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Fichamento: Cap 17 (Ética e Liberdade)

Somos seres éticos e morais, por isso nossas condutas são indissociáveis de nossas escolhas e de
nossos valores. Elegemos um valor quando tomamos uma decisão. Se decidimos seguir o exemplo de
nossos pais ou os mandamentos de um livro religioso, elegemos a obediência como valor. Se sempre
interpretamos os mais velhos como caretas e equivocados e decidimos agir contrariamente a eles, então
escolhemos a transgressão como valor. Obedecer e transgredir: duas palavras que nos acompanham
durante toda a vida.

Ética: Os comportamentos de todas as pessoas são orientados por normas e princípios.

Moral: As normas, princípios e comportamentos podem ser investigados por essa disciplina filosófica.

A liberdade da ação no existencialismo não se limita ás nossas capacidades de atribuir sentido a nós
mesmos e ao mundo. Por exemplo, o que é uma montanha para um ser humano? Ela é um obstáculo ou
estimulo? Para o engenheiro que pretende construir uma ferrovia, a montanha é um obstáculo a ser
superado. Já para o alpinista, a montanha é a oportunidade para se realizar. Assim, é o próprio ser
humano que atribui sentido as coisas e ao mundo.

A perspectiva determinista não explica as ações morais como resultado da liberdade do ser humano,
mas como efeito da natureza humana ou da história. No primeiro caso, a natureza humana seria
determinada por Deus – como quando dizemos que toda mulher possui uma natureza ou um instinto
materno – ou por condições fisiológicas – como as características genéticas herdadas de nossos
antepassados e o funcionamento de nossos hormônios. No segundo caso, as ações humanas seriam
determinadas pela história, seja a da família ou mesmo a de uma época.

Se os valores, os interesses e as inclinações do indivíduo são determinados sem seu consentimento,


então a ação moral não é livre. E, se a ação moral não é livre, o indivíduo pode efetivamente ser
responsabilizado por seus atos? Se o poder de escolha de um indivíduo se mostra prejudicado ou
fortemente limitado, então a responsabilidade por suas ações também se mostra bastante reduzida?
Esse parece ser um verdadeiro problema para uma moral baseada em uma concepção determinista do
ser humano.

O dilema moral é uma das questões mais profundas e complexas da Ética. Ocorre quando uma pessoa
se encontra em uma situação em que é constrangida a cumprir duas ações morais distintas, apesar de
apenas uma poder ser realizada. O dilema moral convida o ser humano à liberdade, mostrando que
existe a possibilidade de escolher a conduta mais adequada aos seus princípios e valores. Por outro lado,
revela que a liberdade sempre tem um preço, pois nenhuma das duas ações morais é plenamente
correta.

Se o código fosse elaborado, a primeira questão importante que precisaria ser respondida é a quem
caberia a responsabilidade e a legitimidade pela criação dessas regras de conduta que regulariam a vida
de um grupo ou mesmo de toda a humanidade. As religiões não enfrentam esse problema, pois seus
representantes atribuem a um ser superior e sobrenatural a autoridade na elaboração de seus códigos
morais. Como são leis divinas, estão fora do alcance e da crítica dos fieis. Cabe a eles apenas seguir os
mandamentos. Não se admite nenhuma forma de questionamento no universo religioso, a noção
difundida de que as religiões possuem dogmas.
As ações morais foram um problema filosófico investigado por Immanuel Kant, que pretendia
responder a perguntas básicas sobre esse tema: como devemos orientar nossas condutas? Existe um
meio de saber quais condutas são permitidas e quais devem ser evitadas? Se essas perguntas fossem
realizadas no interior da família, da instituição religiosa ou em um grupo de amigos mais próximos, não
haveria grande dificuldade em encontrar suas respostas. Cada comunidade definiria o que é permitido e
o que é proibido de acordo com seu ponto de vista.

Immanuel Kant, entretanto, não estava preocupado com a moral particular dessa ou daquela
comunidade, e sim com uma moral universal, baseada em princípios válidos para todos os seres
humanos em quaisquer condições. Podemos dizer que o objetivo da moral universal do filósofo era o
mesmo do código moral universal: formular uma moral que não se limitasse aos valores particulares
dessa ou daquela comunidade para poder fornecer a base de conduta a todo e qualquer ser humano.

A moral kantiana, assim como a moral existencialista, superou a idéia de um código moral universal.
Kant não investigou o conteúdo, mas a forma da moral, que define as regras que devem ser aplicadas
em todas as circunstâncias que envolvem a ação moral. No entanto, a moral kantiana não pareceu
suficiente para o existencialismo. Ao estabelecer regras para a ação mora, a moral kantiana acabaria
comprometendo o princípio de liberdade, fundamento de toda ação moral, pois, ao definir a regra que
delimita a ação correta, teria retirado da pessoa a liberdade de avaliar a situação por seus próprios
meios. Assim, para garantir a liberdade, seria preciso recuar tanto o código moral como o princípio
formal que orienta as ações morais.

A ideia de que a ciência não deve ser influenciada por valores morais e sociais é defendida por
cientistas que argumentam a favor de que os únicos valores importantes para a atividade científica são
os cognitivos, como a adequação da pesquisa aos fatos observadores, a coerência e a verdade. Essa
idéia está baseada em três teses fundamentais, segundo o filosofo australiano Hugh Lacey: a ciência se
pretende imparcial, neutra e autônoma.

A atividade científica sofre muitas pressões sociais. Interesses de grupos econômicos podem
influenciar o rumo das pesquisas de muitos laboratórios e centros de pesquisa, incentivando o
financiamento de algumas áreas de grande interesse para a sociedade, mas de pouco interesse para
grupos econômicos privados, recebam financiamento necessário para se desenvolver.

Grupos religiosos e organizações sociais também podem influenciar a atividade cientifica quando
percebem que seus valores são ameaçados pela produção de um conhecimento. É por esse motivo que
as reflexões éticas sobre a ciência são tão importantes, pois podem contribuir para prevenir que a
atividade cientifica seja vítima de censura e perseguição, quando está contribuindo o bem-estar do
maior número de pessoas, e não para confirmar os dogmas de uma doutrina.

Alunos: Ana Carolina Brunetto (01) e Lucas Pierre (18)

Turma: 302

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