito.

Marcas viárias - conjunto de sinais constituídos de linhas,


marcações, símbolos e legendas, em tipos e cores diversas,
implantados no pavimento da via.

Regulamentação da via - implantação de sinalização de


regulamentação pelo órgão ou entidade competente com
circunscrição sobre a via, definindo, entre outros, sentido de
direção, tipo de estacionamento, horários e dias.

Todo o cidadão tem o dever de conhecer, proteger,


respeitar a sinalização de trânsito e obedecer a ela
assim como direito a vias sinalizadas e seguras.

112 3
Anexo II, do Código de Trânsito Brasileiro
Os sinais de trânsito, de acordo com o Art. 87, do CTB são:
• Verticais
• Horizontais
• Dispositivos de sinalização auxiliar
• Luminosos
• Sonoros
• Gestos do agente de trânsito e do condutor

9 - Sinalização vertical

Os tipos de placas são:


• Regulamentação
• Advertência
• Indicativas
• Placas de Identificação
• Placas de Orientação de Destino
• Placas Educativas
• Placas de Serviços Auxiliares
• Placas de Atrativos Turísticos

As formas das placas são:


• Circular: placas de regulamentação
• Octogonal: placa de regulamentação de parada obrigatória
• Triangular: regulamentação das vias de acesso à via
preferencial
• Quadrada: placas de advertência (uma das diagonais fica na
posição vertical)
• Retangular: placas de indicação e também as de advertência
que indicam sentidos de movimento
• Cruz: passagem de nível (cruzamento rodo ferroviário)
• Formas Especiais (Brasão): placas de identificação de
rodovia.

As cores das placas são:


• Vermelha: fundo da placa “Parada Obrigatória”, orla e tarja
das placas de regulamentação, símbolo da placa indicativa
“Pronto Socorro” e plaqueta de “Via Interrompida”
• Verde: placas de localização, direção, distância, via
interrompida
• Azul: indicação de serviços auxiliares
• Amarela: placas de advertência
• Preta: símbolo e legendas das placas de regulamentação,
advertência e indicação
• Branca: fundo de placas de regulamentação e indicação,
legenda de placas de indicação de fundo de outra cor e da
113
placa de parada obrigatória
• Marrom: placa indicativa de atrativos turísticos
• Laranja: placas de obras
Placas de Regulamentação
Essas placas regulamentam o uso da via, definem suas proibições,
permissões, restrições e devem ser obedecidas pelos condutores
e pedestres. Suas mensagens são imperativas e o desrespeito a
elas constitui infração. São exemplos:

Dê a Parada Velocidade Sentido Proibido Sentido de Siga em Proibido


preferência obrigatória máxima proibido virar à circulação frente ultrapassar
permitida esquerda da via

Placas de Advertência
Têm a função de alertar, orientar e advertir o condutor. São
exemplos:

Curva acentua- Curva à Curva a Pista acentuada Curva em “S”


da à esquerda esquerda direita em “S” à esquerda à direita

Placas de Indicação
Essas placas têm a finalidade de identificar as vias e os locais de
interesse, bem como orientar condutores de veículos e pedestres
quanto aos percursos, aos destinos, aos acessos, às distâncias,
aos serviços auxiliares e aos atrativos turísticos, podendo
também ter como função a educação do usuário. As placas de
indicação exercem um papel importante na fluidez e segurança
da via, uma vez que indicam ao condutor, antecipadamente, o
seu posicionamento correto na via para efetuar os movimentos
necessários ao seu deslocamento.
São exemplos:

114
10 - Sinalização horizontal

A sinalização horizontal é um subsistema da sinalização viária


composta de marcas, símbolos e legendas, apostos sobre o
pavimento da pista de rolamento.
A sinalização horizontal tem a finalidade de transmitir e orientar
os usuários sobre as condições de utilização adequada da via,
compreendendo as proibições, restrições e informações que
lhes permitam adotar comportamento adequado, de forma a
aumentar a segurança e ordenar os fluxos de tráfego.

A sinalização horizontal se apresenta nas seguintes formas:


• Contínua: corresponde às linhas sem interrupção, aplicadas
em trecho específico de pista.
• Tracejada ou seccionada: corresponde às linhas
interrompidas, aplicadas em cadência, utilizando
espaçamentos com extensão igual ou maior que o traço;
• Setas, símbolos e legendas: correspondem às informações
representadas em forma de desenho ou inscritas, aplicadas
no pavimento, indicando uma situação ou complementando a
sinalização vertical existente.

As cores mais utilizadas são:


• Amarela: fluxos de sentidos opostos, e controles de paradas
e estacionamentos
• Branca: fluxos de mesmo sentido, delimitação de pistas,
regular movimento de pedestres, pinturas de símbolos e
legendas
• Vermelha: ciclovias

São exemplos de sinalização horizontal as linhas contínuas e


tracejadas, a saber:

Tracejada Tracejada/ Contínua Contínua dupla


Contínua

Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização - CONTRAN

115
A linha tracejada indica que a ultrapassagem é permitida,
enquanto a linha contínua indica que a ultrapassagem é proibida.

11 - Sinalização semafórica
A sinalização semafórica é um subsistema da sinalização viária
que se compõe de indicações luminosas acionadas alternada
ou intermitentemente por meio de sistema elétrico/eletrônico,
cujo objetivo é controlar os deslocamentos. Tem a finalidade
de transmitir diferentes mensagens aos usuários da via pública,
regulamentando o direito de passagem ou advertindo sobre
situações especiais nas vias.

A sinalização semafórica é classificada segundo sua função, que


pode ser de:

• Regulamentar o direito de passagem dos vários fluxos de veículos


(motorizados e não motorizados) e/ou pedestres num cruzamento
ou seção de via;

• Advertir condutores de veículos motorizados ou não motorizados,


e/ou pedestres sobre a existência de obstáculo ou situação
perigosa na via.

O semáforo pode ter três funções: controlar o fluxo de pedestre,


controlar o fluxo de veículos e controlar o fluxo de veículos e
pedestres ao mesmo tempo. Ele pode ter de duas a três cores,
sendo mais comum possuir três cores, a vermelha, a amarela e a
verde.

12 - Outras Sinalizações

Os sinais sonoros são emitidos pelos agentes de trânsito, através


de silvos de apito e devem ser obedecidos pelos condutores e
pedestres.
116
Os gestos dos agentes da Autoridade de Trânsito (PM
ou Agentes Municipais) é outra forma de sinalização
regulamentar.

13 - Planejamento

Quando as cidades crescem desordenadamente sem


planejamento urbano bairros e áreas mais afastadas do centro
ficam sem serviços e equipamentos públicos. Nesses lugares
onde a terra é desvalorizada é que a população de menor
renda se concentra. Essa população precisa de vários serviços,
dentre eles, o transporte público.

O transporte público mais utilizado é o ônibus. Quanto mais


ônibus (ou veículos, em geral) tem uma cidade, mais aumenta
a poluição.

O uso intensivo de veículos nas grandes cidades pode levar


ao prejuízo das condições ambientais e à degradação do
patrimônio histórico e arquitetônico, devido à abertura de novas
vias, ao remanejamento do tráfego para melhorar as condições
de fluidez e ao uso indiscriminado das vias para o trânsito de
passagem.

Esse quadro só pode ser evitado se houver uma gestão


integradora participativa entre as ações do governo e da
sociedade, utilizando-se dos recursos públicos de forma
eficiente e eficaz.

Toda cidade deve ter seu Plano Diretor e uma Lei de Uso e
Ocupação do Solo, que determina “o que” pode e “onde” pode
ser construído.

O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes


para a ocupação da cidade. Ele deve identificar e analisar
as características físicas, as atividades predominantes e as
vocações da cidade, os problemas e as potencialidades da
Política Nacional de Mobilidade Urbana- Ministério das Cidades.

Segundo a PNMU - Política Nacional de Mobilidade Urbana


Sustentável, publicada pelo Ministério das Cidades em 2004: “A
ocupação irracional do solo urbano é resultado da dissociação
entre o planejamento do transporte, a ocupação do solo e a
especulação fundiária não controlada.
A falta de políticas públicas compartilhadas faz crescer o uso
117
do veículo particular, que traz consigo todos os problemas dessa
falta de planejamento integrado, ou seja, as cidades tendem a se
desenvolver para acolher, receber, abrigar o veículo particular e
assegurar-lhe a melhor condição possível de deslocamento nas
áreas urbanas, em detrimento de um melhor e mais eficiente
transporte de massa (metrôs, trens, ônibus).
A uma maior quantidade de veículos particulares circulantes nas
vias públicas corresponde ao aumento dos congestionamentos,
poluição e acidentes de trânsito e à redução na oferta de
estacionamentos, pois os automóveis exigem grandes espaços
para circular e estacionar.

A falta de planejamento urbano nas cidades priva seus habitantes


de um transporte de qualidade - rápido, confortável, barato -
restringindo o acesso dessas pessoas às atividades urbanas.
Esse modelo é insustentável do ponto de vista ambiental e socio-
econômico.

Os principais impactos em relação ao trânsito e meio ambiente


são representados por:

• Perda de tempo e desperdício de combustível nos


congestionamentos;
• Estresse e perda de produtividade;
• Elevado custo de implantação, operação e manutenção da
infraestrutura viária;
• Alto custo social, com perda de vidas, custos de tratamento
médico e horas de trabalho perdidas;
• Poluição e seus efeitos na saúde, representados pela contamina-
ção do ar; ruídos e vibrações; contaminação do solo e das águas;

Entende-se por poluição qualquer modificação decorrente da ação


do homem, das características do ambiente, tornando-o impróprio
às formas de vida.

O sistema viário e o transporte público são fundamentais para


a determinação das áreas de crescimento urbano, bem como
daquelas que se deseja preservar.

Um adequado planejamento urbano pressupõe desde a


hierarquização viária (quais vias serão as principais, secundárias
ou locais) até as medidas de “traffic calming” (medidas para
redução da velocidade do tráfego) que devem ser adotadas em
áreas residenciais, áreas hospitalares ou escolares, de forma que
se tenha um real ganho com relação à segurança e conforto do
118
usuário.

14 - Exemplo de medida moderadora de


tráfego

Para romper o ciclo vicioso do uso do automóvel, deve-se


evoluir em direção ao transporte saudável e às cidades com
melhor qualidade de vida.
Mostra-se a seguir um esquema do chamado “Ciclo vicioso de
favorecimento ao automóvel”.

15 - Terminologia utilizada na engenharia de


trânsito

Os principais termos utilizados na engenharia de tráfego estão


definidos no ANEXO I do CTB, conforme segue:

Acostamento - parte da via diferenciada da pista de rolamento


destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso
de emergência e à circulação de pedestres e bicicletas, quando
não houver local apropriado para esse fim.

Agente da autoridade de trânsito - pessoa, civil ou policial


militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício
das atividades de fiscalização, operação, policiamento
ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
Automóvel - veículo automotor destinado ao transporte de
119
passageiros, com capacidade para até oito pessoas, exclusive o
condutor.

Autoridade de trânsito - dirigente máximo de órgão ou entidade


executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa
por ele expressamente credenciada.

Balanço traseiro - distância entre o plano vertical, passando pelos


centros das rodas traseiras extremas e o ponto mais recuado do
veículo, considerando-se todos os elementos rigidamente fixados
ao mesmo.

Bicicleta - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas,


não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta,
motoneta e ciclomotor.

Bicicletário - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento


de bicicletas.

Bonde - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos.

Bordo da pista - margem da pista, podendo ser demarcada por


linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada
à circulação de veículos.

Calçada - parte da via, normalmente segregada e em nível


diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada
ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de
mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins.

Caminhão-trator - veículo automotor destinado a tracionar ou


arrastar outro.

Caminhonete - veículo destinado ao transporte de carga com


peso bruto total de até três mil e quinhentos quilogramas.

Camionete - veículo misto destinado ao transporte de passageiros


e carga no mesmo compartimento.

Canteiro central - obstáculo físico construído como separador de


duas pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas
viárias (canteiro fictício).

Capacidade máxima de tração - máximo peso que a unidade de


tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em
120
condições sobre suas limitações de geração e multiplicação de
momento de força e resistência dos elementos que compõem
a transmissão.

Carreata - deslocamento em fila na via de veículos automotores


em sinal de regozijo, de reivindicação, de protesto cívico ou de
uma classe.

Carro de mão - veículo de propulsão humana utilizado no


transporte de pequenas cargas.

Carroça - veículo de tração animal destinado ao transporte de


carga.

Catadióptrico - dispositivo de reflexão e refração da luz


utilizado na sinalização de vias e veículos (olho de gato).

Charrete - veículo de tração animal destinado ao transporte de


pessoas.

Ciclo - veículo de pelo menos duas rodas à propulsão humana.

Ciclofaixa - parte da pista de rolamento destinada à circulação


exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica.

Ciclomotor - veículo de duas ou três rodas, provido de um


motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a
cinquenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e
cuja velocidade máxima de fabricação não exceda a cinquenta
quilômetros por hora.

Ciclovia - pista própria destinada à circulação de ciclos,


separada fisicamente do tráfego comum.

Conversão - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita,


de mudança da direção original do veículo.

Cruzamento - interseção de duas vias em nível.

Dispositivo de segurança - qualquer elemento que tenha a


função específica de proporcionar maior segurança ao usuário
da via, alertando-o sobre situações de perigo que possam
colocar em risco sua integridade física e dos demais usuários
da via, ou danificar seriamente o veículo.

121
Estacionamento - imobilização de veículos por tempo superior ao
necessário para embarque ou desembarque de passageiros.

Estrada - via rural não pavimentada.

Faixas de domínio - superfície lindeira às vias rurais, delimitada


por lei específica e sob responsabilidade do órgão ou entidade de
trânsito competente com circunscrição sobre a via.

Faixas de trânsito - qualquer uma das áreas longitudinais em que


a pista pode ser subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias
longitudinais, que tenham uma largura suficiente para permitir a
circulação de veículos automotores.

Fiscalização - ato de controlar o cumprimento das normas


estabelecidas na legislação de trânsito, por meio do poder de
polícia administrativa de trânsito, no âmbito de circunscrição dos
órgãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as
competências definidas neste Código.

Foco de pedestres - indicação luminosa de permissão ou


impedimento de locomoção na faixa apropriada.

Freio de estacionamento - dispositivo destinado a manter


o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no caso de um
reboque, se este se encontra desengatado.

Freio de segurança ou motor - dispositivo destinado a diminuir a


marcha do veículo no caso de falha do freio de serviço.

Freio de serviço - dispositivo destinado a provocar a diminuição


da marcha do veículo ou pará-lo.

Gestos de agentes - movimentos convencionais de braço,


adotados exclusivamente pelos agentes de autoridades de trânsito
nas vias, para orientar, indicar o direito de passagem dos veículos
ou pedestres ou emitir ordens, sobrepondo-se ou completando
outra sinalização ou norma constante deste Código.

Gestos de condutores - movimentos convencionais de braço,


adotados exclusivamente pelos condutores, para orientar ou
indicar que vão efetuar uma manobra de mudança de direção,
redução brusca de velocidade ou parada.

Ilha - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado


122
à ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção.
Infração - inobservância a qualquer preceito da legislação
de trânsito, às normas emanadas do Código de Trânsito, do
Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação estabelecida
pelo órgão ou entidade executiva do trânsito.

Interseção - todo cruzamento em nível, entroncamento ou


bifurcação, incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos,
entroncamentos ou bifurcações.

Interrupção de marcha - imobilização do veículo para atender


circunstância momentânea do trânsito.

Licenciamento - procedimento anual, relativo a obrigações do


proprietário de veículo, comprovado por meio de documento
específico (Certificado de Licenciamento Anual).

Logradouro público - espaço livre destinado pela


municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de
veículos, ou à circulação de pedestres, tais como calçada,
parques, áreas de lazer, calçadões.

Lotação - carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros,


que o veículo transporta, expressa em quilogramas para os
veículos de carga, ou número de pessoas para os veículos de
passageiros.

Lote lindeiro - aquele situado ao longo das vias urbanas ou


rurais e que com elas se limita.

Luz alta - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até


uma grande distância do veículo.

Luz baixa - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via


diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo
injustificáveis aos condutores e outros usuários da via que
venham em sentido contrário.

Luz de freio - luz do veículo destinada a indicar aos demais


usuários da via, que se encontram atrás do veículo que o
condutor está aplicando o freio de serviço.

Luz indicadora de direção (pisca-pisca) - luz do veículo


destinada a indicar aos demais usuários da via que o condutor
tem o propósito de mudar de direção para a direita ou para a
123
esquerda.

Luz de marcha a ré - luz do veículo destinada a iluminar atrás do


veículo e advertir aos demais usuários da via que o veículo está
efetuando ou a ponto de efetuar uma manobra de marcha a ré.

Luz de neblina - luz do veículo destinada a aumentar a iluminação


da via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de pó.

Luz de posição (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar a


presença e a largura do veículo.

Manobra - movimento executado pelo condutor para alterar a


posição em que o veículo está no momento em relação à via.

Marcas viárias - conjunto de sinais constituídos de linhas,


marcações, símbolos ou legendas, em tipos e cores diversas,
apostos ao pavimento da via.

Micro-ônibus - veículo automotor de transporte coletivo com


capacidade para até vinte passageiros.

Motocicleta - veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-


car, dirigido por condutor em posição montada.

Motoneta - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor


em posição sentada.

Motos-casa (motor-home) - veículo automotor cuja carroçaria


seja fechada e destinada a alojamento, escritório, comércio ou
finalidades análogas.

Noite - período do dia compreendido entre o pôr do sol e o nascer


do sol.

Ônibus - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade


para mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude de
adaptações com vista à maior comodidade destes, transporte em
número menor.

Operação de carga e descarga - imobilização do veículo,


pelo tempo estritamente necessário ao carregamento ou
descarregamento de animais ou carga, na forma disciplinada
pelo órgão ou entidade executivo de trânsito competente com
circunscrição sobre a via.
124
Operação de trânsito - monitoramento técnico baseado nos
conceitos de Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez,
de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir as
interferências tais como veículos quebrados, acidentados,
estacionados irregularmente atrapalhando o trânsito, prestando
socorros imediatos e informações aos pedestres e condutores.

Parada - imobilização do veículo com a finalidade e pelo


tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou
desembarque de passageiros.

Passagem de nível - todo cruzamento de nível entre uma via e


uma linha férrea ou trilho de bonde com pista própria.

Passagem por outro veículo - movimento de passagem à


frente de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em
menor velocidade, mas em faixas distintas da via.

Passagem subterrânea - obra de arte destinada à transposição


de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de pedestres ou
veículos.

Passarela - obra de arte destinada à transposição de vias, em


desnível aéreo, e ao uso de pedestres.

Passeio - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste


último caso, separada por pintura ou elemento físico separador,
livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de
pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

Patrulhamento - função exercida pela Polícia Rodoviária


Federal com o objetivo de garantir obediência às normas de
trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.

Perímetro urbano - limite entre área urbana e área rural.

Peso bruto total - peso máximo que o veículo transmite ao


pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação.

Peso brutal total combinado - peso máximo transmitido ao


pavimento pela combinação de um caminhão-trator mais seu
semi-reboque ou do caminhão mais o seu reboque ou reboques.

Pisca-alerta - luz intermitente do veículo, utilizada em caráter


de advertência, destinada a indicar aos demais usuários da via
125
que o veículo está imobilizado ou em situação de emergência.

Pista - parte da via normalmente utilizada para a circulação de


veículos, identificada por elementos separadores ou por diferença
de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.

Placas - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado


ou suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter
permanente e, eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou
legendas pré-reconhecidas e legalmente instituídas como sinais
de trânsito.

Policiamento ostensivo de trânsito - função exercida pelas


Polícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos
relacionados com a segurança pública e de garantir obediência
às normas relativas à segurança de trânsito, assegurando a livre
circulação e evitando acidentes.

Ponte - obra de construção civil destinada a ligar margens opostas


de uma superfície líquida qualquer.

Reboque - veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo


automotor.

Regulamentação da via - implantação de sinalização de


regulamentação pelo órgão ou entidade competente com
circunscrição sobre a via, definindo, entre outros, sentido de
direção, tipo de estacionamento, horários e dias.

Refúgio - parte da via, devidamente sinalizada e protegida,


destinada ao uso de pedestres durante a travessia da mesma.

RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.

RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.

Retorno - movimento de inversão total de sentido da direção


original de veículos.

Rodovia - via rural pavimentada.

Semi-reboque - veículo de um ou mais eixos que se apoia na sua


unidade tratora ou é a ela ligado por meio de articulação.

Sinais de trânsito - elementos de sinalização viária que se


126
utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos de controle
luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, destinados
exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e
pedestres.

Sinalização - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de


segurança colocados na via pública com o objetivo de garantir
sua utilização adequada, possibilitando melhor fluidez no
trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que nela
circulam.

Sons por apito - sinais sonoros emitidos exclusivamente


pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias, para orientar
ou indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres,
sobrepondo-se ou completando sinalização existente no local
ou norma estabelecida neste Código.

Tara - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da


carroçaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e
acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do
fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas.

Trailer - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas, quatro,


ou seis rodas, acoplado ou adaptado à traseira de automóvel
ou camionete, utilizado em geral em atividades turísticas como
alojamento, ou para atividades comerciais.

Trânsito - movimentação e imobilização de veículos, pessoas


e animais nas vias terrestres.

Transposição de faixas - passagem de um veículo de uma


faixa demarcada para outra.

Trator - veículo automotor construído para realizar trabalho


agrícola, de construção e pavimentação e tracionar outros
veículos e equipamentos.

Ultrapassagem - movimento de passar à frente de outro veículo


que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na
mesma faixa de tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de
origem.

Utilitário - veículo misto caracterizado pela versatilidade do


seu uso, inclusive fora de estrada.
Veículo articulado - combinação de veículos acoplados, sendo
127
um deles automotor.

Veículo automotor - todo veículo a motor de propulsão que


circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o
transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de
veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo
compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que
não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).

Veículo de carga - veículo destinado ao transporte de carga,


podendo transportar dois passageiros, exclusive o condutor.

Veículo de coleção - aquele que, mesmo tendo sido fabricado


há mais de trinta anos, conserva suas características originais de
fabricação e possui valor histórico próprio.

Veículo conjugado - combinação de veículos, sendo o primeiro


um veículo automotor e os demais reboques ou equipamentos de
trabalho agrícola, construção, terraplenagem ou pavimentação.

Veículo de grande porte - veículo automotor destinado ao


transporte de carga com peso bruto total máximo superior a dez
mil quilogramas e de passageiros superior a vinte passageiros.

Veículo de passageiros - veículo destinado ao transporte de


pessoas e suas bagagens.

Veículo misto - veículo automotor destinado ao transporte


simultâneo de carga e passageiro.

Via - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,


compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro
central.

Via de trânsito rápido - aquela caracterizada por acessos especiais


com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade
direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível.

Via arterial - aquela caracterizada por interseções em nível,


geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes
lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito
entre as regiões da cidade.

Via coletora - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que


tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou
128
arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade.

Via local - aquela caracterizada por interseções em nível não


semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas
restritas.

Via rural - estradas e rodovias.

Via urbana - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares


abertos à circulação pública, situados na área urbana,
caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados
ao longo de sua extensão.

Vias e áreas de pedestres - vias ou conjunto de vias destinadas


à circulação prioritária de pedestres.

Viaduto - obra de construção civil destinada a transpor uma


depressão de terreno ou servir de passagem superior

16 - Dicas para o professor

É importante aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de


aula, no que tange à engenharia de trânsito. Para tanto:

Leia a Coletânea de aplicação em situações tipo –


Sinalização de áreas escolares – DENATRAN-2000.

Verifique se as vias no entorno de sua escola estão


devidamente sinalizadas.

Em caso negativo, procure a Prefeitura ou o Órgão de


Trânsito responsável, e veja quais os procedimentos que
sua escola deve adotar para que ela possa ser devidamente
sinalizada.

Em caso positivo, mostre aos seus alunos como o projeto


foi elaborado, explicando o significado de cada placa ou marca
viária implantada, ou mesmo convide o técnico que elaborou o
projeto para fazê-lo.

Mostre aos seus alunos as campanhas de trânsito do


DENATRAN, veiculadas pela mídia. Um bom exemplo são os
vídeos intitulados - Ajude a salvar nossas crianças. Cuide delas
no trânsito, disponíveis para download gratuito no site:

129
http://www.denatran.gov.br/campanhas/campanhas_122
educativas.htm
http://www.denatran.gov.br/campanhas/con_camp.asp?tipo=tv
http://www.denatran.gov.br/campanhas/con_camp.
asp?tipo=internacional

• Incentive a participação dos alunos no prêmio DENATRAN. Veja


mais informações em:
http://www.denatran.gov.br/premio/VIII_premio/premio_viii.htm

• Conheça as apresentações realizadas nos seguintes eventos:


I Encontro de Educadores do SNT
http://www.denatran.gov.br/eventos/encontros/apresentacoes.htm
II Seminário de Educação e Segurança no Trânsito
http://www.denatran.gov.br/eventos/seminarios/jovem/
apresentacoes.htm

• Navegue por uma cidade virtual e descubra como é fácil fazer


um trânsito mais seguro. Nos links ao lado você encontra muitas
informações e dicas educativas.
http://www.perkons.com.br/educacao/index.php

• Acesse a Internet e trabalhe com os alunos em jogos diversos,


como quebra-cabeça, jogo da memória, jogo das perguntas, jogo
de tabuleiro e outros. Acesse e trabalhe com os alunos: http://
www.ufrgs.br/GPECT/RP_01/busca.asp#

130
Sugestão de Atividades

Para alunos do 5º ao 7º ano Ensino Fundamental


Conteúdos: Historia Geografia, Português

Realização de passeios no entorno da escola com o objetivo


de observar e registrar as sinalizações existentes, seus
significados e suas localizações.

Registrar o comportamento das pessoas diante das sinalizações


e das situações de risco observados.

As diferentes infra-estruturas (estado que se encontram as


calçadas e vias públicas, pontos de ônibus, faixa de pedestre
e outros tipos de sinalizações), devem ser observadas,
registradas e refletidas, para que o aluno possa treinar o olhar
e aprender a paisagem existente.

O trabalho poderá ser enriquecido com a presença de um


Agente de Trânsito, ou Policial de Trânsito, convidado para
uma entrevista ou debate.

Esta atividade também poderá ser desenvolvida dentro da


própria escola com o objetivo de implantar sinalização vertical/
horizontal na busca de melhoria da circulação interna e
convivência harmoniosa, livre de conflitos.

131
Bibliografia:

ANTP (1997). Seminários de Planejamento e Gestão do Trânsito


Urbano – Engenharia de tráfego, Programa ANTP de Capacitação.

CTB (1998). Código de Trânsito Brasileiro.

DENATRAN (2004) Curso Técnico Básico de Trânsito. Programa


Nacional de Capacitação das Cidades.

DENATRAN (1992). Manual de Sinalização Vertical e Horizontal,


parte I e II.

JACQUES, M.A.P. Apostila Introdução à Engenharia de Tráfego.


CEFTRU.

SILVA, P.C.M. (2003). Apostila Elementos dos Sistemas de


Tráfego. CEFTRU.

VASCONCELOS, Eduardo, A. Conflito na circulação urbana: uma


abordagem política da engenharia de tráfego, Revista de Trânsito
nº 7, São Paulo.

132
5 - Psicologia de Trânsito

1 – Sensibilização

A psicologia, apesar de ser recente como profissão, é tão antiga


quanto o próprio homem. E tão antiga quanto a psicologia, é
a necessidade de deslocamento do ser humano. De acordo
com Rozestraten (1988), o trânsito está intimamente ligado
ao deslocamento de pessoas e veículos, e todo deslocamento
se realiza através de comportamentos. Considerando sua
relevância, e tendo em vista a grande possibilidade de
acidentes, o estudo desses comportamentos passou a ser
objeto de estudo científico dos psicólogos.

2 - Área de atuação da psicologia do trânsito

A psicologia do trânsito foi definida como uma área da psicologia


que estuda, através de métodos científicos válidos, os
comportamentos humanos no trânsito e os fatores e processos
externos e internos, conscientes e inconscientes que os
provocam ou os alteram. Em resumo, conforme Rozestraten,
seria o estudo dos comportamentos e deslocamentos no
trânsito e de suas causas.

Portanto, a área de atuação da psicologia do trânsito é o ser


humano, que pode atuar no sistema como pedestre, ciclista,
motociclista, motorista, passageiro de ônibus e de táxi,
autoridade de trânsito, legislador e membro de órgãos que
elaboram normas e regulamentações, engenheiro de trânsito
e tráfego, engenheiro que projeta os veículos; socorrista, etc.

Dentre os espaços do psicólogo na área de trânsito, o mais


conhecido é sua atuação no processo de habilitação do
condutor, atividade que marcou o início da Psicologia do
Trânsito. O surgimento deste campo na Psicologia se deu
quando a produção em massa do automóvel começou a
intensificar o tráfego no Brasil na década de 1940 e repercutiu,
por um lado, o desenvolvimento econômico no país e, por
outro, sérios problemas de segurança e saúde pública.

Como medida preventiva, as autoridades buscaram desenvolver


e implementar a seleção médica e psicotécnica, que restringia
133
o acesso ao volante das pessoas consideradas propensas a se
envolver em acidentes de trânsito.

A partir daí, o candidato a Carteira Nacional de Habilitação – CNH


precisa passar pela avaliação psicológica e médica para só depois
iniciar sua aula teórica e prática em um Centro de Formação de
Condutores (antiga Auto Escola).

A avaliação psicológica permite um conhecimento de capacidades


cognitivas e sensório-motoras, componentes sociais, emocionais,
afetivos, motivacionais, aptidões específicas e indicadores
psicopatológicos (Noronha, 1999). Esse processo fornece
informações cientificamente fundamentadas que possibilita um
diagnóstico visando orientar, sugerir e sustentar o processo de
tomada de decisão em algum contexto específico. Desse modo,
os psicólogos de trânsito fazem uso da avaliação psicológica
para investigar as características psicológicas dos candidatos à
obtenção da carteira ou da mudança da categoria da CNH. Esse
processo é conhecido atualmente como Avaliação Psicológica
Pericial.

O objetivo da avaliação psicológica pericial nunca foi o de predizer


se uma determinada pessoa poderia se envolver em um acidente
de trânsito ou não, mas sim de realizar um trabalho preventivo,
visando diminuir as possibilidades de um motorista se expor a
situações de risco. Portanto, não é possível prever que uma pessoa
que apresenta traços agressivos e impulsivos vá manifestar esse
comportamento no trânsito ou em qualquer outra situação, ela
pode simplesmente canalizar esse comportamento quando dirige
e manifestá-lo no ambiente de trabalho com seus funcionários, por
exemplo.

3 - Caracterização do trânsito como sistema


social e dinâmico, gerador de conflitos

Quando analisamos os diversos interesses pessoais no transitar,


surpreendemo-nos com a mudança de foco; a cada papel que
vivemos, passamos a ter um objetivo diferente.

Por exemplo, ao deslocarmos de carro, queremos as vias livres


para o trânsito e um local para estacionarmos o mais próximo
possível do nosso destino.

Já como usuário do transporte coletivo, queremos um ônibus bem


próximo de nosso ponto de embarque, mas nunca na porta de
134
nossa casa, porque não apreciamos conviver com barulho de
arrancada, fumaça, confusão de passageiros, etc.

Muitos comerciantes adorariam ter um ponto de ônibus na


porta de seu estabelecimento, para atrair mais compradores
para suas mercadorias.

O sonho de todo motorista de taxi é deparar com todos os sinais


verdes para ele, com um trânsito rápido e sem retenções.

O pedestre, por sua vez, já sentiria feliz com passeios em bom


estado de conservação, sem buracos, rampas ou degraus.
Teria também satisfação se pudesse atravessar uma rua o mais
próximo possível considerando seu percurso, sem precisar
deslocar usando longas e altas passarelas.

Como agradar a todos ao mesmo tempo é impossível, a fim


de solucionar esses conflitos, foram criadas normas e regras,
como forma de controle do comportamento e ambiente social.

4 - Fatores geradores de segurança ou risco

Considerando a complexidade do sistema de trânsito, é


fundamental analisarmos os fatores que interferem no ato de
transitar e podem provocar acidentes:

4.1 Deficiência do veículo

Problemas provocados pelos componentes do carro, que podem


ser originados na fabricação ou deficiência de manutenção
preventiva (neste último caso, de inteira responsabilidade do
motorista):

• Freio;
• Pneumáticos;
• Faróis;
• Sinaleiro;
• Sistema de direção (condições);
• Motor;
• Para-choques;
• Buzina;
• Carga e outros.

135
4.2. Condições da via pública

No caso específico do motorista, podemos considerar:


• Sinalização, que pode não existir, ser deficiente ou inadequada;
• Tipo de pista;
• Estado de conservação;
• Aclive e declive;
• Visibilidade;
• Pista seca, úmida, molhada, áspera, escorregadia;
• Curvas;
• Sinalização adequada ou não de locais em obras;
• Inclinação transversal das outras vias;
• Levantamento e dimensionamento de todas as circunstâncias
existentes neste local.

Levando em consideração o pedestre:


• Estado de conservação, presença ou não de passeios, passarelas
ou passagens específicas para pedestre, bem como a existência
de acostamento em rodovias e estradas que possibilite o ir e vir
seguro das pessoas.

• Existência de mobiliário urbano, ou seja, de objetos como


banca de revista, telefone público, caçamba, etc., que localizados
nos passeios ou ruas, interferem na visibilidade, mobilidade e
acessibilidade dos pedestres.

4.3 Meio ambiente

• Dia e noite;
• Iluminação no local;
• Tempo (bom, chuva normal, chuva torrencial, neblina, etc.);
• Pista (seca, úmida, lavada ou molhada após a chuva);
• Excesso de cartazes nas estradas ou luminosos na cidade;
• Som, ruído ou vibração;
• Presença de poeira ou fumaça na estrada;
• Participação de outros veículos, suas condições, danos e outros.
• Participação de transeuntes, sua condição e estado.

4.4. Deficiência do elemento humano


4.4.1 Fatores físico-fisiológicos
• Acuidade¹ visual;
• Acuidade auditiva;
• Sentido do tato;
• Equilíbrio sinestésico: informação que é recebida pelo condutor
em decorrência de uma mudança repentina de seu equilíbrio
136
¹Acuidade – capacidade de discriminar estímulos sensoriais.
(presença de buraco na pista, ruptura de um pneumático,
mudança de direção, e outros).

4.4.2 Fatores psicológicos


• Falta de atenção;
• Impulsividade;
• Indisciplina;
• Baixo nível mental;
• Dificuldade de aprendizagem;
• Apatia²;
• Desequilíbrio psicomotor;
• Tendências ao negativismo;
• Tendência à oposição;
• Agressividade;
• Ansiedade;
• Competitividade, dentre outros.

4.4.3 Outros fatores


• Doenças do coração;
• Epilepsia;
• Diabetes;
• Senilidade;
• Hipertensão;
• Depressão;
• Estresse;
• Sonolência/fadiga;
• Ingestão de drogas lícitas (medicamentos, por exemplo,
anfetaminas) e ilícitas (cocaína, maconha, LSD, etc.);
• Estado de alcoolismo.

4.5 - Componentes da personalidade do usuário da via e


seus fatores negativos

Os componentes da avaliação psicológica do condutor e


pedestre, diante dos fatores que o envolvem (veículo, via,
tempo e trânsito), dependem dos componentes que constituem
e afetam sua personalidade, dentre eles: diferenças individuais,
motivação, comunicação, percepção e atenção.

Todos os comportamentos se desenvolvem dentro de


ambientes:

• ambiente físico: objetos, casa, rua, veículos, etc.

• ambiente social: o trânsito é um ambiente social por


137
²Apatia – estado de insensibilidade, falta de energia.
excelência, em que temos de respeitar e dar a preferência para o
outro. O ser humano vive em grupos e é através do outro que nos
conhecemos.

• ambiente normativo: onde existe um agrupamento social


existem regras e normas. A educação para o trânsito é uma ótima
oportunidade para mostrar que uma sociedade só funciona bem
quando cada um obedece às normas, senão teremos um trânsito
caótico.

• ambiente corporal e psíquico: o corpo constitui um ambiente


que influencia nosso comportamento e consequentemente o
trânsito (dirigir com dor de cabeça, por exemplo, com certeza influi
em nosso desempenho no trânsito). Da mesma forma o nosso
lado psíquico, nossas emoções, preocupações influenciam nosso
modo de agir.

5 - As emoções e suas consequências no


trânsito

O comportamento pode sofrer interferência de vários


fatores:

• natureza humana;
• componente somático;
• sistema sensorial;
• personalidade;
• autoestima;
• caráter;
• sentimentos;
• aprendizado.

6 - Influência do fator humano para


ocorrências de acidentes - causas endógenas
e exógenas

A influência dos fatores humanos no trânsito pode ser a origem de


comportamentos que levam a acidentes no trânsito.

Para exemplificar como este processo ocorre, é importante


entender os processos psíquicos básicos do comportamento no
trânsito, que didaticamente podem ser divididos da seguinte forma:

• tomada de informação;
• processamento da informação;
138
• tomada de decisão;
• resposta, reação ou comportamento;
• feedback ou retroalimentação.

O processo inicia sempre com um estímulo (S = stimulus, em


latim = estímulo). Por exemplo, quando você vai atravessar
uma rua, o sinal de trânsito para o pedestre é um estimulo que
lhe diz quando você pode ou não atravessar.
O trânsito está constantemente em movimento e estamos
sujeitos a vários estímulos ao mesmo tempo. Dentro das
diversas situações, escolhemos o que é importante para nós.

6.1 - Tomada de Informação

Ocorre através dos órgãos dos sentidos (visão, audição, tato,


olfato, paladar). Quando você vê uma bicicleta vindo em sua
direção, rapidamente identifica o risco de ser atropelado por
ela e já toma uma decisão em sua defesa.

Os estímulos devem estar acima dos limiares de percepção,


ou seja, usando, por exemplo, um sinal de trânsito, para ser
percebido, ele deve estar bem visível.

A detecção ocorre com a simples estimulação de um


determinado órgão de sentido, mas, para que isso ocorra,
deverá estar dentro dos seguintes parâmetros:

• Só podemos ver, ouvir e sentir o que está dentro dos limites


absolutos. Se já é noite e a rua não tem iluminação, dificilmente
o motorista vai enxergar um pedestre que atravessa em sua
frente usando roupa escura.

• O indivíduo deve estar motivado para perceber bem o que


está acontecendo para criar uma imagem mais fiel. Se a pes-
soa está caminhando, porém com o pensamento voltado para
outra situação, poderá não perceber algum perigo a sua frente.
Atualmente têm ocorrido vários atropelamentos de pessoas
que estão utilizando celular ou escutando música através de
fones de ouvido, e consequentemente não dispensam a devida
atenção ao trânsito.

• Deve ter passado por uma aprendizagem prévia perceptiva de


cores, de formas, de distâncias, de tamanhos e de velocidades,
ou seja, ter maturidade perceptiva. Se a criança não aprendeu
sobre as cores do sinal de trânsito e seu significado, não fará
139
diferença para ela se o sinal está verde ou vermelho.
Nesta fase, a atenção não é um processo à parte, é uma qualidade/
modalidade da percepção, isto é, uma percepção mais consciente
e dirigida.
São obstáculos para uma boa tomada de informação:
• Consumo de álcool;
• Fadiga e sono;
• Consumo de drogas (lícitas e ilícitas).
Vale lembrar que muitos remédios podem causar interferência na
condução de um veículo;
• Estresse, tensão, imposição exagerada e pressão social;
• Estado emocional (perda de um ente querido, por exemplo).
Devemos evitar que uma pessoa desloque sozinha, como pedestre
ou motorista, quando está sob forte stress.
• Atitude anti-social. Pessoas que, ao dirigirem, demonstram
desrespeito para com os outros. Geralmente usam expressões do
tipo: “lugar de mulher é na beirada de fogão, e não, dirigindo”,
“velho só sabe dirigir bengala”, “são todas umas lesmas, é preciso
ser esperto e rápido no trânsito”, para agredirem outros motoristas
e/ou pedestres. Podem também ter comportamentos de parar o
veículo em cima da calçada, dirigir acima da velocidade permitida
ou falar ao celular, dentre outros.

Entre os obstáculos para uma boa tomada de informações


podemos citar o consumo de álcool.

140
Efeitos do álcool no organismo

Dose (g/l) Equivalentes Efeitos


1 copo de cerveja As funções mentais
1 cálice pequeno de começam a ficar
vinho comprometidas. A
0,2 a 0,3 g/l 1 dose de uísque percepção da distância
ou de outra bebida e da velocidade é
destilada prejudicada.

O grau de vigilância
diminui, assim como
2 copos de cerveja, 1
o campo visual. O
cálice grande de vinho,
0,31 a 0,5 g/l controle cerebral
2 doses de bebida
relaxa, dando a
destilada
sensação de calma e
satisfação.

Reflexos retardados,
dificuldades de
adaptação da
3 ou 4 copos de visão a diferenças
cerveja, 3 copos de de luminosidade;
0,51 a 0,8 g/l
vinho, 3 doses de superestimação
uísque das possibilidades
e minimização de
riscos; e tendência à
agressividade.
Dificuldade de
controlar o automóvel;
Grandes quantidades incapacidade de
0,81 a 1,5 g/l
de bebida alcoólica concentração e falhas
de coordenação
neuromuscular

Grandes quantidades Embriaguez, torpor


1,51 a 2 g/l
de bebida alcoólica alcoólico, dupla visão.

Grandes quantidades Embriaguez, torpor


2,1 a 5 g/l
de bebida alcoólica alcoólico, dupla visão.
Grandes
Maior que 5 g/l quantidades de Coma alcoólico.
bebida alcoólica.
Fonte: www.alcoolismo.com.br

141
Saiba sobre o assunto lendo o livro: Uso de bebidas alcoólicas e outras
drogas nas rodovias brasileiras e outros estudos /Flavio Pechansky,
Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte, Raquel Brandini De Boni,
organizadores. - Porto Alegre: Secretaria Nacional de Políticas sobre
Drogas; 2010. 121 p.
Disponível no site:
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/
documentos/Publicacoes/alcool_transito/328287.pdf

6.2 - Processamento de Informação

Acontece quando compreendemos a representação e a situação


que estamos vendo e ouvindo. Isso ocorre pelo acúmulo de
experiências, de conceitos e de normas através da aprendizagem
perceptiva e cognitiva. Fazemos então nosso julgamento da
situação baseados na nossa previsão. Ao olharmos um sinal de
trânsito, imediatamente processamos a informação e lembramos
que só poderemos atravessar com o sinal verde para o pedestre.

Para o processamento de informação, é necessário que ocorra o


seguinte:

• Transferência do conhecimento abstrato para o conhecimento


concreto. O que o jovem aprende dentro de sala de aula, por
exemplo, ele deve conseguir transpor para a sua realidade no dia
a dia como pedestre.

• Ter o conhecimento teórico-prático das normas, tanto do Código


de Trânsito Brasileiro - CTB, como das Resoluções do Conselho
Nacional de Trânsito – CONTRAN. No caso específico de uma
criança, não é correto fazê-la decorar os sinais de trânsito, e sim
orientá-la sobre valores e comportamentos seguros no trânsito.

• Avaliar a situação - identificações que dependem da experiência,


da maturação do indivíduo (identificações do espaço e da distância,
do tempo e da velocidade).

• Capacidade para prever o que eventualmente possa acontecer


– ter em mente diversas hipóteses daquilo que pode acontecer.
Se o motorista, por exemplo, vê que a sua frente um veículo está
fazendo uma ultrapassagem perigosa, ele reduz sua velocidade,
prevenindo a possibilidade de se envolver em provável acidente.

• A percepção e a memória daquilo que é percebido dependem


muito da motivação e do interesse do indivíduo. Se a pessoa não
142
está atenta ao ato de deslocar pode se envolver em acidente
de trânsito.

• Situações de trânsito nas quais há alguns pequenos indícios


os quais, quando não são bem vistos pelo condutor ou pedestre,
podem causar-lhe sérias dificuldades (pessoas que têm
deficiência no campo visual devem dirigir com mais cuidado e
deveriam ser avisadas disso).

• Adaptabilidade: flexível para adaptar as diversas circunstâncias


que se sucedem. O trânsito é muito dinâmico, e precisamos
estar sempre atentos ao caminharmos, utilizarmos uma
bicicleta, pilotarmos uma moto ou conduzir um veículo.

• Capacidade para julgar o que é melhor a ser feito: depende


da escala de valores que o indivíduo tem (a todo o momento o
motorista e o pedestre são levados a decidir: o que vale mais:
a segurança ou a velocidade? Atravessar na faixa de pedestre
ou entre os carros?).

Obstáculos para um bom processamento de informação:

• ignorância (da lei, dos deveres, dos sinais, das placas, etc.).

• desobediência.

• emoção (estados emocionais fortes podem influenciar o


raciocínio).

• estrutura da escala de valores (dependem da idade,


formação do condutor, etc.). O jovem, por exemplo, tende a ter
comportamentos mais impulsivos e impetuosos tendo em vista
características físicas e emocionais de sua faixa etária.

• personalidade (“o homem dirige como vive”).

• lentidão do julgamento ou insegurança.

6.3 - Tomada de Decisão

É fruto das duas fases anteriores e ocorre em centésimos de


segundos. É um processo de julgamento que, apesar de ser um
ato intelectual, está intimamente ligado à nossa personalidade,
a nosso quadro de valores e às nossas atitudes. Também
é influenciado por motivos ilógicos, sentimentais, egoístas
143
e morais. Como as pessoas são diferentes, e podem sofrer
influência de fatores emocionais e externos, elas estão propensas
a manifestar comportamentos não muito lógicos quando se analisa
situações de trânsito. É comum, ao observarmos um acidente
de trânsito, comentários do tipo: “como uma pessoa dirigindo de
dia, com tempo bom, em uma estrada reta e em ótimo estado de
conservação, bater de frente a um caminhão?

As fases para tomada de decisão são:

• Fase de ponderação ou do julgamento dos prós e contras, de


avaliação.

• Fase de decisão – é o que de fato se vai fazer. Esta fase acontece


numa fração de segundo. Pessoas inseguras são mais indecisas e
demoram mais a tomar decisões.

6.4 - A reação, a resposta ou o comportamento observável

É, por exemplo, o início de uma travessia, é o pisar no freio


ou no acelerador. Esta reação muitas vezes tem por base os
condicionamentos ou automatismos. É determinada pelas fases
que o antecederam, mas também pelos fatores:

• maturidade e a experiência;

• aprendizagem psicomotora do condutor (coordenação mão-pé


do motorista, por exemplo);

• automatismo: reação aprendida, que não precisa passar por um


processo e uma decisão.

Nessa fase, existe a reação do motorista diretamente sobre os


comandos do carro, pisando no acelerador, por exemplo, e a do
carro em resposta à ação do motorista. Os comportamentos sobre
os comandos são somente indiretos e intermediários.

Vale lembrar que reflexo são reações com que nascemos. Já


o automatismo é comportamento aprendido através de muitas
repetições. Um automatismo é uma ação que passa praticamente
da tomada de informação diretamente para a ação, saltando o
processamento de informação e a tomada de decisão.

Em situação imprevista, por exemplo, uma criança que aparece


a frente do carro em movimento, não se pode recorrer aos
144
automatismos, que são mais ligeiros, mas tem de se tomar
o caminho psicológico mais comprido (processamento de
informação e a tomada de decisão), situação que pode levar
a um acidente. Exatamente quando a pessoa precisa adotar
comportamentos mais rápidos, ela tem de recorrer a processos
mais demorados.

Obstáculos na fase de reação:

• apavoramento;

• pressa

Alguns candidatos à carteira de habilitação têm pressa para


aprender a dirigir, mas a aprendizagem motora requer tempo.

6.5 - Feedback ou Retroalimentação

É a avaliação de todo o processo que pode reforçar ou não


o comportamento. O motorista ou o pedestre observa o que
aconteceu e se o comportamento que ele teve foi o mais
adequado àquela situação. Avalia o comportamento e vê se
de fato resolveu o problema adequadamente. Se resolveu,
pode ir adiante e se adaptar a outras situações, caso contrário,
deve fazer modificações e escolher outro comportamento
que se adapte melhor. Essa fase requer flexibilidade, aceitar
autocrítica e corrigir-se.

Obstáculos que dificultam o feedback:

• Obstinação: a pessoa não quer reconhecer que estava errada.

• Desatenção ou facilidade com que a pessoa se deixa distrair.


Se o pedestre não está atento, não percebe o risco que correu
ao atravessar a rua com o sinal fechado para ele.

• Tendência de sempre culpar os outros (o que dificulta a


correção dos próprios erros).

7 - Aspectos da personalidade

Existem alguns fatores ligados à personalidade que podem


levar o indivíduo a se acidentar.

145
Propensão ao acidente

De acordo com Rozenstraten (1988), a propensão ao acidente


foi estudada por Greenwood e Woods (1919) em operárias
industriais. Analisando-se a frequência de acidentes, algumas
operárias sofriam vários e outras, nenhum. Retirando essas
pessoas da situação que cometiam acidentes, esses acidentes
não mais aconteciam. Relacionando com acidentes de trânsito,
concluiu-se que é sempre uma certa minoria que comete a maioria
dos acidentes, mas esta minoria nem sempre é a mesma.
Segundo estudo de McGuire (1976) há pessoas que tem
propensão a acidentes, mas só por um período curto; elas são
propensas a acidentes por diversas razões e a mesma pessoa
pode ser propensa ou não dependendo das circunstâncias (por
exemplo, usar sempre como percurso para ir ao trabalho uma
rodovia perigosa). Portanto, a idéia de propensão a acidente como
explicação para todos os motoristas que se envolvem em mais
acidentes, ou para todos os acidentes em que o fator humano é
preponderante, foi definitivamente abandonada.

Desajuste social

Tillmann e Hobbs (1949) pesquisaram a relação entre cometer


muitos acidentes e não levar a sério a observância de outras
leis. Comparando um grupo de motoristas que cometeram quatro
acidentes ou mais, e outro equivalente e sem acidentes, com
relação ao envolvimento dos dois grupos com a justiça, com serviço
social e saúde pública e com agências de crédito concluíram que
daqueles que envolveram em mais acidentes, 66% estiveram
envolvidos com uma destas agências, contra apenas 9% nos não
acidentados.

A conclusão que chegaram é que frequentemente a história


de comportamento anti-social é relacionada com acidentes de
trânsito. Para Rozenstraten, o homem “dirige como vive”, ou seja,
quem se sente bem ajustado na sociedade se comporta como
tal no trânsito. Motoristas que têm dificuldade em conviver com
as normas sociais têm maior possibilidade de se envolverem em
acidentes de trânsito.

Desajuste pessoal

De acordo com Rozenstraten, não é aconselhável pegar no volante


logo depois de uma briga, para não correr o risco de descarregar a
tensão agressiva inconscientemente sobre o acelerador. Com base
146
em vários estudos, pode-se concluir que pessoas que passam
por um período especialmente estressante e difícil de sua
vida têm maior probabilidade de manifestar comportamentos
perigosos na direção de um veículo. Portanto, se o motorista
está passando por um momento de estresse, deve evitar dirigir,
optando por outras formas de deslocamento.

Estilo perceptivo

Pessoas dependentes do campo visual são mais cautelosas,


pois sabem que para elas é fácil não ver alguma coisa,
enquanto os independentes do campo são mais autoconfiantes
e se arriscam mais.

Uso do veículo para fins secundários

Para Rozenstraten, o carro não é visto apenas como meio de


transporte, é também um meio de ostentação, um símbolo de
status, uma ajuda importante na “paquera”, um meio para ficar
isolado e em movimento para pensar sobre um problema. O
carro também pode ser usado para dar vazão à agressividade
e para viver impulsos “mascarados” pelo carro, procurando-
se compensar sentimentos de inferioridade e fracassos na
convivência do dia a dia.

8 - O papel da psicologia na melhoria da


qualidade de vida

O grande desafio da psicologia do trânsito é determinar se a


pessoa assume muitos riscos, poucos, ou a quantidade exata
para a satisfação de seus objetivos. A grande questão a ser
respondida é: por que um pedestre ou motorista comete um
erro ou violação?

Basicamente podemos considerar as seguintes hipóteses:

1. O ambiente físico permite que o faça sem danificar o seu


veículo e a si mesmo. O motociclista, por exemplo, pode se
sentir tentado a atravessar uma via usando a passarela, pois
isso não atrapalha em nada a sua vida e ainda economiza
tempo.

2. A fiscalização do cumprimento das normas não está sendo


feita de forma adequada. Sem fiscalização efetiva, o pedestre,
ciclista, motociclista ou motorista tende a desrespeitar as
147
normas de trânsito, pois sabe que não será punido.

3. O ambiente social do trânsito permite ou até incentiva tal


comportamento. Citando como exemplo o motorista, ele estaciona
o seu carro em cima do passeio porque vários motoristas também
se comportam dessa forma e ninguém reclama.

4. Características pessoais que contribuem para o comportamento


de erro ou violação de regras. Como por exemplo: agressividade,
impulsividade, impetuosidade, insegurança, dentre outras.

9 - Distúrbios que interferem no


comportamento dos indivíduos no trânsito

• Agressividade;
• Impulsividade;
• Depressão acentuada e patológica como esquizofrenia que
engloba distúrbios bipolares, fobias, síndrome do pânico e
paranóias.

9.1 Agressividade - Como ocorre a dinâmica da agressão no


trânsito

Conforme MEGARGEE (1989), três fatores explicam a agressão:

1. Instigação: forças existentes dentro do indivíduo que o motivam


e o impulsionam para o comportamento agressivo.

2. Inibições: fatores da personalidade individual que se opõem


à expressão manifesta de agressão. Se não há inibição interna,
o comportamento é determinado pela instigação, a não ser que
existam outras respostas competitivas mais fortes, ou existam, no
ambiente, inibições externas.

3. Fatores situacionais: o comportamento humano é função das


características de personalidade individual e das situações em
que se encontra, as quais podem facilitar ou inibir a expressão do
comportamento agressivo.

Quando pode ocorrer o ato agressivo?

Se a instigação mais os fatores situacionais que facilitam a


expressão de agressividade superam os fatores de inibição. Pode
não ocorrer se fatores inibitórios superam os fatores motivacionais.
Existem teorias divergentes com respeito à explicação da dinâmica
148
da agressão:
• Psicanalistas (Freud, K. Lorenz) = consideram que grande
parte da agressividade humana é inata.
• Psicólogos (Bandura Dollard, Miller) = sustentam que o
comportamento agressivo é adquirido durante a infância.
• Psicólogos comportamentalistas (Skinner) = afirmam que o
comportamento agressivo é aprendido de acordo com a cultura,
meio social e familiar nos quais o indivíduo esteja inserido, e
pode ser mantido ou não.

A variável básica na determinação da inibição da agressão é


a previsão de castigo, que no caso do trânsito pode significar
uma multa, por exemplo.

9.2 - Fobia de dirigir

É importante diferenciar medo de fobia. O medo é uma emoção


que protege o ser humano, já a fobia é um medo persistente,
excessivo e irracional, revelado pela presença ou antecipação
de um objeto ou situação, condicionando o indivíduo a evitar tal
fato gerador (medo patológico).
As pessoas que sofrem de fobia apresentam reações físicas
quando colocadas em situações de extrema ansiedade e medo
como: sudorese, tremores, taquicardia, secura da boca;

A fobia de dirigir é mais frequente nos seguintes tipos de


indivíduos:
• O que não aprendeu a dirigir;
• O que aprendeu e não automatizou;
• O que dirige, mas não pratica.

O medo e ansiedade dificultam o processo de aprendizagem.


Muitas pessoas podem possuir fobia e esta nunca vir a interferir
em sua vida.

Fobia também pode ter espaço na sociedade em forma de


status negativo ou positivo, como por exemplo:

• Ter fobia de avião é chique


• Ter fobia de altura é aceitável;
• Ter fobia de agulha é fraqueza;
• Ter fobia de barata é frescura;
• Ter fobia de dirigir é considerado como incapacidade, incom-
petência, covardia, vergonha, derrota.

149
A psicologia apresenta o enfrentamento como um tratamento
eficiente para a fobia. Porém os seguintes fatores dificultam a
aplicação dessa técnica:

• Dirigir requer o uso de habilidades que precisam ser praticadas;


• Temos que considerar as limitações dos indivíduos;
• O indivíduo foge do que teme (dirigir);
• Exposição que o indivíduo enfrenta, o torna sujeito a avaliação
dos outros;
• O trânsito hoje é um ambiente hostil para o processo de
reaprendizagem de uma habilidade motora.

Traumas decorrentes de acidentes não são os grandes causadores


da fobia de dirigir.

De acordo com Bellina (2003), em uma pesquisa realizada com


4000 pessoas:

• 28% nunca sofreram acidente de carro;


• 40% sofreram acidentes, mas não estavam dirigindo;
• 85% sexo feminino;
• Idade entre 30 a 48 anos;
• 50% têm curso superior e 40% o 2º grau;
• 85% têm carro próprio.

O tratamento ocorre a partir da exposição gradativa do indivíduo a


situação aversiva e a terapia de grupo, onde a pessoa tem contato
com outras que também possuem o mesmo problema. Cerca de
70% das pessoas que seguem o tratamento obtém sucesso.

De acordo com alguns estudos (Corassa, 2000; Bellina, 2003) as


pessoas que apresentam medo de dirigir ou fobia são extremamente
responsáveis, perfeccionistas, organizadas, detalhistas, sensíveis
e inteligentes. Em geral, têm medo de errar, ressentem-se com as
críticas e exigem de si e dos outros uma conduta sempre acertada.

Pessoas com os seguintes transtornos de ansiedade também


podem apresentar fobia de dirigir:
a- Síndrome do pânico;
b- Estresse
c- Fobia social;
d- Transtorno Obsessivo-Compulsivo;

150
a - Síndrome do Pânico

A pessoa se depara com uma situação real ou imaginária e


reage instantaneamente com uma “descarga de adrenalina”,
preparando-se para enfrentá-la.

Características da Síndrome do Pânico:

• Todos os sintomas estão relacionados com as reações do


indivíduo ao medo;
• É mais comum em indivíduos que já passaram por traumas
pessoais como assaltos, sequestros e acidentes;
• Normalmente este medo começa com sintomas físicos
incompreensíveis não relacionados a qualquer doença
orgânica;
• Mais frequente em pessoas que moram em grandes centros
urbanos.

b - Estresse

Reação do organismo a situações de tensão ou ameaça,


que levam o indivíduo a um comportamento de fuga, luta ou
adaptação.

Tipos de Estresse:
• Positivo – eustress: aumento da vitalidade; manutenção do
entusiasmo, da disposição física, interesse, etc.
• Patológico e exagerado – distress: cansaço, irritabilidade,
falta de concentração, depressão, pessimismo, queda de
resistência imunológica, mau-humor, etc.

A principal consequência do estresse no trânsito está


relacionada com a queda da percepção de estímulos. A
pessoa fica vulnerável a um comportamento de risco e pode se
envolver em um acidente.

c - Fobia Social

Algumas pesquisas apontam que o envolvimento em acidentes


está relacionado ao comportamento social divergente e
motivação social, além de um número de variáveis demográficas.

d - Transtorno Obsessivo-Compulsivo

É uma doença em que o indivíduo apresenta obsessões e


151
compulsões, ou seja, sofre de idéias e/ou comportamentos que
podem parecer absurdas ou ridículas para a própria pessoa e
para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e
persistentes.
A pessoa é dominada por pensamentos desagradáveis que podem
possuir conteúdo sexual, trágico, entre outros que são difíceis
de afastar de sua mente, parecem sem sentido e são aliviados
temporariamente por determinados comportamentos.

O transtorno obsessivo-compulsivo é considerado o quarto


diagnóstico psiquiátrico mais frequente na população. De acordo
com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o
ano 2020 o transtorno obsessivo-compulsivo estará entre as dez
causas mais importantes de comprometimento por doença.
Além da interferência nas atividades, os sintomas obsessivo-
compulsivos (SOC) causam incômodo e angústia aos pacientes
e seus familiares.

10 - Como ajudar acidentados no trânsito e


seus familiares

Em artigo publicado na Revista Veja (2007), Dr. Colin Murray


Parkes, psiquiatra e consultor do St. Christopher’s Hospice,
Inglaterra, faz importantes observações e sugestões, com objetivo
de orientar acidentados e familiares.

Devemos considerar que a pessoa que perdeu um ente querido


em um acidente de trânsito se sente assustada, desconfiada,
insegura e tem medo de estranhos.

No período imediatamente posterior ao acidente, o que as


famílias mais precisam é de apoio, informação e instrução. Não
há espaço para debates democráticos do tipo: “vocês preferem
ficar aguardando informações em casa ou no posto policial?”. É
necessário que alguém passe as ordens.

Psicologicamente, é mais fácil lidar com más notícias do que com


a falta delas. Não se deve esconder dados que possam machucá-
las posteriormente. As informações servem para que as pessoas
tenham tempo para digerir o acidente e se organizar mentalmente
e psicologicamente.

É comum os parentes de o acidentado buscarem e, às vezes,


agredirem o culpado ou os culpados pelo acidente. Nesse caso, o
aconselhado é escutar as queixas, e principalmente, tentar conter
152
a instalação de um ciclo de raiva. O sentimento de ira não ajuda
a pessoa a se organizar emocionalmente.
O que pode ser feito para ajudar é estar próximo da pessoa.
Caso tenha liberdade abrace-a, faça-a se sentir compreendida
e segura. Desperte sua confiança e transmita segurança,
para que possa falar e pensar naquilo que está sentindo no
momento.
Deixe-a expressar sua tristeza, permitindo que possa chorar se
assim o desejar.

As mulheres conseguem expressar seu sofrimento mais


facilmente. Uma vez vivenciado esse sentimento, elas dão
sequência à vida. Os homens têm grande dificuldade de mostrar
sua fragilidade diante da morte. Consequentemente tem mais
problemas para se organizarem e continuar vivendo.

As pessoas, em geral, têm um alto grau de sensibilidade a tudo


o que não seja sincero: elas percebem facilmente se alguém
está fingindo tristeza ou dizendo uma palavra de conforto
apenas porque foi instruído a fazê-lo. Por isso, o que quer que
se diga nessa situação dever vir do coração.

11 - Aspectos psicológicos que devem ser


considerados para a educação da criança e
do jovem no trânsito

11.1 Características da criança

• Curiosidade/interesse;
• Avidez pelo saber;
• Atividade motora intensa;
• Pensamento mágico;
• Raciocínio operacional concreto.

Características da criança relacionadas ao Trânsito

• Visão: a criança não vê como o adulto. Até a pequena


estatura da criança dificulta sua visão da rua como também a
possibilidade do motorista de enxergá-la.

• Audição: a criança não entende como os adultos.

• Relação causa-efeito: não é entendida pela criança. Falas


do tipo “se você atravessar a rua será atropelada” não fazem
muito sentido para a criança.
153
• Síntese global: a criança não consegue pensar e reagir a vários
estímulos ao mesmo tempo.

• Distância / Tempo / Velocidade: a criança não é capaz de avaliar


corretamente estes conceitos.

• Morte: a criança não acredita na morte.

• Satisfação das suas necessidades: a criança procura primeira-


mente satisfazer as suas necessidades. Se a bola que ela está
brincando for para a rua, certamente correrá para buscá-la sem se
preocupar com sua segurança.

• Ambiente seguro: a criança tem, com frequência, a impressão de


que está em segurança;

• Imitação: a criança imita sempre os adultos.

Saiba mais sobre como educar uma criança no trânsito conhecendo as


Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito na Pré-Escola e no
Ensino Fundamental acessando os sites:

http://www.denatran.gov.br/download/Portarias/2009/PORTARIA_
DENATRAN_147_09_ANEXO_I_DIRETRIZES_PRE_ESCOLA.pdf

http://www.denatran.gov.br/download/Portarias/2009/PORTARIA_
DENATRAN_147_09_ANEXO_II_DIRETRIZES_EF.pdf

11.2 Aspectos que devem ser considerados para a educação


do jovem no trânsito

Dados da Organização Mundial de Saúde - OMS de 2009 relatam


que 400 mil jovens morrem por ano no mundo vítimas de acidentes
de trânsito. Esta é a principal causa de morte na faixa de 10 a 24
anos. A maioria é do sexo masculino, moram em países pobres
e em desenvolvimento e são pedestres, ciclistas, motociclistas e
passageiros.

Sabemos que a adolescência é um momento da vida humana


caracterizado por profundas mudanças físicas, emocionais,
mentais e sociais. A puberdade é o fenômeno biológico que
se refere às mudanças fisiológicas e morfológicas resultantes
da reativação dos mecanismos neuro-hormonais. Nesta fase
os jovens podem apresentar alguns comportamentos como
instabilidade, insegurança, problemas de adaptação, dificuldade
154
de lidar com autoridade, desejo de ser reconhecido, idealismo e
forte identificação com grupo, que podem levá-lo a se envolver
em acidentes de trânsito.

Saiba mais sobre a pesquisa realizada pela OMS consultando o site:


http://www.opas.org.br/cedoc/hpp/ml03/0329.pdf

O educador pode ajudar o jovem atuando como facilitador


em seu processo de aprendizado. Para que isto ocorra é
fundamental:

• Respeitar a bagagem que ele traz;


• Transmitir com objetividade e clareza os ensinamentos;
• Trazer assuntos contextualizados;
• Utilizar dinâmicas diferenciadas;
• Explorar e aproveitar a capacidade de todos os envolvidos;
• Manter no grupo um ambiente agradável, zelando pelo bom
relacionamento;
• Propor atividades que prendem a atenção e o interesse,
disponibilizando a energia dos alunos para uma aprendizagem
significativa;
• Estar atento às habilidades e dificuldades dos estudantes
para incentivar os pontos certos de cada um;

O importante é transmitir conteúdos e estabelecer relações, a


fim de que os conhecimentos sejam utilizados por toda a vida. O
educador pode propor atividades lúdicas sobre o tema trânsito,
como por exemplo, júri simulado, dramatização, gincana, ações
de intervenção no entorno da escola, dentre outras ações.

Saiba mais sobre o jovem no trânsito consultando as pesquisas


disponíveis nos sites:

http://www.denatran.gov.br/download/RLT_FINAL_RESULTADOS.
pdf

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/livro_pense.pdf

http://www.sbotes.org.br/noticias_detalhe.php?idn=89

12 - Aprendizagem significativa (Carl Rogers)

Conforme a psicologia, o papel da educação na conscientização


para uma melhoria da qualidade de vida do cidadão no trânsito
155
é fundamental. Em relação à participação do psicólogo neste
processo de educação dos diversos atores do sistema trânsito,
conforme a teoria da “Aprendizagem Significativa”, de Carl Rogers,
deve prevalecer um relacionamento interpessoal entre professor
e aluno, em que um aprende com o outro, afinal todos sabem
alguma coisa e todos aprendem alguma coisa com alguém.

Um bom facilitador deve desenvolver as seguintes qualificações:

• autenticidade – ser verdadeiro e autêntico consigo mesmo em


primeiro lugar e só depois expor seus limites, suas dificuldades
aos alunos.

• apreço à aceitação e confiança – significa ter carinho pelo


educando, considerando suas ações e reações, aceitando-o como
pessoa.

• compreensão empática – o educador deixa o julgamento de lado


e compreende o educando, tornando a aprendizagem significativa.

12.1 - Papel do professor: compromisso com a ética e a


cidadania

O educador deve permitir que a sala de aula tenha vida e liberdade


de expressão, ajudando o educando a pensar por si próprio.
Como a realidade do trânsito é dinâmica, o educador deve atuar
de forma que ética, cidadania e trânsito caminhem juntos no
processo de educação dos usuários da via. Cabe à ética procurar
ver os valores, problematizá-los, buscando sua consistência. Esta
reflexão é necessária porque estamos em permanente mudança,
logo no plano da ética as verdades podem mudar de acordo com
as circunstâncias. A máxima da ética será sempre o bem comum.

O contexto social deve ser referendado no processo de educação,


principalmente se considerarmos a dinâmica do trânsito. Para
muitas pessoas, o carro hoje é visto como mais do que um
veículo de transporte, ele é concebido como extensão do próprio
corpo. Não compramos um carro pelo seu conforto, segurança
ou confiabilidade de que com ele poderemos deslocar e chegar
ao destino previsto. Adquirimos um veículo porque ele poderá
nos proporcionar uma posição de status na sociedade. É como
se vestíssemos uma roupa de grife que nos desse passaporte
para o mundo da fama, do reconhecimento, proporcionando-nos o
aumento de nossa estima de forma significativa.

156
E o que falar do nosso comportamento no trânsito? Revestidos
da “couraça blindada”, muitos motoristas pensam que
podem fazer tudo: ultrapassar em local proibido, transitar no
acostamento, aproveitar o sinal amarelo, xingar o idoso que
atravessa devagar na faixa de pedestre, etc. Afinal estão
protegidos “na terra de ninguém”. Sim, porque a rua, conforme
Roberto DaMatta nas publicações “O Que Faz o brasil, Brasil?”
e “A Casa & a Rua”, é um espaço que tem um significado
muito maior do que o físico. A rua é um espaço revestido de
significado sob o ponto de vista sociológico, que revela como
as pessoas pensam e se comportam.

Esse fato não ocorre só com o motorista. A dona de casa, o


pedestre e a usuária do transporte coletivo que varre o lixo de
sua casa e do seu passeio, jogando-o na rua, ou que descarta
casca de uma fruta pela janela do ônibus, como se esse espaço
não tivesse nada a ver com ela, também está se comportando
como se a rua fosse mais do que um espaço público, mas,
e principalmente, um espaço de ninguém. Ela esquece que
aquele lixo pode colaborar para o entupimento do esgoto e, no
caso de uma enchente, alagar sua residência.

Na rua podemos tudo, inclusive deixar de lado as normas


e regras que direcionam nossos comportamentos, e que
seguimos em nossas casas. Em casa não cabe bem jogar papel
no chão e, quando trombamos com uma pessoa, é elementar
o pedido de desculpas. Já na rua, onde ninguém nos conhece,
tudo é permitido. Afinal, qual é a possibilidade de voltar a ver
aquele senhor com bengala que transita lentamente pela faixa
de pedestre bem na frente de meu carro? Logo, posso buzinar,
piscar o farol e usar uma expressão vulgar que jamais utilizaria
em minha casa, em meu convívio familiar.

Conforme Roberto DaMatta (DaMatta, 2001), em casa tudo é


bom e decente, contrapondo à rua que é um espaço da massa,
de deslocamento e de perigo. Enquanto em casa todos são
chamados pelo nome, na rua as pessoas são indiferenciadas
e desconhecidas, chamadas apenas de “povo”. Na rua é onde
encontramos o “moleque da rua”, a “mulher da rua”, expressões
que querem dizer exatamente a falta de identidade daqueles
que estão no “espaço comum”.

Vivemos em um contexto em que cada vez menos nos


comportamos como cidadãos. Mesmo porque a palavra
“cidadão”, no Brasil, é usada para pessoas que estão em
157
posições inferiores - por exemplo - “aquele automóvel pertence
àquele cidadão”. Estamos nos enclausurando em pequenos
espaços como nossa casa, nosso carro, enfim, nossos pequenos
mundos. Entender este processo sob o ponto de vista psicológico
pode ajudar os profissionais envolvidos no sistema trânsito a
minimizar os efeitos perversos a que o ser humano se submete.

158
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

1. Você conhece alguém que estava caminhando ou


dirigindo nervoso e irritadiço e se envolveu em acidente? Que
outros fatos do dia a dia podem influenciar no estado emocional
de uma pessoa e levá-la a se envolver em um acidente de
trânsito?
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________

2. O que pode influenciar negativamente na atenção de um


pedestre e ocasionar o seu envolvimento em um acidente de
trânsito?
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________

3. Que comportamentos são bastante comuns nos jovens


e podem levá-lo a desviar sua concentração e atenção ao
transitar como pedestre, ciclista ou motociclista?
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________

159
BIBLIOGRAFIA

A Aprendizagem Centrada na Pessoa. Disponível em http://


elisakerr.wordpress.com/concepcao-de-aprendizagem-de-carl-
rogers/
Acesso em: 18 de abr. de 2009.

BELLINA, C. Fobia de Dirigir. Revista da Associação Brasileira de


Medicina de Tráfego, São Paulo, n. 42, p. 30-32, 2003.

Código de Trânsito Brasileiro; instituído pela Lei º 9.503 de 23-9-


97: DENATRAN, 2006

DaMatta, Roberto. A Casa & A Rua – Espaço, Cidadania, Mulher


e Morte no Brasil, Ed. Rocco Ltda, RJ, 2000.

DaMatta, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?, Ed. Rocco Ltda., RJ,
2001.

HOFFMANN, Maria H., CRUZ, R. M., ALCHIERI, J. C. (ORG).


Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2003.

MACGREGOR, Donald G., SLOVIC, Paul. Percepção de Risco e


Comportamento na Direção: Lições para Melhorar a Segurança de
Tráfego em Países Emergentes. Revista Abramet, São Paulo, n.
99, p.50-59, jan./fev. 1999.

MEGARGEE, I. Edwin & HOKANSON, Jack E. (org.) A Dinâmica


da Agressão. São Paulo. EPU, Ed. da Universidade de São Paulo,
1976.

MICHAUD, Yves. A Violência. São Paulo: Ed. Ática, 1989.

PARKES, Colin Murray. O que fazer para ajudar uma pessoa que
perdeu um ente querido. Revista Veja, São Paulo, ago. 2007.

PECOTCHE, Carlos Bernardo G. A arte de ensinar e a arte de


aprender. 1ª edição, Editora Logosófica.

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2009. Disponível em:


http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/livro_pense.pdf

PIAGET, Jean. A representação do espaço na criança. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1993.
160
ROZESTRATEN, R. J. A., A Psicologia do Trânsito: conceitos
e processos básicos. São Paulo: EPU: Editora da Universidade
de São Paulo, 1988.

Trânsito Consciente - Ciclo de Palestras para o Ensino Médio


Survey “A balada, o carona e a Lei Seca”. Disponível em: http://
www.denatran.gov.br/download/RLT_FINAL_RESULTADOS.
pdf
Acesso em: 27 de nov. de 2011.

Transtorno Obsessivo-compulsivo. Disponível em http://


pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_obsessivo-compulsivo
Acesso em: 26 dez. 2008.

Sociedade Brasileira Ortopedia e Traumatologia – SBOT.


Disponível em: http://www.sbotes.org.br/noticias_detalhe.
php?idn=89
Acesso em: 27 de Nov. de 2011.

161
6 - Educação de Trânsito como
Tema Transversal

1 - Educação para o trânsito ética e cidadania

A mídia se encarrega de trazer até nós, diariamente, notícias do


mundo e de todas as regiões do Brasil sobre acidentes de trânsito.
Estatísticas indicam números assustadores, que podemos
comparar a uma verdadeira guerra. O número oficial de mortos,
por ano, no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito não passa dos
35 mil, porém sabe-se que são computados apenas aqueles que
morrem no local do acidente, pois não há um acompanhamento.
Mesmo que a vítima morra na ambulância a caminho do hospital,
ela não será contabilizada.

Muitos acreditam que esse número ultrapasse 50 mil mortos.


(Fonte: site portal do trânsito – 22/07/2009)

É interessante observar que um acidente aéreo impressiona e


mobiliza mais a sociedade do que os acidentes de trânsito, que
totalizam uma média anual superior a proporção da queda de 153
aviões, semelhante ao modelo AIRBUS A330-200 da empresa Air
France, que caiu no oceano Atlântico, quando fazia o vôo 447 do
Rio de Janeiro para Paris, em junho/2009, em que morreram 228
pessoas. São dados assustadores que nos remetem à reflexão da
necessidade de estudarmos o tema “trânsito” sob a ótica da ética
e da cidadania.

Diante do intricado contexto do trânsito, é comum qualificarmos os


comportamentos tendo em vista critérios definidos no espaço da
moralidade: a atitude do pedestre foi certa ou errada em determinada
situação? É no espaço da moralidade que comportamentos são
aprovados ou reprovados. Em determinada sociedade, moral
indica o comportamento que deve ser considerado bom ou mau,
por meio de um conjunto de normas e regras estabelecidas,
destinadas a regular as relações entre as pessoas.

Neste contexto, a ética se apresenta como uma reflexão crítica


sobre a moralidade, sobre a dimensão moral do comportamento do
homem. Cabe a ela analisar os valores, problematizá-los, buscar
sua consistência. No plano da ética, é possível fazer diversas
leituras de uma ação. Podemos refletir sobre os julgamentos e
comportamentos - os próprios e o das outras pessoas.
162
No espaço da moralidade os critérios utilizados para conduzir a
ação são os mesmos que se usam para os juízos sobre a ação,
e estão indiscutivelmente ligados a interesses específicos de
cada organização social. No plano da ética, estamos numa
perspectiva de um juízo crítico, próprio da filosofia, que quer
compreender, que quer buscar o sentido da ação.

A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento


social, possibilitando que ninguém saia prejudicado - bem
comum. Embora não possa ser confundida com as leis, a ética
está relacionada com o sentimento de justiça social, baseado
nos valores históricos e culturais de uma sociedade ou de
grupos sociais. Ética é a forma que o homem deve se comportar
no seu meio social.

Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva,


enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a
outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na
ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.

Considerando que nem tudo na vida é certo ou errado, bom ou


mau, conforme o momento ou as circunstâncias podem mudar.
Que as verdades podem mudar, os costumes mudam com o
passar do tempo, as sociedades mudam porque as pessoas
mudam.

No trânsito, como na vida, é preciso estar preparado para


aprender o novo, reformular conceitos, mudar, adaptar-se,
evoluir. Para isso, a primeira coisa a ser feita é uma reflexão
e mudança de paradigma1 com respeito aos conceitos que
trazemos como verdadeiros e que precisam ser reformulados.
Lançar um novo olhar para o trânsito e descobrir a dimensão
da palavra trânsito é o desafio.

Alguns conceitos de trânsito perduraram por muito tempo em


nosso país e foram tratados de forma extremamente simplista.
Durante muito tempo foram publicadas cartilhas com o
objetivo de educar para o trânsito, difundindo conceitos pouco
condizentes com a real necessidade da criança. Muito se falava
nas escolas sobre a importância de formarmos bons futuros
motoristas e pouco se falava sobre o papel do pedestre para
aqueles pequenos cidadãos.

Hoje a proposta é de pensar trânsito como algo inerente à vida.


Esta nova perspectiva permite pensar em TRÂNSITO COMO
¹Paradigma – conjunto de crenças, valores e técnicas partilhados por uma comunidade 163
determinada e que orienta seu comportamento, sua conduta e sua visão de mundo.
DIREITO FUNDAMENTAL DE IR E VIR, não importando se a
pessoa se desloca a pé, de bicicleta, a cavalo, de carroça, de
ônibus, de carro, de trem ou de avião. Nem se este deslocamento
acontece em uma grande ou pequena cidade.

2 - Histórico, conceito e concepções atuais

O conceito de transversalidade está relacionado à incorporação


de certos temas ao currículo. É considerado inovador, embora a
iniciativa de inserir valores e atitudes nos conteúdos tradicionais
sempre tenha existido. O que faltava era estabelecer uma relação
entre o conteúdo da disciplina que estava sendo ministrado e a
formação de atitudes, implícita nesses temas específicos.

Transversalidade faz parte de um processo histórico da educação.


O desenvolvimento do pensamento científico configurou o seu
processo evolutivo em duas áreas: a área da humanidade, relativa
às questões do ser humano como indivíduo, e a área das ciências,
que focava o método científico, buscando uma compreensão da
realidade física da natureza.

No processo de desenvolvimento, a ciência sobressaiu em


relação ao conhecimento humanístico por focalizar aspectos
da realidade objetiva, centrando nos detalhes a fim de ampliar
sua compreensão sobre o funcionamento do mundo real. Essa
postura foi fragmentando a construção do conhecimento e levou
ao aparecimento das disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática,
Geografia, História, etc.

A ciência foi então compartimentando e isolando os saberes. Surge


uma questão com base em uma reflexão crítica: a racionalidade
científica tem dado respostas para os problemas que temos
enfrentado na atualidade, e este saber científico tem conseguido
formar cidadãos críticos e responsáveis, comprometidos com a
vida da sua comunidade, da sua cidade, do planeta? A realidade
tem-nos mostrado que não.

A globalização transformou o mundo em uma grande aldeia,


onde o que ocorre em determinado local não só é de conhecimento
praticamente imediato de toda a humanidade, como também
todos sofrem a sua influência. Todas essas transformações foram
acompanhadas de mudanças nos valores, na moral e na conduta
das pessoas, ficando a escola mais voltada para o ensino da
ciência em detrimento da construção da dimensão do ser humano.

164
A partir do século XIX, algumas ciências como a física
começaram a usar métodos de outras ciências, para
compreender fenômenos específicos de sua área. Surge
então o conceito de interdisciplinaridade: o mesmo objeto de
estudo pode ser estudado por disciplinas diferentes, com foco
diferenciado.

Interdisciplinaridade é a prática de integração entre as diferentes


áreas do conhecimento. É a inter-relação das disciplinas com o
objetivo de construir saberes não fragmentados e organizados
em conteúdos dentro da realidade dos alunos. Sob essa ótica
é que a escola volta-se para a dimensão dos valores.

Entendendo a importância da análise do objeto e de suas


partes não só em seu campo de conhecimento, mas também
sob a ótica da visão de outros campos, caminhamos para a
conexão entre os elementos de sua totalidade como parte de
uma rede de relações interdependentes e inseparáveis. Estas
reflexões levam ao conceito de transversalidade.

Transversalizar é uma estratégia pedagógica que permite


a inserção de conteúdos relacionados a valores, na grade
curricular tradicional do ensino. Refere-se mais ao modo de
atuar, didaticamente, do que ao conteúdo dos temas que
aborda. É atravessar, cruzar uma determinada disciplina com
conteúdos relacionados a valores, atitudes e desenvolvimento
de novos comportamentos.

Na atualidade, o mundo precisa de pessoas com conhecimentos


altamente especializados, mas, e principalmente, de cidadãos
que busquem soluções para os problemas sociais e urgentes,
de pessoas capazes de transformar a sociedade, recuperando
os valores indispensáveis para o bem comum. Este contexto
abre espaço na escola para a sociedade, através de uma
construção crítica sobre a realidade, fazendo uso de novas
metodologias que vão tornar as discussões em sala de aula
mais significativas.

É dessa forma que a transversalidade se enquadra no universo


escolar e passa a fazer parte do discurso e da prática de
professores e técnicos em educação.

Trabalhar com a transversalidade significa permear os


conteúdos, por exemplo, do português com as questões da
realidade social; ou trabalhar regiões brasileiras além dos
165
aspectos geográficos, discutindo as diferenças socioculturais e sua
influência em nosso país, debatendo as questões de cidadania,
direitos humanos, formas diferentes de transitar, etc.

3 - Relevância na educação de valores

Os temas transversais se caracterizam pelo enfoque crítico


e dinâmico, no qual a identificação de problemas e a busca de
soluções têm um papel fundamental. Ele mistura os conteúdos
curriculares no ambiente e na cultura organizacional da escola. O
que se pretende com os temas transversais é retomar a educação
de valores e atitudes, contribuindo para a formação de cidadãos
que devem lutar por uma sociedade mais justa.

O atual contexto social emerge com a necessidade imediata de


discussão e enfrentamento de sérios problemas que interferem
na vida do aluno, tais como álcool e drogas, violência, doenças
sexualmente transmissíveis e acidentes de trânsito. Os conteúdos
presentes nas disciplinas existentes não comportam a educação
sob o ponto de vista moral, ético e social. As inclusões de temas
que proporcionam a educação em valores, de modo crítico e
contextualizado, oportunizam espaço para a escola caminhar
além na construção do conhecimento.

Os valores orientam a convivência entre as pessoas, e é o ponto


de partida para sua relação com o mundo. Podemos modificar
todo o quadro da realidade ou ver o mundo de outra forma partindo
do nosso conjunto de valores (MIGLIORI, 1999). São os valores
que direcionam nossa maneira de recolher dados e perceber a
realidade.

Os valores que têm sido mais trabalhados em nossa sociedade


são a cidadania, o respeito, a cooperação, a responsabilidade,
honestidade, integridade, autoestima, tolerância, a não violência,
dentre outros. Partindo de um levantamento dos problemas da
escola e da comunidade, o educador deve selecionar os valores
que devem ser trabalhados no currículo escolar, de forma a
incentivar os bons e eliminar os maus. É importante destacar que
transversalizar valores exige planejamento da escola, envolvimento
e dedicação do professor. O aluno só terá interesse na discussão
dos temas transversais, se eles estiverem relacionados com sua
realidade e experiência de vida.

A maioria das escolas tem trabalhado o tema transversal somente


em datas comemorativas, o que não se mostra eficaz porque, dessa
166
forma, os valores não são contextualizados, sendo percebidos
pelos alunos como isolados do contexto geral. Outras vezes, o
tema está vinculado a campanhas realizadas por instituições
ligadas à sociedade ou pela própria escola, mostrando-se
novamente ineficaz, pois vincula-se a momentos esporádicos.
Alguns professores trabalham com os temas isoladamente, sem
conexão com a grade escolar, o que também não é adequado,
pois apresenta-se desvinculado das outras disciplinas
existentes. O ideal é trabalhar os temas transversais de forma
interdisciplinar e transversal, de forma vinculada, relacionando
os conteúdos entre si e com a realidade do aluno.

4 - Aprendizagem de conceito, atitudes e


procedimentos

Conceito é uma noção abstrata, contida nas palavras de uma


língua para designar as propriedades e características de uma
classe de seres, objetos ou entidades abstratas.

Usando, por exemplo, o conceito de “trânsito”, ele é percebido


pela maioria das pessoas como restrito a veículos, carros,
máquinas e sinais de trânsito. Porém, quando o abordamos na
perspectiva do transitar humano, de todas as formas que esse
transitar envolve e de todos os outros aspectos da vida social
a que ele se liga; quando o percebemos como uma atividade
inerente a todo ser humano, conectada com a comunicação
e com o convívio social, o conceito ganha outra dimensão,
tornando-se muito mais amplo e complexo.

Portanto, o professor, para transversalizar o tema trânsito,


deve dominar bem o seu conceito e suas propriedades, o
que facilitará a identificação de quais disciplinas oferecem
maiores possibilidades de transversalização. Não é possível
transversalizar um tema que não se conhece. O planejamento de
como o tema será abordado no currículo e transmitido aos alunos
é fundamental, pois possibilitará sua melhor compreensão,
apreensão dos valores e práticas correspondentes.

Os temas transversais objetivam auxiliar o aluno em sua vida,


formando atitudes, ou seja, comportamentos que remetem à
maneira de agir em relação à pessoa, ao objeto, à situação,
etc.
As atitudes constroem os valores que são partilhados pelas
pessoas de modo coletivo e individual. Cada indivíduo cultiva
seus valores individuais, aquilo em que acredita e que move
167
a sua vida. Porém, esses valores individuais são elaborados com
base em valores coletivos, cultuados pelo grupo social em que
este sujeito se encontra.

Os temas transversais são também procedimentos porque devem


estar fortemente relacionados com todos os componentes que os
tornam compreensíveis e funcionais.

O “saber fazer“, o como colocar em prática, representa o grande


desafio do professor, implica em realizar ações; exercitar; refletir
sobre a própria atividade.

Segundo Zabala (1999), alguns requisitos são fundamentais para


a aprendizagem:

• Partir de situações concretas e funcionais (é preciso que o


conhecimento tenha sentido para o aluno e ele fique sabendo para
que serve).

• Progressividade e ordem (dificuldade gradual e sequência clara).

• Apresentação de modelos, ou seja, mostrar, dar exemplos de


como deve ser realizado o conteúdo, em diferentes situações e
contextos.

• Prática orientada e ajuda de diferentes formas e graus.

• Trabalho independente. Os alunos devem ter oportunidade de


mostrar sua competência no domínio do conteúdo apreendido em
contextos diferenciados.

5 - O que ensinar e o que aprender sobre temas


transversais – transversalidade como proposta
da instituição de ensino

O conceito de trânsito está relacionado ao direito das pessoas


de ir, vir e estar no espaço público, de conviver socialmente
neste espaço. Refere-se também aos movimentos migratórios,
mobilidade residencial relacionada aos ciclos de vida da família
e mobilidade diária, relacionada às atividades cotidianas das
pessoas (VASCONCELLOS, 2001).

• finalidades educativas – objetivos e intenções;

• organização e funcionamento – estrutura organizativa e modelo


168
de funcionamento que possibilitará a ocorrência da prática da
transversalidade e dos temas transversais.

A escola que priorizar a inserção de temas transversais e valores


no seu planejamento deve se organizar de forma a propiciar a
gestão democrática e o estímulo à convivência saudável.

Certamente terá muitas dificuldades de realizar sua proposta


de transversalidade a escola que não criou espaços de
reuniões, encontros para incentivar a troca, a articulação
entre os conhecimentos; que não flexibilizou horário, não criou
alternativas para atividades nas quais professores, alunos e
comunidade fossem desafiados a integrar seus conhecimentos.

A implementação dos temas transversais pode requerer da


escola mudanças na sua organização ou no seu funcionamento,
ou no espaço físico, ou na regularidade e forma dos encontros
com cada um dos seus segmentos. É preciso ter claro que as
mudanças de concepção, de comportamento e de atitude virão
com a experiência, e vivência de situações que não precisam
reunir condições ideais.

Uma proposta pedagógica, elaborada com base na inserção


de temas transversais deve:

• refletir os valores da comunidade educativa, por que só o


compartilhamento desses valores estabelece um compromisso
entre as pessoas envolvidas;.

• desenvolver a convicção de que a instituição escolar é um


local adequado para temas que muitas vezes transcendem ao
que ela tradicionalmente tem feito;

• procurar concretizar a vontade da comunidade educativa,


tomando a escola como mediadora desse processo;

• formular o modelo do aluno que quer formar, em conformidade


com os anseios da comunidade e tendo em vista sua
emancipação (ESCÁMEZ e MARTINEZ citados por YUS,
1998).

6 - Considerações didáticas para os temas


transversais

Um plano pedagógico, orientador da inserção dos temas


169
transversais, deve partir dos princípios contidos no Projeto
Político-Pedagógico considerando:

• sequência de conteúdos disciplinares e transversais;

• orientações metodológicas adotadas pela instituição de ensino;

• conhecimentos das condições e dos recursos de trabalho, tanto


humanos quanto materiais.

Dentro desta proposta, fica a critério do professor estabelecer qual


das diferentes formas de realização da transversalização ele quer
executar: por meio de projetos, programas, módulos ou qualquer
outra maneira de implementar aprendizagem.

O plano de ensino de temas transversais deve conter os conteúdos


que serão transversalizados e as disciplinas mais adequadas para
tal ação. É fundamental uma integração entre as disciplinas e os
temas de valores, objetivando a construção de novas atitudes e
concepções que deverão fazer parte do repertório comportamental
do aluno.

O tema a ser transversalizado deve estar presente em sala de


aula, tão misturado ao conteúdo da disciplina que o abriga, que se
torna imperceptível para o aluno, mas notado como um acréscimo
à aula. O professor deve estar atento à escolha dos objetos
didáticos referenciais. A escolha das metodologias de ensino deve
ocorrer partindo do conhecimento da turma, suas características
específicas e demandas individuais e coletivas.

Processos de avaliação sistemáticos, com o propósito de verificar


se as estratégias didáticas estão obtendo êxito, devem fazer parte
da preocupação do professor. Deve ser um processo contínuo
e permanente, diferente das provas e dos trabalhos periódicos
utilizados normalmente.

Com respeito à educação de valores, o mais difícil é desmistificar


a pregação moral. Não se ensinam valores por meio de sermões
moralistas, que nada mais são do que a imposição do modo de
pensar de uma pessoa sobre as outras.

A construção de valores só ocorre em ambiente de autonomia,


liberdade, reflexão, discussão e conflito.

170
Considerando o plano de ensino para temas
transversais, o professor pode partir de dois
pontos:

1 - Construir uma unidade didática partindo das disciplinas


regulares:

• seleciona a disciplina na qual vai inserir a temática transversal.

• elabora um plano de aula integrando os conteúdos da


disciplina com os conteúdos do tema transversal selecionado.

• define estratégia de ação didática para o trato da


transversalidade.

2 - Utilizar o tema transversal como eixo da atividade


didática:

• seleciona o tema que deseja trabalhar.

• escolhe as disciplinas que melhor o acolherão.

• elabora o planejamento de forma que os dois conteúdos se


encontrem e formem um só assunto coerente e integrado.

O planejamento pode ser tanto da dimensão da disciplina para


a temática transversal, quanto na direção contrária. O professor
certamente vai encontrar alguns desafios:

• trabalhar dentro da dimensão da complexidade. Necessidade


de planejamentos bem feitos para que a transversalização
ocorra de modo eficaz

• trabalhar dentro da prática interdisciplinar. Prática discutida


na escola, porém pouco executada. O ideal seria que as
disciplinas dialogassem umas com as outras.

• estar preparado para mediar o processo de transversalização.

• estar bem informado, ligado nos acontecimentos globais,


apto a fazer conexões entre os acontecimentos cotidianos,
ocorridos em sala de aula, e o que acontece no mundo.

• estar atento a sua postura e conduta. Atitudes são


compreendidas através de exemplos, reflexão, discussão,
171
percepção dos resultados das ações na sociedade. O professor
deve reformular seus próprios códigos morais e passar a atuar
de modo mais coerente com o que fala.

• adequar o ensino ofertado à vida do aluno. Quando o aluno


percebe que seu processo de aprendizagem tem aplicação na sua
vida diária, outro nível de compromisso se estabelece entre aluno
e escola.

• considerar o meio social onde estão inseridos os sujeitos da


aprendizagem.

7 - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),


temas transversais e trânsito

Quando o CTB foi publicado, a atual Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional – LDBEN (Lei n. 9.394 de 20/12/1996) já
vigorava, estabelecendo dois níveis escolares:

• Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e


Ensino Médio

• Educação Superior.

Na Base Nacional Comum, foram definidas como disciplinas:

• Língua portuguesa;

• Matemática;

• Conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e


política;

• Arte e Educação Física (facultativa nos cursos noturnos);

• História do Brasil.

A LDBEN não contempla o estudo do trânsito em sua base nacional


comum. Os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação
Infantil (RCNEI) e os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio (PCN) não indicam o trânsito
sequer como tema transversal.

Os temas transversais eleitos foram:

172
• Ética

• Pluralidade Cultural

• Meio Ambiente

• Saúde

• Orientação Sexual
Trabalho e Consumo foi um tema escolhido apenas para os
alunos de 5.ª a 8.ª séries, além dos cinco citados.

Os critérios estabelecidos para definição de tema transversal


foram:

• Urgência social: questões graves que se apresentassem


como obstáculos para a concretização da plena cidadania.

• Abrangência nacional: questões que fossem pertinentes a


todo o país.

• Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino


fundamental: temas ao alcance da aprendizagem nessa etapa
de ensino.

• Favorecer a compreensão da realidade e a participação social:


temas que possibilitassem uma visão ampla e consistente da
realidade brasileira (e do mundo) e a participação social dos
alunos.

8 - A importância da inserção do tema trânsito


no currículo escolar como tema transversal

Considerando os critérios para a definição dos temas


transversais em relação ao tema trânsito, podemos fazer a
seguinte análise:

Urgência social

Conforme estudo do Departamento Nacional de Trânsito –


DENATRAN, entre os anos de 2000 e 2007, considerando os
acidentes de trânsito em que foi possível identificar a idade
das vítimas, mais de 180 mil eram crianças. Desse total, 8.029
vieram a óbito.
Em 2000 as crianças de até 12 anos representavam 8,2% das
173
vítimas fatais no trânsito, em 2004 o percentual caiu para 4,9%, já
em 2007 as crianças representaram 5,6% dos mortos.
Dados do Ministério da Saúde revelam o seguinte quadro:

DATASUS – Ministério da Saúde 2003/2004/2005/2006/2007/2008

Tipos de Acidentes Total de mortes 0 a 14 anos


2008 2007 2006 2005 2004 2003
Acidentes de Trânsito 1.971 (39%) 2134 (40%) 2.176 (39%) 2.354 (40%) 2.427 (41,1%) 2.446 (41%)

Afogamento 1.360 (27%) 1382 (26%) 1.489 (27%) 1.496 (25,7%) 1.533 (26%) 1.527 (25%)

Sufocação 754 (15%) 701 (13%) 698 (13%) 806 (13,9%) 791 (13,4%) 771 (13%)

Queimaduras 313 (6%) 337 (6%) 366 (7%) 367 (6,3%) 387 (6,6%) 420 (7%)

Outros 323 (6%) 359 (7%) 352 (6%) 317 (5,5 %) 329 (5,6%) 367 (6%)

Quedas 255 (5%) 254 (5%) 315 (6%) 310 (5,3%) 292 (4,9%) 2 89 (5%)

Intoxicações (envenenamen- 94 (2%) 105 (2%) 81 (1%) 108 (1,9%) 109 (1,8%) 121 (2%)
to)

Armas de fogo 36 (1%) 52 (13%) 43(1%) 40 (0,7%) 34 (0,6%) 52 (1%)

Total 5.106 5.324 5.520 5.808 5.902 5.993

Outro aspecto que deve ser considerado é o direito de todo


cidadão de ir e vir. Quando uma comunidade não consegue ter
acesso à educação, saúde, lazer, etc., porque está impedida de
deslocar em razão, por exemplo, da interrupção de uma via, ou
por causa de outro motivo qualquer, estamos tolhendo um direito
constitucional previsto em lei, que é o de deslocamento. Portanto, o
tema trânsito é uma questão grave e se apresenta como obstáculo
para a concretização da plena cidadania;

Abrangência nacional

Tão antigo quanto o ser humano é a sua necessidade de deslocar


para sobreviver, seja caçando, procurando uma caverna para
se abrigar do frio ou fugindo de animais predadores. Partindo
da concepção que trânsito significa ir e vir, não importa se este
deslocamento se faz a pé, de carroça, carro ou metrô, em grandes
cidades ou vilarejos. Como todos os brasileiros precisam se
deslocar para trabalhar, estudar, ir ao médico, visitar um parente,
divertir-se, votar, etc., o tema, com certeza, tem abrangência
nacional.

174
Possibilidade de ensino e aprendizagem no
ensino fundamental

É plenamente possível ensinar o tema “trânsito” da educação


básica à superior.

Para inserir o tema “trânsito” na proposta pedagógica da escola, veja


as referências e orientações pedagógicas na portaria do DENATRAN
n. 147 de 02/06/2009, que traz as Diretrizes Nacionais da Educação
na Pré-Escola em seu Anexo I e as Diretrizes Nacionais da Educação
para o Trânsito no Ensino Fundamental no Anexo II Diretrizes para
a pré-escola:
http://www.denatran.gov.br/download/Portarias/2009/PORTARIA_
DENATRAN_147_09_ANEXO_I_DIRETRIZES_PRE_ESCOLA.pdf
Diretrizes para o ensino fundamental:
http://www.denatran.gov.br/download/Portarias/2009/PORTARIA_
DENATRAN_147_09_ANEXO_II_DIRETRIZES_EF.pdf

Favorecer a compreensão da realidade e a


participação Social

Podemos conhecer mais os costumes, a cultura e a condição


social de um povo, analisando sua forma de transitar e sua
condição de acesso a serviços básicos como postos de saúde,
escolas, lazer, etc.
Apesar da importância do tema trânsito, ele é mencionado
apenas nos PCN do ensino fundamental, como sugestão de
tema local. Vale lembrar que é possível trabalhar trânsito tendo
como enfoque a ética, pluralidade cultural, o meio ambiente, a
saúde, orientação sexual, o trabalho e consumo.

É importante frisar que a educação de trânsito não é uma


educação qualquer.
Para torná-la realidade, são necessárias ações educativas
comprometidas com informações, mas, sobretudo, com valores
ligados à cidadania.
Na concepção da educação brasileira atual, o currículo está
expresso em princípios e metas que devem nortear o projeto
pedagógico da escola, e estar fundamentado em valores. O
objetivo de se educar para o trânsito é transformar atos
imprudentes em ações prudentes, desrespeito em respeito
às regras, posturas egocêntricas em posturas sociais,
visões individuais em visões coletivas, irresponsabilidade
em responsabilidade, desarmonia em harmonia, ignorância
em conhecimento, violência em compreensão, o risco de
175
morte em potencial de vida.

O processo de incorporação de hábitos e comportamentos


seguros no trânsito é lento e árduo, e exige do educador um
trabalho contínuo e sistematizado, para que o mesmo tema seja
abordado sob diversas formas sempre que houver situações e
oportunidades de abordá-lo. É importante que o professor saiba
que seu papel é muito mais complexo do que informar o aluno
e através dele a sociedade sobre as regras, a sinalização e os
conceitos de segurança. Apesar de estas informações serem
importantes, o fundamental é o processo que levará o indivíduo à
conscientização da necessidade de aquisição e incorporação de
procedimentos preventivos e seguros no trânsito.

9 - Política nacional de trânsito e educação

O Código de Trânsito Brasileiro incumbiu o Sistema Nacional de


Trânsito – conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios – a proposição das diretrizes da
Política Nacional de Trânsito - PNT que, submetidas ao Conselho
Nacional de Trânsito – CONTRAN, foram aprovadas e publicadas
em setembro de 2004, através da Resolução n. 166/2004.

A Política Nacional de Trânsito é instrumento da Política de


Governo e tem como um dos marcos referenciais a educação para
o trânsito, entre os objetivos efetivar a educação contínua para o
trânsito e, como uma das diretrizes gerais, promover a educação
para o trânsito. (Veja a PNT na íntegra no site www.denatran.gov.br)

10 - Código de trânsito brasileiro e a educação


para o trânsito

O primeiro Código Nacional de Trânsito (Decreto Lei n. 3.651, de


25/09/1941) não mencionava o tema educação de trânsito em
qualquer um de seus doze capítulos.

Já o segundo Código Nacional de Trânsito (Decreto Lei n. 5.108,


de 21/09/1966) fez as primeiras referências ao tema:

Art 4. O Conselho Nacional de Trânsito, com sede no Distrito


Federal, subordinado diretamente ao Ministro da Justiça e
Negócios Interiores, é o órgão máximo normativo da coordenação
da política e do sistema nacional de trânsito e compor-se-á dos
seguintes membros, tecnicamente capacitados em assuntos de
trânsito:
176
a)...

f)Um representante do Ministério da Educação e Cultura;

[...]

Art.5 Compete ao Conselho Nacional de Trânsito, além do que


dispõe outros artigos deste Código:

I – [...]

X – Promover e coordenar campanhas educativas de trânsito;


[...]

Art. 125. O Ministério da Educação e Cultura promoverá


a divulgação de noções de trânsito nas escolas primárias e
médias do país, segundo programa estabelecido de acordo
com o Conselho Nacional de Trânsito.

O terceiro e atual Código de Trânsito Brasileiro - CTB (Lei


n. 9.503 de 23/09/1997), traz uma perspectiva de maior
participação da sociedade através do Capitulo V – Do cidadão,
em seus artigos:

Art.72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de


solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema
Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação
de equipamentos de segurança como sugerir alterações em
normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este Código.

Art.73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema


Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as solicitações
e responder por escrito dentro de prazos mínimos sobre
a possibilidade ou não de atendimento, esclarecendo ou
justificando a análise efetuada e, se pertinente, informando ao
solicitante quando tal evento ocorrerá.

Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer


quais atribuições dos órgãos e entidades pertencentes ao
Sistema Nacional de Trânsito e como proceder tais solicitações.

Este é o primeiro código que tem um capítulo específico sobre


educação, Capítulo VI – Da educação para o trânsito, que
determina entre outras coisas:

177
• A criação de uma Coordenadoria Educacional em cada órgão
gestor de trânsito;

• A criação da Escola Pública de Trânsito;

• O desenvolvimento de campanhas nacionais;

• O estabelecimento de educação de trânsito nas Escolas de


Educação Infantil a Superior;

• A inserção do tema segurança de trânsito, em todos os níveis de


ensino, como um conteúdo interdisciplinar;

• A criação de um corpo técnico interprofissional para levantamento


e análise de dados estatísticos;

• A elaboração de um plano de redução de acidentes de trânsito


junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito.

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui


dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de
Trânsito.

§ 1.º É obrigatória a existência de coordenação educacional em


cada órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de
Trânsito.

§ 2.º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão


promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante
convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos
moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 75. O CONTRAN estabelecerá anualmente os temas e os


cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão
ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema
Nacional de Trânsito em especial nos períodos referentes às férias
escolares, feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.

§ 1.º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito


deverão promover outras campanhas no âmbito de sua
circunscrição e de acordo com as peculiaridades locais.

§ 2.º As campanhas de que trata este artigo são de caráter


permanente e os de rádio e difusão sonora de sons e imagens
explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las
178
gratuitamente com a frequência recomendada pelos órgãos
competentes do Sistema Nacional de Trânsito.

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola


e mais escolas de 1.º, 2.º, 3.º graus por meio de planejamento
e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de
atuação.

Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo o


Ministério da Educação do desporto mediante proposta do
CONTRAN e do Conselho de Reitores das Universidades
Brasileiras, diretamente ou mediante convênio promoverá:

I - a adoção em todos os níveis de ensino de um currículo


interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança
de trânsito;

II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito


nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de
professores e multiplicadores;

III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para


levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao
trânsito;

IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito


junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito
com vistas à integração universidades-sociedade na área de
trânsito.

Art 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao


Ministério da Saúde mediante proposta do CONTRAN
estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a
serem seguidas nos primeiros socorros em caso de acidente
de trânsito.

Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente


por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo
intensificadas nos períodos e na forma estabelecidos no art.76.

Art.78. Os Ministérios da Saúde da Educação e do Desporto,


do Trabalho dos Transportes e da Justiça, por intermédio
do CONTRAN, desenvolverão e implementarão programas
179
destinados à prevenção de acidentes.
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos
valores arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio
do Seguro Obrigatório de dados pessoais causados por Veículos
Automotores de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a lei n. 6.194
de 19 de dezembro de 1974, serão repassados mensalmente
ao coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação
exclusiva em programas de que trata este artigo.

Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar


convênio com os órgãos de educação da união, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, objetivando o cumprimento das
obrigações estabelecidas neste capítulo.

11 - Trânsito e currículo

A palavra currículo pode ser entendida como o conjunto de


disciplinas escolares ou como a exposição dos conteúdos a serem
trabalhados em cada disciplina.

Porém, a concepção do termo currículo, na educação brasileira


atual, vai além da simples enumeração dos conteúdos referentes
às áreas do conhecimento (disciplinas). O currículo está expresso
em princípios e metas que devem nortear o projeto pedagógico da
escola.
Em seu projeto pedagógico, a escola deve programar o que
ensinar em cada área do conhecimento (conteúdos), mas deve se
comprometer também com o desenvolvimento de capacidades que
possibilitem ao aluno intervir em sua realidade para transformá-la.

É fundamental que o tema trânsito seja tratado com a finalidade de


assegurar o direito de ir e vir, não importando se a pé, de carroça,
bicicleta, ônibus ou qualquer outro meio de transporte. O tema
deve ser compreendido como parte da vida de todas as pessoas,
sua necessidade de locomoção no espaço, de comunicação e
convívio social, bem como favorecer sua participação, análise e
reflexão da realidade.

As ações educativas devem ser permanentes, indo além da


aprendizagem de normas e leis de trânsito; o professor pode
ensinar, por exemplo, como a criança deve atravessar uma via
de forma segura. Discutir sobre a possibilidade de ceder lugar de
assento no ônibus para um idoso pode ser uma excelente reflexão
sobre cidadania e socialização do espaço público.

180
12 - Transversalidade e interdisciplinaridade
– o tema trânsito integrado às áreas
curriculares
Os PCN explicam a diferença entre interdisciplinaridade e
transversalidade da seguinte forma:

A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os


diferentes campos de conhecimento produzida por uma
abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência
entre eles – questiona a visão compartimentada (disciplinar)
da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida,
historicamente se constituiu. Refere-se, portanto, a uma relação
entre disciplinas.

A transversalidade diz respeito à possibilidade de se


estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender
na realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente
sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da
vida real (aprender na realidade e da realidade).

Portanto, os temas transversais objetivam levantar, em sala


de aula, questões sociais que possibilitem a construção da
democracia e da cidadania. O trânsito pode ser inserido de
forma transversal em todas as disciplinas, pois se trata de um
tema inerente à realidade de todas as pessoas, em todos os
tempos, em todos os lugares.

13 - Conteúdos de educação para o trânsito


na educação infantil
A educação para o trânsito na pré-escola deve ser
trabalhada de forma sistemática e contínua, considerando as
características sociais e culturais na qual a criança está inserida
e proporcionando a ela a aquisição de valores, posturas e
atitudes que visem a sua segurança individual e coletiva.

A capacidade afetiva, cognitiva e emocional da criança deve


ser considerada, favorecendo condições para que desenvolva
relação interpessoal, de respeito e segurança no espaço
público.

É fundamental o envolvimento da família e sociedade nas


atividades educativas, que devem priorizar a prática de
experiências que relacionam o ambiente da criança (sala de
aula, escola, casa, etc.) com o trânsito.

O professor deve criar condições para que a criança possa


explorar seu ambiente, fugindo da concepção de educação
para o trânsito como preparação de futuros motoristas. Ele
pode discutir como o aluno vai para a escola e os cuidados
importantes para sua segurança.
181
Consulte a resolução do CONTRAN n. 277/2008 sobre o transporte
de criança http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLU-
CAO_CONTRAN_277.pdf

Nesta fase o tema trânsito pode ser desenvolvido através de


várias atividades lúdicas em que o professor pode atuar como
observador, fazendo interferências ou proporcionando outras
tarefas que foquem questões significativas.

Atitudes importantes como higiene podem ser trabalhadas com as


crianças, relacionando a importância dos cuidados pessoais com
situações de risco no trânsito.

São conteúdos fundamentais que devem ser trabalhados com as


crianças:

• Como se deslocar nas calçadas e atravessar ruas (andar sempre


à direita no passeio, atravessar na faixa de pedestre respeitando o
semáforo, utilizar passarela quando existir).

• Locais adequados e seguros para brincar (de preferência em


locais cercados e com a supervisão de um adulto). Nunca brincar
às margens das rodovias.

• Como ser transportado em veículos e transporte escolar (utilizar


cadeirinha, conforme legislação, e cinto de segurança; não colocar
cabeça e braços para fora da janela).

• Ficar atento à entrada de garagem e estacionamento de veículos.

• Comportamentos seguros ao andar de bicicleta (roupas claras,


uso do capacete; andar somente em parques, praças e sempre
com a supervisão de um adulto).

Para mais informações sobre o transporte de crianças, consulte o site


Criança Segura
http://criancasegura.org.br/

Atividades recomendadas
• Jogos pedagógicos;

Miniaturas de carrinhos, motos, caminhões, bicicletas, bonecos e


bonecas, posto de gasolinas, casinhas animais e etc.
Você pode propor situações que exijam o cumprimento de
determinadas regras, como por exemplo: os carrinhos só podem
passar depois que os pedestres atravessarem; os carrinhos só
podem estacionar em locais permitidos, os pedestres só podem
atravessar a rua após olharem para os dois lados.

182
• Atividades lúdicas, brincadeiras (brinquedoteca,
casinha, brinquedos de encaixe, recorte colagem,
pintura, etc);

Por meio do recorte e da colagem, as crianças desenvolvem


suas habilidades motoras mais sofisticadas. E quando o assunto
é trânsito, figuras em jornais e revistas serão encontradas com
facilidade. Você pode pedir às crianças que reproduzam um
painel, sempre conversando sobre as figuras.
As crianças podem fazer também seus próprios desenhos e
figuras utilizando lápis de cor, tinta guache, carvão e etc.

• Passeio pela escola e em seu entorno;


Observar os locais da escola que podem ser sinalizados
(biblioteca, banheiros, sala de informática, refeitório, portaria,
etc) e junto com os alunos criar as placas de sinalização e/ou
identificação;

• Espaço vivencial (construção de uma cidade no próprio pátio


da escola, com a ajuda dos alunos, onde poderão ser simuladas
situações do trânsito);

Na sala de aula:

É importante que as crianças compreendam que a sala de aula


é um espaço comum a todos e precisa ser cuidado por todos.
- Peça opiniões sobre a melhor forma de dispor cadeiras,
mochilas para que todos possam se locomover sem esbarrar
um no outro.

Na escola:

Faça passeio pela escola e peça para as crianças identificarem


pontos críticos como uma escada perigosa, um corredor muito
estreito, locais onde ocorrem acidentes (queda) com frequência.
Reflitam e peçam sugestões para solucionar os problemas
encontrados. Associe sempre as reflexões da cidade onde
vivem.

Um importante meio para assimilar as informações recebidas e


de compreender o mundo é brincar de faz- de- conta. O tema
trânsito pode despertar uma série de brincadeiras interessantes
nos quais as crianças podem, inclusive, demonstrar (de maneira
simbólica) o comportamento de mães e pais no trânsito.

• Teatro de fantoches;

Você pode dispor de vários fantoches (pai, mãe, irmãos, avô


avó) e um cenário urbano e propor algumas cenas, tais como:
A mãe levar o filho à escola; o pai e a mãe levaram o filho para
passear. Por meio destes jogos, as crianças podem apropriar
de elementos da realidade e dão a eles novos significados.
183
• Projeção de vídeos;

Assista aos vídeos do Projeto Pela Estrada Afora do Departamento


Nacional de Trânsito – Denatran, que estão disponíveis para
reprodução no site:
http://www.denatran.gov.br/campanhas/hotsite_pelaestradaafora/
index.html
No mesmo site você também tem acesso a vários filmes da série
“Ajude a salvar nossas crianças. Cuide delas no trânsito”, que
foram veiculados na TV e podem ser utilizados dentro de sala de
aula. Consulte:
http://www.denatran.gov.br/campanhas/con_camp.asp?tipo=tv

• Ouvir músicas, cantar e dançar;

Na pré-escola, para trabalhar os diferentes lugares e meios de


locomoção podem ser utilizadas músicas do cancioneiro popular
voltadas para o tema trânsito.

Além de cantar, explore a canção conversando com as crianças


sobre os elementos do trânsito e proponha a elaboração de
desenhos , pinturas, recortes.

Peça para que as crianças reproduzam os sons das canções,


como o apito do trem, o mugido do boi, a buzina do carro, o apito
do guarda.

Explique onde ficam os lugares citados. Encontre figuras ou


apresente vídeos que possam retratar os temas das canções,
criando possibilidades para inserir o tema trânsito de forma
agradável e prazerosa.

• Contar e encenar histórias com figuras;

Consulte o Projeto Viva o Trânsito do Departamento Nacional de


Trânsito e tenha acesso a livros, jogos e mensagens às escolas:
http://www.denatran.gov.br/projetos/vivaotransito.asp

• Jogos verbais (trava-língua, adivinhas, etc);

• Visita a museus, teatro;

• Vivências com a família.

Leia as Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito na Pré-escola,


e veja as atividades sugeridas e aprovadas pela Portaria n°147/2009
do DENATRAN.

http://www.denatran.gov.br/download/Portarias/2009/PORTARIA_
DENATRAN_147_09_ANEXO_I_DIRETRIZES_PRE_ESCOLA.pdf

184
14 - Conteúdos de educação para o trânsito
para o ensino fundamental – organização
dos conteúdos
O ensino fundamental é um momento oportuno para se
ensinarem valores. Neste período, o aluno está em pleno
desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, construindo
estruturas psicológicas que serão de estrema importância no
futuro. Os processos de socialização também são privilegiados,
pois essa faixa etária corresponde ao momento de ingresso
real da criança no mundo adulto.

As atividades devem ser sistemáticas, favorecendo ao aluno


condições de avaliação, análise e reflexão sobre seu contexto,
proporcionando uma visão crítica e desejosa de mudança.
Deve ter como proposta a participação da família e sociedade
na qual está inserido, considerando as características regionais
e a diversidade cultural. Não deve estar focada na formação
do futuro motorista e sim no desenvolvimento de posturas e
atitudes cidadãs em um espaço democrático.

Para os alunos do 1.º ao 5.º ano, devem ser trabalhados os


seguintes conteúdos:

• Análise e observação sobre os lugares onde vivem os alunos:


a rua de casa, a escola e seu entorno, o bairro, etc.

• A cidade e seu contexto: sua história, cultura, as paisagens


locais, atividades comerciais, a influência do trânsito no meio
ambiente, a possibilidade de acesso das pessoas em todos os
pontos da cidade, a identificação das ruas, o transporte local,
condições das calçadas, etc.

• O direito de todas as pessoas de locomover-se com segu-


rança: regras e normas sociais e legais, os diferentes papéis
da criança no trânsito (pedestre, passageiro, ciclista), as dife-
rentes formas de locomoção, o deslocamento do deficiente físi-
co, motor e sensorial, o automóvel utilizado como símbolo de
status social, etc.

Para os alunos do 6.º ao 9.º ano, devem ser trabalhados os


seguintes conteúdos:

• As diferentes linguagens utilizadas no trânsito e a comunicação


com o espaço público e no espaço público: linguagem visual
(figuras e imagens), sonora (buzinas e apito dos agentes
de trânsito) e gestual (gestos dos agentes de trânsito, dos
motoristas, pedestres, etc.); a sinalização de trânsito e sua
importância; sinais e gestos dos ciclistas; os dispositivos
de fiscalização (radares, lombadas eletrônicas, etc.); meio
ambiente e trânsito.

185
• O trânsito em condições seguras: O Código de Trânsito
Brasileiro e o direito dos usuários à segurança; comportamentos
de risco (atravessar fora da faixa de pedestre, beber e dirigir,
etc.); atitudes e comportamentos seguros no trânsito de pedestres
(regras para atravessar uma rua, como deslocar com segurança
na estrada, etc.), de passageiros (uso do cinto de segurança,
transporte de criança, transporte escolar e transporte coletivo); de
ciclista (acessórios de segurança para o ciclista, equipamentos
de segurança para as bicicletas, regras de segurança do ciclista);
os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, suas competências e
responsabilidades.

• O trânsito e as relações sociais: conflitos no trânsito e disputa


do espaço físico; os conflitos entre os diversos papéis que
representamos no trânsito (se somos pedestres, queremos
atravessar livremente as vias, já como motoristas não queremos
perder tempo nos sinais vermelhos para os veículos e que
possibilitam a travessia dos pedestres); o comportamento das
pessoas no trânsito e o respeito ao espaço público.

Alguns exemplos de como transversalizar o tema


trânsito:

Na Língua Portuguesa: através da leitura e a interpretação de


textos jornalísticos, literários, folhetos educativos, gibis entre
outros. Sobre o tema, o professor terá diferentes elementos para
debate, provocando a manifestação de ideias, pensamentos,
opiniões e sentimentos. Os alunos poderão registrar por escrito
observações do trânsito de sua cidade, criar frases e slogans.

Na Geografia: o estudo das diferentes paisagens que compõem


os espaços rurais e urbanos provocará uma visão crítica e
aprofundada em relação ao próprio município. Os alunos poderão
relacionar o trânsito com os diferentes espaços e as relações
sociais.

Na Matemática: a análise de indicadores de trânsito possibilitará


a identificação de problemas e a busca de soluções. Os alunos
poderão analisar e elaborar tabelas e gráficos sobre acidentes,
causas de mortes ou frota veicular; calcular a extensão da via,
etc. Os dados devem embasar discussão e reflexão crítica sobre
o tema.

Na História: o reanimar de cenas do transitar humano reforçará a


visão de que todas as pessoas são responsáveis pela construção
da realidade.

Na arte: o acesso a diferentes formas de expressão que abordam


o trânsito remeterá a exteriorização de sentimentos e de ideias. O
professor poderá propor peças teatrais, pinturas e visita a museus
cuja abordagem esteja relacionada ao tema.

Nas Ciências Naturais: a reflexão sobre as relações entre trânsito,


186
ambiente, ser humano e tecnologia favorecerá a integração ao
ambiente e à cultura, oportunizando ações de respeito e de
preservação do espaço público. O professor poderá propor
pesquisas e debates sobre a poluição atmosférica provocada
pelos automóveis, discutir sobre tecnologia utilizada em
benefício do trânsito, etc.

Na Educação Física: o desenvolvimento de habilidades


corporais e de noções espaciais será imprescindível à
compreensão da importância do ato da locomoção para a vida
humana. O professor poderá trabalhar lateralidade e espaço,
imprescindíveis à locomoção. Pode propor atividades para
fortalecer conceitos como direita e esquerda, deslocamento,
imobilização, etc.

ATIVIDADES RECOMENDADAS

• Jogos pedagógicos;
• Atividades lúdicas;
• Espaço vivencial;
• Teatro;
• Analisar reportagens;
• Ouvir e analisar músicas e videoclipes;
• Passeio;
• Gincanas;
• Apresentações artísticas;
• Feiras de exposição;
• Simulação:
• Dramatização;
• Vivências com a família.

Leia as Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito no Ensino


Fundamental, e veja as atividades sugeridas e aprovadas pela
Portaria n°147/2009 do DENATRAN.
http://www.denatran.gov.br/download/Portarias/2009/PORTARIA_
DENATRAN_147_09_ANEXO_II_DIRETRIZES_EF.PDF

187
Sugestão de atividades
1º Proposta:

Para exercitar a transversalização do tema trânsito:

1- Visualize como você poderia inseri-lo, por exemplo, no conteúdo


de ciências que aborda o sistema circulatório.

2- Relacione valores e atividades que devem ser trabalhados.

3- Discuta sua proposta com outros professores da sua escola e


elabore um plano de aula sobre o assunto.

4- Apresente sua proposta no fórum de discussão do curso a


distância.

5- Apresente o resultado da discussão para os professores da


sua escola e vejam a possibilidade de aplicação

2º Proposta:

Reflita sobre os seguintes temas:

Educação Valores Transversalização Trânsito

E responda:

1. Qual é a relação que existe entre eles?

2. É possível transversalizar o tema trânsito em todos os conteúdos


curriculares?

3. Aponte as dificuldades e os pontos positivos que os temas


transversais podem trazer para a instituição escola.

4. Envie para o fórum de discussão do curso a distância.

3º Proposta:

Você já fez alguma experiência de tranversalizaçao com o tema


trânsito?

Em caso positivo apresente seu trabalho para seus colegas do


curso a distância

Se não fez, imagine uma experiência que pudesse fazer.

Troque ideias, elabore seu trabalho e apresente com seus


colegas do curso a distância.

188
Bibliografia:

1. Curso Pólos Geradores de Trânsito PGT Realização:


DENATRAN e Ministério das Cidades

2. Educação de trânsito no ensino fundamental Coleção: Rumo


à cidadania (1º ao 9º + livro do professor) Editora: Lumine
Autor: Juciara Rodrigues

3. Educação para o trânsito Manual para o Ensino Fundamental


e Ensino Médio Realização: Associação por Vias Seguras

4. EDUCAÇÃO DE TRÂNSITO também se aprende na escola


Realização: Associação brasileira de DETRANS

5. Educação em Trânsito Realização: CENTEC


Autor: Igor Amarantes

6. Educação de Trânsito Projeto Capacitação de Profissionais


de Trânsito Realização: DENATRAN e Ministério das Cidades

7. Educando para o Trânsito Coleção: Educação Infantil (


educação infantil, 1º ao 8º e Manual do professor) Editora:
Kalimera Autores: Maria Lucia A. Kutianski & Silvio J. Mazalotti
de Araujo

8. Guia do Programa CRIANÇA SEGURA Pedestre


Realização: Criança Segura Brasil

9. Trânsito Aprender para a Vida Livro do professor e cartilha


educativa Realização: Policia Civil do Estado de Minas Gerais
Departamento de Trânsito de Minas Gerais – DETRAN/MG

10. Trânsito na escola Aprendendo e Brincando Realização:


Escola Municipal Cecília Meireles

11. Transversalização e Trânsito Coleção: Rumo à Escola


Editora: UNESCO e DENATRAN Módulos: 1 ao 4

12. Vida em Trânsito (livro do professor, educação infantil ao 5º


ano) Editora: Yendis Autor: Roberta Mantovani

189
SAIBA MAIS
SITES E BLOGS RELACIONADOS A TRÂNSITO /
EDUCAÇÃO / MOBILIDADE

GOVERNO / INSTITUIÇÕES / ASSOCIAÇÕES

http://www.denatran.gov.br/
http://www.denatran.gov.br/contran.htm
http://www.fenasdetran.com.br/
Federação Nacional das Associações de DETRAN’s

DETRAN’s do Brasil (Sugestão: montar mapa a exemplo deste


que há no site do DETRAN do Acre)
http://www.detran.ro.gov.br/detrans/detrans.asp

REGIÃO NORTE
http://www.detran.ac.gov.br - ACRE
http://www.detran.ap.gov.br - AMAPÁ
http://www.detran.am.gov.br - AMAZONAS
http://www.detran.pa.gov.br - PARÁ
http://www.detran.ro.gov.br - RONDÔNIA
http://www.detran.rr.gov.br - RORAIMA
http://www.detran.to.gov.br - TOCANTINS

REGIÃO NORDESTE
http://www.detran.al.gov.br - ALAGOAS
http://www.detran.ba.gov.br - BAHIA
http://portal.detran.ce.gov.br - CEARÁ
http://www.detran.ma.gov.br - MARANHÃO
http://www.detran.pb.gov.br - PARAÍBA
http://www.detran.pe.gov.br - PERNAMBUCO
http://www.detran.pi.gov.br - PIAUÍ
http://www.detran.rn.gov.br - RIO GRANDE DO NORTE
http://www.detran.se.gov.br - DETRAN SERGIPE

REGIÃO CENTRO-OESTE
http://www.detran.df.gov.br - DISTRITO FEDERAL
http://www.detran.goias.gov.br - GOIÁS
http://www.detran.mt.gov.br - MATO GROSSO
http://www.detran.ms.gov.br - MATO GROSSO DO SUL

REGIÃO SUDESTE
http://www.detran.es.gov.br - ESPÍRITO SANTO
https://wwws.detrannet.mg.gov.br - MINAS GERAIS
http://www.detran.rj.gov.br - RIO DE JANEIRO
http://www.detran.sp.gov.br - SÃO PAULO
http://www.der.mg.gov.br/educacao-para-o-transito
http://www.bhtrans.pbh.gov.br
Para o conteúdo relacionado à Educação, clicar em “Trânsito”,
em seguida clicar em “Educação”.
http://www.campinas.sp.gov.br/governo/transportes/
http://www.vitoria.es.gov.br/setran.
190
php?pagina=acoeseducativas
http://www.santos.sp.gov.br/faixaviva/educ_transito.html
http://www.saocarlosoficial.com.br/noticias/?n=Prefeitura+rece
be+10+mil+cartilhas+sobre+Educacao+no+Transito+da+Volks
wagen_RUNLJL52M5

REGIÃO SUL
http://www.detran.pr.gov.br - PARANÁ
http://www.detran.sc.gov.br - SANTA CATARINA
http://www.detran.rs.gov.br - RIO GRANDE DO SUL
http://www.curitiba.pr.gov.br/servicos/empresa/educacao-
para-o-transito/475
http://www.deolhonailha.com.br/noticias/_its_realiza_projeto_
reducacao_no_transitor_em_florianopolis.html
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/eptc/#

NÚMEROS DE TELEFONE DOS DETRAN’s,


http://servicos.uol.com.br/detrans.jhtm

http://www.abramcet.com.br
Associação Brasileira de Monitoramento e Controle Eletrônico
de Trânsito

http://www.abrambrasil.org.br
Associação Brasileira de Motociclistas

http://www.abptran.org/
Associação Brasileira de profissionais do Trânsito

http://www.anatran.com.br/
Associação que representa os motoristas em assuntos
relacionados a trânsito

http://www.aatjf.org/
Associação dos Agentes de Transporte e Trânsito do município
de Juiz de Fora

http://aamtc.blogspot.com/
Associação dos Agentes de Transporte e Trânsito do município
de Caucaia – Ceará

http://www.sestsenat.org.br/
SEST – Serviço Nacional do Transporte
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

http://www.sintram.com.br/
Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros
Metropolitano (ônibus gerenciados pelo DETRAN)

http://www.setrabh.org.br/
Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo
Horizonte (ônibus gerenciados pela BHTRANS)

191
http://www.cisa.org.br
Centro de Informações sobre Saúde e Álcool
Tem uma sessão sobre álcool e trânsito com vídeos, explicações
sobre o que é mito e verdade, entre outras informações

EDUCAÇÃO

http://abetran.org.br/
Associação Brasileira de Educação de Trânsito

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf
http://www.mec.gov.br
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=
article&id=12907:legislacoes&catid=70:legislacoes

http://biavati.wordpress.com
Eduardo Biavati

http://educacaoparaotransitocomqualidade.blogspot.com
Blog de Irene Rios

http://robertatorresl.blogspot.com
Blog da Roberta Torres Lima, autora da monografia
“Classificação de Campanhas Educativas de Trânsito”

http://educacaotransitoportalprofessor.wordpress.com

http://ongeducarparaotransito.blogspot.com/

http://blog.autotran.com.br
Site da AUTOTRANSITO, uma empresa especializada em
Educação de Trânsito (para instrutores trânsito, diretores
gerais e de ensino, examinadores de trânsito e profissionais da
área de trânsito em geral)

http://www.transitoresponsa.blogspot.com
Blog dos alunos e professores da rede estadual do RJ para
trocar idéias e expor trabalhos de educação no trânsito. Visitei
e achei meio fraco, desatualizado (em 01/03/11).

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
html?aula=27291
Plano de aula com o tema educação no trânsito

http://condutoresdofuturo.zip.net/
Criado por pessoal da faculdade de Publicidade e Propaganda
da Faculdade Atual da Amazônia, com objetivo de trazer
informações e discussões a respeito da responsabilidade no
trânsito voltado para as crianças de Boa Vista – Roraima.

http://www.blogdajulieta.com.br/?p=1793
Blog da personagem Julieta criada por Ziraldo. Público alvo:
192
crianças. O post do dia 01/03/2010 foi sobre educação no
trânsito.

www.clubinhohonda.com.br
site de educação no trânsito para crianças, criado pela HONDA.

http://blog.comunidades.net/coetran/
Blog da Coordenadoria de Educação para o Trânsito, um órgão
da Secretaria Municipal de trânsito e Transportes (SMTT) de
São Luís –MA

http://educadorestransito.zip.net/
Blog de Irene da Rocha, que se considera uma multiplicadora da
educação no trânsito. Mas o blog tem várias fotos e descrições
de infrações e acidentes de trânsito, o que o torna parecido a
um blog de denúncias.

http://educacao-transito.blogspot.com/
Professora Mária Ribeiro Paganella

http://www.transitoescola.com/
Site com leis e jurisprudência, mas que também tem debate
sobre educação e outros assuntos relacionados à trânsito.

http://juventudeemtransito.blogspot.com/
Blog dos adolescentes do PSE – AMAS/BHTRANS (trabalho
feito na 2ª etapa do Projeto Ensino Médio)

GERAL / ESPAÇOS LIVRES

http://www.monatran.org.br/
Movimento Nacional de Educação no Trânsito

http://www.transitoweb.com.br

http://www.portaldotransito.com.br/
Patrocinado pela Tecnodata Educacional

http://www.ruaviva.org.br/ruaviva/index.html
Organização não governamental de atuação nacional com
o objetivo de restaurar a função social da rua como espaço
democrático de uso

http://www.blogdotransito.com.br
Vinculado ao Portal do Trânsito. É escrito por 05 autores
ligados à PUC do Paraná, é bem eclético, tem posts agrupados
em 05 categorias: educação de trânsito, normas e legislação,
notícias de trânsito, trânsito e sociedade, trânsito na internet e
sem categoria.

http://transitoamigo.blog.terra.com.br/
Espaço livre para manifestação sobre qualquer questão relativa
ao trânsito. Tem cara de “muro das lamentações.”
193
http://www.blogdolfg.com.br
Professor Luiz Flávio Gomes – um pouco radical, talvez...

http://sostransitourbano.blogspot.com/
Outro espaço livre para manifestação sobre qualquer questão
relativa ao trânsito.

http://www.anacletobasso.com.br
Site do palestrante Anacleto Basso. Apesar de ser uma “vitrine”
para vender seus produtos e contratar suas palestras, tem
algumas seções interessantes.

http://falandoemtransito.blogspot.com/
Blog com notícias sobre legislação e projetos de trânsito.

www.transitomaisgentil.com.br
Da empresa de seguros Porto Seguro.

http://wp.clicrbs.com.br/reporterdetransito
É um blog da Rádio Gaúcha coordenado pelos jornalistas
Mauro Saraiva Júnior e Felipe Daroit. Traz notícias locais sobre
trânsito.

http://convivernotransito.blogspot.com/
Blog de Jose Pereira de Sousa, preparador de condutores.

http://transitoamigo.com.br/website/
Associação de parentes, amigos e vítimas do trânsito.

http://www.rodasdapaz.org.br/
ONG de ciclistas.

http://criancasegura.org.br/page/dicas-de-prevencao
A ONG criança segura ensina a prevenir acidentes com
crianças, entre eles o atropelamento e demais acidentes de
trânsito. Também tem o curso à distância “Criança segura no
Trânsito” on-line.

http://www.transitoevida.org.br
ONG com o principal objetivo de amparar vítimas de acidentes
de trânsito.

http://www.salomao.psc.br/avitran/index.php
Associação das vítimas de trânsito.

http://www.labtrans.ufsc.br/paznotransito/
Fórum catarinense pela preservação da vida no trânsito.

http://www.apatru.org.br
Associação preventiva de acidentes e de assistência às vítimas
do trânsito.

http://www.nossasaopaulo.org.br
194
ONG com objetivo de fazer de São Paulo uma cidade melhor,
sobretudo em relação ao trânsito.

http://www.institutopaznotransito.com.br
Surgiu para dar apoio às famílias de vítimas da violência no
trânsito.

http://www.hotfrog.com.br/Empresas/ONG-VIA-SEGURA
Associação civil de direito privado sem fins lucrativos, de
promoção da educação, orientação e divulgação de informações
que visa melhorar as condições do trânsito e diminuir os
acidentes com vítimas.

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/resultado-
busca/?all=dia%20sem%20carro
O Greenpeace apóia a jornada internacional “Na cidade sem
meu carro”, apóia cidades sem carros e trabalha pela mobilidade
urbana sustentável.

http://bikersbrasil.com/
Blog de ciclistas, parece um “ponto de encontro” para trocar
informações e organizar eventos.

MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

http://sociedadpeatonal.blogspot.com/
Incentivo ao modo a pé.

http://www.u-bike.com.br/
Site oficial do projeto U-BIKE- Urban Bike

http://www.transporteativo.org.br/site/index.htm

http://www.veli.mobi/

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/
conteudo_294659.shtml
Reportagem sobre plano governamental para melhorar a
mobilidade urbana até 2014.

https://www.ecofrotas.com.br/
Empresa de gestão de frotas com objetivo de lançar e divulgar
produtos e serviços ecologicamente corretos, contribuindo para
a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade.

http://iesknotransito.blogspot.com
Blog com projeto do professor Francisco Júnior.

http://transitolandia.webs.com/atividades.htm
Site com indicações de links com artigos, textos, atividades que
abordam o tema trânsito, construção de valores e exercício da
cidadania
195
http://bancodeatividades.blogspot.com/2009/09/projeto-
transito-para-educacao-infantil.html
Blog com projeto de educação de trânsito para crianças

MANUAIS EDUCATIVOS

http://issuu.com/monatranbr/docs/man_ed_transito

http://issuu.com/brasil-virtual/docs/direcao_defensiva/1

Referências Bibliográficas
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constitui%C3%A7ao.htm

LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. Código de


Trânsito Brasileiro.
http://www.denatran.gov.br/ctb.htm

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros


Curriculares nacionais: Brasília: MEC/SEF, 1998
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação
dos temas transversais – Brasília: MEC/SEF, 1998
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ttransversais.pdf

Lista com indicações de material sobre trânsito


http://www.perkons.com/educacao/popup_livros.html#t

BRUM, Bruno. Juventudes em trânsito: notas de uma trajetória.


Belo Horizonte, 2008.
(Possibilidade de disponibilizar o livro digital no Portal BHTRANS
e intranet?)

CRISTO, Fábio de. O desafio da educação de trânsito na


formação do condutor
http://colunas.digi.com.br/fhvcs/o-desafio-da-educacao-de-
transito-na-formacao-do-condutor/
CRISTO, Fábio de. Por que tenho que seguir as normas do
código de trânsito?
http://colunas.digi.com.br/fhvcs/porque_tenho_de_seguir_as_
normas_do_codi/
CRISTO, Fábio de. Condições para o bom comportamento no
trânsito
http://colunas.digi.com.br/fhvcs/condicoes_para_o_bom_
comportamento_no_tr/

DAROS, E. J. Acidentes de trânsito e comportamento humano.


http://www.ta.org.br/site2/Banco/7manuais/Acidentes%20
de%20Tr%E2nsito%20e%20Comportamento%20Humano.doc

FARIA, Eloir de Oliveira. BRAGA, Marilita Gnecco de Camargo.


196
Avaliar programas educativos para o trânsito não é medir a
redução de acidentes ou de exposição ao risco de acidentes.
Rio de Janeiro, 2005
http://www.transitocomvida.ufrj.br/download/avaliar%20
programas%20educativos%20artigo%20eloir.pdf

FARIA, Eloir de Oliveira. BRAGA, Marilita Gnecco de Camargo.


Condições necessárias e objetivos da educação para o trânsito
segundo o ponto de vista dos profissionais brasileiros da
área. (Artigo Científico publicado nos anais XIII Congresso
Panamericano de Engenharia e Trânsito e Transporte em
Albany, Nova York, EUA)
http://www.transitocomvida.ufrj.br/download/
Condi%C3%A7%C3%B5es%20necess%C3%A1rias%20
e%20objetivos%20da%20educ.pdf

FARIA, Eloir de Oliveira. BRAGA, Marilita Gnecco de Camargo.


Propostas para minimizar os riscos de acidentes de trânsito
envolvendo crianças e adolescentes. (Artigo publicado na
Revista “Ciência & Saúde Coletiva”. Associação Brasileira de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, N.4 )
http://redalyc.uaemex.mx/pdf/630/63013483008.pdf

FERREIRA, Willian Rodrigues. O Espaço Público nas áreas


centrais congestionadas: a rua como referência – um estudo de
caso, Uberlândia MG. 2002 (Tese de Doutorado em Geografia
Humana) – FFLCH/USP. São Paulo, 2002

http://www.google.com.br/search?q=O+Espa%C3
%A7o+P%C3%BAblico+nas+%C3%A1reas+centra
is+congestionadas%3A+a+rua+como+refer%C3%
AAncia+%E2%80%93+um+estudo+de+caso%2C
+Uberl%C3%A2ndia+MG&btnG=Pesquisar&hl=pt-
BR&source=hp&aq=f&aqi=&aql=&oq=

LIMA, Roberta Torres. Classificação de Campanhas Educativas


de Trânsito. Belo Horizonte, 2009.
http://www.posgraduar.com.br/Monografias/P%F3s-
Gradua%E7%E3o/Gest%E3o,%20Educa%E7%E3o%20
e%20Seguran%E7a%20do%20Tr%E2nsito/
CLASSIFICA%C7%C3O%20DE%20CAMPANHAS%20
EDUCATIVAS%20DE%20TR%C2NSITO-%20Roberta%20
Torres%20Lima.pdf

PAVARINO FILHO, Roberto Victor. Morbimortalidade no


trânsito: limitações dos processos educativos e contribuições
do paradigma da promoção da saúde ao contexto brasileiro
http://www.apatru.org.br/arquivos/%7BA2C80B94-C01A-
4B71-8BB1-0F121C54FA37%7D_v18n4a07.pdf
PINSKY, Ilana, LABOUVIER, Erich, LARANJEIRA, Ronaldo.
Disposição e alternativas ao dirigir alcoolizado entre os jovens
paulistanos. Revista Brasileira de Psiquiatria, 2004
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v26n4/a06v26n4.pdf
197
PINHEIRO, Ana Lúcia da Fonseca Bragança; PILEGGI, Gisele
Castro Fontanella; GAUBEUR, Ivanise, FORTES, Rita Moura.
Educação para o trânsito e responsabilidade social. Anais
do XXXIV COBENGE – Congresso Brasileiro de Ensino de
Engenharia
http://www.apatru.org.br/arquivos/%7B42233D51-9531-46AA-
A9C2-1DC504CC15CE%7D_educa%C3%A7%C3%A3o%20
para%20o%20transito%20e%20responsabilidade%20social.
pdf

SIMIONI, Viviane. Educação e trânsito: uma mistura que dá


certo.
http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/
eventos/2007/Simp%C3%B3sio%20Academico%202007/
Trabalhos%20Completos/Trabalhos/PDF/72%20Viviane%20
Simioni.pdf

SOUZA, José Leles de. Sobre a forma e o conteúdo da


Educação para o Trânsito no Ensino Fundamental. São
Carlos, 2010
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18144/tde-
13012011-152406/en.php

VILELA, Lilian de Oliveira. Acidentes de trânsito e roubos nas


vias públicas: a percepção dos usuários das vias sobre os
riscos de envolvimento nestes dois problemas. Rio de Janeiro,
2007
http://www.google.com.br/search?q=FARIA+%282002%2
9+Bases+para+um+programa+de+educa%C3%A7%C3%
A3o+para+o+tr%C3%A2nsito+a+partir+do+estudo+de+pe
rcep%C3%A7%C3%A3o+de+crian%C3%A7as+e+adolesc
entes.+Tese+de+D.S.c%2C+COPPE%2FUFRJ%2C+Rio+
de+Janeiro%2C+RJ%2C+Brasil.&btnG=Pesquisar&hl=pt-
BR&source=hp&aq=f&aqi=&aql=&oq=

Programa “Farol aceso durante o dia” - Estudo do engenheiro


José Tadeu Braz, recomendando a implementação de
campanha educativa para a utilização do farol baixo aceso nos
veículos 24 hs do dia
http://www.brazhuman.com.br/pdf/Estudo_farol_baixo_ANTT.
pdf

ARAGÃO, Samuel Correia. Trânsito na Europa: conheça o


trânsito na Europa. Editora Unigraf, 1997

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS


– ANTP. Anais do VI Encontro Nacional/NE de Transportes
Públicos – ANTP, junho, 1996
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS –
ANTP. Transporte Humano: cidades com qualidade de vida.
ANTP, 1997

BIAVATI, Eduardo. MARTINS, Heloísa. Rota de colisão: a


198
cidade, o trânsito e você. Berlendis & Vertechia Editores. São
Paulo, 2007

CAUDURO, Martino Arquitetos Associados Ltda. Pré-manual


do sistema de comunicação visual dos transportes públicos.
São Paulo: s.n. , s.d.

CIA. DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO – CET. Curso de


aperfeiçoamento para técnicos de treinamento e educação de
trânsito. CET, São Paulo, 1995

CIA. DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO – CET. Educação de


Trânsito via comunicação social. Boletim Técnico nº23. CET,
São Paulo, 1979

COMISSÃO ANTP DE PESQUISA DE OPINIÃO. A opinião do


usuário como indicador de qualidade. Revista dos Transportes
Públicos, ano 17, 2º trimestre de 1995. ANTP, São Paulo, 1995

CORRÊA, J. Pedro. 20 anos de lições de trânsito: desafios


e conquistas do trânsito brasileiro de 1987 a 2007. Curitiba:
Volvo, 2009

DA MATTA, Roberto; VASCONCELLOS João Gualberto M;


PANDOLFI, Ricardo. Fé em Deus e pé na tábua – ou como
e porque o trânsito enlouquece no Brasil. Editora Rocco, São
Paulo, 2010

FARIA (2002) Bases para um programa de educação para


o trânsito a partir do estudo de percepção de crianças e
adolescentes. Tese de D.S.c, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil.

FERRAZ, A. C. P. Raia Júnior; A. A. BEZERRA, Bárbara Stolte.


Segurança no trânsito. São Carlos: NEST, 2008

FERRAZ, A. C. P. TORRES, I. G. E. Transporte Público Urbano.


2 ed. São Carlos: Rima, 2004

FILHO, V. P. Aspectos da educação de trânsito decorrentes das


proposições das teorias de segurança. Revista Transportes,
junho 2004, vol. XII N 1, pags. 59-68

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. Cortez, 2002

GREENPEACE BRASIL. Cidades livres de carros. 1993. 43 p.

GREENPEACE BRASIL. Máquina mortífera – carros, transporte


urbano, poluição. 1996. 16 p.

HOFFMANN, Maria Helena. Comportamento humano no


trânsito. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2003

199
INSTITUTO DE PESQUISAS ESCONÔMICAS APLICADAS –
IPEA. Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito.
Brasília, 2006

ITO, Mauro Yoshio; BEREZOVSKY, Ilana; PENNA, Susana


Nunes. Conselho Estudantil de Acidentes de Trânsito – CEPAT.
Notas Técnicas, Nº 31. CET, São Paulo, 1995

JOHANSSON G. & RUMAR, K. Drivers and road signs: a


preliminary investigation of the capacity of cars drivers to get
information from road signs. Ergonomics, 9: 57 – 62, 1966

LOO, R. Individual differences and the perception of traffic


signs, human factors. 20 (1), 65 – 74, 1979

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Fala galera: juventude,


violência e cidadania. Editora Garamond, 1999

PAULINO, Luí Carlos. Trânsito no Brasil – Desafios à efetivação


do direito de ir e vir e permanecer vivo. Fortaleza: Imprece,
2010

PINSKY, Jaime. Cidadania e educação. Contexto, 2002

POTTIER, A. & LAYA, O. Perception visuell et ergonomic


transports. Cutes INRETS Nº 27, 1993

RODRIGUES, Juciara. 500 anos de trânsito no Brasil. DETRAN/


UNESCO, 2000

RODRIGUES, Juciara. Educação de Trânsito no Ensino


Fundamental: caminho aberto à cidadania. Editora ABDETRAN,
1999

RODRIGUES, Juciara. Motorista e pedestre: passo a passo


conquistando seu espaço. Editora Formato, 1999

RODRIGUES, Rosicler Martins. Cidades brasileiras: o passado


e o presente. Editora Moderna, 1998
ROZENSTRATEN, Reinier J. A. Os sinais de trânsito e o
comportamento seguro. Porto Alegre: Sagra, 1996

ROZENSTRATEN, Reinier J. A. Psicologia do Trânsito. 2006

ROZENSTRATEN, Reinier J. A. Psicopedagogia do trânsito:


princípios psicopedagógicos da educação transversal para
o trânsito para professores do Ensino Fundamental. Campo
Grande: UCDB, 2004
SOUZA, José Leles de. Cidadania e Educação para o Trânsito.
Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília, Transportes
Urbanos, 1995

SZINVELSKI Ildo Mário. Veículos automotores e poluição


200
ambiental: aspectos legais. 2005

VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. Transporte urbano,


espaço e equidade. Unidas, São Paulo, 1996

VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. O que é trânsito.


Brasiliense, São Paulo, 1998
WERTHEIN & CUNHA, Jorge e Célio. Fundamentos da nova
educação. UNESCO, 2000

WILDE, Gerald J. O limite aceitável do risco: uma nova


psicologia de segurança e de saúde. 2005

YUS, Rafael. Temas transversais: em busca de uma nova


escola. Artmede, 1998.

201
Diretor Geral do DER/MG:
José Elcio Santos Monteze

Diretor da Diretoria de Operações:


Luiz Alberto Dias Mendes

Gerência de Educação para o Trânsito:


Rosely Fantoni

Equipe da DO/GET:

Lourdes Maire Tavares Campos


Leida Maria Camatta Santana
Márcia Souza Barreto
Rosângela Matos de Araújo
Maria das Graças Cirino Franca
Grace Oliva Ferraz Marques
Jacqueline Marise Barros Bernardes
Andréia Cirina Barbosa de Paiva

202

Você também pode gostar