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RESUMO
Apresenta-se o processo de conformação de uma região denominada Potsdamer Platz, localizada numa
área esvaziada de Berlim decorrente de severos bombardeios durante a Primeira Guerra Mundial e, na qual
se construiria posteriormente, o muro de divisão entre as porções oriental e ocidental da Alemanha (1961-
1989). No início da década de 1990 se processam uma série de concursos para apresentação de propostas
de reurbanização para o local, do qual participam importantes arquitetos contemporâneos que aliados aos
interesses comerciais e políticos da Alemanha reunificada, dariam origem à um microcosmo de
conformação subjetiva de um culturalismo midiático voltado para o turismo, constituindo um território híbrido,
que segundo definição de F. Guattari (1985) pode ser definido como reterritorialização capitalística,
conjugando dentro desses espaços uma imensa possibilidade de comunicação com uma solidão muito
acentuada.
Palavras-chave: Complexo cultural, espaço midiático, território híbrido, reunificação alemã, arquitetura
contemporânea.
ABSTRACT
It presents the process of forming a region called Potsdamer Platz, located in an area devoid of Berlin due to
severe bombing during World War I and in which would be built later, the dividing wall between the eastern
and western portions of Germany (1961-1989). In the early 1990s are processed a series of contests for
proposals for redevelopment of the site, which involve important contemporary architects who allied with the
commercial and political interests of the reunified Germany, would give rise to a microcosm forming opinion
of culturalism media geared for tourism, being a hybrid territory, which according to the definition of F.
Guattari (1985) can be defined as reterritorialization capitalistic, combining within these spaces an immense
possibility of communication with a very sharp loneliness.
Key words: Cultural complex, media space, hybrid territory, German reunification, contemporary
architecture.
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INTRODUÇÃO
décadas finais do século XX e mais precisamente durante os anos 1980, percebe-se que
elas envolviam propostas que derivavam de legislações quase idênticas para qualquer
1
Diretor da Faculdade e Coordenador da Pós Graduação - Lato Sensu em Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Guarulhos - UnG. Docente da Graduação e Pós-graduação da Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE. Doutorando
do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM, Mestre
em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade São Judas Tadeu - USJT e graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo
Centro Universitário Belas Artes - SP. Titular da SAIS Consultoria - Soluções em Arquitetura Acessível, Inclusão Social
dos países centrais constituem precisamente uma tentativa (crescentemente desesperada) de 'remercadorização’ de
suas economias. DEÁK, Csaba (2001) "Globalização ou crise global?" Anais, ENA-Anpur.
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reconstrução das áreas centrais esvaziadas, mas também a reurbanização das periferias e
novos projetos de expansão do território. Uma operação que contou com mais de trezentos
duzentos milhões de dólares fornecidos pelas mais poderosas corporações globais, cujo
área que vai da Filarmônica e da Staatsbibliothek de Scharoun até a linha por onde passava
o muro divisor das Alemanhas, conformando um amplo espaço vazio, o qual passaria, a
dinâmica urbana da cidade reunificada, por ser, justamente, um dos lugares que marcaria,
não apenas no plano físico, mas de maneira significativa o plano simbólico, a religação
entre leste e oeste, como descreveu Andreas Huyssen por ocasião da queda do muro de
Berlim:
Durante uns dois anos, o centro de Berlim, portal entre as partes leste e
oeste da cidade, era um terreno baldio de dezessete acres que ia do Portão
de Bradenburgo a Potsdamer e a Leipziger Platz, um largo rasgão de sujeira,
mato e restos de pavimentação, sob um enorme céu que parecia maior ainda
dada a ausência de um horizonte de edifícios altos, tão característicos desta
4
cidade.(HUYSSEN, 1999, p.16)
4
Sobre o tema ver KOOLHAAS, Rem. Berlin: the Massacre of Ideas - An open letter to the jury of Potsdamer Platz.
Carta publicada no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, em 16/10/1991 e reproduzida em: VVAA. Politics-Poetics
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diferenças entre o projeto vencedor dos arquitetos Heinz Hilmer e Christoph Sattler (Figura
01) e o projeto de Oswald Mathias Ungers e Stefan Vieths que ficou com a segunda
início do século XX, restaurando o traçado original das ruas no entorno da antiga
apresenta a visão de Berlim como cidade global. Propõe uma dúzia de arranha-céus de
vidro que riscam a paisagem verticalmente em meio aos blocos tradicionais berlinenses –
que tentam manter o traçado original do arruamento local, mas que propositalmente, vez ou
outra, são interrompidos pela implantação diagonal e cortante das grandes torres
envidraçadas.
Figura 01 – Maquete da proposta vencedora do concurso para a Potsdamer Platz – H. Hilmer e C. Sattler e
do segundo lugar - . O.M. Ungers e S. Vieths.
Fonte: Ein Stück Grobstadt als Experiment Planungen am Potsdamer Platz in Berlin, 1994, p.73-75.
do lugar da intervenção. O projeto de Ungers e Vieths, por sua vez, pode-se encaixar no
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grupo que pretendia uma imagem de cidade aparentemente nova e certamente diferente da
arquitetônica”, pois remete a uma imagem de Berlim de 70 anos atrás. Para ele, os dois
visão progressista.
O primeiro concurso para a definição do plano diretor da área, vencido pela equipe
Hilmer & Sattler de Munique gerou uma série de polêmicas fomentadas principalmente pelo
arquiteto Rem Koolhaas, o qual foi vetado pelo Departamento de Construções a participar
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ideologicamente estava menos apta para assumir esta responsabilidade. (...) Reflete a ideia de
uma cidade suburbana, antiquada, reacionária, não-realista, banal, provinciana, e acima de tudo,
de concursos distintos, que por sua vez abriram espaço para polêmicas específicas. Os concursos
promovidos pelos investidores privados para a instalação da sede de suas empresas e demais
alguns casos acompanhados por representantes da administração pública (como foi o caso de
Potsdamer Platz) caracterizaram-se pelo extremo empenho em obter o máximo de retorno pelas
áreas, compradas a preços excessivamente altos. Desta forma, ainda que tentando respeitar os
planos aprovados em concursos, projetos inteiros eram refeitos em vista de um retorno financeiro
Guerra Fria só restaram intactos nas sugestivas imagens e narrações visuais de Wim Wenders” 5.
(TAVARES, 2006)
Potsdamer Platz configura um caso em que a mutação foi negada nos seus edifícios e
espaços urbanos. O diagnóstico de Rem Koolhaas foi preciso a este respeito. Os mecanismos de
projeto, tomados quase todos em favor da história, deram margem a uma arquitetura de
5
Asas do Desejo, premiado filme de Wim Wenders, 1987, em que se vê Berlim, especificamente Potsdamer Platz, o
epicentro cosmopolita berlinense nas primeiras décadas do século XX. Dividida em duas pelo muro que separava leste
e oeste da cidade, reduzida a um imenso vazio urbano deixado pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, vista
nos tempos da Guerra Fria, in: “Angels and the Modern City; Wim Wenders: Wings of Desire”, disponível em:
submissão. Uma arquitetura de resistência deveria assumir o forte potencial urbano e a energia
centrífuga das mutações. A mutação, tomada como problema contemporâneo para a arquitetura,
é um processo, no qual, distintas formas devem ser pensadas desde a sua ideia particular e
movimentos e das diversas forças que atuam na metrópole contemporânea são fatores que
podem levar a uma arquitetura em acordo com estes processos singulares. (TAVARES, 2006)
apreensão destes espaços sob mecanismos convencionais de projeto. Apenas sob a ideia de
continuidade é que o potencial destes espaços pode ser tratado pela arquitetura das cidades
entendidos como modelos de cidade ordenada, regulada, cujos espaços projetados negaram o
como campo de articulação do discurso urbano contemporâneo por excelência, talvez através
dela enxerguemos com maior nitidez outras formas de “imaginar” o urbano e a sua importância
construção de uma imagem. E, em Potsdamer Platz não poderia ter sido diferente, tendo que
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buscando construir a imagem da identidade high tech de Berlin. Ambas trabalhando com o
episódico ou efêmero das atividades previstas para esses espaços, tais como espetáculos,
exposições, consumo noite e dia, gastronomia, imagens virtuais e todo o tipo de entretenimento,
dos quais a arquitetura não participa, senão como coadjuvante, propondo para extensas
entretanto, estabelecer relação com os hábitos e mapas mentais dos habitantes dos locais de sua
ponto de vista conceitual, onde a cidade passa a ser configurada por um conjunto fragmentado de
grandes polos de atração. Novas atividades se apropriam de espaços que se tornam exclusivos,
públicos ou um mixer dos dois, contudo invariavelmente desestruturados, nos quais os habitantes
tradicionais não se integram mais. Esta substituição das memórias atingiu, no decorrer do século
fundamentada na destruição radical das culturas históricas através das guerras totais; a segunda
culturas.
Definidos como edge-cities, por Otília Arantes (2012), que analisa as imagens estratégicas
de Barcelona e Berlim em seu novo livro, nesses espaços pode-se por vezes, morar, trabalhar e
nessas áreas, “ilhas de felicidade e fraternidade” como definem seus idealizadores, inovando na
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proposta de oferecer a possibilidade de uso público, para seus open spaces, na tentativa de
Berlin passou a conter edifícios dos mais renomados arquitetos de todo o mundo contando
com os altos edifícios-sede de empresas multinacionais, como a Daimler Chrysler (Figura 02), a
Deutsche Bahn Turm (Figura 03), Brown Bovery, (Figura 03) e o Complexo Sony Center (Figura
02) que passaram a se destacar agressivamente na paisagem histórica. Na não menos histórica
rua dos franceses, uma Galeria Lafayette (Figura 02), projetada por Jean Nouvel, tem implantada
em sua área interna uma enorme redoma de vidro e aço, numa alusão ao original francês, no qual
Figura 02 – Vistas: corporações Daimler Chrysler, Complexo Sony Center e Galeria Lafayette - Berlim.
Fonte: http://www.manager-magazin.de/fotostrecke/fotostrecke-27350-4.html
Figura 03 – Vista dos edifícios: Sede da Deutsche Bahn e Brown Bovery Co.
Fonte: http://www.cambridge2000.com/gallery/html/PA2628840e.html
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Figura 04 – Vista do histórico Reichstag – Sede do Parlamento Alemão. Incendiado durante bombardeio e
revitalizado posteriormente
Fonte: http://www.hardmob.com.br/cotidiano-cultura-politica/482165-hardemobe-imagens-historicas-
surpreendentes-marcantes-11.html
incêndio (Figura 04), supostamente provocado por um comunista holandês chamado Marinus van
der Lubbe e abrigou, a partir de sua reconstrução o centro do comando nazista, até a Segunda
de revitalização de autoria de Sir Norman Foster, que propôs levantar, na área central do prédio,
uma cúpula em aço e vidro para recobrir o novo parlamento alemão (Figura 04). As relações
sociais urbanas foram substituídas por uma seleção de imagens da arquitetura cenográfica onde
renovação urbana apenas aparentam ser uma comunidade. Com algumas raras exceções, a
verdadeira troca de sociabilidade que existia nas antigas praças, nos mercados e até mesmo nas
ruas passa a ser apenas uma ilusão de encontros, como interpreta Gui Débord, que atribui ao
projeto urbano cenográfico uma aparência fictícia onde se destroem os limites entre o falso e o
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complexo econômico, turístico e cultural, no Die Zeit, por exemplo a manchete dizia: "Operação de
segue: “Projeto arquitetônico mais grandioso de Berlim sobe na área da Potsdamer Platz. Entre
National Galerie), em direção a Berlim Mitte um enorme conglomerado de prédios está sendo
Disney’s, que pareciam ser fenômenos tipicamente americanos, quando de suas inaugurações
segundo alguns estudiosos da área. Posição compartilhada pelo crítico alemão Werner Sewing,
que se utilizou do mesmo conceito para caracterizar o pequeno mundo da Potsdamer Platz,
definindo-a como local de instalação da nova urbanidade, ideia defendida em seu artigo “Heart,
Artificial Heart, or Theme Park?” o qual traz em suas considerações finais a seguinte afirmação:
tom de elogio, feita a Walt Disney, por James Rouse7 , definindo-o como o primeiro “planejador
6
ARANTES, 2012, p. 113. In: nota de rodapé ( Em Der Potsdamer Platz, Urban Architecture for a new Berlim – Urbane
Architektur das neue Berlin, Berlim, ed. Jovis, 2000, p. 47-58)
7
Em conferência proferida pelo famoso empreendedor imobiliário responsável por Faneuil Hill, Inner Harbor e South
Street Sea Port, no ano de 1963 na Harvard University, referido por Sharon Zukin in: Landscapes of Power: from Detroit
de múltiplas correntes, caracterizam novos enclaves urbanos, primeiro eram apenas shopping
centers, depois seus programas foram se tornando mais complexos no sentido de oferecer
nos mesmos lugares em turnos, por vezes, alternados, como descreveu Otília Arantes:
[...] Tudo indica que a multiplicação dos parques temáticos pelo mundo todo
obedeceria a esta mesma lógica. E que os novos enclaves urbanos – no começo
eram apenas shopping malls, lugares resguardados de consumo -, estão se
tornando cada vez mais complexos, misturando no mesmo espaço toda sorte de
atividades, normais das vezes puxadas pelos equipamentos culturais, hoje
liderados pelas salas multiplex de cinema [...] (ARANTES, 2012, p. 114)
quais se pode morar e trabalhar, como no Daimler City (Figura 05), divertir-se e conviver com o
público de frequentadores, na praça coberta do Sony Center, por exemplo (Figura 05), locais onde
imaginário da cidade ideal, que é cofigurada pelo funny capitalismo, onde todos realizam suas
tarefas sorridentes, como partes integrantes de uma engrenagem, na qual o trabalho aparece
contemporâneas.
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Para Certeau, o lugar se caracterizaria por sua estabilidade enquanto o espaço pelas operações móveis através das
ações dos "sujeitos". (CERTEAU, 2008)
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Figura 05 – Vistas:Daimler City dos arquitetos Renzo Piano, Rafael Moneo and Arata Isozaki e praça
coberta do Complexo Sony Center de Helmut Jahn.
Fonte: http://www.agefotostock.com/en/Stock-Images/Rights-Managed/HMS-HEM222776
Tal fato nos leva a referir, mais uma vez Arantes (2012) ao sintetizar o pensamento de
Sob este ponto de vista, não foi aleatoriamente que se escolheu Potsdamer Platz para
investigar conceitos relacionados a configuração de espaços híbridos9 , visto que está área se
reinvenção das cidades, colaborando para uma imagem econômica mais vendável e incentivadora
9
O híbrido mostra suas muitas facetas e sua própria personalidade. Como ele depende da natureza individual de seu
processo de criação, ele pode assumir múltiplas representações, representações, mesmo aparentemente contraditórias,
marco urbano, escultura, paisagem ou volume anônimo. PER, A. F.; MOZAS, J.; ARPA, J. Isso é híbrido, Uma análise
França, como uma máquina cultural de crescimento, por ter descoberto na “cultura” uma
determinando efetivamente, um híbrido, que viria a ser difundido pelo mundo, traduzido em
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi obedecendo ao novo princípio da Mischung (mistura), que se construiu com a intenção
de torna-la símbolo, uma microcidade síntese da nova Berlim unificada, entretanto sob o ponto de
vista arquitetônico-funcional e social totalmente reciclada, na tentativa do que Félix Guattari (1985)
definiria como reterritorialização capitalística, conjugando dentro desses espaços uma imensa
possibilidade de comunicação com uma solidão muito acentuada, afetando cada indivíduo de uma
10
Líder político francês, nasceu em 1916, em Jarnac, e morreu em 1996, em Paris. Em 1981, tornou-se o primeiro
socialista Presidente da República desde a fundação da Quinta República francesa em 1958. Ocupou o cargo durante
catorze anos. No plano das relações externas, cultivou um bom relacionamento com os Estados Unidos, ao mesmo
tempo que, aliando-se à Alemanha liderada por Helmut Kohl, fazia da França um dos países com maior
responsabilidade política no processo de criação da União Europeia. François Mitterrand. In Infopédia [Em linha]. Porto:
11
SUBIRATS, Eduardo. Viagem ao final do paraíso. Arquitetura e crise civilizacional. Texto Especial Arquitextos n. 139,
jul. 2002 <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp139.asp>.
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forma diferenciada segundo seu nível social, não pelo território mas pelo espaço
comunicacional, sendo repertoriado, exatamente pelo seu nível social e refletido de modo muito
Vale esclarecer que Deleuze & Guattari indicaram que a formação subjetiva produzida por
conceito proposto por Felix Guattari com a intenção de esclarecer a conformação dos novos
espaços contemporâneos, determinados não apenas por seus limites e características físicas,
mas principalmente pela subjetividade intrínseca a sua urbanidade, fator que os caracterizam
segundo o filósofo, como territórios híbridos, que existem e funcionam como uma espécie de
“ovo”, incluindo-se ai, os shopping centers, parques temáticos, malls e complexos culturais e
midiáticos, nos quais cada porção do espaço é pré-equipada, pré-codificada e seus percursos
Como traço mais marcante dessa produção de subjetividade, está segundo o próprio Guattari, a
onipotência, a partir do qual se considera, que uma vez que se esteja dentro de uma dessas
bolhas, tudo pode acontecer, como se pode verificar nas palavras do pensador:
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Os territórios estariam ligados a uma ordem de subjetivação individual e coletiva e o espaço estando ligado mais ás
relações funcionais de toda espécie. (GUATTARI, 1985)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, Otília B. F. Berlim e Barcelona: duas imagens estratégicas. São Paulo: Annablume,
2012.
www.anpur.org.br/revista/rbeur/index.php/.../1043
CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
GUATTARI, F. Espaço e poder: A criação de territórios na cidade. Espaço e Debates, n. 16, ano
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
HUYSSEN, A. Os vazios de Berlim. In: Seduzidos pela memória. São Paulo, Editora 34, 1999.
JAMESON, Frederic. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo, Ática,
1996.
KOOLHAAS, Rem (1991). Berlin: the massacre of ideas. in: Casabella nº 232, Roma, 1994.
SOLÀ-MORALES, Ignasi. Terrain Vague. Em: Anyplace. Cambridge: MIT Press, 1995.
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Power: from Detroit to Disney World. California: University of California Press, 1993.
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