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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA JUSTIÇA

FEDERAL DO DISTRITO FEDERAL.

AUTOR, pessoa jurídica de direito XXXX, inscrito no CNPJ XXX, com sede no endereço
XXX, endereço eletrônico XXX, representada legalmente pelo(a) Sr(a)… (documento de
representação anexo), com escritório XXX, endereço eletrônico XXX, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 129, II e IV
c/c art. 5°, ambos da Lei 7.347 de 1985, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA (COM PEDIDO DE LIMINAR)

Em face do AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – (ANVISA), pessoa jurídica


de direito público, CNPJ XXX, com sede no endereço XXX, endereço eletrônico XXX, pelas
razões de fato e de direito que passa a expor:

I. DOS FATOS

A empresa ALFA, através de veiculação em jornal de grande circulação nacional,


assim como em matéria publicitaria em televisão, passou a divulgar o medicamento
CURAVID. Medicamento esse que não tem comprovação cientifica nem pesquisas
avançadas acerca de sua eficácia. As divulgações também não esclarecem os possíveis
danos e efeitos colaterais que o medicamento pode trazer a saúde da população. E
davam a entender que o Ministério da Saúde teria conhecimento e recomendaria o uso
do CURAVID para tratamento precoce da COVID-19.
O risco de saúde pública eminente, a empresa ALFA foi notificada a prestar
esclarecimentos acerca das divulgações, estudos sobre a eficácia e comprovação do
Ministério da Saúde, mas não se manifestou e seguiu com a venda do medicamento.

DA LIMINAR

Para se caracterizar a medida liminar é necessário que se observe dois requisitos.


O primeiro é o fumus boni iuris, onde há indícios que a parte tem direito ao objeto da
liminar e o segundo é o periculum in mora, que trata do dano irreparável ou difícil
reparação que refere-se diretamente ao tratar de saúde, sendo este o maior bem.

II. DA LEGITIMIDADE

Com base no artigo no artigo 129, III da CF/88 que versa sobre as funções do
Ministério Público e é de promover a ação civil pública afim de proteger dentre outros
os interesses difusos e coletivos.
Dentro dessa legitimidade e função do Ministério Público, há a súmula nº 601
reafirma a legitimidade ativa para atuar na defesa dos direitos difusos, como o do caso
da divulgação do medicamento que pode ser prejudicial a toda população e o artigo 127
da CF/88 também trata da essência do órgão.

III. DOS FUNDAMENTOS

Assim como dispõe no artigo 81, inciso I do CDC, que trata dos interesses e direitos
dos consumidores seja individual ou coletivo, conforme se transcreve:
Art. 81, I do CDC: A defesa dos interesses e direitos dos
consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo
individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar
de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato;
Por se tratarem de direitos difusos, direitos esses que não indivisíveis e não
podendo contabilizar a quantidade de pessoa atingida, principalmente pelos meios de
veiculação escolhidos, propaganda em um grande jornal e publicidade televisiva,
tornando impossível a possibilidade de identificar quais indivíduos foram atingidos
pelas propaganda enganosa do medicamento cuja eficácia não foi comprovada.
Além do grande dano causado a sociedade pela desinformação e disseminação da
informação de medicamento que combate de maneira precoce o vírus da COVID-19 e
afirmou que o Ministério da Saúde reconheceu a sua eficácia.

IV. DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer:


a) Que seja acolhido o pedido de liminar, para que cessem as divulgações e venda do
medicamento CURAVID, sem pesquisas avançadas sobre a eficácia, com fulcro no
artigo 300 do CPC/15;
b) Citação do Réu, para querendo, contestar no prazo legal de 15(quinze) dias com
base no art. 335 do CPC;
c) A intimação do Ministério Público para integrar e intervir no feito como fiscal da
lei;
d) No mérito, a condenação do Réu a reparar os danos direito difuso causados a
sociedade.
e) Condenação do(s) réu(s) ao pagamento das custas processuais;

V. DAS PROVAS
Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a
documental, pericial e testemunhal.

VI. DO VALOR DA CAUSA


Dá-se a presente causa o valor de R$ 160 milhões (cento e sessenta milhões de
reais).
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.

Local e Data.
Advogado(a)
OAB

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