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Caso Concreto
Caso Concreto
Resposta;
Neste caso podemos dizer que, Carlos não utilizou as melhores maneiras para romper com o
noivado, lesando assim Juliana e gerando a possibilidade de compensação que nesses casos
vem sendo abordada há tempos p ela doutrina e pela jurisprudência, havendo
posicionamentos em ambos os sentidos. A ruptura da promessa de casamento pode gerar
dano moral ou material indenizável, dada a responsabilidade extra contratual do agente.
De todo modo, cabe esclarecer que não se trata de indenização pretendida em decorrência de
vínculo familiar, pois, no caso de noivado/esponsais, esse ainda não existe. Para Maria
Berenice Dias (2015, p. 95), o noivado “é mero compromisso moral e social”, e a sua ruptura,
se constitui apenas no exercício de um direito. Esse entendimento decorre do efeito da
constitucionalização das normas, visto que a Lei Maior prevê em seu artigo 5º, inciso II que
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude lei”. O
noivado não faz parte do ramo do direito obrigacional, pois os noivos não podem ser credores
ou devedores da obrigação de se casar, e ainda não faz parte do direito de família, pois esta
ainda não se constituiu. Para os danos morais, o que se pode perceber é que são passíveis de
indenização os casos de rompimento de noivado em que o noivo excede em seu direito à
liberdade e causa dano à personalidade da outra parte. O sofrimento infligindo é
desnecessário, poderia ser evitado. O dever de indenizar surge não com base no art. 186,
que trata do ato ilícito puro e indenizante, mas é bastante claro o cabimento da aplicação
do artigo 187 do Código Civil (abuso de direito) de maneira que o comportamento do ofensor
vá de encontro às regras de comportamento da boa-fé, tais como o dever de lealdade e de
honestidade para com o outro noivo. Houve traição, constrangimento, ferindo sentimento de
Juliana, cabendo então Carlos a obrigação de indenizá-la pelo abuso de direito, por dano moral
e material e havendo a compensação de tudo.
Jurisprudência:
Doutrina:
“Temos todo o direito de desistir, até porque, se assim não fosse, não teria a autoridade
celebrante a obrigação de perguntar se aceitamos ou não o nosso consorte. Ocorre que, a
depender das circunstâncias da desistência, conforme vimos nos exemplos acima, a negativa
pode traduzir um sério dano à outra parte, não sendo justo ignorarmos esse fato e seguirmos
em frente, como se nada houvesse acontecido. O que o direito pretende evitar é o exercício
abusivo desse direito. Raciocínio contrário, aliás, a par de incrementar o enriquecimento sem
causa, poderia configurar, inclusive, dada a mencionada natureza do ato matrimonial, quebra
de boa-fé objetiva pré-contratual. ( 2012, pag. 178).”