Domínio material/substancial – Quais os litígios que cabe à
Administração pública resolver? R.: A apreciação de questões de Direito Administrativo, mobilizando-se normas de Direito Administrativo, ou seja, abrange os litígios emergentes de relações jurídicas administrativas. Uma relação administrativa é uma relação em que, pelo menos, um dos sujeitos é uma entidade pública ou um particular no exercício de um poder público. Deste modo, ficam excluídas da justiça administrativa: Litígios de Direito privado Mesmo quando resultante da atividade de direito privado da AP. Não havendo uma lei administrativa, a AP vai lançar mão de leis de direito privado. Assim, ficam de fora: a) Atos jurídicos praticados no puro domínio da capacidade privada da administração – administração de património, gestão de estabelecimentos económicos em concorrência, etc.; b) Atos jurídicos praticados através de instrumentos puramente privativos do Direito Civil – fornecimento de bens e serviços, gestão provada de estabelecimentos públicos, intervenções no mercado, etc.; Nota: os tribunais administrativos não são de jurisdição estatutária – se assim fosse, resolveriam todos os litígios de que a AP fizesse parte; os TA não conhecem dos litígios de direito privado, mesmo que a AP faça parte e conhece os litígios entre provados se estes forem regulados pelo direito administrativo. Relações de Direito Político Ficam fora do âmbito de jurisdição administrativa as questões atinentes ao exercício de poderes soberanos (político, legislativo e jurisdicional); Litígios relativos à validade de atos políticos – por exemplo, veto do Presidente da República, referenda ministerial do Primeiro Ministro, atos diplomáticos, etc.; deste modo, os litígios que lhes sejam associados tomam-se como insindicáveis; Litígios relativos à validade dos atos administrativos – No entanto, não se excluem da jurisdição da justiça administrativa os regulamentos administrativos e atos administrativos. A validade dos atos relaciona-se com a procura da eliminação do ato; assim, distinguem-se dos litígios relativos à responsabilidade decorrente de um ato, em que se procura uma indemnização pelos danos imputáveis ao mesmo. a) Nos litígios relativos à validade de um ato, o objeto é decidir se o ato é válido ou inválido, sendo que em caso afirmativo é excluído da ordem jurídica; b) Nos litígios relativos à responsabilidade gerada pelo ato, o objeto é saber se alguém lesado tem ou não direito a uma indemnização.