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INTERVENÇÃO FEDERAL

ESPONTÂNEA: o presidente age de ofício.

Hipóteses:

a) Manter a integridade nacional


b) Repelir invasão estrangeira ou de uma UF em outra
c) Por termo a grave comprometimento de ordem pública
d) Reorganizar as finanças da UF que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo
de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei;

PROVOCADA POR SOLICITAÇÃO


a) Para garantir o livre exercício dos poderes, mediante solicitação do poder Legislativo ou
Executivo coacto ou impedido.
Obs: o Presidente não é obrigado a decretar a intervenção nesses casos – havendo
discricionariedade.
PROVOCADA POR REQUISIÇÃO
a) Em caso de desobediência de ordem ou decisão judicial. Neste caso, sendo o poder coacto ou
impedido o Poder Judiciário, a intervenção dependerá de requisição do STF.

Obs: o Presidente nesse caso está obrigado a intervir


PROVOCADA, DEPENDENDO DE PROVIMENTO DE REPRESENTAÇÃO
a) Ofensa aos princípios constitucionais sensíveis – dependerá de provimento pelo STF de
representação do PGR
b) Para prover a execução de lei federal – idem.

Obs: no caso de prover a execução de lei federal, entende a doutrina que só será lícita
quando não existir outro tipo de ação aparelhada para a solução do problema.

Competência: privativa do Presidente da República (art. 84, X, CF).

Forma: decreto presidencial – que especificará o prazo, a amplitude e as condições de execução –


haverá posterior controle político pelo CN, dentro de 24 horas, e que se não estiver funcionando será
feita convocação extraordinária, no mesmo prazo de 24 horas pelo Presidente do SF. Haverá, antes da
decretação da intervenção, oitiva prévia dos Conselhos da República e de Defesa Nacional, mediante
convocação do Presidente da República que os presidirá – o parecer desses conselhos é meramente
opinativo e não vincula o Presidente. O CR pronunciar-se-á sobre a intervenção, já o CDN opinará sobre
sua decretação.
Obs: a doutrina entende que é possível a decretação de intervenção sem oitiva prévia dos Conselhos,
em situações excepcionalíssimas e de extrema urgência. Contudo, isso não exime de posterior consulta
no menor prazo possível – é obrigatória, pois poderá reorientar o decreto interventivo ou mesmo
permitir sua sustação.

CONTROLE POLÍTICO.

O art. 36 §1º e 2º prevê a necessidade de controle político, a cargo do CN. Sob este aspecto, o CN ou
aprovará ou rejeitará a intervenção federal, sempre por meio de decreto legislativo. Em caso de
rejeição, suspender-se-á a eficácia da intervenção, essa suspensão pode ser total ou parcial.

- Quórum para rejeição: ante a ausência de disposição constitucional específica, o quórum é de maioria
simples nos moldes do art. 47 da CF.

- O controle político, segundo a melhor doutrina será feito tanto após a decretação quanto durante a
execução da intervenção, aplicando-se por analogia o art. 140 da CF que prevê tal controle para o
estado de defesa e para o estado de sítio.

Hipóteses de dispensa de controle político:

a) Prover execução de lei federal, ordem ou decisão judicial.


b) Afronta aos princípios constitucionais sensíveis.

Obs: Neste caso o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado, desde que isso baste
para o restabelecimento da normalidade. Caso contrário, haverá controle político normalmente.

Efeitos da intervenção: afastamento das autoridades envolvidas e nomeação de interventor quando


necessário.

Atenção: A intervenção federal não acarreta nenhuma restrição aos direitos fundamentais devendo
todos serem observados (repudia-se qualquer medida tal qual ocorreu no RJ de expedição de mandados
de busca e apreensão coletivos).

INTERVENÇÃO ESTADUAL
Hipóteses:

a) Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada.
b) Não forem prestadas as contas devidas na forma da lei.
c) Não ter aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços de saúde.
d) O TJ der provimento a representação para assegurar os princípios indicados n C.Estadual, ou
para prover a execução da lei, de ordem ou decisão judicial.

Competência – Governador
Forma: decreto.
Controle: pela Assembleia Legislativa, no prazo de 24 horas. Não havendo funcionamento, haverá
convocação extraordinária, também no prazo de 24 horas.

Hipótese de dispensa do controle.

a) O TJ der provimento a representação para assegurar os princípios indicados n C.Estadual, ou


para prover a execução da lei, de ordem ou decisão judicial.

Efeitos:

Afastamento das autoridades envolvidas, nomeando-se interventor quando necessário.

Súmula 637 STF: “Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere
pedido de intervenção estadual em Município”.

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