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DEFESA DO ESTADO E DAS

INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
Situações de crise que podem colocar
em risco o Estado Democrático de
Direito:

 Econômicas
 Bélicas
 Políticas
 Sociais
 Físicas (terremotos, epidemias, inundações etc.)
Ebola assolou vários países africanos em 2014.
13.jun.2015 - Refugiados sírios fogem de soldados turcos que
acionam um canhão de água para afastar os imigrantes das cercas
na fronteira de Tal Abyad.
Cenas dramáticas, o chefe de governo da
Hungria alega estar apenas cumprindo as
leis da União Europeia ao impedir que os
imigrantes prossigam viagem. (2015)
Um policial tenta conter centenas de
imigrantes que pedem documentos, na
segunda-feira em Kos.(2015)
O Brasil foi o sexto país a enfrentar o maior
número de desastres naturais em 2009,
segundo o Departamento para a Redução de
Desastres das Nações Unidas
O Japão nunca viu tamanha catástrofe natural.
Cinco ilhas do Japão ficam exatamente sobre
o encontro das placas tectônicas da Ásia e do
Pacífico.
Há 15 anos, no dia 11 de setembro de 2001,
os Estados Unidos foram alvos da maior ação
jihadista da história.
Como resolver as situações de crises sem
violar os direitos e garantias fundamentais
dos cidadãos?

A CF estabelece quais são os instrumentos


necessários, adequados e proporcionais para o
restabelecimento da normalidade em situações
de crise, assim evitam-se restrições arbitrárias e
abuso de poder pelos governantes.
 DEFESA DO ESTADO:
É a defesa do território nacional contra eventuais
invasões estrangeiras, defesa da soberania
nacional e defesa da Pátria.

 DEFESA DAS INSTITUIÇÕES


DEMOCRÁTICAS:
Trata a respeito do equilíbrio da ordem
constitucional, não havendo preponderância de
um grupo sobre outro, é o equilíbrio entre os
grupos de poder.
Critérios do Sistema
Constitucional de crises:
1) NECESSIDADE situações de extrema
gravidade que exijam a adoção de medidas
excepcionais para manutenção da estabilidade
da ordem constitucional e das instituições
democráticas;

2) TEMPORARIEDADE prazo determinado para


a duração do estado de legalidade
extraordinária, que só pode durar enquanto
houver a situação emergencial.
Estado de legalidade extraordinária

É o conjunto de normas a serem aplicadas em


situações excepcionais, constitucionalmente
conformadas, até que a situação normal seja
restabelecida.
A) INSTRUMENTOS para manter ou restabelecer
a ordem nos momentos de anormalidades
constitucionais:

ESTADO DE DEFESA
ESTADO DE SÍTIO

B) MECANISMOS para DEFESA DO PAÍS OU


SOCIEDADE:
FORÇAS ARMADAS
SEGURANÇA PÚBLICA
ESTADO DE DEFESA
Art. 136, CF

O Estado de defesa compreende uma série de


medidas temporárias destinadas a preservar ou
restabelecer, em uma área restrita e
determinada, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por fatores políticos, sociais ou por
fenômenos da natureza de grandes proporções.
Pressupostos:
1. Pressupostos materiais (são as condições
fáticas exigíveis para a instauração do estado
de defesa):

a) Grave e iminente instabilidade institucional (ex.


grupo terrorista que está causando pânico à
população, traficantes que tomam determinada
favela ou cidade, epidemia...)

b) Calamidade de grandes proporções na natureza


2. Pressupostos formais:
(art. 136, §§ 1º e 2º)

a) prévia manifestação do Conselho da


República e do Conselho de Defesa Nacional
(opinião não é vinculante para o Presidente da
República)

b) Decreto do Presidente da República


Requisitos que deve conter o
Decreto:
a) Tempo de duração:
30 + 30 (dias), podendo ser prorrogada uma única
vez

b) Área a ser abrangida (locais restritos e


determinados)

c) Indicação das medidas coercitivas que serão


adotadas (SOMENTE RESTRIÇÃO e não
supressão)
MEDIDAS COERCITIVAS que podem ser
adotadas:
a) Restrições ao direito e reunião, ainda que
exercida no seio das associações, ao sigilo de
correspondência, ao sigilo de comunicação
telegráfica e telefônica;

b) Ocupação e uso temporário de bens e serviços


públicos, na hipótese de calamidade pública,
respondendo a União pelos danos e custos
decorrentes;
LIBERDADE: DIREITO QUE NÃO PODE SER
VIOLADO, GARANTIA QUE NÃO PODE SER
ALTERADA:

a) garantia prevista no art. 5º, LXI – ou seja, prisão


somente em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judicial competente.
Havendo prisão por crime contra o Estado, o executor
da medida deverá comunicá-la ao juiz
competente, mencionando o estado físico e
mental do detido no momento de sua autuação,
sendo vedada a sua incomunicabilidade. Caso
a autoridade judicial considere a prisão ilegal ou
verifique ser superior a 10 dias, sem autorização
do Poder Judiciário, deverá determinar o seu
Controle para decretação do Estado
de Defesa(Juízo de conveniência do Presidente da República)
1. Controle POLÍTICO

a) Imediato: art. 136, §§ 4º e 7º


Em 24 horas o presidente submete o ato (com
justificativa) ao Congresso Nacional, que possui
10 dias para decidir a favor pelo voto da maioria
absoluta, caso rejeite, o Estado de defesa deverá
cessar imediatamente. Se estiver em recesso,
será convocado em 5 dias para se manifestar e
deverá permanecer em funcionamento enquanto
vigorar o Estado de Defesa;
b) Concomitante (art. 140, CF):

Uma Comissão composta por 5 membros da Mesa


do CN fiscaliza e acompanha as medidas
referentes ao Estado de defesa.
c. Sucessivo ou posterior:

Cessado o ED, o Presidente da República enviará


mensagem ao CN, especificando e justificando
as providências adotadas, inclusive com relação
nominal dos atingidos e indicação das restrições
aplicadas (art. 141, parágrafo único CF).
Ocorrendo algum arbítrio ou excesso poderá
haver a responsabilização dos executores ou
agentes pelos ilícitos cometidos
2. Controle jurisdicional
a. concomitante:

Qualquer lesão ou ameaça a direito, bem como as


prisões feitas pelo executor das medidas
poderão ser apreciadas pelo Poder Judiciário.
(art. 136, § 3º, I a III, CF)

Obs. Não poderá analisar a conveniência e


oportunidade política para a decretação do ED.
b. Controle jurisdicional sucessivo ou
posterior:

Cessado o ED poderá haver responsabilização


dos executores ou dos agentes em caso de
abusos e ilicitudes.
ESTADO DE SÍTIO
O Estado de sítio consiste na adoção de medidas
temporárias durante situações de extrema
gravidade ocasionadas por comoção de grave
repercussão nacional, conflito armado com
Estado estrangeiro ou, ainda, quando as medidas
tomadas durante o estado de defesa não se
mostrarem adequadas e suficientes. (art. 137,
CF)
Pressupostos
1. Pressupostos materiais (art. 137, I e II)

a) Comoção grave de repercussão nacional

b) Ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia


da medida tomada durante o estado de defesa

c) Declaração de estado de guerra ou resposta à


agressão armada estrangeira
2. Pressupostos formais

a) Oitiva do Conselho da República (art. 89, CF) e


do Conselho de Defesa Nacional (art. 91)

b) Solicitação ao Congresso Nacional (deverá conter


os motivos determinantes do pedido)

c) Autorização do Congresso Nacional (se negativo,


é vinculante)

d) Decreto do Presidente da República


Decreto deve conter:
 Prazo de duração:
(137,I) 30 + 30
(137,II) Enquanto durar a situação de anormalidade
 Normas necessárias a sua execução
 Garantias constitucionais que ficarão suspensas

DEPOIS DE PUBLICADO, o Presidente deverá


designar:
 o executor das medidas específicas
 as áreas abrangidas
MEDIDAS COERCITIVAS que
podem ser adotadas no Estado
de sítio:

O Decreto deverá indicar as medidas que serão


adotadas, poderão variar de acordo com os
pressupostos materiais que levaram à decretação
do ES.
MEDIDAS COERCITIVAS NAS
HIPÓTESES do art. 137, I, CF

a) Obrigação de permanência em localidade determinada;

b) Detenção em edifício não destinado a acusados ou


condenados por crimes comuns
c) Restrições relativas à inviolabilidade da
correspondência, ao sigilo das comunicações,
à prestação de informações e à liberdade de
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma
da lei. Não se inclui, nesta hipótese, a difusão
de pronunciamentos parlamentares efetuados
em suas casas legislativas, desde que
liberada pela respectiva mesa (art. 139,
parágrafo único, CF)
d) Suspensão da liberdade de reunião

e) Busca e apreensão em domicílio

f) Intervenção nas empresas de serviços públicos

g) Requisição de bens
MEDIDAS COERCITIVAS NAS HIPÓTESES
do art. 137, II (caso de declaração de estado
de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira)

Qualquer garantia constitucional poderá ser suspensa,


desde que:

a) Observância da necessidade e temporariedade (enquanto


durar a guerra);

b) Prévia autorização do CN;

c) indicação no decreto do estado de sítio e sua duração, as


normas necessárias a sua execução e as garantias que
ficarão suspensas.
Controles
1. Controle político:
a) Prévio
b) Concomitante
c) Posterior

2. Controle jurisdicional:
a) Concomitante
b) posterior
ESTADO DE CALAMIDADE
PÚBLICA

QUEM DECRETA - Prefeituras, estados e o governo


federal
EM QUE CASOS - Desastres grandes e com muitas
vítimas
DURAÇÃO - No máximo 180 dias
Ocorre quando há chuvas e alagamentos fora de
controle, associados a desastres como deslizamentos
de terra, e muitas mortes.
Os governos podem fazer compras sem licitação.
ESTADO DE ALERTA
QUEM DECRETA - Órgãos de monitoramento
meteorológico e da defesa civil

EM QUE CASOS - Desastres de intensidade forte

DURAÇÃO - Algumas horas


Na prática, também é um alerta prévio para que a
população tome medidas preventivas — evitando
transitar por determinadas regiões da cidade onde já
chove forte, por exemplo. Os órgãos da defesa civil
também são avisados de que pode vir problema
sério por aí — alagamento, enchente, inundação,
deslizamento de encostas — e ficam de prontidão
ESTADO DE EMERGÊNCIA

QUEM DECRETA - Órgãos de monitoramento


meteorológico e da defesa civil
EM QUE CASOS - Desastres de grande porte
DURAÇÃO - Indeterminada
Temporais de arrasar costumam caracterizar a
adoção do estado de emergência. Outros
desastres que podem levar a essa medida são
incêndios em áreas extensas e o rompimento
de barragens, por exemplo. Decretado o estado
de emergência, o município ou estado atingido
pode pedir recursos ao governo federal para
reparar os estragos
ESTADO DE OBSERVAÇÃO

QUEM DECRETA - Órgãos de monitoramento


meteorológico
EM QUE CASOS - Desastres naturais de
intensidade leve a moderada
DURAÇÃO - Indeterminada
Órgãos como o Centro de Gerenciamento de
Emergências (CGE), que monitora as chuvas em
São Paulo, deixam a cidade em permanente
estado de observação (ou atenção) na estação
chuvosa — de novembro a março. Isso é
divulgado na imprensa para que a população
esteja pronta para tomar medidas preventivas
contra inundações e alagamentos

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