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Regulamento 1215/2012
Critérios de Competência Legais e Convencionais
1. 2.
Critério geral de competência
legal: Domicílio do Réu (Cf. artigo Critério especial de competência legal
4.º do Reg.)
1. Os critérios especiais de competência legal,
estabelecidos na Secção II do Capítulo II,
concorrem com o critério do domicílio do
O artigo 4.º do Reg. 1215/2012 determina que, sem réu;
prejuízo do disposto no Regulamento (artigo 5.º, 18.º, 21.º,
24.º e 25.º), as pessoas domiciliadas num Estado- 2. Neste sentido, os critérios que constam no
Membro devem ser demandadas, artigo 7.º concorrem/ou são alternativos
independentemente da sua nacionalidade, nos ao critério do domicílio do réu. Significa isto
tribunais desse Estado. que para uma mesma ação, existem vários
tribunais internacionalmente competentes. O
autor pode escolher onde intentar a ação.
Desvios à regra geral: que estabelecem que as
pessoas domiciliadas num Estado-Membro só 3. Em matéria contratual estabelece-se como
podem ser demandadas perante tribunais de critério especial de competência o lugar onde
OUTRO Estado-Membro quando se verifique: a obrigação em questão foi ou deva ser
cumprida (artigo 7.º, n.º 1, alínea a) do Reg.).
i) Um critério especial de
competência (artigo 5.º); 4. Em matéria extracontratual, estabelece-se
como critério especial de competência “o
ii) Uma competência legal lugar onde ocorreu ou poderá ocorrer o facto
exclusiva (artigo 24.º); danoso”. (artigo 7.º, n.º2 do Reg)
➢ MTS: significa que a competência é em princípio regulada, pela lei interna do Estado do foro (ou
seja, onde o autor intentar a ação);
➢ Nota (MTS): contra um Réu “demandado com domicílio num Estado terceiro podem ser
invocadas quaisquer regras de competência vigentes na ordem interna do Estado do foro, mesmo
que elas sejam consideradas exorbitantes e não possam ser invocadas contra demandados com
domicílio num dos Estados-Membros (artigo 6.º, n.º 2 do Reg.).
Assim,
i) Se não se estiver perante matéria de consumo (artigo 18.º/1 Reg.), nem de contratos
de trabalho (artigo 21.º, n.º 2 Reg.);
ii) Se não existir matéria de competência exclusiva (artigo 24.º do Reg.)
iii) Se não existir a celebração de um pacto de jurisdição (artigo 25.º do Reg).
Neste sentido, se o Regulamento não se aplica, se a ação que tem por objeto um conflito plurilocalizado
e se é intentada nos tribunais portugueses, então é necessário averiguar se os Tribunais Portugueses são
internacionalmente competentes:
ii) MTS: assim, para que um tribunal português seja competente para apreciar um litígio, é
necessário que entre o litígio e a ordem jurídica portuguesa haja um elemento de conexão
considerado pela lei suficientemente relevante para justifica o julgamento desse litígio.
MTS: “estes critérios são alternativos: basta a verificação de um deles para os tribunais portugueses serem internacionalmente
competentes”
Se não existir elemento de conexão os tribunais portugueses não são competentes LOGO
há uma exceção dilatória nos termos do artigo 96.º, 99.º, 576.º, 577/a) do CPC que se for
procedente dá azo à absolvição do réu da instância nos termos do artigo 278/1/al.a) do CPC.