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Como é sabido, a Constituiçã o da Repú blica estabelece como direito

fundamental, no art. 5º, LXXIV, o direito à assistência jurídica gratuita e integral a


todos aqueles que comprovarem a insuficiência de recursos financeiros para
movimentar os aparatos judiciais e administrativos em busca da resoluçã o dos
conflitos de interesses.
Enquadrada como direito fundamental individual, a assistência jurídica
gratuita constitui limite material ao poder constituinte derivado, representando,
além da característica de clá usula pétrea, direito inaliená vel, imprescritível e
irrenunciá vel de todo o brasileiro ou estrangeiro hipossuficiente econô mico
residente no país.
Outrossim, a Constituiçã o da Republica Federativa do Brasil também
garante aos brasileiros, em seu artigo 5º, XXXV, que a lei nã o excluirá da apreciaçã o
do Poder Judiciá rio lesã o ou ameaça a direito, albergando o princípio do “Acesso à
Justiça”.
Dessa forma, o plená rio do STF decidiu recentemente que são
inconstitucionais dispositivos da reforma trabalhista, que fixam o
pagamento de honorários periciais e sucumbenciais pela parte derrotada,
mesmo que ela seja beneficiária da justiça gratuita.
O ministro Edson Fachin sustentou que os dispositivos questionados
mitigaram o direito fundamental à assistência judicial gratuita e o direito
fundamental ao acesso à Justiça.  Para Fachin, AS RESTRIÇÕES IMPOSTAS
TRAZEM COMO CONSEQUÊNCIA O ESVAZIAMENTO DO INTERESSE DOS
TRABALHADORES EM DEMANDAR NA JUSTIÇA DO TRABALHO, tendo em vista
a pouca perspectiva de retorno. 
Assim, Fachin entende que a restriçã o no â mbito trabalhista como fez a
nova lei "pode conter em si a aniquilaçã o do ú nico caminho que dispõ e esses
cidadã os para verem garantidos seus direitos sociais trabalhistas".

"A defesa em juízo de direitos fundamentais que nã o foram


espontaneamente cumpridos ao longo da vigência dos respectivos
contratos de trabalho em muitas situaçõ es depende da dispensa inicial e
definitiva das custas do processo e despesas daí recorrentes, sob pena de
nã o ser viá vel a defesa dos interesses legítimos dos trabalhadores."
Para o ministro, a reforma, ao atualizar o modelo de gratuidade da justiça
laboral, impô s condiçõ es restritivas ao exercício desse direito. "O risco de violaçã o
em cascata é iminente e real."

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