Guia de Operação de Câmera

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Olá, bem vindo ao Guia de Operação de Câmera Digital para

Filmmakers do AvMakers.

Neste guia você irá aprender os fundamentos essenciais para


operar qualquer câmera de vídeo digital, seja essa uma câmera de
entrada ou uma câmera de cinema.

Primeiro, vamos conhecer os controles da câmera que permitem


modelar a luz para atingir a exposição e estética desejadas para o
seu filme. Na sequência, entenda sobre as objetivas, suas
características e propriedades.
Autor Bruno Baltarejo
Exposição à luz Medição de luz
Introdução Para que possamos começar a controlar a exposição à luz, é importante utilizarmos
ferramentas que permitam analisar a resposta da câmera para determinada quantidade
Para que exista imagem é necessário que haja luz. de luz.
Assim como nós humanos, que só podemos enxergar os objetos quando uma luz atinge Aqui vamos citar 3 opções diferentes, que geralmente podem ser encontradas nas
e reflete deste objeto, atravessando a íris até chegar na retina do nosso olho, a imagem câmeras digitais: o fotômetro, histograma e o waveform.
digital só é produzida quando a luz atravessa a objetiva e chega até o sensor.
Fotômetro
Porém, há diversas grandezas de luz, desde a luz emitida por um fósforo até a luz do sol.
Dessa forma, se faz necessário que controlemos a quantidade de luz que será absorvida
Há duas opções principais de fotômetro utilizados no audiovisual: o fotômetro de mão,
pela câmera para gerar a imagem digital. Quando há pouca luz, precisamos tornar a
ideal para medir a intensidade de cada fonte luminosa sem a necessidade de posicionar
câmera mais sensível a essa luz, e quando há muita luz precisamos cortar parte desta luz,
a câmera próxima da fonte de luz, e assim conseguir regular a intensidade relativa de
modelando assim a exposição.
cada fonte luminosa; e o fotômetro interno câmera, próprio para analisar a intensidade
média geral de luz que chega em um objeto e reflete até o sensor.
Triângulo de exposição
O fotômetro da câmera é muito simples, e geralmente se apresenta da seguinte forma:
A câmera digital possui 3 controles que permitem, ao mesmo tempo, controlar a sensibi-
lidade do sensor e a quantidade de luz que chega até ele, alterando as características da
imagem produzida. Esses controles são o ISO, o Obturador e o Diafragma. Por serem 3
comandos, são recorrentemente chamados de Triângulo de Exposição. 3 2 1 0 1 2 3

Ao centro do fotômetro temos o número 0, que indica que há uma exposição neutra, ou
ISO
seja, uma exposição média. Ao colocar um cartão cinza em frente à câmera e expor a
imagem de forma que o fotômetro indique o número 0, tem-se uma relação onde o
TRIÂNGULO
DE EXPOSIÇÃO cinza do cartão é semelhante ao cinza da imagem digital.

VELOCIDADE
DO OBTURADOR ABERTURA
O pixel é a menor unidade da imagem digital, ou seja, é cada um dos pontinhos que
formam o mosaico da imagem. Quanto maior estiver uma coluna no histograma, mais
pixels possuem aquela determinada luminância.

Pelo histograma podemos visualizar a distribuíção da luminância do ponto mais


escuro até o ponto mais claros e saber se uma imagem está predominantemente
escura, equilibrada ou mais clara.

Os números à esquerda e à direita representam a variação da quantidade de luz. Esse


valor é calculado em STOP de luz, e trata-se de uma medida recorrente e muito impor-
tante, trataremos dela logo mais neste capítulo.

Histograma

Este gráfico permite uma análise mais avançada da variação de luz na imagem.

Sombras Tons médios Luzes

Mais pixels

Menos pixels
É importante ressaltar que não há certo ou errado, a histograma deve ser analisado de
acordo com o contexto da imagem que está sendo produzida.
Waveform estava recebendo quando o valor referencial estava em “0”; enquanto que, ao passar
para o valor “+1”, este sensor estará recebendo o dobro da quantidade de luz que recebia
O gráfico Waveform tem uma função semelhante ao Histograma, porém apresenta uma em “0”.
grande vantagem: ele exibe a variação de luminância distribuída ao longo da imagem,
dessa forma é possível saber que parte da imagem possui qual luminância. No decorrer dos próximos capítulos vamos entender como controlar a exposição à luz
utilizando o ISO, o DIafragma e o Obturador, bem como a relação de reciprocidade
entre eles, e veremos o conceito de stop na prática exaustivamente, pois todos esses
controladores utilizam a medida em stops para manipular a quantidade de luz que
chega até o sensor.

Sensor x Sensibilidade
O sensor digital

O sensor é o componente mais importante de uma câmera digital, pois é através dele
que a imagem é obtida. Sua taxa de sensibilidade é o primeiro controle de exposição
que iremos ver neste guia.

Esse gráfico possui uma coluna vertical que informa a variação de luz medida em IRE. Sua O sensor é composto por várias fotocélulas que irão interpretar a intensidade da luz que
base, 0 IRE, representa o preto absoluto, e o topo, 100 IRE, branco absoluto. Da esquerda chega até ele. Cada uma delas é responsável por obter a informação de uma entre as três
para direita ele mostra a distribuição da luminância tal qual a imagem que está sendo cores que compõem a imagem digital: vermelho, verde e azul.
analisada: a esquerda e direita do gráfico correspondem aos mesmos lados do quadro.

Para uma exposição equilibrada o cartão cinza deve estar na linha 50 IRE, representando
assim o cinza real relativo ao cinza da imagem digital.

Stops de luz

Conforme dito anteriormente, o conceito de stop de luz é muito importante tanto na


fotografia quanto no vídeo digital. Um stop equivale à metade ou o dobro de uma
determinada quantidade de luz, ou seja: quando no fotômetro o valor passa de “0”
para “-1”, significa que o sensor passou a receber a metade da quantidade de luz que
ISO

Ao aumentar a sensibilidade deste sensor, aumentamos a intensidade do impulso,


gerando uma informação de luminância mais clara. Ao mesmo tempo que, reduzindo a
sensibilidade do sensor, obtemos uma imagem mais escura.

Essa taxa de sensibilidade é chamada de sensibilidade ISO (International Organization


for Standardization), e é uma derivação do ISO analógico, que refere-se à sensibilidade
do filme negativo.

O ISO possui uma escala de medição que utiliza o conceito de STOP. Dessa forma, a cada
mudança do valor de ISO temos o dobro ou a metade da quantidade de luz anterior.

ISO Nativo
Por exemplo, ao mudar a sensibilidade ISO de 100 para 200, temos o dobro da quanti-
dade de luz, assim como reduzir de 800 para 400 a luz diminui pela metade.
O ISO nativo de uma câmera é onde se encontra a melhor relação entre sinal x ruído. Este
é o ISO ideal de operação daquele sensor, ou seja, ele produz a menor intensidade de
Relação Sinal x Ruído ruído digital na produção da imagem.
Ao mudar a sensibilidade ISO obtemos não apenas uma mudança na exposição à luz, Hoje já existem câmeras de cinema digital que possuem mais de um ISO nativo, o que
mas também alteramos o grão de ruído e a nitidez da imagem. Para essa relação entre significa que ela pode operar em mais de um valor de sensibilidade ISO no qual obtém
exposição e ruído digital damos o nome de relação sinal x ruído. melhor relação de sinal x ruído.

Embora o ISO nativo tenha a melhor relação sinal x ruído, seu uso não é obrigatório,
podendo ser uma escolha deliberada aumentar a taxa de ISO para obter uma imagem
mais clara ou um ruído mais intenso para uma determinada cena.
Geralmente o ISO será o primeiro valor estabelecido ao montar a exposição de uma Shutter Angle X Shutter speed
cena, sendo ideal manter uma taxa constante durante a filmagem de cada take, a fim de
manter uma homogeneidade do ruído durante toda a cena. Há duas maneiras de medir a velocidade do obturador: em Shutter Speed e em Shutter
Angle. A opção Shutter Speed é a mais comum, encontrada em quase qualquer câmera,
já a opção Shutter Angle está presente nas câmeras de cinema. Vamos explicar abaixo e
Obturador e frame rate diferenciar uma da outra.
Frame Shutter Speed, ou velocidade do obturador, mede o tempo de exposição em fração de
segundo, ou seja 1/60 significa que o sensor estará exposto à luz por um septuagésimo
Para que tenhamos a ilusão do movimento em um vídeo, é necessário que diversas
de segundo para a produção de cada frame.
imagens sejam apresentadas consecutivamente, mais rápido do que o tempo de persis-
tência dessa imagem na nossa retina, criando uma ilusão de continuidade.

A cada uma dessas imagens estáticas que compõe o filme damos os nome de FRAME.
Nas películas o frame é cada fotograma de um rolo de filme; já nas câmeras digitais, equi-
vale a cada uma das imagens produzidas, semelhantes a uma foto digital.

Frame Rate
O maior tempo de exposição possível será o equivalente ao frame rate escolhido, ou seja:
Corresponde à quantidade fixa de FRAMES que formam um segundo de vídeo. Por se estiver gravando a 30 quadros por segundo, o maior tempo de exposição possível é
convenção, estabeleceu-se no cinema a taxa de 24 quadros por segundo; um taxa de 1/30.
quadros (frame rate) menor pode causar a impressão de que os movimentos ficam
travados, sem fluidez, já uma taxa de quadros maior pode ser utilizada para criação de Aqui também utilizamos o conceito de STOP, dessa forma se utilizarmos um tempo de
efeito slow motion ou para melhor representar movimentos muito rápidos, como em exposição 1/60 teremos a metade da quantidade de luz que 1/30, ou -1 Stop já para
vídeos de esportes. 1/120 termos um quarto da quantidade de luz, ou -2 Stops, e assim por diante.

Obturador Shutter Angle, ou ângulo do obturador, simula a maneira de controlar o tempo de


exposição nas antigas câmeras analógicas, onde o obturador era uma peça circular que
O obturador, também chamado de Shutter, é responsável por controlar o tempo de possuía uma abertura que permitia que a luz chegasse ao filme negativo por um deter-
exposição do sensor à luz na produção de cada FRAME. Um tempo menor irá deixar a minado tempo. Conforme o obturador girasse ele tampava a luz, nesse momento o filme
imagem mais escura, enquanto em um tempo maior de exposição o sensor irá absorver negativo passava para o próximo frame.
mais luz e a imagem resultante será mais clara.
Uma abertura de 180º, ou meio círculo, permite que cada frame seja exposto à luz por
metade do seu tempo de duração, então em um vídeo com frame rate de 30 quadros por
segundo teremos o equivalente a 1/60 segundo de tempo de exposição.

Se aumentarmos para um ângulo de 360º, ou seja completamente aberto, o tempo de Tradicionalmente no cinema é utilizado o frame rate de 24 quadros por segundo com
exposição será equivalente ao frame rate, nesse exemplo 1/30. E se diminuirmos para um Shutter Angle de 180º, o que é equivalente a 1/48 em Shutter Speed. Ao utilizar este
ângulo de 90º, ou 1/ 4 dele aberto, seria equivalente a 1/120. tempo de exposição, temos um nível de desfoque ao qual já estamos acostumados.
Porém, se desejarmos uma imagem mais nítida, com menos rastro do movimento,
Desfoque de movimento podemos utilizar uma velocidade maior, deixando o sensor exposto à luz por menos
tempo. Essa técnica é muito comum em vídeos de esportes.
Além de controlar a quantidade de luz absorvida pelo sensor, o obturador também
causa um efeito secundário à imagem, que é o desfoque de movimento. Quanto mais
tempo o sensor ficar exposto à luz, maior será o rastro de movimentos dos objetos
Diafragma
filmados, enquanto que ao diminuir o tempo de exposição, teremos uma imagem mais
Diafragma
“congelada”.
O terceiro e último pilar da exposição na verdade não é um controle da câmera, e sim da
objetiva. As objetivas possuem um mecanismo que abre e fecha, controlando o quanto
da luz atravessa as suas lentes e chega até o sensor da câmera, semelhante à função da
íris no olho humano. A esse mecanismo damos o nome de Diafragma. Distância focal

Abertura do diafragma

Distância Focal [mm]


f / stop =
Diâmetro da abertura do diafragma [mm]

F-stop

Para definir a abertura do diafragma usamos a unidade de medida F-Stop. Em um valor F-stop X T-stop
F-Stop pequeno, como F/1.4, o diafragma estará bem aberto, permitindo que muita luz
chegue ao sensor, já em valores maiores, como F/16, o diafragma estará bem fechado, As lentes de cinema utilizam o valor de abertura do diafragma em T-Stop.
reduzindo a quantidade de luz.
Um T-Stop possui uma diferença no cálculo, em relação ao F-Stop, pois ele não levará em
f/1.4 f/2 f/2.8 f/4 f/5.6 f/8 f/11 f/16 conta somente as medidas da abertura e da distância focal, mas também o quanto de luz
é perdido ao atravessar as lentes e os acabamentos da objetiva.

Dessa forma as objetivas calibradas em T-Stop possuem uma grande vantagem, pois têm
como objetivo padronizar a quantidade de luz que realmente chega ao sensor ao usar
um determinado valor T-stop. Assim se você trocar, por exemplo, entre uma lente 24mm
com abertura T/2.8 para uma 50mm e também utilizar T/2.8 você obterá exatamente a
Veja que aqui usamos novamente o conceito de STOP, dessa forma ao mudar o F-Stop mesma exposição.
de F/2 para F/2.8 perdemos 1 stop de luz, ou seja, temos metade da quantidade de luz
comparado à abertura anterior; já ao alterar de F/2 para F/1.4 aumentamos +1 Stop, ou
Profundidade de campo
seja, o dobro da quantidade de luz que havia em F/2.
Além de atuar como um controle de exposição, o diafragma também altera a área da
Embora não precisemos fazer o cálculo dessa medida, é interessante saber o que signi-
imagem que está em foco, a qual damos o nome de profundidade de campo.
fica um F-Stop. Esse valor é obtido através da divisão da distância focal pelo diâmetro da
abertura do diafragma (ambos em milímetros).
Quanto maior a abertura do diafragma, mais raios de luz de diferentes direções chegam
até o sensor. Como o foco é um único plano, a área em volta deste plano fica desfocada.
Porém, ao escolher uma abertura pequena, permitimos que apenas raios de luz de uma
determinada direção cheguem no sensor, diminuindo assim a sensação de desfoque e
permitindo que uma área maior da imagem tenha foco perceptível.

F22 F16 F11

F8 F5.6 F4

F2.8 F2 F1.4
Filtro ND

Um acessório muito útil que pode ser utilizado no momento da gravação é o Filtro ND.
Este filtro bloqueia a luz que chega até a lente, diminuindo a exposição. Dessa forma, é
Escolher entre profundidade de campo maior ou menor é uma opção estética que deve
possível colocar uma grande abertura do diafragma para obter uma profundidade de
estar de acordo com o objetivo daquela cena.
campo menor, com um fundo bem desfocado, e ainda assim diminuir a quantidade de
luz que chegará até o sensor.
Quando queremos, por exemplo, mostrar uma grande paisagem, com foco tanto nos elementos
do cenário como em objetos em primeiro plano, optamos por uma abertura do diafragma menor,
porém se desejamos o fundo bem desfocado, enfatizando toda a atenção da cena somente no
objeto em primeiro plano, então devemos usar uma grande abertura do diagrama.
Reciprocidade
Para controlar a quantidade de luz de uma determinada cena e chegar à exposição ideal,
usamos 3 tipos de controles diferentes: ISO, Obturador e Diafragma. Cada um deles
possui sua própria escala, porém essas escalas são proporcionais, tendo uma relação de
reciprocidade entre elas. É muito importante entender esse conceito, pois a partir dele

ABERTURA
Menor abertura
podemos modelar facilmente a exposição e as características da imagem.

Maior abertura
Quando mudamos o ISO de 100 para 200, aumentamos +1 Stop, ou seja temos o dobro
da quantidade de luz, da mesma forma que diminuindo a velocidade do obturador de
1/60 para 1/30, ou quando mudando o diafragma de F2.8 para F2, obtemos também
esse mesmo +1 Stop.

Menor velocidade
OBTURADOR
Maior velocidade
Lembre que cada um desses controles irão afetar, além da exposição, as características
da imagem - ruído, desfoque de movimento e profundidade de campo. Então, se já
estiver na exposição ideal, porém deseja modelar uma das características da imagem,
você poderá alterar proporcionalmente um dos outros controles.

Baixa sensibilidade

Alta sensibilidade
Por exemplo, imagine que a câmera esteja com a exposição correta utilizando a seguinte
configuração, ISO 800, shutter speed 1/60, diafragma F/5.6. Porém você quer menos
profundidade de campo para que o fundo fique mais desfocado, deixando o ator em

ISO
primeiro plano com maior destaque na cena.

Para isso, você pode diminuir a abertura de F/5.6 até F2, o que irá aumentar o equiva-
lente a 3 Stops. Para manter a mesma exposição inicial, poderá diminuir 3 Stops através
da sensibilidade de ISO, alterando ele de ISO 800 para ISO 100.
Colorimetria
Introdução

ISO 800 -3 Stops ISO 100 As luzes que encontramos no nosso dia a dia, além de possuírem diferentes graduações
Shuter Speed 1/60 Shuter Speed 1/60 de intensidades luminosas, também possuem espectros de radiação diferentes, ou seja,
Diafragma F/5.6 +3 Stops Diafragma F/2 emitem mais ou menos radiação em determinadas frequências, resultando em cores
diferentes.
Como exemplo vamos comparar a radiação de duas fontes de luz que encontramos facil- Embora tons azulados sejam considerados esteticamente “frios” e tons alaranjados asso-
mente: a luz do sol e a luz de uma lâmpada incandescente. Enquanto a luz do sol é bem ciados à sensação “quente”, na escala Kelvin a luz alaranjada é representada por um valor
rica e homogênea, a lâmpada incandescente terá maior predominância de tons amare- menor, abaixo de 5000 K, enquanto que a luz azulada possui um valor K mais alto, acima
los/laranja e pouca presença dos tons mais azulados. de 5500 K.

Luz do sol Lâmpada incandescente 2000K 3000K 4500K 5600K 6500K


Intensidade Intensidade

400 500 600 700 (nm) 400 500 600 700 (nm) TONS QUENTES NEUTRO TONS FRIOS
Comprimento de luz Comprimento de luz

TEMPERATURA DE COR (ESCALA KELVIN)

Como cada fonte de luz artificial apresenta uma diferente composição de cor, preci-

1000K

2000K

3000K

4000K

5000K

6000K

7000K

8000K

9000K

10000K
samos regular a câmera para a correta interpretação dessa fonte de luz.

Temperatura de cor
Se pretendemos neutralizar a variação de uma fonte de luz, representando ela como
Para a variação de cor entre o eixo amarelo/azul utilizamos a unidade de medida uma luz neutra na nossa cena, iremos regular a nossa câmera para a temperatura de cor
KELVIN. daquela fonte de luz. Veja abaixo uma tabela com algumas fontes de luz e seus respec-
tivos valores em Kelvin:
Essa unidade de medida é baseada na comparação da cor de um determinado filamento
metálico quando ele é aquecido. Ao atingir a temperatura de cor de 2000 kelvins ele se
torna mais alaranjado, e conforme essa temperatura aumenta, esse filamento fica cada
vez mais azulado. Por isso chamamos a cor de uma fonte luminosa de temperatura de
cor.

Um valor de Kelvin (K) menor, acima de 2000 K, representa uma luz mais alaranjada; em
torno de 5000 K obtemos uma luz neutra; conforme o valor em Kelvin aumenta, a luz se
torna cada vez mais azulada.
TINT Cartão de Cor

Além das cores variarem entre o eixo amarelo/azul, elas também podem variar entre as Para garantir uma fidelidade de cor ainda maior, podemos utilizar um cartão de cores
cores verde/magenta. Esse eixo é regulado na câmera através da opção TINT. mais completo durante a gravação das cenas. Depois, na pós produção, é possível
realizar uma calibração que vai além dos eixos principais, regulando também diversos
outros pontos de cor e de contraste.
Temperatura de cor
Alguns softwares oferecem essa opção de calibração, mas um dos mais completos é o
DaVinci Resolve, que além de ser um dos melhores softwares de pós produção audiovi-
sual também possui uma versão gratuita.

Tint

White Balance

Nem sempre sabemos qual é a temperatura de cor exata da fonte de luz que estamos
utilizando na nossa cena, por isso um recurso muito útil na câmera digital é o White
Balance. Ele permite que a câmera faça uma análise da radiação luminosa, aplicando
corretamente as configurações de Kelvin e Tint daquela respectiva luz.

Para utilizar esse recurso é necessário uma superfície neutra, como um cartão cinza 18%, Baixe o DaVinci gratuitamente: https://www.blackmagicdesign.com/davinciresolve/
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que reflete a luz da cena para o sensor da câmera sem causar nenhuma influência na cor.
Objetivas Ângulo de visão
Introdução Para a amplitude da imagem visível através de uma objetiva damos o nome de ângulo
de visão. Quanto menor o comprimento focal, maior será o seu ângulo de visão; da
Uma objetiva é um conjunto óptico de lentes que tem como objetivo projetar os raios de
mesma forma, quanto maior o número do comprimento focal, mais fechado será o
luz até o sensor da câmera formando uma imagem nítida.
campo de visão na imagem.
Dependendo da construção de cada objetiva - do formato, posicionamento, qualidade e
quantidade de lentes, a imagem resultante terá características diferentes. quantidade de
lentes, a imagem resultante terá características diferentes.

Comprimento focal

Comprimento focal é o fator que define o tamanho e a angulação da área que os raios de
As objetivas são agrupadas em 3 grupos principais em relação ao ângulo de visão:
luz irão atravessar em direção a um ponto comum dentro de um sistema óptico. Seu
nome é definido pela distância, em milímetros, do sensor da câmera até a objetiva
Grande-angular: possui um grande ângulo de visão, porém apresenta maior distorção
quando o foco está regulado no infinito (representado por “∞”).
dos planos. São lentes ideais para captar cenários, paisagens, áreas grandes, ou quando
se deseja mostrar amplitude para a cena e foco em muitos elementos.
Normal: ângulo de visão intermediário. Por possuir menor distorção, é uma escolha Compressão dos planos
muito comum para retratos.
Além de mudar o ângulo de visão, lentes com comprimentos focais diferentes causam
Tele-objetiva: ângulo de visão muito restrito, dando a sensação de aproximação do uma distorção da sensação espacial. Objetivas grande-angulares dão a sensação de dila-
objeto filmado.São ideais para closes, captação de objetos muito distantes, ou para tação dos planos de uma imagem, como se o espaço fosse mais amplo, e os objetos mais
destacar somente um elemento na cena. distantes entre si, se comparado a outras lentes de comprimento focal maior; já ao
utilizar tele-objetivas, nota-se uma compressão desses planos, dando a impressão de
achatamento das camadas de uma cena. Por isso, a escolha de uma objetiva se deve
principalmente pela sensação espacial que se deseja para a cena do que pela distância
física entre a câmera e o assunto.
Características

Todas as lentes apresentam características específicas, que diferem uma da outra em BOKEH
maior ou menor grau, e influenciam na escolha das objetivas para determinados Características gerais do desfoque,
projetos. São elas: nitidez, vinheta, flare, bokeh e aberração cromática. entre elas o formato dos pontos
luminosos que ganham a forma das
laminas do diafragma.

NITIDEZ
É a capacidade de definição ABERRAÇÃO CROMÁTICA
dos detalhes de uma na imagem.
Desvio de cor causado pela refração
da luz ao atravessar o conjunto de
lentes, caracterizada nesta imagem
pelas linhas verdes nas bordas.

VINHETA
Escurecimento das
bordas da imagem.
Agradecemos
a sua leitura.
FLARE
Fenômeno de reflexão no interior
da objetiva causado pela luz que
entra em direção à lente. W W W . A V M A K E R S . C O M . B R
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