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Análise da Cadeia de Suprimentos – Prof. Dr. Jeovan de Carvalho Figueiredo, Prof. Ms. Joaquim
José Correia Assunção Jr. e Prof. Rodrigo Pizzi.
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2014
711.4 R612p
Figueiredo, Jeovan de Carvalho
Análise da cadeia de suprimentos / Jeovan de Carvalho Figueiredo, Joaquim José
Correia Assunção Jr. e Rodrigo Pizzi – Batatais, SP : Claretiano, 2014.
234 p.
ISBN: 978‐85‐8377‐365‐8
1. Organizações. 2. Métodos. 3. Gestão. 4. Processos. 5. Estratégias. 6. Qualidade.
7. Produtividade. 8. Planejamento. 9. Controle. I. Assunção Jr., Joaquim José Correia.
II. Pizzi, Rodrigo. III. Análise da cadeia de suprimentos.
CDD 711.4
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Juliana Biggi
Dandara Louise Vieira Matavelli Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rafael Antonio Morotti
Josiane Marchiori Martins Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Lidiane Maria Magalini Talita Cristina Bartolomeu
Luciana A. Mani Adami Vanessa Vergani Machado
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera Projeto gráfico, diagramação e capa
Raquel Baptista Meneses Frata Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
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forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Conteúdo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Análise da Cadeia de Suprimentos: ferramentas, importância e objetivos; en-
tendendo a Cadeia de Suprimentos. Análise da empresa. Análise da Cadeia de
Suprimentos. O "encaixe" estratégico. Seleção e relacionamento com fornecedo-
res. Planejamento de vendas e operações (S&OP). Empresas ágeis. Gestão de
inventário. Indicadores de performance para análise da Cadeia de Suprimentos.
Competitividade e o negócio expandido. A Gestão da Cadeia de Suprimentos e
a performance empresarial. Serviços logísticos e valor para o cliente. Tecnologia
da Informação aplicada a suprimentos. Gerenciando o canal global. A Cadeia de
Distribuição responsiva. Cadeias de suprimentos “verdes”.
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1. INTRODUÇÃO
Em Análise da Cadeia de Suprimentos, você será capaz de
avaliar como as empresas podem alcançar a vantagem competitiva
ao focarem o “negócio expandido”. Mais do que isso, você tam-
bém será capaz de analisar os fatores que influenciam o desempe-
nho competitivo da Cadeia de Distribuição.
10 © Análise da Cadeia de Suprimentos
Abordagem Geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No entan-
to, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento bási-
co necessário a partir do qual você possa construir um referencial
teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro
exercício de sua profissão, você a exerça com competência cogni-
tiva, ética e responsabilidade social. Vamos começar nossa abor-
dagem com a apresentação das ideias e dos princípios básicos que
fundamentam este estudo.
A obra Análise da Cadeia de Suprimentos (ou de Distribuição)
dá uma visão mais aprofundada de alguns dos tópicos já vistos até
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados em Análise da Cadeia de Supri-
mentos. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Acordo de nível de serviço (SLA): é um acordo entre
duas partes, normalmente estruturado sob a forma de
um contrato, que formaliza e estipula os direitos e os
deveres de duas partes envolvidas em uma transação
comercial, especificando os deveres e as responsabilida-
des das empresas compradoras e dos seus fornecedo-
res, bem como garantindo que todas as cláusulas sejam
cumpridas durante toda a vida útil do contrato.
2) Cadeia de Suprimentos ou de Distribuição: é a rede de
empresas envolvidas, tanto do lado das empresas forne-
cedoras (jusante) quanto do lado das empresas compra-
doras (montante), nos diferentes processos e atividades
que criam valor para o consumidor final. O valor criado
é entregue ao consumidor final na forma de produtos e
serviços.
3) Canal de distribuição: o canal de distribuição representa
todas as empresas que estão envolvidas na entrega do
produto ou serviço do fornecedor ao consumidor.
4) Cinco forças de Porter: Porter identifica cinco forças
competitivas básicas e o conjunto dessas forças deter-
mina o potencial de lucro final na indústria. São elas: en-
trantes potenciais, fornecedores, substitutos, compra-
dores e concorrentes.
© Caderno de Referência de Conteúdo 27
5) Empowerment:
O termo "empowerment” significa a descentralização de poderes
pelos vários níveis hierárquicos da organização, o que permite a
criação de maior motivação nos trabalhadores proporcionada por
uma maior liberdade de iniciativa, com naturais benefícios para
a organização como um todo. Passa pela delegação de autorida-
de a um dado indivíduo ou grupo dentro da organização, sendo,
no entanto, acompanhado e apoiado pelas chefias. Cada indivíduo
deverá ter o poder necessário e suficiente para controlar o seu pró-
prio trabalho, reduzir custos e promover a eficiência e a motivação
[...]. (NUNES, Paulo. Conceito de Empowerment. Disponível em:
<http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/empowerment.
htm>. Acesso em: 6 ago. 2010).
6) Expatriado: o expatriado é alguém que nasceu em um
país, mas que, devido a condicionantes (como as con-
trapartidas das empresas para o recebimento de promo-
ções), passa a viver parte significativa de sua vida em um
outro país.
7) Logística reversa: é o conjunto de ações destinadas a co-
letar e restituir os resíduos ao centro que os produziu
para o seu reaproveitamento na forma de novas maté-
rias-primas e, também, consiste no tratamento e na dis-
posição final dos rejeitos de maneira adequada.
8) Operadores logísticos: são empresas que prestam servi-
ços de frete, estocagem, preparação do pedido e entre-
ga final, dentre outros, combinando atividades operacio-
nais, como transporte e armazenagem, com atividades
gerenciais (DORNIER et al., 2000).
9) Planejamento de vendas e operações (S&OP): é "um
processo que permite integrar os diversos planos exis-
tentes na organização, de tal forma que a administração
da Cadeia de abastecimento seja mais efetiva" (BERTA-
GLIA, 2006, p. 355), pois, "auxilia no balanceamento da
demanda e oferta" (WALLACE, 2001, p. 16).
O S&OP busca atingir simultaneamente melhorias em termos de
custo (níveis de estoque e custo de produção) e de serviço (dispo-
nibilidade de produto) (WANKE; JULIANELLI, 2006, p. 216).
10) Resiliência: refere-se à capacidade de a Cadeia de Distri-
buição resistir a distúrbios inesperados, ou seja, ser ca-
paz de controlar ou enfrentar riscos e incertezas. O risco
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas
como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles
que exigem uma resposta determinada, inalterada.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com o conteúdo aqui proposto pode ser uma forma
de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução
de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se prepa-
rando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa
é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e
adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões
autoavaliativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas).
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade
EAD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
© Caderno de Referência de Conteúdo 33
1
1. Objetivos
• Compreender o conceito de competitividade e de Cadeia
de Suprimentos.
• Entender a importância de analisar a Cadeia de Suprimen-
tos: como ela é influenciada pelo ambiente competitivo e
como pode responder a este.
• Compreender como o foco nas competências centrais e
os movimentos de desintegração vertical posicionaram a
Cadeia de Suprimentos na agenda estratégica das empre-
sas.
• Identificar as metodologias e as ferramentas para anali-
sar o ambiente de negócio e os objetivos estratégicos da
empresa.
• Analisar o relacionamento entre os elos de uma Cadeia de
Suprimentos e conceituar sistemas e tipos de processos
produtivos.
36 © Análise da Cadeia de Suprimentos
2. Conteúdos
• Definindo competitividade.
• O que é uma Cadeia de Suprimentos.
• Foco nas competências centrais.
• Movimentos de desintegração vertical.
• Por que a análise da Cadeia de Suprimentos é importante?
• A empresa e o ambiente de negócios.
• Um passo além: o negócio expandido.
• Analisando a empresa.
• Análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e amea-
ças).
• Análise das cinco forças de Porter.
• Sistemas produtivos (visão do processo).
• Tecnologia e o impacto na Cadeia de Suprimentos.
4. INTRODUÇÃo À unidade
Nos últimos anos, a Gestão da Cadeia de Suprimentos (ou de
distribuição) tem levado as empresas a obter maiores ganhos com-
petitivos. Por isso, na Unidade 1, trataremos da competitividade
e do negócio expandido. Enfocaremos a Cadeia de Distribuição e
trabalharemos com os conceitos de Gestão da Cadeia, e como esta
pode responder a mudanças no ambiente de negócios de forma
eficiente, com maior flexibilidade e com melhores produtos.
Nesta unidade, você conhecerá a definição e a importância
do estudo e da análise das Cadeias de Suprimentos, além das teo-
rias que influenciaram sua moderna análise e gestão.
Será abordado, ainda, o tema de como o aumento da compe-
titividade e a crise da década de 1980 aumentaram a necessidade
de um foco nas competências centrais e, com isso, geraram os mo-
vimentos de desintegração vertical (terceirização) nas empresas.
Todos esses fatores contribuíram para que esse cenário,
iniciado na década de 1980, seja até hoje uma realidade. As em-
presas, de repente, encontraram-se gerindo centenas de relacio-
namentos com fornecedores, em uma intrincada e complicada ca-
deia de suprimentos. O problema é que, na maioria das empresas,
os modelos mentais não evoluíram nessa velocidade.
5. Definindo competitividade
Uma empresa competitiva é aquela que possui uma posição
de duradoura superioridade sobre os concorrentes, em termos de
© U1 - Competitividade e o Negócio Expandido 39
O caso Gol–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A Gol Transportes Aéreos foi a primeira empresa regular a operar no conceito low
cost, low fare (baixo custo, baixa tarifa). A situação da companhia é diferente das
outras empresas aéreas em relação a custos, porque ela, que começou a operar
em 2001, já chegou ao mercado com um sistema eficiente (mais econômico) de
distribuição.
A Gol emite 100% de seus bilhetes eletronicamente e comercializa 70% das suas
passagens por meio do seu site na internet, tanto para o consumidor final, quanto
para o agente de viagem.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Outras empresas, em contrapartida, buscam a diversifica-
ção. Tachizawa e Resende (2000) definem diversificação, sendo
ela de produto ou de mercado, como a situação em que uma em-
presa investe “pesado” e lança novos produtos destinados a novos
mercados, nos quais a base tecnológica ou a base comercial seja
diferente daquela que a empresa tem hoje. Sendo assim, a diver-
Canal de distribuiç
distribuição Distribuiç
Distribuição física
Depósito da
Fabricante
fábrica
Transporte
Depósito (centro de
Atacadista
distribuição)
Transporte
Consumidor Final
9. Processos
Processos são os mecanismos fundamentais pelos quais o
valor é criado. Eles podem ser descritos como a atividade ou con-
junto de atividades que, a partir de uma entrada (input), agregam
valor a um bem ou serviço, gerando, ao mesmo tempo, um resul-
tado (output).
Isso significa dizer que o processo pode ser definido como
um grupo de atividades sequenciais e coordenadas, que têm por
objetivo produzir um bem ou um serviço pela organização, o qual
será adquirido por clientes (internos e externos).
O Quadro 1 traz alguns exemplos de processos empresariais:
Quadro 1 Exemplos de processos empresariais.
FAMÍLIA DE
PROCESSOS SELECIONADOS
PROCESSOS
Gestão da qualidade. Controle de estoques.
Manufatura Planejamento da capacidade. Suprimentos.
Planejamento da produção. Distribuição.
Definição de preços. Pesquisa de marketing.
Marketing Gestão de canal. Planejamento de
Introdução de produtos. propaganda.
Pesquisa e desenvolvimento (P&D). Definição de padrões.
Desenvolvimento de
Avaliação de tecnologia. Gestão de projetos.
tecnologia
Seleção de novos produtos. Teste de protótipos.
Suporte técnico. Garantia.
De suporte ao cliente
Gestão de instalações. Reparo.
Fonte: Gonçalves (2000).
Informação complementar:
Novaes (2001, p. 35) vai ainda mais longe quando diz que a
logística/supply chain "agrega valor de lugar, tempo, qualidade e
informação à Cadeia produtiva". O interessante é que todos es-
ses elementos de desempenho da Cadeia devem ser atingidos ao
mesmo tempo para a satisfação do consumidor. Por exemplo, um
jornal entregue no dia seguinte à sua edição é o produto certo,
porém no tempo errado (atrasado), uma vez que as notícias se
tornaram velhas.
Por isso, cada vez mais, a Análise e Gestão da Cadeia de Su-
primentos é fundamental para que a empresa consiga atingir seus
objetivos estratégicos e, assim, conseguir sobreviver.
Outras razões para a análise da Cadeia de Suprimentos são:
a) Os custos de operações são cada vez mais significativos e
impactam o resultado final da empresa (BALLOU, 2006).
b) As expectativas dos clientes, do ponto de vista de nível
de serviço logístico e da Cadeia de Suprimentos estão
cada vez maiores (BALLOU, 2006; NOVAES, 2001).
c) As linhas de suprimentos e distribuição estão cada vez
mais complexas (BALLOU, 2006).
d) Após todos os esforços das empresas em ações para re-
duzir os custos, estas descobriram que a eficaz Gestão
da Cadeia de Suprimentos é, atualmente, a melhor ma-
neira de aumentar o lucro e a participação de mercado
(market-share) (SIMCHI-LEVI; KAMINSKI; SIMCHI-LEVI,
2003).
e) "A Cadeia de Suprimentos é uma rede complexa de ins-
talações e organizações com objetivos distintos e con-
Agrega––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O Agrega foi criado no início de 2001, por uma iniciativa conjunta da Souza Cruz
e da AmBev, com o objetivo de tratar de forma estratégica todo o processo de
aquisição de materiais indiretos e serviços dos dois sócios e dos clientes parti-
cipantes.
O escopo de atuação envolve 120 grupos de materiais e serviços, que vão desde
material de escritório, equipamentos, combustíveis, até viagens e serviços mé-
dicos, odontológicos e de informática, entre outros, que correspondem a apro-
ximadamente 35% do volume total de compras das organizações que utilizam o
Agrega para viabilizar redução de custos e eficácia em compras.
A combinação de conhecimento em sourcing, tecnologia e escala possibilita
maior foco, eficiência e profissionalismo na gestão de itens que anteriormente
não recebiam a mesma atenção dispensada àqueles de maior impacto nas orga-
nizações, tais como as matérias-primas, por exemplo.
O sucesso do conceito de atuação da joint venture visa não apenas à otimização
dos processos das empresas sócias - Souza Cruz e AmBev - mas ao atendimen-
to ao mercado, já que a soma do volume de várias organizações contribui para
a negociação de melhores preços e condições de pagamento. Hoje, o Agrega
realiza a gestão contínua de materiais e serviços também para PepsiCo, White
Martins, Ceras Johnson, Nestlé, Whirlpool, Eleva e Bunge, totalizando um poder
de compra que o torna muito competitivo em suas negociações com fornecedo-
res. Pelo serviço, o Agrega cobra uma percentagem da economia gerada.
Apesar de ter seu conceito focado em economia de escala, o Agrega significa
muito mais do que isso para as companhias sócias e para os clientes. A expe-
riência de sua equipe permite um processo mais eficiente na gestão de abasteci-
mento e uma especialização em mercados e produtos que dentro das empresas
seriam tratados como secundários (SOUZA, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Terceirização de Serviços–––––––––––––––––––––––––––––––
A LDC Bioenergia, braço da multinacional francesa Louis Dreyfus, responsável
pela produção e comercialização de açúcar e álcool no Brasil e no mundo, optou
estrategicamente por terceirizar todo o processo de CCT = Corte, Carregamento
e Transporte de cana-de-açúcar do campo até suas usinas.
Com o intuito de focar seu core business, tratando da produção e da comerciali-
zação do produto final, tomou a decisão de vender todos os implementos e má-
quinas agrícolas de que dispunha para a operação de CCT para os prestadores
de serviço, que, em sua maioria, eram pessoas físicas que atuavam no setor
agrícola.
O processo funcionava assim: a LDC vendia em regime de financiamento os
equipamentos para os prestadores de serviço, e estes autorizavam o desconto
das parcelas do financiamento dos valores que iriam receber pelos serviços. Os
valores pagos pela LDC para a prestação de serviços eram variáveis e propor-
cionais ao volume de cana processado, ou seja, a LDC pagava por tonelada
cortada, colhida e/ou transportada pelos prestadores.
Sob o ponto de vista de foco foi uma ótima estratégia, porém o tempo demons-
trou que nada garantia a fidelização dos prestadores de serviços às suas opera-
ções nem que eles conseguissem sobreviver na operação, dados os problemas
climáticos associados ao pagamento variável pela prestação dos serviços (em
período, de chuva, não existe possibilidade de corte, carregamento ou transpor-
te). Isso resultou em escassez de fornecedores aptos a prestar os serviços de
CCT para a LDC.
O resultado foi que muitas toneladas de cana-de-açúcar não foram colhidas, mui-
tos prestadores não conseguiram honrar suas dívidas e faliram e a LDC teve de
buscar uma alternativa para esse processo.
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A estratégia da Grendene–––––––––––––––––––––––––––––––
Sabedora da aceitação de seus produtos já consagrados, tais como Melissa, a
Grendene adotou uma estratégia diferenciada ou, no mínimo, curiosa para dis-
ponibilização de seus produtos no mercado.
Ameaça de novos
entrantes
CONCORRENTES
Poder de negociação NA INDÚSTRIA
Poder de negociação
dos fornecedores dos compradores
FORNECEDORES COMPRADORES
Rivalidade entre as
Empresas existentes
Ameaça de produtos
ou serviços
substitutos
SUBSTITUTOS
Entrantes Potenciais
Os Entrantes Potenciais estão relacionados com a possibili-
dade de novas empresas entrarem no mercado. De acordo com
Porter (1991, p. 25), as “novas empresas que entram para uma
indústria trazem nova capacidade, o desejo de ganhar parcela do
mercado e freqüentemente recursos substanciais". Isso diminui a
lucratividade das empresas que já estão no mercado.
Perguntas avaliativas
Para avaliar-se a possibilidade de novas empresas entrarem
em um mercado, algumas perguntas devem ser feitas:
1) Quais são as barreiras de entrada existentes nesse mer-
cado?
Podem existir muitas barreiras para uma empresa nova entrar
nesse mercado, como necessidade de investimentos altos (aviação
comercial, por exemplo) ou ter conhecimentos específicos que são
de difícil acesso (como serviços meteorológicos). Quanto mais isso
ocorrer em um segmento, mais difícil será para entrar nele.
2) Existem marcas já consagradas no mercado?
Para entrar em um mercado no qual já existam marcas con-
sagradas, uma nova empresa precisa realizar altos investimentos
em propagandas e promoções, o que dificulta e torna menores as
probabilidades de se entrar nesse mercado.
3) Para atuar nesse mercado, são necessárias licenças de
funcionamento ou autorizações dadas pelo governo? O
quão difícil é conseguir essas autorizações ou licenças?
Existem alguns segmentos, como os de telefonia e de ener-
gia elétrica, nos quais, para a empresa atuar, é necessário que o
Governo dê autorizações ou licenças de funcionamento. Quanto
Laboratório Acme–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O laboratório Acme produz medicamentos para todo o Brasil; uma parte do pro-
cesso de produção do medicamento é a produção de embalagens (alumínios e
bulas) que são produzidos por uma gráfica (fornecedor de 1ª camada). Um pro-
blema muito grande para toda a cadeia seria, por exemplo, se a gráfica errasse
a impressão e imprimisse uma embalagem faltando informações (por exemplo,
a dose do medicamento).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Nesse exemplo, um erro da gráfica, fornecedor de 1ª cama-
da, prejudicaria todos os elos à jusante, pois, se esse remédio che-
gasse às farmácias de todo o país (no caso apresentado na figura, o
elo varejista), isso poderia prejudicar fisicamente os clientes. Por-
tanto, o laboratório farmacêutico teria de fazer um recall (retorno)
dos produtos em que estivessem faltando informações.
Ambev–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A AmBev, dona de conhecidas marcas nacionais de bebidas, utiliza-se de emba-
lagens de alumínio para o envase de alguns de seus produtos. Como a produção
© U1 - Competitividade e o Negócio Expandido 71
Obstáculos comportamentais
Os problemas de comportamento são os que mais prejudi-
cam a Cadeia de Suprimentos; eles dizem respeito à dificuldade
das pessoas em mudar, o que impede que as ações deem certo.
Os principais problemas de comportamento que devem ser
analisados são:
a) Os elos da Cadeia de Suprimentos não conseguem en-
tender que suas ações causam resultados negativos nos
outros elos (reveja o exemplo do laboratório farmacêu-
tico, em que a gráfica não consegue enxergar que o fato
de ter errado na impressão da embalagem prejudicou
toda a cadeia e o cliente final).
b) Os elos da Cadeia de Suprimentos não têm muito conta-
to entre si e não discutem os problemas comuns a todos;
somente conseguem enxergar seus próprios problemas
(CHOPRA; MEINDL, 2003).
c) A maioria dos elos enxerga os outros elos da cadeia
como rivais, e não como parceiros.
Obstáculo de informações
Um dos obstáculos que também prejudicam a Cadeia de Su-
primentos é a falta de compartilhamento de informações.
A falta de compartilhamento de informações entre os elos
da Cadeia de Suprimentos aumenta a falta de confiança e contri-
bui para manter os objetivos estratégicos desalinhados entre eles
(CHOPRA; MEINDL, 2003).
Para melhorar a integração entre os elos da Cadeia de Supri-
mentos, é necessário:
a) Incentivar para que os objetivos estratégicos de todos os
elos sejam iguais.
b) Melhorar a qualidade da informação e disponibilizá-la
para todos os parceiros.
c) Determinar incentivos (monetários) que premiem os
elos que atuarem de acordo com os melhores interesses
da Cadeia de Suprimentos.
d) Tornar os relacionamentos entre as empresas da cadeia
mais próximos, a fim de desenvolver confiança.
Um relacionamento de confiança e de comprometimento
entre os elos da Cadeia de Suprimentos aumenta a segurança dela,
pois cada parte sabe que a outra não tomará ações sem considerar
o impacto nos outros elos (CHOPRA; MEINDL, 2003).
De acordo com Chopra e Meindl (2003), a confiança e o com-
prometimento entre as empresas geram inúmeras vantagens, den-
tre as quais podemos citar:
© U1 - Competitividade e o Negócio Expandido 73
Entradas Saídas
Sistrema
Produtivo
• Materiais • Produtos
• Mão-de-obra Processo de • Serviços
Transformação /
• Máquinas • Resíduos / Lixo
Conservação
• Instalações
• Energia
• Informação
• Tecnologia
Fonte: Pires (2004/ p. 39).
Figura 7 Sistema produtivo típico.
Informação–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
• Dados: apreensão das características de uma manifestação do real que
é objeto de análise. Uma perspectiva simples, com poucas articulações
e correlações ocorre como resultado. Os dados podem ser reflexos com
um grau considerável de fidelidade em relação ao real.
• Informação: por meio de estruturação, organização e interpretação, os
dados são agrupados e correlacionados. Com isso, inferências lógicas
são produzidas, o que é condição mínima para que haja fidelidade em
relação ao real. Em outras palavras, a informação pode ser tida em uma
interpretação realizada sobre um grupo de dados.
• Conhecimento: explicações, idéias e argumentos corroborativos podem
ser necessários para que o conhecimento seja formado a partir de uma
gama de informações. O objetivo é criar significado para acontecimen-
19. Considerações
Nesta unidade, pudemos perceber que a Cadeia de Supri-
mentos envolve todas as atividades que estão diretamente rela-
cionadas com a satisfação do cliente. Além disso, vimos que, “no
final das contas”, é a satisfação do cliente que medirá o sucesso da
Cadeia de Suprimentos.
Entretanto, o encaixe estratégico da empresa na Cadeia de
Suprimentos não é simples de ser atingido, pois demanda ações
internas e externas à empresa, envolvendo todas as empresas da
© U1 - Competitividade e o Negócio Expandido 83
20. E-referências
AMBROSIO, D. Dados x Informação x Conhecimento. Disponível em: <http://
turma7a20092.bligoo.com/content/view/680382/Dados-X-Informa-o-X-Conhecimento.
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SOUZA CRUZ. Importantes parcerias. Disponível em: <http://www.souzacruz.com.br/
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MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J.. Safári de estratégia: um roteiro pela selva
do planejamento. Porto Alegre: Bookman, 2000.
NOVAES, A. C. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação
e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro:
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PIRES, S. R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos –
Supply Chain Management. São Paulo: Atlas, 2004.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise da indústria e da concorrência.
7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
ROLNICKI, K. Managing Channels of Distribution. In: NOVAES, A. G. Logística e
Gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
SIMCHI-LEVI, D.; KAMINSKI, P.; SIMCHI-LEVI, E. Cadeia de suprimentos: projeto e gestão
– conceitos, estratégias e estudos de caso. Porto Alegre: Bookman, 2003.
TACHIZAWA, T.; RESENDE, W. Estratégia empresarial: tendências e desafios, um enfoque
da realidade brasileira. São Paulo: Makron Books, 2000.
WOMACK, J. P.; JONES, D. T.; ROOS, T. A máquina que mudou o mundo. São Paulo:
Campus, 2004.
WOOD JR., T.; ZUFFO, P. K. Supply Chain Management. Revista de Administração de
Empresas, São Paulo, v. 38, n. 3, p. 55-63, 1998.
2. Conteúdos
• Formas e funções da distribuição.
• Gestão de canais e relacionamentos.
• Obtendo níveis elevados de performance.
• Engenharia simultânea.
• Função de Compras.
• Selecionando e avaliando fornecedores.
• Acordos de níveis de serviço (SLA – Service Level Agree-
ment).
• Relacionamento entre empresas e fornecedores.
• Estabelecimento e manutenção de parcerias.
• Ações para criar e manter a confiança e a coordenação na
Cadeia de Suprimentos.
4. Introdução à uNIDADE
Na Unidade 1, tivemos a oportunidade de estudar como
a Cadeia de Distribuição está sujeita ao ambiente competitivo e
entendemos a necessidade de cada empresa atender às exigên-
cias do mercado de forma mais flexível: por meio de uma visão
de negócio expandido. Também vimos como é extremamente im-
portante que o analista compreenda previamente a estratégia de
negócios da empresa (seus objetivos competitivos e suas metas
financeiras) e sua estratégia de suprimentos, para que consiga en-
tender se ambas estão alinhadas para um melhor desempenho da
empresa. Além disso, vimos como a tecnologia pode impactar a
Cadeia de Suprimentos.
Agora, na Unidade 2, estudaremos como é possível que as
empresas da Cadeia de Distribuição alcancem uma performance
superior. Veremos, ainda, o que vem a ser Engenharia Simultânea
e como as empresas da cadeia podem utilizar esse conceito para
obter vantagem competitiva.
Também aprenderemos, nesta unidade, que um modo de o
analista buscar o alinhamento estratégico é entender como está
estruturada a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Conheceremos,
ainda, a Função de Compras, que é, em última instância, a principal
área que administra todo o relacionamento com os fornecedores
e, portanto, torna-se essencial para que a Cadeia de Suprimentos
responda efetivamente às necessidades da empresa.
Por fim, compreenderemos como se deve selecionar e ava-
liar os fornecedores.
Objetivos Fatores
Buscar cooperação entre as empresas da
3. Cooperação entre empresas cadeia de suprimentos no que diz respeito à
distribuição.
Garantir serviços eficientes e um fluxo de
4. Serviços e informações informações rápido e eficiente entre as
empresas da cadeia.
Buscar, de forma integrada, redução de
5. Integração custos, tempo de entrega, melhores serviços,
entre outros.
Fonte: Novaes (2007).
Canal de
nível zero
Canal de
um nível Varejista
Fabricante Consumidor
Canal de Atacadista Varejista
dois níveis
Canal de Atacadista
três níveis Atacadista Varejista
Especializado
Processos de reestruturação
Nos processos de reestruturação, busca-se a simplificação
da cadeia para melhorar sua eficiência. Nesse sentido, o fator de-
terminante é com quem a empresa construirá as parcerias e como
simplificar o processo de comunicação. Geralmente, o que ocorre
é a redução do número de fornecedores e, também, do número
de clientes.
Consolidação
Com relação à consolidação, o objetivo é o aprofundamento
e o estreitamento das relações de parceria e canais de comunica-
ção com a base de fornecedores e clientes após a reestruturação.
Mas o que vem a ser relacionamento?
Fisher e Ury (1985) definem o relacionamento empresarial
como aquilo que procura legitimar, da melhor forma possível, os
interesses de cada lado, sendo duradouro e levando em conta os
interesses da sociedade.
As empresas devem abandonar, então, segundo Fisher e Ury
(1985), a forma tradicional de relacionamento – em que havia a
simples relação de compra e venda, sem qualquer caráter colabo-
rativo – e passar a adotar relacionamentos mais estáveis e coope-
rativos com seus fornecedores.
No caso da Toyota, por exemplo, o relacionamento entre o
comprador e o fornecedor é geralmente de longo prazo, próximo e
com grande interação entre e dentro de cada empresa. Ao analisar
o caso dessa indústria automobilística americana, podemos iden-
tificar quatro fases distintas entre os relacionamentos do consumi-
dor e fornecedor em épocas diferentes:
a) Fase tradicional – antes de 1975.
b) Fase do stress – entre 1972 e 1985.
c) Fase de soluções – de 1982 em diante.
d) Fase de parcerias ou fase recente (Japão) – de 1990 em
diante.
Na fase tradicional (antes de 1975), a competição era fecha-
da, mas amigável, com grande acesso a recursos, pouca troca de
© U2 - A Gestão da Cadeia de Distribuição e a Performance Empresarial 97
Custos e benefícios
Na etapa de custos e benefícios, cada uma das alternativas
geradas na etapa de revisão do projeto é analisada sob o aspecto
de seus benefícios diante dos investimentos que serão realizados,
não só financeiros, mas também estratégicos. Além disso, iden-
tifica-se qual delas está mais bem relacionada com os objetivos
organizacionais.
Engenharia Simultânea
A Engenharia Simultânea (ES) tem como objetivo melhorar
o desempenho da produção não somente mediante mudanças,
substantivas ou incrementais, na fábrica (por exemplo, automati-
zar certos processos, dinamizar a linha de montagem etc.), mas
também mediante a coordenação do desenvolvimento dos proje-
tos dos produtos, de acordo com o sistema de produção existente
na fábrica.
Com a adoção da Engenharia Simultânea, é possível obter
algumas vantagens, como, por exemplo, a redução do período gas-
to com o lançamento de produtos, pois as diversas tarefas para o
seu desenvolvimento são realizadas simultaneamente ao longo da
cadeia, com todos os envolvidos no processo.
A qualidade também é melhorada, já que há um maior com-
prometimento de todos os agentes. O sucesso no mercado tam-
bém é maior, pois os clientes foram previamente consultados.
O destaque das empresas japonesas com relação às europeias e
americanas ocorre em grande parte pela adoção criteriosa da En-
genharia Simultânea (WOMACK, 1992).
© U2 - A Gestão da Cadeia de Distribuição e a Performance Empresarial 103
Função de Compras
Conforme vimos anteriormente, o aumento da competição
entre as empresas alterou o ambiente de negócios e, de repente,
houve, por parte delas, a necessidade de administrar Cadeias de
Suprimentos inteiras, além de gerir relacionamentos.
Assim, uma vez que as empresas gastam metade de seu fa-
turamento com vendas para a compra de bens e serviços, não é di-
fícil entender por que a Função de Compras se tornou importante
para elas. Atualmente, a Função de Compras está ligada a iniciati-
vas de redução de aumento de qualidade dos produtos produzi-
dos, diminuição dos prazos de entrega, aumento de flexibilidade,
incremento do nível de atendimento e redução no preço final do
produto (DIAS; COSTA, 2006).
Certamente, a função que mais sentiu essa mudança foi a
de Compras, que, antes, era relegada a uma simples função de su-
porte, comprando itens sem importância estratégica, como, por
exemplo, material de escritórios, e, de repente, deparou-se admi-
nistrando o relacionamento e gerindo milhares de itens altamente
estratégicos para a empresa, como, por exemplo, as matérias-pri-
mas.
A tabela a seguir mostra as principais mudanças ocorridas no
departamento de compras nos últimos anos:
© U2 - A Gestão da Cadeia de Distribuição e a Performance Empresarial 105
7. Seleção de fornecedores.
8. Solução de problemas, em conjunto com representantes dos for-
necedores.
9. Análise e monitoramento do desempenho dos fornecedores.
10. Análises de mercado.
11. Projeções de custos.
12. Determinação das políticas de compras.
Ou ainda:
1. Análise das mercadorias e serviços a serem adquiridos, ou seja,
a análise das necessidades da empresa do ponto de vista de ma-
teriais e serviços.
2. Pesquisa de mercado, identificar no mercado os materiais e ser-
viços que estão sendo ofertados.
3. Conciliar as necessidades da empresa com os materiais e servi-
ços que estão sendo ofertados no mercado.
4. Colocar o pedido (ordem de compra) junto ao fornecedor.
5. Acompanhar o pedido, ou seja, gerenciar o andamento do pedi-
do junto ao fornecedor.
6. Prever as futuras necessidades de materiais e serviços por parte
das empresas.
7. Verificar o desempenho dos fornecedores com base em quesitos
como: custo, pontualidade e qualidade.
Qualificação de Fornecedores
Seleção de Fornecedores
Solicitação de Propostas
Avaliação de Propostas
Homologação de fornecedores––––––––––––––––––––––––––
Uma forte fabricante nacional de implementos agrícolas desenvolveu um proce-
dimento para homologação de novos fornecedores e novos produtos muito crite-
rioso, no qual avalia basicamente três frentes: qualidade dos produtos e serviços,
pontualidade na entrega e condições gerais do recebimento físico x fiscal.
Tal procedimento foi elaborado de forma a tornar esse procedimento claro e
transparente a todos os fornecedores que desejam fornecer produtos e serviços
a ela, determinando, inclusive, os níveis de serviço exigidos e os itens de controle
de monitoramento deles. Também é divulgado mensalmente um ranking com a
pontuação dos fornecedores homologados, indicando seu status como excelen-
te, bom, regular ou ruim, possibilitando ações conjuntas para atendimento de
melhor classificação.
Tal procedimento permite não só a eliminação de fornecedores que não aten-
dam aos níveis mínimos exigidos, mas também a participação ativa constante
de fornecedores que apontam melhorias técnicas que gerem melhor eficiência e
redução de custos dos produtos.
Assim, por meio do Know-How de seus fornecedores, essa empresa segue me-
lhorando seus produtos e diminuindo cada vez mais seus custos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2
Nível de formalização
1 do relacionamento
8. Questões autoavaliativas
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Identifique três fornecedores atuais de sua empresa e
quais produtos ou serviços eles oferecem. O que sua
empresa considera mais importante no relacionamento
com cada um deles: preço, prazo de entrega ou qualida-
de dos produtos/serviços adquiridos desses fornecedo-
res?
© U2 - A Gestão da Cadeia de Distribuição e a Performance Empresarial 125
9. Considerações
Nesta unidade, aprendemos como ocorre o funcionamento
da Gestão da Cadeia de Suprimentos à jusante, gerindo os canais
de relacionamento com os fornecedores, e à montante, gerindo o
relacionamento com os clientes.
A Engenharia Simultânea, por exemplo, é um modelo para
um mundo em alta velocidade evolutiva e acirrada competição
global. Sua utilização ocorre, sobretudo, quando a empresa está
sob pressão por tempo e por custos, a fim de evitar trabalho lento
e sequencial, evitar retrabalho e, quando é necessário, trabalho
simultâneo.
Em tempos em que as margens de lucro são “espremidas”
entre preços ditados pelo mercado (consumidores, concorrentes,
tecnologia) e custos já enxutos de produção, qualquer ganho re-
sultante de redução de custos pode ser fundamental para a sobre-
vivência das empresas.
Boas negociações em compras, bem como a escolha dos par-
ceiros certos para o fornecimento de produtos e serviços atinge
diretamente esse objetivo.
Cada vez mais, com o aumento da competição entre as em-
presas, o bom relacionamento e a eficaz gestão dos relacionamen-
tos na Cadeia de Suprimentos serão essenciais para a manutenção
da competitividade das empresas.
10. e-referência
BERSSANETI, F. B. Gerenciamento da capacidade produtiva de um sistema de educação à
distância – coordenação das funções manutenção e gestão de contratos. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-14122006-161747/>. Acesso
em: 2 maio 2010.
3
1. Objetivos
• Discutir como o valor é criado a partir dos serviços logís-
ticos.
• Compreender como o tempo se caracteriza como uma
importante dimensão de competitividade nas empresas.
• Conhecer os diferentes prestadores de serviços logísticos
nas modalidades 3PL e 4PL.
• Conhecer o planejamento e a Gestão de Estoques para
usá-los na Cadeia de Suprimentos.
• Citar exemplos, metodologias e ferramentas para um efi-
caz Planejamento e Gestão de Estoques.
• Compreender o planejamento de vendas e operações
para aplicá-lo na Gestão da Cadeia de Suprimentos.
• Entender como funcionam os fatores críticos de sucesso
para um eficaz processo de planejamento de vendas e
operações.
130 © Análise da Cadeia de Suprimentos
2. Conteúdos
• Criação de valor e serviços logísticos.
• Competição baseada no tempo.
• Operadores Logísticos 3PL e 4PL.
• Planejamento e Gestão de Estoques.
• Melhores práticas de Gestão de Estoques.
• Planejamento de vendas e operações (S&OP).
• Fatores críticos de sucesso para a implantação de um pro-
cesso de S&OP.
• Benefícios do processo de S&OP.
• Estágios de evolução do S&OP.
4. INTRODUÇÃO à unidade
A Gestão da Cadeia de Distribuição deve levar em conta as-
pectos de movimentação, armazenagem e entrega de mercado-
rias. Os processos logísticos que permitem isso são importantes,
pois eles criam valor de tempo e local para os consumidores finais.
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 131
Elementos de pré-transação
Os elementos de pré-transação, como o nome indica, ocor-
rem antes da transação e viabilizam o seu acontecimento, pois
permitem ao cliente conhecer o tipo de serviço que será prestado.
Elementos de transação
Os elementos de transação são aqueles que resultam na en-
trega do produto ao cliente. São exemplos de elementos de tran-
sação: o método de processamento de pedidos, o estabelecimen-
to de níveis de estoque e a seleção das modalidades de transporte.
Os elementos de transação influenciam no tempo de entrega, na
exatidão e condições das mercadorias entregues, bem como na
disponibilidade de estoques, entre outros.
Elementos de pós-transação
Os elementos de pós-transação dão suporte ao produto após
sua entrega ao cliente. Embora esses elementos tenham influência
após a venda, eles devem ser planejados antecipadamente. São
exemplos de elementos de pós-transação os serviços de garantia e
atendimento ao cliente, o rastreamento dos produtos, a reposição
de mercadorias danificadas, a devolução de embalagens retorná-
veis e a coleta de itens que necessitem de descarte especial. Ou-
tros exemplos podem ser vistos no Tabela 1.
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 133
SEDEX 10––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
SEDEX 10 é o serviço oferecido pelos Correios de remessa expressa para gran-
de parte do território nacional de documentos e mercadorias com entrega ga-
rantida até 10 horas do dia útil seguinte ao da postagem, com limite de horário,
peso e dimensões da postagem. O horário limite de postagem para que objeto
seja encaminhado no mesmo dia varia de acordo com a localidade e a agência.
Caso as remessas sejam efetuadas depois do horário limite de postagem da
agência, o prazo previsto de entrega será acrescido em um dia útil (adaptado de
CORREIOS, 2010).
Este serviço diferenciado, prestado pelos Correios, garante a disponibilidade dos
documentos e mercadorias em um prazo muito curto aos clientes, atingindo ní-
veis de satisfação consideráveis. Para realizar a façanha de entregar o despacho
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 135
Operadores logísticos
Os operadores logísticos são empresas que prestam serviços
de frete, estocagem, preparação do pedido e entrega final (dentre
outros), combinando atividades operacionais (como transporte e
armazenagem) com atividades gerenciais (DORNIER et al., 2000).
Os diferentes serviços prestados pelos operadores logísticos são
mostrados na Figura 1.
te
Baixo Alto
Complexidade e customização dos serviços de gestão
Excesso de estoque
Frequentemente, notamos que as empresas estão sensíveis
à noção de que o excesso de estoques impacta a lucratividade,
pois todo o dinheiro investido na sua fabricação está parado (sem
gerar lucratividade para a empresa), em forma de estoque. Esse
dinheiro poderia estar rendendo fundos de investimentos, além
do fato de que, segundo Ballou (2006, p. 271) “o custo de manu-
tenção destes estoques pode representar de 20 a 40% do seu valor
por ano”.
Segundo Bertaglia (2006), os estoques impactam diretamen-
te nos resultados de negócios de uma companhia; portanto, de-
vem ser uma preocupação contínua.
Os estoques incorrem em custos, oneram o capital, ocupam espaço
e necessitam de gerenciamento tanto na entrada como na saída.
Podem tornar-se obsoletos e ultrapassados (BERTAGLIA, 2006, p.
313).
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 141
Primeira necessidade
A primeira necessidade para um eficaz planejamento é clas-
sificar os estoques de acordo com o seu tipo. Há três classificações
para os tipos de estoques existentes na Cadeia de Suprimentos,
que são importantes para o seu eficaz planejamento e gestão:
• Estoques de matérias-primas: são todos os itens de maté-
rias-primas, materiais de embalagem e materiais utiliza-
dos na fabricação de produtos acabados.
• Estoques em processo (WIP): são todos os itens que estão
sendo fabricados, porém, ainda não estão prontos (não
são produtos acabados).
• Estoques de produtos acabados: são todos os itens que já
estão fabricados e prontos para a venda ao cliente final.
Ballou (2006) classifica os estoques em quatro categorias:
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 143
Segunda necessidade
A segunda necessidade é definir os objetivos para a gestão
e planejamento do estoque. Para definir os objetivos é necessário
ter claramente a ideia de que administrar estoques é balancear
(escolher) entre a disponibilidade dos produtos, ou nível de servi-
ço, com os custos deste nível de serviço (BALLOU, 2006).
Ballou (2006) define disponibilidade de produtos ou nível de
serviço como a probabilidade de que o produto esteja em estoque,
disponível para atender ao cliente, no momento em que este fizer
o pedido de compra. Esta probabilidade é definida por produto, e
tem a seguinte fórmula:
Nível de serviço = 1 – Número esperado de unidades faltantes anualmente
Demanda anual total
Esse índice mostra que 95% dos pedidos anuais deverão ser
atendidos de acordo com o objetivo de disponibilidade da empre-
sa (nível de serviço exigido); portanto, o cálculo de estoques deve-
rá ser feito levando em consideração esse objetivo.
Você provavelmente se perguntou: “por que não 100% dos
pedidos deverão ser atendidos?". Para isso acontecer, a empresa
teria a necessidade de estocar altas quantidades, gerando um cus-
to muito alto. A maioria das empresas faz análises e descobre que
o custo de atender a todos os pedidos não compensa os ganhos
que terá. Por esse motivo, o conceito de nível de serviço é tão uti-
lizado nas empresas.
Terceira necessidade
A terceira necessidade, do ponto de vista de Gestão de Esto-
ques, é definir os custos que impactarão as decisões de estoques.
Ballou (2006) define três tipos de estoques:
• Custos de aquisição: são todos os custos que estão re-
lacionados com a compra ou fabricação de mercadorias
para repor os estoques e, segundo Ballou (2006), geral-
mente, trata-se de uma considerável soma em dinheiro.
Exemplos: preço do produto ou custo de fabricação do
produto, custo do transporte do pedido etc.
• Custos de manutenção: são todos os custos relacionados
da armazenagem e ou propriedade dos produtos após um
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 145
Quarta necessidade
A quarta necessidade é definir o ponto de reposição (ou res-
suprimento) e o estoque de segurança, por produto. O ponto de
reposição é a quantidade de estoques do produto (em unidades),
que indica que é hora de fazer um novo pedido de compra do pro-
duto ou iniciar a produção deste para que eles não faltem, quando
os clientes colocarem os pedidos.
A fórmula de ponto de ressuprimento é:
Ponto de ressuprimento = demanda média x lead time médio para ressuprimen-
to + estoque de segurança
Planejamento
Um dos principais desafios para o gestor da Cadeia de Supri-
mentos é conseguir planejar, o mais cedo possível, quais produtos
e em que quantidade serão vendidos, além das localidades a que
serão atendidas, para que a empresa consiga produzir a tempo e
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 151
Definição de S&OP
Se considerarmos o exemplo anterior, que se trata de um
produto alimentício, devemos nos lembrar de que este possui um
prazo de validade, que pode vencer, gerando, nesse caso, custo
para a empresa. Uma forma, entre muitas outras, desenvolvida
para resolver questões como essa é o Planejamento de Vendas e
Operações (S&OP).
O S&OP pode ser definido como "um processo que permite
integrar os diversos planos existentes na organização, de tal forma
que a administração da Cadeia de abastecimento seja mais efeti-
va" (BERTAGLIA, 2006, p. 355), pois “auxilia no balanceamento da
demanda e oferta” (WALLACE, 2001, p. 16).
De acordo com Wanke e Julianelli (2006, p. 16), “o S&OP
busca atingir simultaneamente melhorias em termos de custo (ní-
veis de estoque e custo de produção) e de serviço (disponibilidade
de produto)".
A demanda e a oferta são balanceadas, ou seja, ficam em
quantidades iguais, dados os níveis de estoques necessários, pois
o objetivo final do S&OP é disponibilizar as quantidades corretas
de cada produto e a linha de produtos correta a ser produzida,
dados os objetivos de negócios da empresa (WANKE; JULIANELLI,
2006).
Quando a demanda é maior do que a oferta, a empresa terá
problemas, pois, segundo Wallace (2001):
• A empresa, pelo fato de não ter previsto esse aumento
na demanda, não conseguirá entregar o produto porque
o estoque não será suficiente para suprir as vendas; como
consequência, ela perderá vários negócios e seus clientes
migrarão para os concorrentes.
• Aumento dos custos por causa da necessidade do excesso
de produção não planejada: a empresa arca com os cus-
tos de horas extras, a matéria-prima será comprada com
urgência (mais cara) e os custos de frete aumentam.
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 153
Primeira etapa
Ao analisar a Figura 4, note que a primeira etapa desse pro-
cesso é a atualização e a disseminação dos dados para os gestores,
que consistem basicamente na atualização dos arquivos de de-
sempenho da empresa do mês anterior, vendas reais, devoluções
de produtos, níveis de estoques, ou seja, quaisquer informações
que tenham sido reconhecidas pela empresa como importantes
para o processo (WANKE; JULIANELLI, 2006).
Conforme é realizada a atualização de novos dados, estes
serão transferidos, para que os departamentos de Marketing e/
ou Comercial possam calcular a previsão de vendas (WANKE; JU-
LIANELLI, 2006).
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 155
Segunda etapa
A segunda etapa consiste efetivamente no processo de pre-
ver as vendas, ou seja, o principal objetivo dessa etapa é elaborar
um primeiro plano de vendas, mostrando quais produtos e quanti-
dades a empresa venderá ao mercado (WANKE; JULIANELLI, 2006).
Terceira etapa
A terceira etapa consiste na elaboração de planos de produ-
ção para adequá-la ao planejamento de vendas gerado na segunda
etapa, de acordo com os níveis desejados de estoques, definidos
pela política de estoques, por linha de produtos (WANKE; JULIA-
NELLI, 2006).
A política de estoques define a quantidade de produtos a
ser mantida e sua medida fundamenta-se em meses de vendas,
conforme pode ser percebido no exemplo a seguir:
Quarta etapa
A quarta e última etapa é a reunião executiva de S&OP, cujo
principal objetivo é terminar todo o planejamento e formalizá-lo
para que corresponda às vendas e operações para todas as áreas
envolvidas nas operações (Marketing, Comercial, Pesquisa & De-
senvolvimento, Compras, Distribuição e Financeira) (WANKE; JU-
LIANELLI, 2006).
Participam dessa reunião a média gerência concomitante-
mente ao comitê executivo, normalmente formado pelo presiden-
te, pela diretoria e pela alta gerência da empresa.
8. questões autoavaliativas
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
9. Considerações
Nesta unidade, discutimos como o valor pode ser criado
para o cliente final a partir dos serviços logísticos. A capacidade
da firma de criar valor baseada em tempo e local para seus consu-
midores será definida pela capacidade da Cadeia de Distribuição
em desempenhar níveis elevados de serviço nas etapas de pré-
-transação, transação e pós-transação.
A percepção do cliente pode ser fortemente afetada nessas
três etapas dos serviços logísticos. O pedido perfeito, aquele que
entrega o produto correto, sem erros e no prazo, dificilmente é
obtido sem uma efetiva gestão do tempo nos vários momentos da
prestação do serviço.
Operadores logísticos 3PL e 4PL podem ser uma opção para
as empresas que querem aumentar seus níveis de desempenho
junto aos seus clientes, a partir da dimensão tempo. As práticas
operacionais mais eficientes e a gestão mais eficaz da Cadeia de
Distribuição oferecida por esses operadores tornam os operadores
logísticos uma escolha adequada para as empresas que precisam
de soluções baseadas em tempo para atender aos seus clientes.
© U3 - Serviços Logísticos e Valor para o Cliente 161
10. E-referências
CORREIOS. Termo de prestação de serviços. Disponível em: <http://www.correios.com.
br/encomendas/servicos/sedex/arquivos/termo_prestacao_servicos_sedex_10.pdf>.
Acesso em: 9 ago. 2010.
TEGMA. 100% da operação inbound da maior fábrica de detergente em pó do mundo.
Disponível em: <http://www.tegma.com.br/Site/Cases.aspx?case=4>. Acesso em: 9.
ago. 2010.
Lista de Figura
Figura 2 – Operadores Logísticos 3PL e 4PL. Disponível em: <http://www.4pl.com.br/
images/tabela.png>. Acesso em: 27 maio 2010.
2. Conteúdos
• Aplicação da Tecnologia da Informação e ganhos compe-
titivos.
164 © Análise da Cadeia de Suprimentos
4. Introdução À UNIDADE
Na unidade anterior, discutimos como o valor é criado a par-
tir dos serviços logísticos e vimos como o tempo se configura como
um importante fator na competitividade entre as empresas. Além
disso, conhecemos os diferentes tipos de prestadores de serviços
logísticos (3PL e 4PL), bem como o planejamento e a Gestão de
Estoques, a fim de usar ambos na Cadeia de Suprimentos. Por fim,
compreendemos o planejamento de vendas e operações (S&OP)
para ser aplicado na Gestão da Cadeia de Suprimentos e entende-
mos como funcionam os fatores críticos de sucesso para um eficaz
processo de planejamento de vendas e operações.
Agora, nesta unidade, veremos qual é a relação da Tecno-
logia da Informação (TI) com a Cadeia de Distribuição, para uma
maior integração e troca de informações entre as empresas que a
compõem.
© U4 - Tecnologia da Informação Aplicada à Distribuição 165
Pessoal
Pessoal
administrativo
administrativo e
e
de
de fábrica
fábrica
C
Aplicações
Aplicações em
em Finanças
Finanças e
e
Relatórios
L vendas
vendas ee
Relatórios
Controladoria
Controladoria
distribuição
F
distribuição
O
I R
N
E E
Força
Força de
de C
Base
Base de
de dados
dados
vendas
vendas ee de
de E
N serviços
serviços
central
central Manufatura
Manufatura
D
O
T R
E
S
E
Aplicações
Aplicações Gestão
Gestão de
de
em
em serviços
serviços Gestão
Gestão de
de Recursos
Recursos Materiais
Materiais e
e
S Humanos
Humanos Suprimentos
Suprimentos
Funcionários
O caso Wal-Mart––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Em abril de 2004, o Wal-Mart anunciou a implantação de um programa-piloto no
qual os 100 principais fornecedores da empresa teriam de implantar etiquetas de
9. questões autoavaliativas
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Explique como as ferramentas da Tecnologia da Informa-
ção (TI), tais como códigos de barra, RFID, troca eletrô-
nica de dados, internet, MRP, ERP e outros ajudam no
processo de S&OP das empresas.
2) Após seu estudo sobre Tecnologia da Informação aplica-
da à distribuição, faça uma análise sobre a relevância da
TI na Cadeia de Suprimentos de dois diferentes tipos de
empresa.
10. Considerações
Nesta unidade, vimos como a Tecnologia da Informação
pode ser útil às empresas (e à toda a cadeia) se estiver aliada à
Cadeia de Distribuição.
Assim, é Importante salientar que sistemas e tecnologias de
TI facilitam em muito o gerenciamento e o controle da Cadeia de
Distribuição; porém, somente a tecnologia não basta. É imprescin-
dível que pessoas devidamente treinadas e capacitadas possam
operá-las, pois operações erradas em sistemas de TI podem com-
5
1. Objetivos
• Compreender a extensão do negócio expandido para
além das fronteiras nacionais.
• Conhecer a dinâmica das exportações das firmas brasilei-
ras.
• Avaliar, de forma estratégica, o uso da capacidade nas ca-
deias globais de distribuição.
2. ConteúdoS
• Redes e cadeias de suprimentos globais
• Exportações como vetor para a competitividade
• Uso estratégico da capacidade em cadeias internacionais
178 © Análise da Cadeia de Suprimentos
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Com a abertura da economia brasileira, no início da década
de 1990, houve uma grande pressão para que as companhias ba-
seadas no Brasil ampliassem a qualidade dos seus produtos e se
tornassem tão competitivas quanto aquelas que importavam seus
produtos para o mercado consumidor nacional.
Depois de quase duas décadas, o Brasil consolidou-se como
um dos países que vem obtendo, no mercado internacional, resul-
tados significativos para suas empresas. Nos últimos dez anos, a
balança comercial nacional tem mostrado uma tendência de au-
mento no volume das exportações, impulsionada principalmente
pelas commodities agrícolas nacionais. O volume de importações,
exportações e o saldo da balança comercial nacional são mostra-
dos no Gráfico 1.
© U5 - Gerenciando o Canal Global 179
Fonte: SECEX/MDIC.
Licenciamentos e franquias
No caso de licenciamentos e franquias, a companhia na-
cional autoriza uma outra firma, baseada no mercado externo,
a produzir e vender seus produtos para os consumidores des-
se mercado. Essa companhia pagará royalties para cada unida-
de produzida e vendida, o que significa que, periodicamente, a
empresa nacional receberá uma porcentagem definida sobre as
vendas do produto licenciado. Esse é um modo menos arriscado
para entrar em mercado estrangeiro, mas a companhia nacional
pode perder o controle sobre a qualidade do produto e a distri-
buição. Além disso, há o risco de a empresa estrangeira aprender
a tecnologia e se tornar uma concorrente da empresa nacional
quando houver a expiração do contrato de licenciamento.
© U5 - Gerenciando o Canal Global 181
Subsidiárias integrais
Das formas de entrada nos mercados externos, a subsidiária
integral é a mais custosa, pois mantém o controle sobre a tecno-
logia, o marketing e a distribuição. Esse controle é garantido pela
implantação, a partir do zero, de instalações físicas em território
estrangeiro, que são geridas usualmente por equipes expatriadas
do país sede da matriz.
Essas subsidiárias normalmente dependem de conhecimen-
to, que é relevante para a matriz – daí a importância de executivos
da matriz deslocarem-se para gerir a subsidiária, de forma a impe-
dir que executivos do novo mercado tenham acesso ao conheci-
mento estratégico da organização.
Joint ventures
As joint ventures permitem à companhia nacional compar-
tilhar riscos e recursos em novas iniciativas internacionais. Nessa
modalidade, é definido em contrato o compartilhamento do ca-
pital investido e dos riscos inerentes ao negócio. Por isso, grande
parte das joint ventures envolve uma companhia estrangeira, com
um novo produto ou tecnologia, e uma companhia local com aces-
so à distribuição e ao conhecimento de clientes locais, normas e
políticas. Dessa forma, cada uma responsabiliza-se por aquilo que
Fábricas-foco
Essa estratégia de acesso aos mercados externos consiste
em construir fábricas próprias em mercado estrangeiro, sendo
cada uma delas especializada em uma família de produtos, confor-
me as condições do mercado, a disponibilidade de mão de obra e
de matérias-primas para a produção.
Cada uma dessas plantas, assim estabelecida, vai se tornar
plataforma para a distribuição global dos produtos específicos que
produzirão. Essa estratégia tem sido utilizada pelas montadoras da
indústria automobilística, quando constroem fábricas para um mo-
delo específico de veículo, desenvolvido para atender às condições
das estradas – e ao bolso do consumidor – no mercado brasileiro
e, eventualmente, em alguns outros países da América Latina.
Fusões e aquisições
Apesar de representarem um investimento considerável no
curto prazo, as fusões e aquisições podem possibilitar uma rápida
expansão internacional, dado que é um processo bem mais rápido
do que implantar uma subsidiária começando do zero.
A aquisição ocorre quando uma empresa nacional adquire
outra no mercado externo, mas ambas mantêm suas personalida-
des jurídicas separadamente. Já a fusão ocorre quando duas ou
mais empresas deixam de existir, integralizando todo o seu capital
na formação de uma nova companhia. Um exemplo de aquisição
como estratégia de ampliação da participação de uma empresa
nacional no mercado externo ocorreu entre o grupo JBS e a norte-
-americana Swift & Company.
6. EXPORTAÇÕES E COMPETITIVIDADE
Com o advento da globalização, a colocação de produtos no
mercado externo tornou-se uma prioridade para parte significa-
tiva das empresas. Quatro grandes forças têm impulsionado esse
processo, como mostra a Figura 1.
© U5 - Gerenciando o Canal Global 185
8. Questões autoavaliativas
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
© U5 - Gerenciando o Canal Global 189
9. Considerações
Nesta unidade, vimos que a gestão do canal global de distri-
buição envolve um conjunto de decisões estratégicas para a firma
que atua – ou deseja atuar – no comércio internacional. A primeira
dessas decisões envolve como ampliar sua Cadeia de Distribuição
até os consumidores no mercado externo. Além das exportações,
as empresas podem decidir criar fábricas no mercado externo (in-
dividualmente ou com uma empresa parceira, que já atua no país
de destino), licenciar seus produtos para uma outra empresa nesse
mercado ou mesmo comprar empresas concorrentes que já estão
competindo nesse mercado.
Essa ampliação do negócio expandido da empresa, para além
das fronteiras do seu país de origem, é condicionada por um conjunto
de incentivos (também chamados de forças) associados ao mercado
internacional, à tecnologia, à situação política e macroeconômica de
ambos os países e, também, à busca por custos mais reduzidos, este-
jam eles em quais países estiverem.
A capacidade da empresa pode ser utilizada estrategica-
mente no comércio internacional. Uma empresa pode decidir por
produzir localmente seus produtos, enquanto outra poderá deci-
dir continuar produzindo seus itens no país de origem de forma
centralizada. Por sua vez, a escolha estratégica sobre a distribuição
também levará em conta a existência de CDs no país de destino ou
a centralização das atividades de distribuição no país de origem.
Na próxima unidade, vamos conhecer os motivos pelos quais
se faz o monitoramento da Cadeia de Distribuição, bem como quais
são os instrumentos utilizados para tanto. Além disso, entenderemos
© U5 - Gerenciando o Canal Global 191
10. e-referências
JBS. Homepage. Disponível em: <http://www.jbs.com.br>. Acesso em: 12 ago. 2010.
USA TODAY. GM ending Nummi joint venture with Toyota. Disponível em: <http://www.
usatoday.com/money/autos/2009-06-29-GM_N.htm>. Acesso em: 12 ago. 2010.
6
1. Objetivos
• Saber os motivos pelos quais se faz o monitoramento de
cadeia e quais são os instrumentos utilizados.
• Entender como a cadeia pode responder de forma mais
flexível às exigências impostas pelo mercado.
• Conhecer os tipos de riscos a que a cadeia pode estar su-
jeita.
2. Conteúdos
• Monitoramento e controle na cadeia.
• Ampliando a capacidade de resposta às mudanças.
• Riscos e resiliência na cadeia de distribuição.
194 © Análise da Cadeia de Suprimentos
4. Introdução À UNIDADE
Estudamos, na unidade anterior, como a Tecnologia da Infor-
mação pode ser aplicada à Cadeia de Distribuição e, desse modo,
proporcionar ganhos competitivos. Dentre os assuntos que explo-
ramos, estudamos as tecnologias utilizadas para a troca de infor-
mações, os sistemas integrados de gestão, os códigos de barras e
as etiquetas inteligentes.
Agora, nesta unidade, entenderemos como podem ser reali-
zados o monitoramento e o controle da cadeia por meio da iden-
tificação de falhas ou riscos, decorrentes da má gestão ou de in-
fluências externas.
© U6 - A Cadeia de Distribuição Responsiva 195
Caso Perrier––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Em 1989, o grupo Perrier era o produtor líder de água mineral. Durante o mesmo
ano, avisos de uma crise operacional foram identificados. Em fevereiro de 1990,
testes identificaram a presença de benzeno no produto dos fornecedores do Per-
rier. A resposta inicial da empresa foi lenta, e o silêncio do grupo Perrier nos
EUA causou um vácuo de comunicação, que foi preenchido com especulação e
rumores. Na França, o grupo Perrier não comentou que estoques haviam sido
contaminados, o que encorajou a especulação da mídia. Quando a empresa se
explicou, ficou claro que o acidente havia sido causado por um empregado, o que
evidenciou a negligência da própria empresa.
Para se recuperar da crise, o grupo lançou uma campanha com a mensagem
central de que a água Perrier ainda era pura e segura. Ele planejava fornecer ao
mercado francês dentro de três semanas depois da crise, e em seguida começar
a fornecer para importantes mercados europeus, antes de relançar sua marca
no mercado norte-americano. Testes em laboratório confirmaram a pureza da
água Perrier, que conseguiu voltar a ser vendida. Esse foi um caso de mau
gerenciamento, do qual a empresa pôde retirar muitas experiências (ELLIOTT,
2006, p. 76).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
De vertical a virtual
A opinião que se tem hoje é que as organizações operam
melhor concentrando-se apenas em seu “negócio principal” ou
em suas “competências essenciais” e terceirizando tudo o mais.
Esse modelo requer um tipo diferente de integração com os forne-
cedores no que tange às atividades terceirizadas. É uma integração
norteada pelo compartilhamento de informações e pelo estabele-
cimento de metas estratégicas comuns. Esse é o conceito de “in-
tegração virtual”, ou, como chamam alguns, “organização virtual”.
Assim, houve pressão nos escalões mais altos entre a Nokia e seu fornecedor
para garantir que todas as outras plantas da Phillips se comprometessem a utili-
zar toda sua capacidade adicional para atender às necessidades da Nokia. Além
disso, a Nokia imediatamente enviou representantes para seus outros fornece-
dores nos Estados Unidos e no Japão para assegurar status de prioridade para
todos os suprimentos disponíveis de chips e para convencê-los a aumentar a
produção o mais rápido possível. A Nokia também reconfigurou seus produtos
para utilizar chips de outros fornecedores.
A Ericsson só ficou sabendo do incêndio e seus efeitos sobre as encomendas
três dias depois do evento, quando um técnico da Phillips ligou para outro téc-
nico da Ericsson notificando-o do incêndio. Aceitando as garantias iniciais do
fornecedor de que o incêndio foi apenas um evento irrelevante, a Ericsson só foi
perceber que deveria agir no começo de abril. A Nokia, então, já havia tomado
a iniciativa de assegurar seus fornecimentos; e diferentemente dos finlandeses,
que agiram rápido, a Ericsson não tinha fontes alternativas de suprimento.
Em conseqüência do incêndio, a Ericsson perdeu cerca de 400 milhões de dó-
lares nas vendas de um novo produto. Ao contrário, a vigilante Nokia conseguiu
manter os níveis de produção o tempo todo, o que permitiu consolidar sua posi-
ção de líder no mercado europeu (CHRISTOPHER, 2002, p. 253-254).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Independentemente de serem passíveis de intervenção, es-
tudiosos têm tentado desenvolver medidas que mensurem o risco,
bem como mecanismos que visem amenizar seus efeitos ou até
mesmo tratar suas causas.
Normalmente, as abordagens a respeito de risco costumam
trabalhar muito a amenização dos efeitos, pois, uma vez que exis-
tem riscos inerentes a qualquer operação ou mercado, e eles não
podem ser eliminados completamente, devem ser controlados e
deve-se aprender a minimizar seus efeitos.
Garcia (2006) propõe uma abordagem que pode ser bastan-
te funcional, tendo-se em vista que é quase impossível eliminar
completamente os riscos. A autora mostra que o risco pode ser
sim mensurável, passível de mensuração, e, nesse caso, o risco re-
sidual é tratado como a parte do risco aceitável, pois não pode ser
eliminado.
8. questões autoavaliativas
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Explique, com suas próprias palavras, o que é responsi-
vidade. Para sua resposta, não se atenha apenas ao pon-
to de vista da Logística.
2) Como se gerencia a responsividade na Cadeia de Supri-
mentos? Para responder a essa questão, fale sobre ris-
cos e resiliência das empresas sob o ponto de vista da
Logística.
3) Uma grande empresa de fast-food anunciou no primei-
ro semestre de 2010 o recall de 12 milhões de copos à
venda nos Estados Unidos e no Canadá como peça pro-
© U6 - A Cadeia de Distribuição Responsiva 209
9. Considerações
Nesta unidade, vimos a importância de as organizações mo-
nitorarem e gerenciarem sistematicamente os riscos, a fim de que
seja garantida uma eficiência na Cadeia de Distribuição. Para ame-
nizar e gerenciar riscos, um nível de detalhes deve ser mapeado,
buscando identificar falhas que devem ser controladas.
Quando são tomadas decisões estratégicas na Cadeia de Dis-
tribuição, o impacto dessas decisões no perfil de risco deve ser
plenamente compreendido para que respostas rápidas sejam to-
madas para casos inesperados.
Na próxima unidade, vamos compreender o conceito de sus-
tentabilidade e entender como as empresas podem gerir seus flu-
xos reversos de materiais. Além disso, realizaremos uma análise de
uma ferramenta de gestão da sustentabilidade.
7
1. Objetivos
• Compreender o conceito de sustentabilidade.
• Entender como as empresas podem gerir seus fluxos re-
versos de materiais.
• Analisar uma ferramenta de gestão da sustentabilidade.
2. Conteúdos
• O imperativo da sustentabilidade.
• Logística reversa.
• Operações em Cadeias de Distribuição "verdes".
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Segundo a Organização Mundial de Comércio, entre o início
da década de 1950 e o ano de 2005, as exportações mundiais de
mercadorias cresceram cerca de 120 vezes. Nesse mesmo período,
a população mundial saltou de um bilhão de habitantes para mais
de seis bilhões. De forma concomitante ao aumento da população
e, consequentemente, do comércio global, houve uma profunda
alteração dos ecossistemas mundiais, maior do que em qualquer
outro período da história humana. Hoje, parte significativa dos
serviços ambientais que nos são essenciais, como a regulação do
ar e do clima e, ainda, a limpeza da água, estão sendo degradados
de forma intensa e contínua (WTO, 2010).
© U7 - Cadeias de Distribuição “Verdes” 213
5. Definindo SUSTENTABILIDADE
A definição mais conhecida de desenvolvimento sustentável
foi cunhada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e De-
senvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU): “o de-
senvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades
presentes sem comprometer a possibilidade das gerações futuras
de satisfazerem suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, 1988,
p. 46).
Por sua vez, uma empresa sustentável é aquela que contribui
para o desenvolvimento sustentável ao gerar, simultaneamente,
benefícios econômicos, sociais e ambientais (ELKINGTON, 2001).
Esse tripé da sustentabilidade (econômico, sustentável e am-
biental) é mostrado na Figura 1.
Perda de reputação
Muito tempo, esforço e dinheiro são gastos pelas empresas
em investimentos na construção da marca. Ao adquirirem maté-
© U7 - Cadeias de Distribuição “Verdes” 215
6. logística reversa
Para entender a importância dos fluxos reversos na Cadeia
de Distribuição (como o utilizado, por exemplo, na produção de
garrafas plásticas, que são usadas e posteriormente recicladas,
transformando-se, assim, em novas garrafas), é necessário com-
preender que os sistemas industriais não são similares aos siste-
mas orgânicos, presentes na natureza. De fato, os sistemas indus-
triais são lineares, com um conjunto bem definido de entradas,
que serão posteriormente transformadas em um produto ou ser-
viço.
Mas onde ficam as embalagens utilizadas, as emissões de
gases poluentes e os demais resíduos (descartes de produção e
do consumo) e rejeitos (resíduos que não têm aproveitamento
econômico por nenhum processo tecnológico disponível) gerados
durante o processo de fabricação e distribuição do produto?
Os impactos da atividade empresarial no meio ambiente,
como a poluição e o lixo, podem ser geridos nas empresas com
iniciativas de logística reversa. Mas a logística reversa não é ape-
nas o conjunto de ações destinadas a coletar e restituir os resíduos
ao centro que os produziu para o seu reaproveitamento na forma
de novas matérias-primas. Consiste, também, no tratamento e na
disposição final dos rejeitos de maneira adequada.
© U7 - Cadeias de Distribuição “Verdes” 217
Descarte Descarte
Fornecedores Empresa Consumidores
Pós-venda Pós-consumo
Fonte: adaptado de Leite (2003).
Figura 2 Logística reversa.
car, dado que os impactos sociais poderão ser maiores nesse setor,
o que merecerá uma solução que contemple impactos, como, por
exemplo, do trabalho de corte da cana por trabalhadores tempo-
rários, que não estão protegidos por leis trabalhistas.
As empresas podem desenvolver métricas e metodologias
simples para a avaliação da sustentabilidade da cadeia. De fato,
muitas empresas estão optando por definir internamente os indi-
cadores, métricas e formas de mensuração de seus impactos. Isso
proporciona maior controle e acompanhamento da evolução, bem
como facilidade na comparação de seus dados internos.
8. questões autoavaliativas
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Dados os conceitos de sustentabilidade e de logística
reversa, explique, com suas próprias palavras, como as
empresas podem atuar de forma sustentável sob a ótica
da Logística. Em sua opinião, todas as empresas conse-
guiriam atuar de forma sustentável se quisessem? Justi-
fique.
2) Defina e diferencie: logística verde, logística reversa de
pós-venda e logística reversa de pós-consumo.
© U7 - Cadeias de Distribuição “Verdes” 221
9. Considerações
Nesta unidade, vimos que as demandas do mercado por um
comportamento ambientalmente correto e socialmente responsá-
vel das empresas fazem que a Cadeia de Distribuição tenha de ser
repensada. Agir da forma convencional significa perder vantagem
competitiva, pois a tendência dos negócios "verdes" parece ser ir-
reversível.
Assim, a busca por lucro deve ocorrer de forma simultânea
com a busca por resultados ambientais e sociais, e, como mostram
as práticas de logística reversa, essas dimensões não são antagô-
nicas. Oportunidades lucrativas podem vir da adoção de práticas
sustentáveis, como a gestão dos fluxos reversos, que permite a
criação de um novo fluxo de matérias-primas provenientes das
etapas de pós-venda ou pós-consumo.
Uma das ferramentas mais interessantes para a gestão da
sustentabilidade é a análise do ciclo de vida, que permite à empre-
sa compreender os impactos que causa no ambiente e na socieda-
de, permitindo, assim, que soluções para esses problemas sejam
planejadas.
Na próxima e última unidade, compreenderemos como ga-
rantir o alinhamento estratégico e entenderemos como funcionam
os indicadores de desempenho, citando exemplos de suas aplica-
ções na Cadeia de Suprimentos.
10. E-referências
BMFBOVESPA. Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE: o que é o ISE? Disponível em:
<http://www.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoIndice.aspx?Indice=ISE&idioma=pt-
br>. Acesso em: 15 ago. 2010.
NATURA. Natura Carbono Neutro. Disponível em: <http://www2.natura.net/Web/Br/
Inst/CarbonoNeutro2009/src/Default.html>. Acesso em: 15 ago. 2010.
WTO, World Trade Organization. International trade statistics. Disponível em <http://
www.wto.org/english/res_e/statis_e/statis_e.htm>. Acesso em: 15 ago. 2010.
8
1. Objetivos
• Compreender as informações e os métodos de como ga-
rantir o alinhamento estratégico.
• Entender como funcionam os indicadores de desempe-
nho e citar exemplos de aplicações na Cadeia de Supri-
mentos.
2. Conteúdos
• Métodos para atingir o alinhamento estratégico.
• Indicadores de desempenho.
4. Introdução À UNIDADE
Conforme vimos na Unidade 1, o aumento da competição
e a diminuição das margens de lucro entre as empresas levaram-
-nas a mudar os seus paradigmas estratégicos. Nos últimos tem-
pos, essas empresas descobriram que não é possível ser excelente
em todos os processos, pois houve um movimento de foco nas
competências centrais, que são as habilidades identificadas por
elas, por meio das quais conseguirão satisfazer os seus clientes.
Esse novo paradigma gerou a necessidade de terceirizar fun-
ções que antes eram feitas dentro da empresa. Nesse cenário, a
importância das operações e da Cadeia de Suprimentos aumentou
enormemente, pois, agora, a eficaz Gestão da Cadeia de Supri-
mentos é fonte de vantagem competitiva (PORTER apud AMATO
NETO, 2001).
Para que a Cadeia de Suprimentos contribua efetivamente
para a empresa atingir os seus objetivos estratégicos, é necessário
que haja o alinhamento estratégico. O alinhamento estratégico é
a certeza, por parte da empresa, de que as suas habilidades na
Cadeia de Suprimentos efetivamente suportam a sua capacidade
© U8 - Atingindo o Alinhamento Estratégico 225
Empresa A Empresa B
Prover os produtos certos,
Prover os materiais de
nas quantidades corretas
Estratégia Competitiva construção com o menor
para o cliente, em até 12
preço possível.
horas.
Ter o produto desejado
Fator Crítico de Sucesso no pelo cliente e entregá-lo
Ter o menor preço.
Mercado no prazo desejado e com
inovações.
Pontualidade, qualidade,
Ter determinada qualidade,
Exigências de desempenho rapidez e nível de serviço
porém com preço barato.
(não pode faltar produto).
Cobertura de estoques
Conforme definido anteriormente, a cobertura de estoques
mostra, dado um tempo de duração (dias, semanas, meses, anos),
quanto tempo aquele estoque conseguirá suprir a demanda sem
ressuprimentos (BERTAGLIA, 2006).
Do ponto de vista de estratégia de desempenho, o principal
indicador é o atendimento perfeito do pedido, que, segundo Pires
(2004), indica o percentual de pedidos dos clientes atendidos na
data prometida pela empresa. Sua fórmula é:
7. questões autoavaliativas
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Em sua opinião, aspectos ambientais, legais e sociais de-
vem fazer parte do processo de alinhamento estratégico
da empresa? Justifique e explique.
8. CONsiderações
A implementação, a manutenção e a gestão dos indicadores
de desempenho são partes primordiais para garantir que o alinha-
mento estratégico seja implementado e mantido, pois é por meio
desses indicadores que o analista saberá se a Cadeia de Suprimen-
tos está efetivamente contribuindo para que a empresa atinja seus
objetivos estratégicos ou não.
A Cadeia de Suprimentos é parte essencial para que as em-
presas consigam competir efetivamente no cenário globalizado e
altamente competitivo dos dias atuais; e garantir o alinhamento
estratégico é a melhor maneira de a empresa certificar-se de que a
Cadeia de Suprimentos contribui para as vantagens competitivas e
para a manutenção da competitividade empresarial.
© U8 - Atingindo o Alinhamento Estratégico 233
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo:
Saraiva, 2006.
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia,
planejamento e operação. Prentice Hall, 2003.
PIRES, S. R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos –
Supply Chain Management. São Paulo: Atlas, 2004.