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COMO SURGIU O BUDISMO

O Budismo surgiu da insatisfação de um jovem príncipe,


chamado Sidarta Gautama Sakyamuni, que nasceu na cidade de
Kapilavastu, localizada no centro-norte da Índia, atualmente Nepal,
no oitavo dia do quarto mês, há Aproximadamente 565a.C.

Conta a tradição que Sidarta levava uma vida luxuosa, cheia de


confortos e regalias, sem que nada lhe pudesse dar a idéia das
agruras e vicissitudes da vida. Seu pai, o Rei Sudodhana,
empenhava-se tanto em mantê-lo afastado dessas realidades, que
proibiu-o de ultrapassar as muralhas do palácio, onde ele usufruía
do luxo e da riqueza. Alimentos maravilhosos, contato somente com
pessoas bonitas e alegres, belos e bem cuidados jardins e
pomares, enfim, tudo aquilo que um ser humano pode desejar como
agradável para os sentidos.

Após certos acontecimentos, o jovem Sidarta resolveu sair do


palácio e aventurar-se pelas estradas e cercanias da cidade que
seu pai governava. Conta a tradição, que num dado momento, ele
viu um homem extremamente velho, enrugado, encurvado que
caminhava com bastante dificuldade, apoiando-se sobre uma
bengala. Aquilo o deixou horrorizado, porque ele nunca havia se
dado conta de que as pessoas envelheciam e entravam em
decadência física.

Continuando o passeio, o príncipe encontrou um outro homem


que chamou sua atenção, desta vez não tão velho, mas com o
corpo e o rosto inteiramente dilacerados por feridas causadas por
algum tipo de doença terrível. Isso foi um novo choque. Em toda a
sua jovem vida, ele jamais percebera que as pessoas podem ser
acometidas por doenças horríveis.

Mais adiante, ele se deparou com um cadáver já meio devorado


pelos lobos e chacais. Aquilo o abalou profundamente. Sidarta não
tinha consciência de que na vida todos caminham incessantemente
para a morte.

No caminho de volta, ele se deparou com um peregrino (espécie


de homem considerado santo na Índia - sadhu), que apesar de
quase nu, e sem nada possuir, além de uma tigela para mendigar
comida e um bastão, aquele homem parecia estar tranquilo, seu
rosto irradiava paz, dignidade e contentamento.
Profundamente combalido e decepcionado com as cenas
terríveis que presenciara em seu passeio e, assustado por não ter
tido anterior conhecimento sobre tudo aquilo que presenciou,
retornou ao palácio. Ali refletiu longamente e qualificou o que vira
como as três marcas da impermanência (velhice, doença e morte).
Entretanto, a lembrança do peregrino deu-lhe a certeza de que a
única maneira de extinguir aquela angústia imensa que dele se
apoderara era o abandono físico e mental daquela vida de confortos
e acomodação material. Tomada essa decisão, assim ele fez,
abandonou a casa paterna para tentar encontrar uma resposta para
tanto sofrimento por que passam os seres.

Durante os seis anos seguintes, o ex-príncipe estudou com os


maiores mestres da época todos os modos de espiritualidade
conhecidos até então. Desde o estudo erudito das mais profundas
leis espirituais, até a mortificação mais severa. Mas, nada disso o
satisfez, não tinha encontrado ainda o lenitivo final para as
angústias e sofrimentos humanos, fossem eles físicos ou mentais.

Após ter percebido que ainda não fora inventado o remédio para
aquele tipo de "doença", resolveu ele, por conta própria, tentar
descobri-lo. Desta vez iria procurar a resposta dentro de sí, pois
inutilmente a procurara fora e não a encontrara. Sentou-se debaixo
de uma velha e imponente figueira, disposto a não mais se levantar
até descobrir o fim do sofrimento. Ali ficou durante 49 dias, em
profunda e silenciosa meditação. Sidarta, então experimentou e
ultrapassou todos os níveis de consciência, chegando até a
suprema iluminação, o Nirvana. Neste momento, ele transformou-se
no Buda, que significa "o supremo iluminado, totalmente
consciente" . Contava ele com 35 anos de idade. A partir deste
momento, e até o dia de sua morte aos 80 anos, ele viajou por todo
o noroeste da Índia, partilhando com um número crescente de
discípulos as suas experiências e sua luz.

O Budismo baseia-se no conceito de que tudo é ilusório,


transitório e portanto impermanente. A busca essencial consiste em
se ultrapassar a ilusão rumo à perfeita consciência, que é o estado
de Nirvana. É também conhecido como o "Caminho do meio", por
afastar-se dos extremos, tais como escetismo de um lado e
luxuosidade de outro. Além desses elementos a doutrina budista
baseia-se também nas Quatro Nobres Verdades e na chamada
Nobre Senda Óctupla.
O budismo ao longo de todos esses séculos dividiu-se em três
principais ramificações: O budismo Theravada, ou a doutrina dos
antigos. É um sistema muito ortodoxo, baseado nos princípios
monásticos indianos. O budismo Zen, que é a forma chinesa e
japonesa de explicar a doutrina. É considerada a maneira mais
rápida e direta de se compreender o método de iluminação de
Buda. Dá muita ênfase na meditação e nas artes. É o ramo de
maior prestígio no Ocidente. O budismo Tibetano ou Lamaismo é o
sincretismo entre o Budismo, o Tantrismo e o Bon Po (prática
Xamânica que era a religião original do Tibete).

Assim como todas as grandes religiões, o Budismo tem muito de


sabedoria para nos oferecer. Na próxima semana, mais história
sobre Buda e sua filosofia.

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