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CAPITULO Iº. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de investigação científica vem por este meio abordar o temaʺ
UBUNTU ˮ EU SOU PORQUE SOMOS ˮ desta feita, é importante realçar o facto que
o nome "Ubuntu" deriva do conceito sul africano de mesmo nome, directamente
traduzido como "humanidade com os outros" ou "sou o que sou pelo que nós somos
todos" ou simplesmente " eu sou porque somos". Também, Ubuntu é uma noção
existente nas línguas Zulu e xhosa - línguas Bantu do grupo ngúni, faladas pelos povos
da África Subsaariana.

Na África do Sul, a noção de Ubuntu ligou-se também à história da luta contra o


Apartheid e inspirou Nelson Mandela na promoção de uma política de reconciliação
nacional. Muitos anos antes, quando Mandela criou a liga da juventude da ANC, em
1944, a noção já estava presente na filosofia de John Mbiti e no manifesto do
movimento: "Ao contrário do homem branco, o africano quer o universo como um todo
orgânico que tende à harmonia e no qual as partes individuais existem somente como
aspectos da unidade universal".

Sem olvidar que uma pessoa com Ubuntu está aberta e disponível para outros,
apoia os outros, não se sente ameaçada quando outros são capazes e bons, baseada em
uma autoconfiança que vem do conhecimento que ele ou ela pertence a algo maior e é
diminuída quando os outros são humilhados ou diminuídos, quando os outros são
torturados ou oprimidos.

Contudo ficará explicito ao decorrer da minha abordagem.


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1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A fraqueza própria do ser humano, a clemência, a compaixão perante as desgraças e


as adversidades do outro, a afabilidade e a benevolência são itens humanísticos que têm
sido visíveis em toda parte do planeta terra, porém, ainda não atingiu o seu apogeu, os
antônimos destas palavras, o racismo e não só manifestam-se várias vezes.

Tendo em conta este acontecimento o meu estudo é direccionado aos Africanos


Consequentemente Angolanos.
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1.2 JUSTIFICATIVA

Tendo em conta os estudos sobre o Ubuntu, as razões que me levaram a escolher


esta temática são inúmeras visto que o terno não é muito notório na sociedade angolana
e como tal traz consigo grandes ensinamentos e como curiosa que sou e motivada pela
seguinte frase "a dúvida é o princípio da sabedoria" usei os meios a minha disposição
para o entendimento deste provérbio Ubuntu "Eu Sou Porque Somos" carretando
grande significado para a nossa sociedade angolana, o quanto devemos ser solidários, ou
seja, ter empatia pelo próximo sem se preocupar com o tom de pele quer seja negro ou
branco.

Espero que esta pesquisa possa despertar a sensibilidade da humanidade na luta


contra a diferença. Por outro lado a sociedade angolana ainda desconhece a existência
deste termo e o seu ensinamento, que possivelmente pode estar rodeado de muitos
significados, conceitos e noções que não se compadecem com a sua essência, para tal é
necessário que se faça uma sensibilização sobre este proverbio. Outrossim, com o
mesmo espero ajudar na compreensão de toda classe académica em particular e, a
sociedade em geral sobre o presente tema.
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1.3 PROBLEMATIZAÇÃO

Para escolha desta temática é importante conhecer as principais culturas


Africanas e não só, para se achegar aos inúmeros ensinamentos, uma vez que vivemos
em culturas diferentes e crescemos com personalidades, ideias, hábitos, características
diferentes e com uma autonomia nas nossas escolhas e o individualismo tem se
instalado muitas vezes, tornando-se assim o problema de muitos ela tem sido o causador
de muitos males notórios e não notórios pelo mundo. Razão pelo qual surgiu à
necessidade de formular as seguintes questões:

o Como é possível uma humanidade não sustentado pelos pilares do respeito e


da solidariedade, que não veja a importância da aliança e do relacionamento
das pessoas, umas com as outras, não tem a consciência de que é afectada
quando os seus semelhantes são diminuídos e oprimido ainda é denominada
de humanidade?

o O que realmente implica a natureza humana?


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1.4 RELEVÂNCIA DO TEMA


O termo Ubuntu tem uma relevância para a humanidade porque mostra o quanto
solidários e piedosos devemos ser com o nosso próximo. Praticando assim o amor,
paciência, compreensão.
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1.5 OBJECTIVOS

1.5.1 Geral
o Analisar os factores determinantes da expressão Ubuntu ˮEu Sou
Porque Somosˮ.

1.5.2 Específicos

o Fundamentar o Ubuntu, conceptualização, características e


abordagens de figuras.

o Descrever os aspectos relevantes de Ubuntu.


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1.6 METODOLOGIA DE PESQUISA

Para este trabalho de investigação científica a metodologia utilizada foi a


pesquisa bibliográfica nas diversas fontes, buscando-se assim um material claro e
coerente, que consiga definir a situação, a relevância e esclarecer a problematização
traçada inicialmente, atendendo também aos obejectivos da pesquisa. Os conteúdos
foram processados por meio de programas informáticos, como Microsoft Word (2013).
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CAPÍTULO II°. ENQUADRAMENTO TEÓRICA

2.1 Filosofia Ubuntu

Ubuntu é a raiz da filosofia africana. A existência do africano no universo é


inseparavelmente ancorada sobre ubuntu. Semelhantemente, a árvore de conhecimento
africano deriva de ubuntu com o qual é conectado indivisivelmente. Ubuntu é, então,
como uma fonte fluindo ontologia e epistemologia africana. Se estas últimas forem as
bases da filosofia, então a filosofia africana pode ser estabelecida em e através de
ubuntu. Nosso ponto de partida é que ubuntu pode visto como base da filosofia africana.
Para além de uma análise linguística de ubuntu, um argumento filosófico persuasivo
poderá criar toda uma “atmosfera familiar” que é um tipo de afinidade filosófica e um
parentesco entre o povo nativo da África. Sem dúvida, teremos variações entre esta
ampla “atmosfera familiar” filosófica. Mas o sangue circulando entre os membros da
“família” é, na base, o mesmo1. Neste sentido, ubuntu é a base da filosofia africana. Em
termos de demarcação geográfica, concordamos parcialmente com a delimitação de De
Tejada (1979). Assim a filosofia ubuntu que discutimos “veio do deserto Núbio para o
Cabo da Boa Esperança e do Senegal ao Zanzibar”2. Entretanto, esta delimitação é
questionável uma vez que o deserto do Saara não é a marca de nascimento indelével da
África. Por esta razão, o significado e a importância da interação humana antes do
nascimento do deserto de Saara pode ser tomado em consideração. Não deveremos, no
entanto, buscar esta linha de questionamento no presente texto.

Ora bem, uma sociedade sustentada pelos pilares do respeito e da solidariedade


faz parte da essência de ubuntu, filosofia africana que trata da importância das alianças
e do relacionamento das pessoas, umas com as outras. Na tentativa da tradução para o
português, ubuntu seria “humanidade para com os outros”. Uma pessoa com ubuntu tem
consciência de que é afetada quando seus semelhantes são diminuídos, oprimidos. – De
ubuntu, as pessoas devem saber que o mundo não é uma ilha: “Eu sou porque nós
somos”.

Eu sou humano, e a natureza humana implica compaixão, partilha, respeito,


empatia – detalhou em entrevista exclusiva ao Por dentro da África, Dirk Louw, doutor
em Filosofia Africana pela Universidade de Stellenbosch (África do Sul). Dirk conta
que não há uma origem exata da palavra. Estudiosos costumam se referir a ubuntu como
uma ética “antiga” que vem sendo usada “desde tempos imemoriais”. Alguns
pesquisadores especulam sobre o Egito Antigo (parte de um complexo de civilizações,
do qual também faziam parte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia,
Etiópia e Somália) como o local de origem do ubuntu como uma ética, mas o próprio
fundamento do ubuntu é geralmente associado à África Subsaariana e às línguas bantos
(grupo etnolinguístico localizado principalmente na África Subsaariana). No fundo, este
fundamento tradicional africano articula um respeito básico pelos outros. Ele pode ser
interpretado tanto como uma regra de conduta ou ética social.
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Ele descreve tanto o ser humano como “sercom-os-outros” e prescreve que “ser-
com-os-outros” deve ser tudo. Como tal, o ubuntu adiciona um sabor e momento
distintamente africanos a uma avaliação descolonizada – contou o especialista e
membro fundador da South African Philosopher Consultants Association.

Na esfera política, o conceito é utilizado para enfatizar a necessidade da união e


do consenso nas tomadas de decisão, bem como na ética humanitária. Dirk lembra que
também existe o aspecto religioso, assentado na máxima zulu (uma das 11 línguas
oficiais da África do Sul) umuntu ngumuntu ngabantu (uma pessoa é uma pessoa
através de outras pessoas) que, aparentemente, parece não ter conotação religiosa na
sociedade ocidental, mas está ligada à ancestralidade.

A ideia de ubuntu inclui respeito pela religiosidade, individualidade e


particularidade dos outros.

Ubuntu ressalta a importância do acordo ou consenso. A cultura tradicional


africana, ao que parece, tem uma capacidade quase infinita para a busca do consenso e
da reconciliação (Teffo, 1994a: 4 – Towards a conceptualization of Ubuntu). Embora
possa haver uma hierarquia de importância entre os oradores, cada pessoa recebe uma
chance igual de falar até que algum tipo de acordo, consenso ou coesão do grupo seja
atingido. Este objetivo importante é expresso por palavras como Simunye (“nós somos
um”, ou seja, “a união faz a força”) e slogans como “uma lesão é uma lesão para todos”
(Broodryk, 1997a: 5, 7, 9 – Ubuntu Management and Motivation, de Johann Broodryk).

Uso da palavra com a democracia na África do Sul Após quase cinco décadas de
segregação racial apoiada pela legislação, o processo de construção da África do Sul no
pós-apartheid exigia igualdade universal, respeito pelos direitos humanos, valores e
diferenças. Desta forma, a ideia de ubuntu estava diretamente ligada à história da luta
contra o regime que excluía a cidadania e os direitos dos negros.

2.2 As implicações da concepção onto-triádica ubuntu de ser

A natureza das relações humanas no mundo dos vivos é baseada e influenciada


pela compreensão onto-triádica de Ser. Incerteza, medo, alegria, tristeza, solidão,
companheirismo e boa saúde, são alguns dos fenômenos que definem a instabilidade
fundamental do mundo dos vivos. A pergunta é: como é que podemos responder à
instabilidade fundamental de ser?

Na filosofia ubuntu, um ser humano no mundo dos vivos deve ser um umuntu,
com intenção de dar uma resposta ao desafio da instabilidade fundamental do ser.
Umuntu não pode atingir ubuntu sem a intervenção dos mortos-viventes. O morto-
vivente é importante para a manutenção e proteção da família dos vivos. Isto também é
verdade em relação à comunidade em geral. Por esta razão, é imperativo que o líder da
comunidade, juntamente com os anciãos da comunidade, deve ter boas relações com os
seus mortos-viventes. Isto diz respeito da a compreensão ubuntu da harmonia cósmica.
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Ele deve ser preservado e mantido para traduzi-la em harmonia em todas as esferas da
vida. Assim, a religião africana, política e direito são baseados e impregnados com a
experiência e o conceito de harmonia cósmica. Religião, política e lei devem ser
ancoradas no entendimento do cosmos, como uma luta contínua para a harmonia. É
como ancoragem que lhes dá autenticidade e legitimidade. E esta é a base para um
consenso quanto à particularidade da filopraxis ubuntu. Paz através da realização
concreta da justiça é a lei fundamental da filosofia ubuntu. A justiça sem paz é a
negação da luta para a harmonia cósmica. Mas a paz sem justiça é o deslocamento do
Umuntu da ordem cósmica.

2.3 Filosofia em Ubuntu

Filosoficamente, a melhor forma para aproximar-se deste termo é tomá-lo como


uma palavra hifenizada, ubu-ntu. Ubuntu é atualmente duas palavras em uma. Consiste
no prefixo ubu- e na raiz ntu. Ubu evoca a ideia da existência, em geral. Abrindo-se à
existência antes de manifestar a si mesmo na forma concreta ou no modo de existência
de uma entidade particular. Ubu aberto à existência é sempre orientado para um
desdobramento, que é uma manifestação concreta, incessantemente contínua, através de
formas particulares e modos de ser. Neste sentido, ubu é sempre orientado para um ntu.
Em um nível ontológico, isto não é uma separação e divisão estrita e literal entre ubu e
ntu. Ubu e ntu não são radicalmente separáveis e realidades irreconciliavelmente
opostas. Pelo contrário, são mutualmente fundadas no sentido em que são dois aspectos
da existência como uma unicidade e inteireza indivisível. Portanto, ubu-ntu é uma
categoria ontológica e epistemológica no pensamento africano dos povos de línguas
bantas. É a indivisível unicidade e inteireza da epistemologia e ontologia. Ubu é
geralmente entendido como a existência e pode ser dito como uma ontologia distinta.
Enquanto ntu é um ponto no qual a existência assume uma forma concreta ou um modo
de ser no processo contínuo de desdobramento, que pode ser epistemologicamente
distinto.

A palavra umu compartilha uma modalidade ontológica idêntica com a palavra


ubu. Enquanto a abrangência de ubu é geralmente ampla, umu tem a tendência de ser
mais específica. Colocada junto com ntu então, umu resulta em umuntu. Umuntu
significa a emergência do homo loquens3, que é simultaneamente um homo sapiens. Em
uma linguagem coloquial, significa o ser humano: o criador de política, religião e lei.
Umuntu então é uma manifestação concreta e específica do umu: é um caminhar do
geral para o específico concreto. Umuntu é uma entidade específica que estende-se a
conduzir uma investigação ao ser, experiência, conhecimento e verdade. Esta é uma
atividade anterior a um ato. É um processo contínuo impossível de parar. Por esta razão,
ubu pode ser considerado como vir a ser e isto evidentemente implica uma ideia de
movimento. Nos propomos a considerar tal movimento incessante como verbal ao invés
de verbo. Ntu pode ser interpretado como existindo temporalmente. Neste sentido, ntu é
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um nome. A indivisível unicidade e inteireza de ubu-ntu significa, por essa razão, que
ubuntu é um nome verbal.

Porque o movimento é o princípio da existência para ubuntu, o agir tem


precedência sobre o agente, sem, ao mesmo tempo, imputar uma separação radical ou
oposição irreconciliável entre os dois. “Dois”, aqui dito, somente para dois aspectos de
uma e a mesma realidade. Ubuntu é, então, um gerúndio. Mas também é um gerundivo4
ao mesmo tempo, desde que o nível epistemológico possa cristalizar dentro de si uma
forma particular de organização social, religiosa ou legislativa. Ubuntu é sempre um
“ade” e não um “ismo” [é sempre um estado de ser e não um sistema]. Entendemos que
esta lógica do ubu-ntu também se aplica para o hu e nhu na língua xona do Zimbábue.
Portanto, isto não pode ser traçada como hunhuísmo5 como Samkange (1980) tem feito.
O sufixo ismo deixa uma impressão errônea que estamos encarando verbos e nomes
como entidades fixas e separadas existindo independentemente. Portanto, eles
funcionam como fixações para ideias e práticas um tanto quanto dogmáticas e
consequentemente imutáveis. Então, o dogmatismo e imutabilidade constituem falsas
necessidades baseadas num pensamento fragmentado. Este último é um pensamento –
baseado no entendimento de estrutura linguística de sujeito-verbo-objeto – que postula
uma oposição fundamental irreconciliável no vir a ser. No fundamento desta oposição
imputada o vir a ser é fragmentado em pedaços da realidade com uma existência
independente da sua própria.

2.4 Aspectos éticos

A palavra Ubuntu, não traduzível diretamente, no entanto nessa tentativa séria


"humanidade para com os outros". Exprime a consciência da relação entre o indivíduo e
a comunidade. Segundo o arcebispo anglicano Desmond Tutu, autor de uma teologia
ubuntu "a minha humanidade está inextricavelmente ligada à sua humanidade". Essa
noção de fraternidade implica compaixão e abertura de espírito e se opõe ao narcisismo
e ao individualismo.

Nelson Mandela também explica esse ideal:

“Respeito. Cortesia. Compartilhamento. Comunidade. Generosidade. Confiança.


Desprendimento. Uma palavra pode ter muitos significados. Tudo isso é o espírito de
Ubuntu. Ubuntu não significa que as pessoas não devam cuidar de si próprias. A
questão é: você vai fazer isso de maneira a desenvolver a sua comunidade, permitindo
que ela melhore?”

Na tradição sul-africana, a reconciliação se exprime através do ubuntu ou


humanismo, que inclui valores como a compaixão e a comunhão - valores que
orientaram a Comissão Verdade e Reconciliação e serviram como base para a
formulação dos objetivos nacionais de reconstrução e reconciliação. J.Y. Mokgoro, juiz
da Corte Constitutional da África do Sul mostrou que esse princípio filosófico
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fundamental marcou de maneira determinante o direito constitucional do país, desde a


constituição provisória de 1993 e está presente na lei fundamental n° 34, de 1995, sobre
a Promoção da Unidade Nacional e da Reconciliação:

"[…] A Constituição estipula que a busca da unidade nacional, o bem-estar de


todos os cidadãos sul-africanos e a paz exigem a reconciliação entre os habitantes da
África do Sul e a reconstrução da sociedade."

Segundo o Arcebispo Desmond Tutu:

“Uma pessoa com Ubuntu está aberta e disponível para as outras, apoia as
outras, não se sente ameaçada quando outras pessoas são capazes e boas, com base em
uma autoconfiança que vem do conhecimento de que ele ou ela pertence a algo maior
que é diminuído quando outras pessoas são humilhadas ou diminuídas, quando são
torturadas ou oprimidas. ” Portanto o conceito exprime a crença na comunhão que
conecta toda a humanidade: "sou o que sou graças ao que somos todos nós".

2.5 Aspectos religiosos

Louw (1998) sugere que o conceito do Ubuntu define um indivíduo em termos


de seus relacionamentos com os outros, e enfatiza a importância como um conceito
religioso, assentado na máxima Zulu umuntu ngumuntu ngabantu (uma pessoa é uma
pessoa através de outras pessoas), que aparentemente parece não ter conotação religiosa
na sociedade ocidental. No contexto africano, isso sugere que o indivíduo se caracteriza
pela humanidade com seus semelhantes e através da veneração aos seus ancestrais.
Assim, aqueles que compartilham do princípio do Ubuntu no decorrer de suas vidas
continuarão em união com os vivos após a sua morte.

2.6 Aspectos políticos

Ubuntu é visto como um dos princípios fundamentais da nova república da


África do Sul e está intimamente ligado à ideia da Renascença Africana. No Zimbabwe,
Ubuntu tem sido usado como forma de resistência à opressão existente no país. Na
esfera política, o conceito do Ubuntu é utilizado para enfatizar a necessidade da união e
do consenso nas tomadas de decisão, assumindo-se uma ética humanista.
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CAPITULO VIº. CONCLUSÃO

Depois de um trabalho árduo cheguei à conclusão que a ideia de ubuntu inclui


respeito pela religiosidade, individualidade e particularidade dos outros. Estar aberto e
disponível para outros, apoiar os outros, não se sentir ameaçado quando outros são
capazes e bons, baseando-se em uma autoconfiança que vem do conhecimento que
alguém pertence a algo maior e é diminuída quando os outros são humilhados ou
diminuídos, quando os outros são torturados ou oprimidos, isto é uma pessoa com o
ubuntu. E uma sociedade deve ser sustentada pelos pilares do respeito e da solidariedade
uma vez que estas qualidades fazem parte da essência de ubuntu e como tal a cultura
tradicional africana, ao que parece, tem uma capacidade quase infinita para a busca do
consenso e da reconciliação.
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CAPITULO VIIº. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

o Tamosauskas, Thiago (2020). Filosofia Africana: cinco milênios de pensamento.


[S.l.: s.n.] p. 46.
o «Nelson Mandela and the Rainbow of Culture» Anders Hallengren,
Nobelprize.org, site oficial do Prêmio Nobel.
o Adérito Gomes Barbosa (2012). «Contributos para a Pedagogia Social:
Neuroética. Educação vagarosa e ubuntu (Página 6 e a partir da 197,
especialmente 209 e 210)» (PDF). Cadernos de Pedagogia Social do Centro
Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa. ISSN 1646-7280.
Consultado em 10 de março de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 10 de março de
2017.
o (em inglês) SAMPSON, Anthony Mandela: The Authorized Biography. Country
Boy: 1918-1934 (excerto publicado pelo New York Times).
o «All you need is ubuntu» (em inglês). BBC. 28 de setembro de 2006.
o «L'idée de réconciliation dans les sociétés multiculturelles du Commonwealth :
une question d'actualité ?» (em inglês). Cairn.info. 2 de junho de 2004.
o Desmond Tutu, Mike Nicol. Croire - inspirations et paroles de Desmond Tutu.
Acropole Belfond, 2007.
o (em inglês) Louw, Dirk J. 1998. Ubuntu: An African Assessment of the
Religious Other. Twentieth World Congress of Philosophy.

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