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BIBLIOLOGIA – VISÃO PANORÂMICA DA BÍBLIA

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UMA ESCOLA SEM PAREDES E SEM FRONTREIRAS

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EAD
(EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA)

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Sumário

Capítulo 01 BIBLIOLOGIA

Capítulo 02 A ESCRITA

Capítulo 03 A BÍBLIA COMO LIVRO

Capítulo 04 AS LÍNGUAS ORIGINAIS

Capítulo 05 OS ESCRITORES

Capítulo 06 A ESTRUTURA DA BÍBLIA – O VELHO TESTAMENTO

Capítulo 07 A ESTRUTURA DA BÍBLIA – O NOVO TESTAMENTO

Capítulo 08 A BÍBLIA HEBRAICA E A VULGATA LATINA

Capitulo 09 CAPÍTULOS E VERSÍCULOS – PESOS E MEDIDAS

Capítulo 10 A BÍBLIA EM PORTUGUÊS

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CAPÍTULO 01

BIBLIOLOGIA

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
– João 1:1
A Bíblia é o livro sagrado do Cristianismo. Ela é o livro mais famoso e mais
produzido no mundo. Seus 66 livros foram escritos por mais de 40 pessoas,
das mais diferentes profissões, culturas e nacionalidades, durante um perí-
odo de cerca de 1.500 anos.
Nela se encontram os mais variados gêneros literários, como histórias, bio-
grafias, leis, poesias, hinos, canções, provérbios, cartas, sermões, profecias
e visões, que mostram como Deus se relaciona com a humanidade. Sua in-
crível uniformidade faz da Bíblia um livro singular, que só poderia ter sido
escrito sob inspiração divina.
De fato, ela mesma reivindica uma inspiração especial de Deus: a expressão
"e Deus disse", ou equivalente, ocorre mais de 2.600 vezes.
Que é a Bíblia? Um simples olhar lançado sobre o índice basta para ver que
ela é uma "biblioteca", uma coleção de livros muito diversos. Quando se

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consultam as introduções a esses livros, a primeira impressão se confirma:


distribuindo-se por mais de dez séculos, os livros provêm de dezenas de au-
tores diferentes; uns estão escritos em hebraico (com certas passagens em
aramaico), outros em grego; apresentam gêneros literários tão diversos
quanto a narrativa histórica, o código de leis, a pregação, a oração, a poe-
sia, a carta, o romance.
"Nascida no Oriente e vestida de formas e imagens orientais, a Bíblia per-
corre as estradas do mundo inteiro, familiarizada com os caminhos por
aonde vai; penetra nos países, um após outro, para em toda parte sentir-se
bem, como em seu próprio ambiente. Aprendeu a falar ao coração do ho-
mem em centenas de línguas. As crianças ouvem suas histórias com admi-
ração e prazer, e os sábios ponderam-nas como parábolas de vida. Os maus
e os soberbos estremecem com os seus avisos, mas aos ouvidos dos que
sofrem e dos penitentes sua voz tem timbre maternal. A Bíblia está entre-
tecida nos nossos sonhos mais queridos, de sorte que o amor, a amizade, a
simpatia, o devotamento, a saudade, a esperança, cingem-se com as belas
vestimentas de sua linguagem preciosa. Tendo como seu esse tesouro, nin-
guém é pobre nem desolado. Quando a paisagem escurece, e o peregrino,
trêmulo, chega ao vale da sombra, não teme nele entrar: empunha a vara e
o cajado da Escritura: diz ao amigo e companheiro - Adeus, até breve. Mu-
nido desse apoio, avança pela passagem solitária como quem anda pelo
meio de trevas em demanda da Luz".
Henry Van Dyke

Deus criou o homem para manter um relacionamento de profunda comu-


nhão. No desejo de se revelar ao homem, o Senhor Deus lhe comunica o
Seu conhecimento falando de três formas:
Através da voz da natureza (S119.1-4; Rm 1.20),
Por meio da Sua Palavra escrita (Mt 4.1-11; Ap 1.10,11),
e, por fim,

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Deus fala por intermédio do Seu Filho Amado, JESUS, a


Palavra Viva que se fez carne e habitou entre nós (Hb
1.1,2).
O nosso estudo procura abordar a Palavra Escrita. A Bíblia esta resumida
em tema central: a história do plano de Deus que visa a redenção do ho-
mem, prisioneiro do pecado, por meio da morte expiatória e ressurreição
de Jesus Cristo, o Filho eterno do Deus Vivo.
A primeira porção da Bíblia conta a história de muitos povos e em particu-
lar a história do povo de Israel. Com frequência eles tiveram que enfrentar
os mesmos problemas que eu e você temos de enfrentar hoje em dia. E
muitas vezes reagiram da mesma maneira que nós! Ora confiaram em
Deus, ora duvidaram dEle. Viram seus poderosos milagres, mas precisaram
da segurança da Sua presença. Era o Seu povo escolhido, mas com fre-
quência tiveram que enfrentar testes e dificuldades.
Todo aquele que teve um encontro real com o SENHOR JESUS deve procu-
rar conhecer também a Sua Palavra (Bíblia), A Bíblia, ao mesmo tempo em
que é fonte para a vida espiritual, é também uma ferramenta de suma im-
portância para a edificação da Igreja. Uma igreja onde os membros são
bem alimentados (instruídos) na Palavra (Dt 8.3), passa a conhecer melhor
o seu Deus, a ter maior intimidade e, como consequência, torna-se um po-
vo forte e ativo (Dn 11.32). Por outro lado, o povo que não conhece a Pala-
vra de Deus, pode ser destruído pelo diabo (Os 4.6a,14b), erra constante-
mente (Mt 22.29), e facilmente será levado de um lado para outro sob
qualquer vento de doutrina (Ef 4.14). O reitor de uma grande Universidade
afirmou: "Estou convicto do valor de uma educação universitária para ho-
mens e mulheres. Mas creio que o conhecimento da Bíblia sem um Curso
Superior é mais valioso do que um Curso Superior sem a Bíblia."
Devemos ter sede e fome pela Palavra de Deus a ponto de explodirmos em
gozo e exclamarmos como o Salmista no Salmo 119.97-100:
“97Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!

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Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus
inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo.
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Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque
medito nos teus testemunhos. 100Sou mais prudente que os
idosos, porque guardo os teus preceitos”.
O estudante da Bíblia deve ter o cuidado de não ceder à tentação de estu-
dar assuntos isolados dos Livros Sagrados sem ter um conhecimento geral
do todo. O estudo esfacelado só traz prejuízos, pois, defrauda o estudante
que não aproveitara em nada as horas de estudo. Há muita gente preocu-
pada em estudar Escatologia (estudo das ultimas coisas), quando ainda não
conhece os livros da Bíblia e a história da redenção. Todo estudo deve ser
sistemático.
Conhecer a Bíblia sem conhecer o Espírito Santo que a inspirou, leva o ho-
mem ao formalismo. Conhecer o Espírito Santo e não conhecer a Bíblia leva
o homem ao fanatismo. Em nossa mente deve estar sempre viva a exorta-
ção do Senhor Jesus: "Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder
de Deus" (Mt 22.29). Ao estudar a Bíblia há o grande privilegio de se ter o
Autor ao lado para esclarecer duvidas e orientar nas questões obscuras (Jo
16.13). O brado de alerta do profeta Oséias continua ecoando nos quatro
cantos da terra: "Conheçamos/ e prossigamos em conhecer ao penhor"
(Os 6.3a).

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CAPÍTULO 02

A ESCRITA

I. OS LIVROS ANTIGOS
A. A ESCRITA
Cria-se que a escrita fora desconhecida nos primórdios da história,
porém, a pá dos arqueólogos vem-nos revelar que registros escritos
de importantes acontecimentos foram feitos desde a alvorada da his-
tória.
1. ESCRITOS ANTEDILUVIANOS
Há uma tradição entre os árabes e judeus de que Enoque foi o in-
ventor da escrita. A arqueologia revelou que um antigo rei babilô-
nico gostava de ler os escritos da época do dilúvio. Assurbanipal,
fundador da grande biblioteca de Nínive, referiu-se a inscrições de
antes do Dilúvio.
O Dr.Langdon, encontrou em QUIS, uma placa pictográfica com
inscrições pré-diluviana.
O Dr.Woolley, achou em UR, sinetes de origem antediluviana com

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escritos primitivos, representando o nome de uma pessoa e iden-


tificando uma propriedade, etc.
2. O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
a. ESCRITA PICTOGRÁFICA
Eram marcas, sinais e figuras que foram usadas para registrar
ideias, palavras e combinações de palavras. Provavelmente,
Deus tenha sido o primeiro a usar a "escrita pictográfica", ao
deixar um sinal em Caim (Gn 4.15).
b. ESCRITA CUNEIFORME
Eram marcas ou sinais que representavam partes de palavras
ou sílabas. Havia mais de 500 marcas diferentes que formavam
aproximadamente 30.000 combinações.
c. ESCRITA ALFABÉTICA
Foi o grande avanço da escrita, onde as marcas passaram a re-
presentar parte de sílabas ou letras, na qual, com 26 marcas di-
ferentes podia-se expressar todas as diferentes palavras do sis-
tema cuneiforme. A escrita alfabética começou antes de 1.500
a.C. O mais primitivo escrito alfabético foi encontrado na regi-
ão onde Moisés passou 40 anos. A inscrição data de alguns
anos antes de Moisés.
3. LIVROS PRÉ-ABRAAMICOS
Os centros de população mais antigos, após o dilúvio, ficavam na
Babilônia, Quis, Ereque, Lagás, Acade, Ur, Eridu, Nípur, Larsa e Fa-
rá. Nas ruínas destas cidades, as escavações arqueológicas encon-
traram milhares de livros, escritos em pedras ou placas de barro
antes da época de Abraão. Os cinco mais famosos estão relacio-
nados abaixo.
a. PLACA DE FUNDAÇÃO DE ANIPADA

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É uma placa de mármore contendo a seguinte inscrição: "Ani-


pada, rei de Ur, filho de Messanipada, construiu este (templo)
para sua senhora Nin-Kharsag (deusa-mãe)".
b. RETRATO DA FAMÍLIA UR-NINA
É uma placa contendo a família do rei de Lagas com inscrições
explicativas.
c. ESTELA DE EN-HEDU-ANA
É uma placa com uma inscrição dizendo que a filha de Sargão
era sacerdotisa da deusa lua em Ur.
d. ESTELA DOS ABUTRES DE EDNATUM
É uma placa onde se encontra registrada a vitória contra os
elamitas e o método de combate.
e. ESTELA DE UR-NAMUR
É uma laje de três metros de altura por um metro e sessenta e
cinco centímetros de largura (3 m x 1,65 m), que descreve a
construção do Zigurate, no auge da glória de Ur.

B. MATERIAIS PARA A ESCRITA


Quase toda superfície lisa era empregada como material para escre-
ver:
1. PEDRA
Inscrições eram entalhadas em superfície de pedras ou rochas (Jó
19.23,24; Dt 27.2,3; Js 8.32). Deus mesmo usou tábuas de pedra
(heb. LUHOTH = tabletes), para escre-
ver os "Dez Mandamentos" (Êx
31.15,16). Os tabletes tinham formas
retangulares e mediam aproximada-

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mente 45 centímetros de comprimento por 30 centímetros de lar-


gura (45 cm x 30 cm). Na Palestina já usavam desses tabletes des-
de o segundo milênio a.C.

2. TABUINHAS DE ESCREVER
Provavelmente eram pranchetas feitas de madeira ou marfim. Fo-
ram usadas por Isaías (Is 30.8) e Habacu-
que (Hc 2.2). A mais antiga tabuinha até o
momento encontrada, em NIRUND, na
Assíria, acha-se inscrita com uma longa
composição de 6.000 linhas e é datada de
cerca de 705 a.C.. As tabuinhas foram as precursoras dos quadros
negros. Eram muito empregadas no mundo greco-romano (Lc 1.63
- gr.: pinakidion - uma pequena tabuinha de escrever).

3. TABLETES DE ARGILA
Eram placas ou tijolos (heb.: LEBHENÃ) de argila semelhantes aos
tabletes usados para planejamento ou
pesquisas na Babilônia, muito parecido
com uma telha plana. Foi empregado por
Ezequiel (Ez 4.1).

4. OSTRACAS
Cacos de vasos ou ostracas era outro material de escrita bastante
comum. Cacos usados para
registros de negócios e
memorando foram encon-
trados em Samaria, perten-
centes à época de Jeroboão II.

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5. PAPIRO
Era extraído de uma planta aquática do mesmo nome, parecido
com o junco. A entrecasca era retira-
da em forma de tiras e colocadas na
vertical (justapostas), depois coloca-
va-se outras tiras na horizontal, en-
tão, batia-se com um martelo de ma-
deira até formar uma placa única que
servia de escrita. Do papiro deriva o
termo "papel". Seu uso na escrita vem de 3.000 a.C.. Há várias
menções desse material na Bíblia (Êx 2.3; Jó 8.11; Is 18.2; II Jo 12).

6. PERGAMINHO
É a pele de animais curtida e preparada para escrita. Um pedaço
de pergaminho, usualmente media 25 centí-
metros de largura por 10 centímetros de com-
comprimento (25 cm x 10 cm). É um material
superior ao papiro, porém de uso mais recen-
te (cerca de 1288 a.C.), Foi pouco usado pe-
los egípcios e babilônicos, mas de largo em-
prego entre os hebreus. Paulo fez uso de
pergaminhos (// Tm 4.13)
Obs.: Essas informações complementares são apenas para mostrar
como, no início da história humana, os homens registravam os even-
tos importantes. Podemos deduzir que alguns eventos do livro do
Gênesis foram registrados e, Moisés os utilizou. Em Gênesis 5.1, Moi-
sés cita o livro da genealogia de Adão, escritos que provavelmente
chegou até ele.

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CAPÍTULO 03

A BÍBLIA COMO LIVRO

A. EM QUEM TEVE ORIGEM A BÍBLIA?


Todos estes livros provêm de homens com uma convicção comum:
Deus os destinou a formar um povo que toma lugar na história com
legislação própria e normas de vida pessoal e coletiva. Foram todos
testemunhas daquilo que Deus fez por esse povo e com ele. Relatam
os apelos de Deus e a reação dos homens (indagações, queixas, lou-
vor, ações de graça).
Este povo posto a caminho por Deus foi primeiramente Israel, que
apareceu na história por volta de 1200 a.C., envolvido - como todos
os povos vizinhos - nos movimentos que agitaram o Oriente Próximo
até os inícios da nossa era. No entanto, sua religião o tornava um po-
vo à parte. Israel conhecia um único Deus, invisível e transcendente:
o SENHOR.
Exprimia a relação que o unia ao seu Deus com um termo jurídico: a
Aliança. Submetia toda a existência à Aliança e à Lei que dela decor-
ria, e seu modo de vida se tornava cada vez mais contrastante com o
das outras nações. Toda a parte hebraica da Bíblia se refere à Aliança,
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tal como foi vivida e pensada por Israel até o século II a.C..
O antigo povo judaico, cuja dispersão se acelerou com a destruição
de seu centro religioso, Jerusalém, em 70 e 135 d.C., prolonga-se na
comunidade judaica, cuja história movimentada e frequentemente
trágica se desenvolve na maior parte do tempo em terra de exílio. As
diversas tendências que o animam, todas têm por fundamento a Es-
critura e notadamente a Lei, venerada como a própria palavra do Se-
nhor.
Os judeus a leem e sobre ela fundamentam sua prática no quadro de
tradições que, lançando raízes na vida do antigo Israel, foram redigi-
das após a ruína da nação e inseridas na literatura rabínica.
Ao mesmo tempo em que viu o desaparecimento da nação judaica, o
século I assistiu ao nascimento da comunidade cristã, que se afastou
progressivamente do judaísmo.
Para os cristãos, a história do povo de Deus tinha encontrado cum-
primento em Jesus de Nazaré; foi por Ele que Deus reuniu as pessoas
de todas as origens para formar um povo regido por uma nova Alian-
ça, um novo Testamento. Era uma aliança definitiva; em contraparti-
da, fazia da Aliança que regia Israel uma etapa que, embora indispen-
sável, estava destinada a ser superada.
Os cristãos denominaram-na de antiga Aliança e deram ao conjunto
dos livros bíblicos recebidos de Israel o nome de Antigo Testamento
(2 Co 3.14), enquanto os livros que falavam da pessoa e da mensa-
gem de Jesus formavam o Novo Testamento.
Os discípulos de Jesus e seus sucessores imediatamente que redigi-
ram o Novo Testamento viam em Jesus aquele que concretizaria a
esperança de Israel e responderia à expectativa universal tal qual ex-
pressa no seio desse próprio povo. Com toda naturalidade, utilizaram
a linguagem dos livros sagrados de Israel com toda a sua densidade
histórica e experiência religiosa acumulada no decorrer dos séculos.

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Consequentemente, a comunidade cristã reconheceu no Antigo tes-


tamento a palavra de Deus. As Escrituras judaicas vieram a ser, en-
tão, a primeira Bíblia dos cristãos. Mas, iluminado pela fé em Jesus
Cristo, o Antigo Testamento tomou um sentido novo para eles, tor-
nou-se como que um novo livro.
Assim, judeus e cristãos se vinculam à Bíblia, mas não a lêem com os
mesmos olhos. Não obstante ela continua a convidar os homens e
mulheres de todos os países e de todos os tempos a ingressar no po-
vo dos que buscam a Deus no seguimento dos patriarcas, dos profe-
tas, de Jesus e de seus discípulos. Livro do povo de Deus, a Bíblia é o
livro de um povo ainda a caminho.
Ler a Bíblia.
Os livros da Bíblia são a obra de autores ou redatores reconhe-
cidos como portadores da palavra de Deus no meio de seu po-
vo. Muitos dentre eles ficaram no anonimato. De qualquer
modo, não estavam isolados: eram conduzidos pelo povo cujas
vidas, preocupações, esperanças partilhavam, mesmo quando
se erguiam contra ele.
Boa parte de sua obra se inspira nas tradições da comunidade.
Antes de receber forma definitiva, estes livros circularam du-
rante muito tempo entre o público e apresentam os vestígios
das reações suscitadas em seus leitores, sob a forma de reto-
ques, anotações e até de reformulações mais ou menos impor-
tantes. Os livros mais recentes são por vezes reinterpretação e
atualização de livros mais antigos (como, por exemplo, as Crô-
nicas, com relação a Samuel e Reis).
A Bíblia está profundamente marcada pela cultura de Israel,
povo que teve, como todos os outros, um modo próprio de
compreender a existência, o mundo que o circundava, a condi-
ção humana. Exprime sua concepção do mundo, não numa fi-

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losofia sistemática, mas em costumes e instituições, em rea-


ções espontâneas dos indivíduos e do povo, através das carac-
terísticas originais de sua língua. A cultura hebraica evoluiu no
decorrer dos séculos, conservando, porém, determinadas
constantes.
A civilização de Israel tem muitos pontos em comum com as ci-
vilizações dos outros povos do antigo Oriente. Apesar disso, o
antigo Oriente não explica tudo na Bíblia; a linguagem dos li-
vros foi modelada pela história própria de Israel, única em seu
gênero. Muitas das palavras da Bíblia - particularmente no No-
vo testamento - estão carregadas de uma experiência religiosa
milenar. Para detectar toda sua riqueza, é preciso levar em
consideração o contexto de toda a Bíblia e da vida das comuni-
dades que prolongam a existência do antigo Israel.
Isto explica por que, muitas vezes, é difícil para o homem de
hoje compreender plenamente a Bíblia. Entre ela e ele se in-
terpõe uma distância considerável: o afastamento no tempo, a
diferença de cultura e, mais profundamente, a distância que
um texto escrito sempre introduz entre a mensagem original e
o leitor.
Para reduzir a distância, recorre-se à exegese, isto é, a uma ex-
plicação do texto. Cada época teve seus métodos. De dois ou
três séculos para cá, o Ocidente viu desenvolver-se uma exege-
se histórica, à qual a civilização técnica forneceu instrumentos
(especialmente a arqueologia científica). Sua intenção é esta-
belecer com exatidão o texto bíblico, compreender exatamen-
te o sentido das palavras, situar o texto em seu ambiente ori-
ginal. É o resultado deste vasto trabalho que as introduções e
as notas de A Bíblia - Tradução Ecumênica resumem.
A Bíblia, Palavra de Deus.

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Quem lê a Bíblia constata que não constitui simplesmente um


antigo tesouro literário ou uma mina de documentação sobre a
história das ideias morais e religiosas de um povo. A Bíblia não
é somente um livro no qual se fala de Deus; ela se apresenta
como um livro no qual Deus fala ao homem, como atestam os
autores bíblicos:
Não se trata de uma palavra sem importância para vós: é vossa
vida (Dt 32.47). Estes sinais foram escritos neste livro para que
creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais a vida em seu nome (Jo 20.30-31).
Nenhuma leitura poderá desconhecer essa função do texto bí-
blico, essa interpelação constante, essa vontade de transmitir
uma mensagem vital e de atrair a adesão do leitor. O leitor é li-
vre para resistir e pode apreciar a Bíblia apenas como um lite-
rato ou um apreciador da história antiga. Mas se ele aceitar en-
trar em diálogo com os autores que dão testemunho da pró-
pria fé e suscitam a necessidade de uma decisão, a questão
fundamental, o sentido da vida, não deixará de ser enfrentada
por ele. Pois a Bíblia e a fé - à qual ela convida de modo tão
premente -, embora estejam profundamente enraizadas numa
história particular e bastante longa, ultrapassam a história. Os
autores bíblicos querem ser os porta-vozes de uma Palavra que
se dirige a todo homem, em todo tempo e lugar.
Através dos séculos, as comunidades cristãs de todas as línguas
e de todas as culturas encontraram e encontram alimento nes-
te livro, cuja mensagem meditam e atualizam. Não é sem razão
que nos cultos ou celebrações se leem ou se cantam os Salmos,
o Antigo Testamento, as Epístolas, com o Evangelho; sua uni-
dade é a unidade da fé. Fundamentada nesse testemunho da
Bíblia, a fé não deixa de encontrar ali vida e força. O leitor
(mesmo não-crente) sabe que esta fé existe hoje, que ela é -

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nas comunidades e algumas vezes fora delas - um certo modo


de o homem viver a relação com os outros homens e de agir no
meio deles, uma modalidade particular de existir que é fer-
mento da história humana.
Assim, a Bíblia sempre remete o leitor à fé vivenciada, como
também a vivência da fé sempre remete à Bíblia, na qual a fé
lança suas raízes.
1. É assim que nesta Bíblia será traduzido o nome próprio do Deus
de Israel (cf. Êx 3.14-15).
2. Aliança e Testamento são duas traduções da mesma palavra he-
braica (cf. Hb 9,15 nota).
3. Para evitar qualquer mal-entendido, seria melhor falar do primei-
ro e do Segundo Testamento, sendo um imprescindível à compre-
ensão do outro.
4. Ver, por exemplo, as introduções a Isaías e a Ezequiel.
A prova concludente do amor divino encontra-se no fato de que o
Senhor Deus se revelou ao homem, e esta revelação ficou regis-
trada em um livro que nós chamamos de Bíblia.

B. O VOCÁBULO BÍBLIA
O Vocábulo Bíblia não é encontrado nas páginas das Sagradas Escritu-
ras, mas somente em sua capa. Sua origem vem do vernáculo grego.
1. BIBLOS (grego) - Folha de papiro preparada para escrita.
2. BIBLION (grego) - Rolo pequeno de papiro ou pergaminho (livro).
3. BÍBLIA (grego) - Plural de biblion, ou seja, a coleção de pequenos
rolos (livros).

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C. TÍTULOS DA BÍBLIA
1. SAGRADAS ESCRITURAS - Rm 1.2; II Tm 3.15
2. ESCRITURAS - Lc 24.27,45 (Testemunho de Jesus sobre o VT)
3. ESCRITURA - Jo 10.25; II Tm 3.16
4. PALAVRA DE DEUS - Mc 7.13; Rm 10.17; Hb 4.12
5. PALAVRA DA VERDADE - // Tm 2.15
6. ESCRITURA DA VERDADE - Dn 10.21
7. O LIVRO DO SENHOR - Is 34.16
Obs.: Outros nomes e títulos são encontrados em toda a Bíblia.

D. FORMA PRIMITIVA DOS LIVROS DA BÍBLIA


1. ROLOS
Eram tiras de pergaminhos ou papiros enrolados. A tira era presa a
dois cabos de madeira para facilitar o ma-
nuseio. Cada livro era um rolo em separa-
do. Quando um rolo ficava gasto pelo uso,
um grupo de estudiosos, chamados
"massoretas", copiava os textos em no-
vos rolos, com extremo cuidado. Usual-
mente os rolos antigos eram destruídos posteriormente.

2. O CÓDICE
É um primitivo livro parecido com o forma-
to atual, mas de grandes proporções.
Obs.: Hoje a Bíblia é o Livro mais lido em
todo o mundo e, isso se tornou possível

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graças à invenção do papel no século II da era Cristã, pelos chine-


ses, e a criação dos prelos de tipos móveis pelo alemão Gutenberg
em 1450. Embora não tivesse sido o primeiro livro a ser escrito, foi
o primeiro a ser impresso (1450). Atualmente mais de 30.000.000
de cópias são impressas a cada ano. A Bíblia (Velho e Novo Testa-
mentos), já foi traduzida para mais de 1.090 idiomas e dialetos di-
ferentes.

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CAPÍTULO 04

AS LÍNGUAS ORIGINAIS

A. A ESCRITA E AS LÍNGUAS ORIGINAIS


Todos os Livros da Bíblia foram escritos originalmente à mão, sendo
chamados, portanto, de manuscritos.
1. ESCRITA
a. UNCIAL - é o manuscrito que contém apenas maiúsculas.
b. CURSIVO - é o manuscrito que contém apenas minúsculas.
c.
2. AS LÍNGUAS ORIGINAIS
a. VELHO TESTAMENTO
 HEBRAICO
É a língua pertencen-
te ao grupo ocidental
dos idiomas semíti-
cos (o termo semíti-
co é oriundo do no-

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me de Sem, o filho mais velho de Noé). Quase a totalidade


do Velho Testamento foi escrito em hebraico.
 ARAMAICO
É parecido com o hebraico, mas não é derivado dele. A for-
ma de escrita é a mesma, pois o aramaico tem aproximada-
mente as mesmas caracterís-
ticas fonológicas. A Bíblia
nos mostra (2 Rs 18.26), no
tempo de Senaqueribe
(705-681 a.C.), que o ara-
maico era um idioma diplomático. Algumas porções do Velho
Testamento foram escritas em aramaico - Dn 2.4-7.28; Ed
4.8-6.18;7.12-26; Jr 10.11 e duas palavras em Gn 31.47.

b. O NOVO TESTAMENTO
 HEBRAICO
Alguns estudiosos acham que, originalmente, o Evangelho de
Mateus tenha sido escrito em hebraico no seu todo ou ape-
nas as LOGIAS (ensinamentos -Sermão no Monte), de Jesus.
 GREGO KOINÊ
É o grego popular, comum. Língua franca das terras do Ori-
ente Próximo e do Mediterrâneo nos tempo dos romanos.
Sendo uma língua flexí-
vel e harmoniosa, era
falada e compreendi-
da por quase todos.
Os Livros do Novo
Testamento foram
escritos em sua tota-

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lidade, no idioma grego, salvo algumas palavras de influência


hebraica e aramaica.

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CAPÍTULO 05

OS ESCRITORES

A. OS ESCRITORES DA BÍBLLA
Desde os tempos mais antigos, Deus fez os homens guardarem um re-
gistro escrito de suas palavras e revelações. Durante um período de
aproximadamente 1400 a 1600 anos, por mais ou menos 40 homens.
Inspirados por Deus, eles deixaram registrado para as gerações vin-
douras a Palavra Eterna de IHAVÉH. Foram homens dos mais variados
segmentos da sociedade, tais como: Rei, camponês, pescador, médi-
co, teólogo, sacerdote, legislador, profeta, cobrador de impostos,
etc...
Os Livros foram escritos em épocas, ambientes e circunstâncias as
mais diversas, no entanto, formam apenas um único livro, com um
único e grande tema. Deus foi o autor, tais homens, os escritores. Mi-
raculosamente, Deus permitiu que a natureza e personalidade de cada
escritor transparecessem através de cada escrito. Esses homens não
foram meros secretários, mas cooperadores de Deus.

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B. A REVELAÇÃO & INSPIRAÇÃO da BÍBLIA


O homem não teria o conhecimento de Deus se o próprio Deus não se
revelasse de forma clara e real. A Bíblia seria um, entre milhares de li-
vros ultrapassados, se não fosse inspirada pelo Espírito Santo de Deus.
Portanto, o que conhecemos de Deus, chegou até nós por revelação e
inspiração.
REVELAÇÃO
Revelar significa "tirar o véu", ou "remover a coberta" que escon-
de um objeto para o expor à vista. Deus é conhecido, segundo a Bí-
blia, não porque os homens, nos seus esforços intelectuais o des-
cobriu (/ Co 1.21), mas Deus mesmo se revelou. O Poder e a Divin-
dade de Deus foram reveladas através da Sua criação (Rm 1.20). No
entanto, as maravilhas da criação não dá ao homem a capacidade
de adquirir o conhecimento de Deus que o seu coração pede. Deus
é a fonte da Vida, e o conhecimento dEle introduz o homem em
uma vida cada vez mais perfeita (S119). Conhecer Deus através de
palavras é uma coisa, mas conhecer Deus porque Ele se revelou, é
algo de causar impacto duradouro. Jacó teve uma revelação espe-
cial de Deus (Gn 28.10-13) Moisés conhecia Deus por tradição do
seu povo, um dia, porém, o próprio Deus se revelou a ele, e aquela
revelação mudou radicalmente a sua vida (Êx 3.1-6). Quando o Se-
nhor se revelou a Jó, ele não se conteve e exclamou: "Eu te conhe-
cia só de ouvir mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me
abomino e me arrependo no pó e na cinza"(Jó 42.5,6). Extensa é a
lista de homens e mulheres que, nas páginas sagradas, tiveram
uma revelação de Deus. "O Criador opera, a Criatura contempla: o
Senhor se apresenta, o homem percebe; o Senhor fala, o homem
ouve: o Senhor se revela e o homem entende algo da Sua Majesta-
de, da Sua Santidade, da Sua Justiça e da Sua Glória"(A.R.Crabtree -
Teologia do Velho Testamento - página 42).

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INSPIRAÇÃO
É o termo inspiração que descreve, no sentido bíblico, a habilitação
dos escritores que produziram os livros da Bíblia. A inspiração signi-
fica a atuação do Espírito Santo no espírito de homens idôneos, es-
colhidos, para receberem e transmitirem as mensagens da revela-
ção divina (// Pé 1.19-21). Em outras palavras, inspiração é o sopro
de Deus (grego = Theopneustos), onde o Criador, sobrenaturalmen-
te, dirige com perfeita exatidão e de forma infalível o registro da
Sua Palavra, sem, com isso, prejudicar a inteligência, individualida-
de, estilo literário, ou sentimentos pessoais dos escritores huma-
nos (2Tm 3.16). "Por meio da inspiração divina, os escritores da Bí-
blia falaram com autoridade do passado desconhecido, escreveram
sob orientação divina as porções históricas, revelaram a Lei, escre-
veram a literatura devocional... registraram a mensagem profética
contemporânea, e professavam o futuro" (C.I. Scofield).

C. A AUTORIDADE DA BÍBLIA
Embora os Oráculos de Deus tenham sido escritos por homens e tra-
gam marcas indeléveis de sua escrita humana, não obstante, sob in-
fluência do Espírito Santo a ponto de serem também as palavras de
Deus, a expressão adequada e infalível de Sua mente e vontade co-
nosco. Enquanto que a Bíblia está classificada entre os registros histó-
ricos, pertence ela a uma categoria inteiramente distinta; e que, dife-
rentemente de todos os demais escritos, ela não é apenas digna de fé,
mas não contém erros e é incapaz de erro; e que assim é porque se
distinguem absolutamente de todos os outros livros, visto que em si
mesma, em cada uma das suas palavras, é a própria Palavra de Deus.
As provas arqueológicas, históricas, a unidade de seus escritos, as evi-
dências claras e visíveis no contexto humano atestam a veracidade e a
autoridade divina da Bíblia. Não cabe neste momento fazer uma expo-

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sição teológica, histórica ou científica acerca de tal autoridade. A Teo-


logia Sistemática ao abordar este assunto o faz com mais detalhes e
profundidade.

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CAPÍTULO 06

A ESTRUTURA DA BÍBLIA – O VELHO TESTAMENTO

A. A ESTRUTURA DA BÍBLIA
A Bíblia contém 66 livros e é dividida em Velho e Novo Testamentos.
O Velho Testamento tem 39 Livros e levou um período de aproxima-
damente 1500 anos para ser escrito e, o Novo Testamento tem 27 Li-
vros que foram escritos num período de 100 anos. A palavra Testa-
mento quer dizer "aliança" ou "pacto".
O Velho Testamento é a aliança que Deus fez com o homem
quanto à sua salvação, antes de Cristo vir.
O Novo Testamento é o pacto que Deus fez com o homem, quan-
to à sua salvação, depois de Cristo vir.
Obs.: Velho e Novo Testamento são definições cristãs, e não judaicas,
pois os judeus só aceitam como Escritura Sagrada apenas os livros do
Vetero-testamentarios.

B. O VELHO TESTAMENTO

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1. A FORMAÇÃO DO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO


Quais são os livros que pertencem ao Cânon do Velho Testamen-
to? Por que só os 39? A Igreja Católica Romana, desde o Concílio
de Trento, (1546), tem recebido outros livros como canônicos.
Estes são 14 apócrifos, que vem do adjetivo grego "apokriphos"
(ocultos). Estes livros são: 1° e 2° Esdras, Tobias, Judite, Adições
a Ester, Oração de Manassés, Epístola de Jeremias, Livro de Baru-
que, Eclesiástico, Sabedoria de Salomão, 1° e 2° Macabeus, Adi-
ções a Daniel, que inclui a Oração de Azarias, o Cântico dos Três
Hebreus e Bel e o Dragão. Vamos examinar o conteúdo e origem
destes livros duma maneira bem resumida, depois verificar por-
que não foram aceitos pela Igreja.
2. OS LIVROS APÓCRIFOS
Os Apócrifos: É esta a denominação que comumente se dá aos
14 livros contidos em algumas Bíblias, entre os dois Testamentos.
Originaram-se do terceiro ao primeiro século AC. a maioria dos
quais de autor incerto, e foram adicionados a Septuaginta, tradu-
ção grega do Velho Testamento, feita naquele período. Não fo-
ram escritos no hebraico do Velho Testamento. Foram produzi-
dos depois de haver cessado as profecias, oráculos e a revelação
direta do Velho Testamento, Josefo rejeitou-os totalmente. Nun-
ca foram reconhecidos pelos judeus como parte das Escrituras
hebraicas. Nunca foram citadas por Jesus, nem por ninguém
mais no Novo Testamento. Não foram reconhecidos pela Igreja
Primitiva como de autoridade canônica, nem de inspiração divi-
na. Quando se traduziu a Bíblia para o latim, no segundo século
A.D. seu Velho Testamento foi traduzido, não o Velho Testamen-
to hebraico, mas da versão grega da Septuaginta do Velho Tes-
tamento. Da Septuaginta esses livros apócrifos foram levados pa-
ra a tradução latina; e daí para a Vulgata, que veio a ser a versão
comumente usada na Europa Ocidental até o tempo da Reforma.
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Os protestantes baseando seu movimento na autoridade divina


da Palavra de Deus, rejeitaram logo esses livros apócrifos como
não fazendo parte dessa Palavra, assim como a Igreja Primitiva e
os hebreus antigos fizeram. A Igreja romana, entretanto, no Con-
cílio de Trento em 1546 A.D. realizado para deter o movimento
protestante, declarou canônicos tais livros, que ainda figuram na
versão de Matos Soares, etc... (Bíblia Católica Romana).
3. O VALOR DOS APÓCRIFOS
Não podemos dizer que esses livros não têm nenhum valor, pois
não seria verdade. Tem valor, mas não como as Escrituras. São li-
vros de grande Antiguidade e valor real. Do mesmo modo que os
manuscritos do Mar Morto são monumentos a atividade literária
dos judeus, estes também são. Em parte, preenchem a lacuna
histórica entre Malaquias e Mateus, e ilustram a situação religio-
sa do povo de Deus naquela época.
4. POR QUE OS APÓCRIFOS NÃO FORAM ACEITOS NO CÂNON DO
VELHO TESTAMENTO?
1) Nenhum dos livros foi encontrado dentro do cânon hebraico.
Um estudo da história do Cânon dos judeus da Palestina reve-
la uma ausência completa de referências aos livros apócrifos.
Josefo, diz que os profetas escreveram desde os dias de Moi-
sés até Artaxerxes, também diz: ...é verdade que a nossa his-
tória tem sido escrita desde Artaxerxes, não foi tão estimada
como autoritativa como a anterior dos nossos pais, porque
não houve uma sucessão de profetas desde aquela época. O
Talmude, fala assim: "Depois dos últimos profetas, Ageu, Za-
carias e Malaquias, o Espírito Santo deixou Israel". Não cons-
tam no texto dos massoretas (copistas judeus da maior fideli-
dade) entregar tudo o que consideravam canônico nas Escri-
turas do Velho Testamento. Nem tão pouco parece ter havido

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"Targuns" (paráfrases ou comentários judaicos da antigüida-


de) ligado a eles. Para os judeus, os livros considerados "inspi-
rados" são os 39 que hoje conhecemos como Velho Testa-
mento. Eles os possuem numa ordem diferente da nossa por
causa da forma pela qual dividem os livros.
2) Todos estes livros foram escritos depois da época quando a
profecia cessou em Israel, e não declaram ser mensagem de
Deus ao homem.
Fora dois deles, Eclesiástico e Baruque, os livros são anôni-
mos, e no caso de Eclesiástico, o autor não se diz profeta,
nem asseverou que escreveu sob a inspiração de Deus. O livro
de Baruque que se diz ser escrito pelo secretário de Jeremias,
não pode ser aceito como genuíno, pois contradiz o relato bí-
blico.
Os livros de Macabeus não tem nenhuma pretensão para au-
toria profética. Mas registra detalhes sobre as guerras de in-
dependência em 165 A.C. quando os cinco irmãos macabeus
lutaram contra os exércitos da Síria. I Macabeus é geralmente
considerado como de maior valor histórico do que o II.
3) O nível moral de muitos destes livros é bastante baixo.
São cheios de erros históricos e cronológicos, por exemplo,
Baruque 1.1, diz que ele está na Babilônia, enquanto Jeremias
43.6, diz que ele está no Egito. Baruque diz que os utensílios
do templo foram devolvidos da Babilônia, enquanto Esdras e
Neemias revelam o contrário. Baruque cita uma data errada
para Beltesazar e diz que o cativeiro era de sete gerações (Ba-
ruque 6.3), o que contradiz as profecias de Jeremias e o cum-
primento de Esdras. Tobias e Judite estão cheios de erros ge-
ográficos, cronológicos e históricos. Tobias 1.4,5 contradiz
14.11. Mentiras, assassinatos e decepções são apoiados. Judi-

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te é um exemplo. Temos suicídios (4.10), encantamentos,


magia e salvação pelas obras (Tobias 12.9; Judite 9.10,13).
4) Não foram incluídos no Cânon até o fim do 4° século.
Como já observamos, os livros apócrifos, não foram incluídos
no cânon hebraico. Os livros apócrifos foram incluídos na Sep-
tuaginta, a versão grega do Velho Testamento e que não é de
origem hebraica, mas de Alexandria, que é uma tradução do
hebraico. Os Códices Vaticanos, Alexandrinos e Sinaíticos, têm
apócrifos entre os livros canônicos. Porém temos de notar vá-
rios fatores aqui.
a) Nem todos os livros apócrifos estão presentes nos Códices
e não tem ordem fixa dentro dos Códices.
b) Por ser um livro de origem egípcia, pois vem de Alexan-
dria, a Septuaginta não tinha as mesmas salvaguardas con-
tra erros e acréscimos, pois não tinham massoretas orien-
tando a obra com o mesmo cuidado que usaram no texto
hebraico.
c) Manuscritos, naquele tempo, ficavam em rolos, não em li-
vros e são facilmente misturados, e seria fácil juntar outros
que ficaram numa mesma caixa. No caso de guerras ou
desastres, estes manuscritos poderiam ser colocados em
jarros de barro e lacrados para serem posteriormente reu-
tilizados. Alguns destes jarros foram achados nas cavernas
de Qumran com manuscritos que nos ajudaram a confir-
mar o conteúdo de nossas Bíblias atualmente, além de re-
velarem uma série de fatos muito interessantes sobre a
vida daquela época.
d) O preço de material para escrever pode influir também.
Não era tão fácil calcular o espaço necessário para fazer
um livro. Que fariam se cortassem o couro e descobrissem

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30 ou 40 páginas de couro sobrando no livro? Naturalmen-


te encheria com conteúdo devocional. A tendência seria
de misturar livros bons com os canônicos até o ponto que
os nãos canônicos fossem aceitos como canônicos.
e) Os livros não canônicos não foram recebidos durante os
primeiros quatro (4) séculos. Melito, o bispo de Sardis em
170 D.C., visitou a Judéia para verificar o número certo de
livros do Velho Testamento. A lista que ele fornece, inclui
os livros canônicos do Velho Testamento, menos Ester
(porque não reconheceu entre os apócrifos) e não incluiu
os apócrifos.
ORÍGENES, o erudito do Egito, com uma grande biblio-
teca, incluiu os 39 livros do Velho Testamento, mas se-
guindo a lista ele fala: "Fora destes temos os livros dos
Macabeus". Outros pais da Igreja, como Atanásio, Gre-
gório de Nazianzus de Capadócia, Rufinus da Itália e Je-
rônimo, nos deixaram com uma lista que concorda com
o cânon hebraico.
JERÔNIMO, que fez a Vulgata, não quis incluir os livros
apócrifos por não considerá-los inspirados, porém, os
fez por obrigação do bispo, não por convicção, mesmo
assim só traduziu Judite e Tobias, os outros apócrifos
foram tirados diretamente dos versos latinos anterio-
res. Parece que a única figura da antiguidade a favor
dos apócrifos era Agostinho, e dois Concílios que ele
mesmo dominou (393 e 397). Porém, outros escritos
dele (A cidade de Deus) parecem revelar uma distinção
entre os livros canônicos e os apócrifos (17.24;
18.36,38,42-45).
GREGÓRIO, O GRANDE, papa em 600 D.C., citando I
Macabeus falou que não era um livro canônico, e o car-
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deal Ximenis no seu poligloto afirma que os livros apó-


crifos dentro de seu livro, não faziam parte do cânon.
Os livros apócrifos não foram aceitos como canônicos
até 1546 quando o concílio de Trento decretou: "Este
Sínodo recebe e venera todos os livros do Velho e Novo
Testamentos, desde que Deus ‚ o autor dos dois, tam-
bém as tradições e aquilo que pertence a fé e morais,
como sendo ditados pela boca de Cristo, ou pelo Espíri-
to Santo". A lista dos livros que segue inclui os apócrifos
e conclui dizendo: "Se alguém não receber como Sagra-
dos e canônicos estes livros em todas as partes, como
foram lidos na Igreja Católica, e como estão na Vulgata
Latina, e que conscientemente e propositadamente con-
trariar as tradições já mencionadas, que ele seja aná-
tema".
Para nós o fator decisivo é que Cristo e seus discípulos não os reco-
nheceram como canônicos, pois não foram citados por Cristo nem os
outros escritores do Novo Testamento!
Mais de três quartos da Bíblia correspondem ao Velho Testamento. O
Velho Testamento dedica-se ao trato de Deus com a nação escolhida.
Temos no Velho Testamento a história Sagrada, mediante a qual
Deus se revela ao homem. Apesar de Israel ser o povo escolhido,
Deus não se revela apenas como o Deus dos judeus, mas igualmente
o governante supremo de todos os povos e de todos os lugares.
Deus elegeu o povo Hebreu com três finalidades:
Ser depositário da Sua Palavra;
Ser a testemunha do único Deus verdadeiro perante as nações,
e;
Ser o meio pelo qual viesse o Redentor.

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Obs.: Tomando como base, os personagens, os lugares e os aconte-


cimentos bíblicos, podemos construir a história da Bíblia em sua Or-
dem Cronológica.

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CAPÍTULO 07

A ESTRUTURA DA BÍBLIA – O NOVO TESTAMENTO

A. O NOVO TESTAMENTO

1. O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO


Pelo Cânon do Novo Testamento queremos falar a coleção de 27
livros do Novo Testamento considerados como a norma ou regra
de fé para a Igreja de Cristo. Surgem logo perguntas a respeito do
cânon do Novo Testamento. Como e quando chegaram a ser re-
conhecidos como livros inspirados? Qual a base para a seleção
destes livros e por que rejeitaram outra literatura da igreja daque-
le tempo? Vamos tentar responder estas perguntas, incluindo:
Quando foram escritos estes livros?

2. O CONTEÚDO DO CÂNON NEO-TESTAMENTÁRIO


Como já notamos, o cânon do Novo Testamento tem 27 livros es-
critos em grego. Os primeiros cinco são de caráter histórico, sendo

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quatro os Evangelhos que contém ditos e feitos de Jesus Cristo, e


um é o livro de Atos, escrito por Lucas, o autor do terceiro Evange-
lho. Temos 21 cartas escritas por Paulo, Pedro, Tiago, Judas e pos-
sivelmente mais um autor, se Hebreus não é paulino, é o livro de
Apocalipse, escrito por João, o mesmo autor de um dos Evange-
lhos e três cartas.

3. AS DATAS DESTES LIVROS


Segundo a informação dada em Lucas 3.1, o ministério de João Ba-
tista que precedeu o início do ministério de Jesus Cristo data do
15° ano de Tibério César. Tibério tornou-se imperador em agosto
de 14 A.D., assim o 15° ano começaria em outubro, 27 D.C. Temos
três páscoas mencionadas no evangelho de João, se sendo que a
terceira foi a Páscoa de 30 D.C., esta sendo a data mais provável
da morte de Cristo na cruz. O Novo Testamento, como é conheci-
do hoje, estava completo por volta do ano 1000 D.C. e a grande
parte dos livros já existindo há mais de 40 anos. Pode-se dizer que
quase todos os livros foram escritos antes de 70 D.C.

4. COMO FOI FORMADO?


Evidência Interna: Isto é do próprio Novo Testamento. O fato é
que a Igreja primitiva recebeu dos judeus a ideia de uma regra de
fé e conduta escrita. Esta ideia foi confirmada pelo Senhor Jesus
Cristo, e os escritores do Novo Testamento, que sempre se referi-
am ao Velho Testamento como sendo a palavra de Deus escrita.
Sabemos que desde o princípio, a Igreja cristã tem aceitado as pa-
lavras de Cristo com a mesma autoridade com que aceitaram as
palavras do Velho Testamento, e aceitaram não apenas isto, mas
declararam os apóstolos que o seu próprio ensino, oral e escrito
possuía autoridade semelhante a do Velho Testamento. Tal era a
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autoridade de seus escritos, que mandaram que fosse lido publi-


camente nas Igrejas (I Ts 5.27; Cl 4.16; II Pe 3.1,2). Era, portanto
natural que a literatura do Novo Testamento se acrescentasse ao
Velho Testamento. No próprio Novo Testamento, pode ser que
vejamos o início deste processo (I Tm 5.18; II Pe 3.1,2 e 15,16).
Além da evidência interna, temos a evidência histórica da forma-
ção do Cânon do Novo Testamento.

5. O CRITÉRIO CANÔNICO
O critério que a Igreja aplicou como teste de autenticidade era di-
tado pelas necessidades de fazer face à controvérsia com hereges
e descrentes. Como veremos a seguir, na seleção do material que
iria compor os primeiros escritos, as necessidades missionárias, ao
lado das apologéticas, são o critério para a seleção de testimonia,
ditos, milagres e parábolas de Jesus que, nos primórdios na nova
época, iriam formá-los. Eis alguns critérios de seleção:
A apostolicidade A obra em consideração pela Igreja deveria
ter sido escrita por um dos doze ou possuir o que se chamaria
hoje de imprimatur apostólico. O escrito deveria proceder da
pena de um apóstolo ou de alguém que estivera em contato
chegado com apóstolo e, quando possível, produzido a seu pe-
dido ou haver sido especialmente comissionado para fazê-lo.
Como consequência este documento deveria pertencer a um
período bem remoto. Quanto aos Evangelhos, estes deveriam
manter o padrão apostólico de doutrinas particularmente com
referência à encarnação e ser na realidade um evangelho e não
porções de evangelhos, como tantos que circulavam naquele
tempo.
A circulação e uso do livro. É provável que certos livros hou-
vessem sido aceitos e circulado como autoridade antes mesmo

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que qualquer relação com apóstolo, quer direta, quer indireta,


fosse determinada. É deste modo que o escrito recebia o im-
primatur da própria comunidade cristã universal que o usava.
Ortodoxia. Este era importante item na escala de padrões de
aferimento. Percebe-se nos próprios escritos do Novo Testa-
mento, que depois formaram seu cânon, o repúdio à falsa dou-
trina e a luta pela preservação da ortodoxia, que em Rm 6.17
chama de "padrão de doutrina", ou o que II Tm 1.13 denomina
"padrão das sãs palavras", ou ainda o "depósito de I Tm 6.20.
Autoridade diferenciadora. Bem cedo, antes mesmo que os
Evangelhos fossem mencionados juntos, já os cristãos distin-
guiam livros que eram citados e lidos como tendo autoridade
divina e outros que continuavam fora do Novo Testamento.
A leitura em público. Nenhum livro seria admitido para a leitu-
ra pública na Igreja se não possuísse características próprias.
Muitos outros livros circulavam quando Mateus começou a ser
usado pelos cristãos. Poderiam ser bons e de leitura agradável,
mas só serviam para a leitura em particular. Havia alguns, e en-
tre eles os Evangelhos de modo restrito e Mateus de modo
singular, que se prestavam à leitura e ao comentário perante
as congregações cristãs, como a Lei e os Profetas nas Sinago-
gas. É o que I Tm 4.13 quer dizer quando Timóteo é exortado a
aplicar-se à leitura, isto é, à "leitura pública das Escrituras" co-
mo sabiamente indica um rodapé da última revisão de Almei-
da.

6. O PRIMEIRO SÉCULO D.C.


Não se sabe quando as palavras do Senhor (At 20.35 e I Co 7.10)
foram registradas por escrito pela primeira vez. Porém, em mais
ou menos 58 D.C., quando Lucas escreveu seu Evangelho, muitos

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já haviam empreendido esta tarefa (Lc. 1.1). Pode ser que a Epís-
tola de Paulo aos Gálatas fosse escrita tão cedo como em 49 D.C.
É claro que a Epistola foi escrita antes de sua morte em 62 D.C. e
as outras Epístolas de Paulo e Pedro, antes da morte deles, na
época de 68 D.C. A maior parte do Novo Testamento já estava es-
crita antes da queda de Jerusalém em 70 D.C. O Evangelho e as
Epístolas de João, e o Apocalipse, certamente foram completadas
antes do fim do primeiro século.

7. O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO E OS PAIS DA IGREJA


Escritores "evangélicos" no fim deste mesmo século mostram que
conheciam os evangelhos e epístolas. A atitude dos cristãos em
face das normas da doutrina cristã que encontramos no fim da
época apostólica (isto é, mais ou menos em fins do século I d.C.)
pode ser encontrada no princípio da era pós-apostólica, princi-
palmente na fase mais antiga dos pais apostólicos.
(1) CLEMENTE, Bispo de Roma - Cerca de 95, escreveu uma carta a
Igreja de Corinto, e nesta carta menciona, 1 Coríntios, Efésios,
1 Timóteo, Tito, Tiago, o evangelho de João e Hebreus.
(2) INÁCIO, Bispo de Antioquia - Antes de 117, deixou sete cartas e
nelas menciona passagens dos evangelhos, especialmente Ma-
teus e João e as cartas paulinas, colocando os escritos do Novo
Testamento num plano de autoridade superior aos do Velho
Testamento, em virtude da clareza de seu testemunho.
(3) POLICARPO, que conhecia João pessoalmente, escreveu uma
carta em cerca de 105-108, que menciona cartas de Paulo co-
mo autoritativas, principalmente Filipenses, mas revela conhe-
cimento de Mateus, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas,
Efésios, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, 1 e 2 Pedro e I
João. Estes escritores distinguiram claramente entre seus pró-

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prios escritos e os escritos dos apóstolos, atribuindo a estes úl-


timos, inspiração e autoridade. Demonstram estes escritores
que, mesmo nesta data primitiva, os evangelhos e as epístolas
do Novo Testamento, já se achavam em circulação e eram hon-
rados tanto nas igrejas do ocidente como do oriente. 100-150
D.C. - As Escrituras do Novo Testamento lidas nas Igrejas.
(4) PAPIAS - Cerca de 140 D.C. testifica que "a voz viva dos presbí-
teros ia sendo substituída pela autoridade da palavra escrita".
Nos escritores deste período há referências claras a todos os li-
vros do Novo Testamento, com exceção a 6 ou 7 das epístolas
mais curtas; ele atesta a existência de Mateus e Marcos e o ca-
ráter apostólico destas obras.
(5) JUSTINO, o Mártir (148 D.C.) - fala das recordações dos apósto-
los e os que seguiam como sendo lidas nas igrejas. Tanto here-
ges, como cristãos ortodoxos, testemunham a sua autoridade,
muitas vezes citando o Novo Testamento e acrescentando
"como está escrito". 150-200 D.C. - Traduções e comentários
do Novo Testamento Neste período a Igreja de Cristo se ex-
pandiu e desenvolveu-se. Com a inclusão de homens de novas
raças e grande capacidade, os eruditos fizeram traduções das
Escrituras em outras línguas. Remontam a este tempo a velha
versão latina para o povo da África do Norte e a versão Siríaca
para o povo do Oriente Médio. Começaram a aparecer comen-
tários. Houve por exemplo, o Comentário sobre os oráculos do
Senhor, da autoria de Papias (140). Um comentário sobre o
Apocalipse, da autoria de Melito (165). Pouco depois, Tatião
escreveu o DIATESSERON, ou Harmonia dos quatro evangelhos,
que se reconheciam como possuidores de autoridade única. Ao
fim do século, Clemente de Alexandria escreveu seus Esboços,
que é um comentário em 7 volumes sobre os livros do Novo
Testamento, que incluía todos os livros do Novo Testamento,

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mais a epístola de Barnabé e o Apocalipse de Pedro (que foram


excluídos do cânon). 200 - 300 - Colecionam-se e separam-se
os livros do Novo Testamento ORÍGENES, é um erudito da épo-
ca, era tão trabalhador que se diz que empregou 7 estenógra-
fos que revezavam no trabalho de registro do que ditava, além
de 7 copistas e outros que ajudavam na parte de secretaria.
Redigiu ele do texto do Novo Testamento, defendeu sua inspi-
ração, escreveu comentários ou discursos sobre a maioria dos
livros.
(6) TERTULIANO (cerca de 200) foi o primeiro a chamar a coleção
que temos de "Novo Testamento", assim colocando-a ao mes-
mo nível de inspiração como os livros do Velho Testamento.
BIBLIOTECAS se formaram em Alexandria, Jerusalém, Cesaréia,
Antioquia, Roma e ainda outras cidades, das quais a parte mais
importante consistia em manuscritos e comentários das Escri-
turas. 300 - 400 - O cânon bem estabelecido Vários fatores
contribuíram para tornar importante a distinção entre livros
canônicos e outros livros não canônicos. Alguns dos fatores
eram:
(a) A coleção num só livro dos livros inspirados.
(b) Serem reconhecidos estes livros com a autoridade da fé
cristã.
(c) O aumento das heresias e falsa doutrina.
Antes do fim do quarto século, todas as Igrejas tinham reconheci-
do o cânon do Novo Testamento, como o temos hoje. Eusébio,
conta até que ponto o assunto do Cânon chegara a seu tempo
(316 d.C.).
Aceitos universalmente - Os 4 evangelhos, Atos, Epístolas
de Paulo (incluindo Hebreus), I Pedro, I João e Apocalipse.
Disputado por alguns - Embora admitidos pela maioria e
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pelo próprio Eusébio, Tiago, II Pedro, II e III João, Hebreus e


Judas.
Não genuínos - Atos de Paulo, Didache (ensinos dos Apósto-
los), o Evangelho dos egípcios, o Evangelho de Tomé, o
Evangelho das basilidas, o Evangelho de Matias e o Pastor
de Hermes.
No ano de 367, Atanásio pela primeira vez apresentou um cânone do
Velho e Novo Testamentos firmemente circunscritos, dentro do qual
eram definidas as classes individuais dos textos e de sua sequência.
Ele designou vinte e sete livros como sendo os únicos realmente ca-
nônicos do nosso Novo Testamento; ninguém pode acrescentar mais
nada a este número, bem como ninguém pode retirar coisa alguma.
O 3° Concílio de Cartago (397) mandou que: "além das Escrituras ca-
nônicas, nada se lesse na igreja sob o título de "Escrituras divinas". A
discussão a respeito do cânon nos séculos subsequentes se acalmou,
porém, muitos eruditos têm se perguntado a si mesmo porque have-
ria eles de concordar com a resolução já feita.
Agostinho disse que concordou por causa da natureza dos próprios
livros e pela unidade praticamente completa entre os cristãos neste
assunto.
Calvino baseava a sua crença na autoridade desses livros no teste-
munho do Espírito Santo. Nós aceitamos por todas essas razões, mas
principalmente porque já provamos em nossas vidas a veracidade de
tudo aquilo que está escrito. Quando vivemos pelas Escrituras, des-
cobrimos que elas são suficientes para todas as nossas necessidades,
completas em si mesmas. A única regra de fé e prática.
Novo Testamento forma a segunda parte da Bíblia. O Velho Testa-
mento cobre um período de milhares de anos de história, mas o No-
vo Testamento, menos de um século.
A fração do l Século d. C., coberta pelo N. T., foi o período crucial du-
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rante o qual, em conformidade com as crenças cristãs, começaram a


ter cumprimento as profecias Messiânicas:
Foi realizado o divino plano da redenção dos homens, por in-
termédio do Filho de Deus, Jesus Cristo;
O povo de Deus, a Igreja, se formou.

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Tudo estava estribado sobre o Novo Pacto, segundo o qual Deus


se ofereceu para perdoar os pecados daqueles que crêem em Je-
sus Cristo, em virtude de Sua morte Vicária.
Escrito originalmente em grego, entre 45 – 95 (?) d.C., os Livros do N.
T. é tradicionalmente atribuído aos apóstolos Pedro, João, Mateus e
Paulo, bem como outros antigos escritores cristãos, João Marcos, Lu-

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cas, Tiago e Judas" - Panorama do N.T. Robert H.Gundry, PH.D.

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CAPÍTULO 08

A BÍBLIA HEBRAICA E A VULGATA LATINA

A. A BÍBLIA HEBRAICA
Os judeus aceitam apenas os livros que os cristãos definem como Ve-
lho Testamento. Os livros são os mesmos, mas colocados em ordem
diferente. Reduzindo-se cada par de livros de Samuel, Reis e Crônicas
a um cada, Esdras e Neemias a um, os doze profetas menores a um,
em vez de 39 livros os judeus tem 24.

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1. OS CINCO ROLOS
Os Cinco Rolos eram Livros lidos em ocasiões especiais:
a. CANTARES
Lido na Páscoa.
b. RUTE
Lido na Festa de Pentecostes, como celebração da colheita.

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c. ESTER
Lido na Festa do Purim, onde comemoram o Livramento de Is-
rael das mãos de Hamã.
d. ECLESIASTES
Lido na Festa dos Tabernáculos.
e. LAMENTAÇÕES
Lido no dia nove do mês de "Abe" (julho/agosto), como tristeza
pela destruição de Jerusalém e do Templo.
Obs.: Jesus concordou com a divisão hebraica ao citá-la em Lc 24.44.

B. A BÍBLIA CATÓLICO-ROMANA (Vulgata Latina)


A Vulgata Latina tem sete (7) livros a mais, perfazendo um total de
setenta e três (73) livros. Os Livros acrescidos são chamados "apócri-
fos", isto é, não canônicos, não inspirados, espúrios. Os sete (7) livros
estão inseridos no Velho Testamento e foram aprovados pela Igreja
Romana em 1546, no Concílio de Trento, em meio a muita controvér-
sia. O Novo Testamento permanece com as mesmas características e
número de livros da versão protestante.

LIVROS DO VELHO TESTAMENTO DA VULGATA LATINA

Gênesis Eclesiástico*

Êxodo Isaías

Levítico Jeremias

Deuteronômio Lamentações

Números Baruque*

Josué Ezequiel

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Juízes Daniel

Rute Oséias

Samuel Joel

Reis Amós

Paralipômenos (Crônicas) Obadias

Esdras Jonas

Neemias Miquéias

Tobias* Naum

Judite* Habacuque

Ester Sofonias

Jó Ageu

Salmos Zacarias

Provérbios Malaquias

Eclesiastes 1 Macabeus*

Cântico dos Cânticos 2 Macabeus*

Sabedoria*

* Livros apócrifos.
CONCLUSÃO: Cancelando os livros apócrifos e os acréscimos aos li-
vros canônicos, as Bíblias nas versões Católica e Protestante, são
substancialmente idênticas.

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CAPÍTULO 09

CAPÍTULOS E VERSÍCULOS – PESOS E MEDIDAS

A. CAPÍTULOS E VERSÍCULOS
A divisão em Capítulos foi feita no ano de 1250 pelo Cardeal Hugo de
Saint Clear, abade dominicano.
1. O VELHO TESTAMENTO
O Velho Testamento tem 929 Capítulos.
O Velho Testamento foi dividido em versículos em 1445 pelo Rabi
Natan.
O Velho Testamento tem 23.214 versículos.
2. O NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento tem 260 Capítulos.
O Novo Testamento foi dividido em versículos em 1551, por Ro-
bert Stevens, um impressor de Paris.
O Novo Testamento tem 7.959 versículos.

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Obs.: Toda a Bíblia tem:


1.189 capítulos
31.173 versículos.
A primeira versão editada em capítulos e versículos data de 1555,
por Robert Stevens, sendo esta a Vulgata Latina.

B. SISTEMA DE PESOS E MEDIDAS


No antigo Oriente Próximo, os padrões variavam de conformidade
com os distritos e as cidades, e não há qualquer prova que Israel pos-
suísse ou usasse um sistema fixo de pesos e medidas. Davi (2 Sm
14.26) e Ezequiel (Ez 45.9-14) decretaram certos padrões básicos de
Pesos & Medidas.

PESOS & MEDIDAS NO VELHO TESTAMENTO

MEDIDAS NO VELHO TESTA-


SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
MENTO

MEDIDAS DE PESOS

Gerá 0,6 gramas

Beca 6,0 gramas

Chequel (siclo) 11,4 gramas

Siclo Real 13,0 gramas

Mina 500 gramas

Talento 30 quilos

Talento de Ouro 60 quilos

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MEDIDAS DE COMPRIMENTOS

Dedo 1,9 cm

Largura da Mão 7,6 cm

Palmo 23 cm

Côvado 46 cm

Côvado de Ezequiel 52 cm

Vara 2,67 m

Vara de Ezequiel 3,10 m

MEDIDAS DE SECOS & MOLHADOS

Sextário* 0,3 litros

Cabo* 1,2 litros

Ômer** 2,2 litros

Him 3,6 litros

Coro** 7,3 litros

Bato 22 litros

Efa** 22 litros

Lethech 110 litros

Homer** 220 litros

* Medidas para Secos e Molhados


** Medidas somente para Secos

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PESOS & MEDIDAS NO NOVO TESTAMENTO

MEDIDAS NO NOVO TESTA-


SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
MENTO

MEDIDAS DE PESOS

Libra 327,45 gramas

Talento (Romano) 40 quilos

MEDIDAS DE COMPRIMENTOS

Côvado (Romano) 54,9 cm

Braça 1,8 m

Estádio (Stadium) 184,9 m

Milha (Mille Passun) 1.478,5 m

Jornada de um Sábado Aproximadamente 1.098 m


(Tehum-ha-shabbãth) (2000 Côvados)

MEDIDAS DE SECOS & MOLHADOS

Medida (chonix)** + ou – 1 Litro

Coro (Okoros)** 525 litros

Alqueire (Módio)** 8,75 litros

Bato (cado)* 39,5 litros

Metreta (Metretês) 38,25 litros

* Medidas para Secos e Molhados


** Medidas somente para Secos

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CAPÍTULO 10

A BÍBLIA EM PORTUGUÊS

A. OS ANOS DE PREPARAÇÃO
1. O REI DE PORTUGAL
D. Diniz (1279 - 1325) traduziu os vinte primeiros capítulos do Li-
vro de Gênesis usando a Vulgata Latina como base. Pode-se ver
que o começo da tradução da Bíblia em português ocorreu antes
da tradução da Bíblia para o Inglês por John Wycliff.

2. A TRADUÇÃO DOS EVANGELHOS


O Rei D. João l (1385 - 1433) ordenou a tradução dos evangelhos,
do livro de Atos e das epístolas de Paulo. Essa obra foi realizada
por "padres" católicos, que se utilizaram da Vulgata Latina como
base. Desses esforços resultou uma publicação que incluía os li-
vros mencionados e o livro de Salmos do Velho Testamento.

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3. OS ANOS SEGUINTES
Nos anos seguintes foram preparadas diversas traduções de por-
ções bíblicas como os evangelhos, traduzidos do francês pela in-
fanta Dona Filipa, filha do infante D. Pedro e neta do rei D. João l;
o evangelho de Mateus e porções dos demais evangelhos, pelo
frei cisterciense Bernardo de Alcobaça, que se baseou na Vulgata
Latina. Este último trabalho foi publicado em Lisboa, no século XV.
Valentim Fernandes publicou um harmonia dos evangelhos, em
1495. Nesse mesmo ano foi publicada uma tradução das epístolas
e dos evangelhos, feita pelo jurista Gonçalo Garcia de Santa Maria.
Por ordem da rainha Leonora, dez anos mais tarde, eram traduzi-
dos e publicados o livro de Atos e as epístolas gerais.

B. TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM PORTUGUÊS


1. JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA
João Ferreira de Almeida nasceu em Torre de Tavares, Portugal,
em 1628. Ao realizar sua obra de tradutor era Pastor Evangélico.
Aprendeu o hebraico e o grego, e assim usou os "mss" (manuscri-
tos) dessas línguas como base de sua tradução, ao contrário dos
outros tradutores mencionados acima, que sempre se utilizavam
da Vulgata Latina como base.

2. O NOVO TESTAMENTO DE ALMEIDA


João Ferreira de Almeida traduziu em primeiro lugar o Novo Tes-
tamento, publicando-o em 1681, em Amsterdã, na Holanda. O seu
título foi: "O Novo Testamento, isto he o Novo Concerto de Nosso
Fiel Senhor e Redemptor lesu Christo, traduzido na Língua Portu-
guesa", o qual por si mesmo revela o tipo de português arcaico
que foi usado. As edições mais modernas têm obtido notáveis

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progressos na melhoria do texto e da tradução em geral.


3. A BÍBLIA DE ALMEIDA
A Bíblia completa, traduzida por João Ferreira de Almeida, só foi
publicada nos primórdios do Século XVIII.

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