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ATIVIDADE 2 – TEORIA ANTROPOLÓGICA III

Aluna: Laís Matias da Paz

1. Fazer uma "descrição densa" sobre o filme "A HORA DA ESTRELA",


considerando a sua análise a partir de uma perspectiva semiótica, nos
moldes propostos por Clifford Geertz (1989).
O objetivo da atividade é compreender os fatos a partir da abordagem
interpretativista (GEERTZ, 1989).

A história do filme é contextualizada na cidade do Rio de Janeiro. Temos


como protagonista da história a figura de uma mulher nordestina, pobre e
semialfabetizada, que não possui voz, ou não tem consciência da sua
existência, ela não sabe se expressar e não possui ambição. Órfã de pai e
mãe, a protagonista, Macabéa, foi criada por uma tia que sempre foi muito
rígida com ela, após a morte dessa tia, Macabéa passa a viver em uma
pensão, onde dividia o quarto com mais três mulheres.

Macabéa vivia uma vida de miséria, tanto em relação a bens materiais


como a sentimentos e relações, pois sempre foi sozinha, não tinha outros
parentes e muito menos amigos. Sua vida e rotina é resumida pelo emprego
num escritório como datilógrafa e em ouvir a rádio relógio que se torna o único
meio de acesso à informação e cultura dela. Apesar de ser tratada como uma
mulher feia e desinteressante, Macabéa consegue encontrar um namorado, o
Olímpico, outro nordestino que anseia pela fama e carreia política e que a trata
de forma rude e ignorante.

Ao tentar fazer uma abordagem interpretativista do filme, percebemos


que o mesmo traz uma série de questões sociais como a penúria do povo
pobre brasileiro, representado pela figura de Macabéa e a condição da mulher
naquela sociedade. O filme busca revelar o invisível da sociedade, retratando a
dura realidade social em que estão inseridas as personagens que vivem em um
contexto de completa invisibilidade social.

Ao analisarmos o papel da protagonista, vemos que ela está imersa em


um sistema do qual ela não faz parte, onde ela é obrigada a viver num mundo
opressor que limita suas oportunidades de pensar e existir. Não se encaixando
nesse mundo, Macabéa vive ao acaso, sem opinião, sem voz, e sem
consciência do seu próprio sofrimento. Por não se encaixar nesse mundo, ela
morre, libertando-se daquela inadaptação.

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